2 de March de 2017

Resenha do livro: Ordem

   Olá meu povo, como estamos? Hoje estou aqui para falar sobre um livro que li recentemente e que gostei muito. O livro é ‘Ordem’, de Hugh Howey. Já leu? Já ouviu falar? Então vem ver o que falei dele!
Ah, aviso! Esse é um livro da trilogia, que começa em ‘Silo’. ‘Ordem’ é o segundo livro e pode ter spoilers do primeiro. Estejam avisados!    





Livro: Ordem

Autor: Hugh Howey

Editora: Intrínseca

Ano: 2015


Sinopse: E se a sobrevivência dos seres humanos dependesse do deslocamento de milhares de cidadãos para uma enorme cidade subterrânea, com gigantescas telas de TV transmitindo imagens desoladoras do mundo do lado de fora e ninguém fosse autorizado a sair? Em Ordem, os personagens escapam da morte ao serem congelados em cápsulas criogênicas, sendo acordados de tempos em tempos para tomar remédios, realizarem alguns trabalhos alienantes e depois dormir outra vez. O livro volta no tempo, ao ano de 2049, revelando as decisões tomadas por alguns poucos poderosos, responsáveis por bilhões de mortes que deixarão a humanidade em vias de extinção.
Hugh Howey apresenta aos leitores um mundo pós-apocalíptico, com os poucos seres humanos restantes sobrevivendo à atmosfera tóxica do planeta Terra em um silo subterrâneo.

    Em ‘Silo’ vimos como é a vida por dentro de uma enorme torre subterrânea, onde pessoas são forçadas a viver, seguir ordens e, em caso de desobediência ou sorteio, vão para fora e não podem mais voltar. Sim, sorteio… a loteria serve para isso num futuro distante… Para uma pessoa nascer dentro do silo, outra deve morrer… ou ir para a limpeza, uma palavra “bonitinha” que escolheram para dizer exílio. Mas o que essas pessoas não sabem é o motivo real de estarem ali dentro. Simplesmente nasceram, cresceram e provavelmente vão morrer ali dentro ou serão exiladas e morrerão lá fora, pois o ar está impossível de ser respirado lá fora na superfície. Há os que se questionam sobre isso, mas as autoridades sempre dão um jeito de manter tudo abafado e dificultam tudo para não haver comunicação entre as pessoas. Tecnologia existe, mas apenas até certo ponto. Pessoas não podem mandar um email sem pagar por cada palavra escrita, e que sai muito caro. Cartas devem ser entregues por mensageiros (ou portadores), em papeis que DEVEM ser reaproveitados, pois são muito escassos. E, mesmo assim, quando as pessoas são corajosas o suficiente para questionar e se manterem firmes, há os levantes. Mas logo após eles, misteriosamente memórias são apagadas e tudo começa de novo dentro dos silos. Sim… silos… São cerca de 50 silos, que guardam as únicas pessoas do mundo que sobreviveram… 
    Sobreviveram ao… que é explicado em ‘Ordem’. Sim, nesse segundo livro conta tudo o que se passou antes das pessoas entrarem no silo. Como foram construídos, porque foram construídos, e porque as pessoas foram escolhidas para entrar neles. 

“Em 2007, o Centro pra Automação em Nanobiotecnologia (CAN) projetou as plataformas de hardware e software que um dia levariam à criação de robôs menores que células humanas para realizar diagnósticos médicos, reparos e até se autoreproduzirem. No mesmo ano, a rede de TV CBS reprisou um programa sobre os efeitos do propanolol em vítimas de traumas graves. Haviam descoberto que um simples comprimido podia apagar a lembrança de qualquer evento traumático. Quase ao mesmo tempo na longa história da Humanidade, a espécie humana havia descoberto os meios para provocar sua destruição completa. E a habilidade de esquecer que tal destruição já havia ocorrido.”    

    O ano é 2049 e o mundo está lotado de pessoas que aderiram a tecnologias avançadas. Tecnologias capazes de fazerem bem para a saúde… ou destruir o mundo… 
   Tudo começa com um papo bem sinistro entre o até então senador já velho de guerra Thurman e Donald Keene, o deputado recém eleito pelos Estados Unidos.  
         

“_ Você acredita em alienígenas, Donny? 


_ Alienígenas? Não senhor. Quer dizer não aquele tipo que abduz pessoas. Por quê? 


_ Eles não existem. Ou existem?


[…]


_ Claro que não. Você já ouviu quanto que a NASA quer de nós para voarem até Marte e voltar? Não há como irmos até outra estrela. Nunca. E ninguém vai vir até aqui. Ora, por que fariam isso?


 _ Isso é negação? Está tentando me confundir.


_ Não. O que estou dizendo é que é melhor você parar de assistir filmes de ficção científica. Na verdade por que acha que esses cientistas sempre estão sonhando em colonizar outro planeta? Tem ideia de quanto isso custaria? É ridículo. Não compensa. 


[…]


_ Eu tenho uma coisa em que gostaria que trabalhasse.”


   E assim começam os planos para o desenvolvimento dos projetos de lei do Congresso. Algo que Donny (Donald) acaba se tocando no porquê de ter tido sua campanha financiada pelo senador. Eis que ele encontra um projeto antigo, feito durante a universidade e deixado para lá. Mas Thurman vê potencial nele e quer levar adiante. O que Donald se espanta é em saber que não seria apenas um silo, mas 50, em tamanho bem maior que um silo que pessoas normais planejariam… e, a maior surpresa… 

“_ Porque Donny… o prédio que quero que você projete pra mim… ele vai ser subterrâneo…”  


   Donald, que até então vê o mundo da política como algo distante dele, agora se vê cada vez mais enredado nessa situação, preso na mão de um senador bem esperto, que quer construir algo até então inútil, mas guarda segredos capazes de acabar com o mundo… E mal sabe Donald que está se preparando para entrar nesse segredo, da pior forma possível. 
   Nas primeiras partes do livro, a narrativa se passa em dois tempos, 2049, onde se passa toda a relação de Donald com o senador e a construção dos silos, e 2110, onde umas pessoas já moram dentro do Silo 1, o responsável pela vida de todos os outros silos do mundo. Essas pessoas vivem em capsulas criogênicas e são despertadas a cada 100 anos mais ou menos, para trabalharem em turnos de poucos meses. Depois são novamente congeladas para dormirem mais 100 anos… Ao acordarem, tomam medicamentos que lhe impedem de ter lembranças do passado. Sobrenomes não são úteis… Mas algumas pessoas causam confusão, pois elas “se lembram”… E isso se torna um problema, quando as pessoas que se lembram ocupam cargos maiores…
   A segunda parte já conta sobre o grande levante do Silo 17 e a relação com o grande levante do Silo 18, 40 anos depois, contada em ‘Silo’. 
   E assim a gente vai sendo levado por uma trama que, ao mesmo tempo é instigante, assustadora e… bem possível de acontecer… 

   “E ele se lembrou. Lembrou tudo o que havia ajudado a fazer com o mundo. Havia um garoto perturbado em um silo cheio de mortos, um sombra nos servidores. Aquele garoto havia dado um fim no Silo 12, e ele havia redigido um relatório. Mas o que ele tinha feito? Ele tinha matado mais que um silo cheio de gente; ele tinha criado os projetos que ajudaram a acabar com o mundo.”   

  Ao ler esse livro, percebi o quanto a mente humana pode ser manipuladora, destruidora e egoísta. E como essas mentes podem causar estragos se estiverem no poder… Isso me deixou assustada, pois uma tecnologia que era usada em prol da saúde humana, logo se transformou em uma arma de guerra. Sim, o sonho da vida eterna numa capsula criogênica se tornou possível por causa da mesma tecnologia que era usada para curar doenças, fazer tratamentos estéticos para rejuvenescimento e acabou sendo usada para matar…  
  E o estrago foi tanto que toda a população mundial ficou enclausurada e condenada a viver por 500 anos em silos subterrâneos, manipulados e sem saber da existência dos outros silos, com a desculpa de um “Legado”, o terceiro livro da trilogia e final dessa verdadeira guerra mundial, mas que quem que fica no Silo 1 diz que é a solução para não haver mais guerras. 
  Apenas o Silo 1 tem pessoas que dominam a tecnologia de forma mais liberada e, por viver esse tempo todo de reclusão em capsulas criogênicas, serão os únicos a saberem o que aconteceu com o mundo. Mas até que ponto isso é bom? As pessoas dos outros silos são literalmente marionetes nas mãos do Silo 1, sendo reiniciadas, assassinadas, controladas por ele. E sem saber… com a desculpa de evitar guerras… e na esperança de que em 500 anos o planeta estivesse habitável novamente…

“Não havia lugar na Terra para receber nenhum deles, só um pesadelo infernal para o qual arrastar o outro para ter uma companhia.”

   Esse livro é uma distopia e que muito me surpreendeu, com uma escrita simples, fluida, onde a gente entende o que tá se passando e muitas vezes acaba se imagina dentro dos silos. E… é um futuro assustador… e uma alternativa caso a colonização de planetas nas desse certo… O que geralmente não é pensado… Quando se fala de futuro pós-apocalíptico se fala em outros planetas, convivência com outros seres… Mas e a Terra, como fica nessa história toda?! Essa seria uma alternativa… Assustadora para caramba, mas ainda assim uma alternativa… 
    E o que achei fenomenal foram as jogadas políticas. Mesmo num futuro pouco distante, as jogadas são bem familiares, já que são feitas por pessoas que estão no mundo há 300 anos, controlando tudo o que acontece nos outros silos, onde as pessoas vivem sem saber que existe um planeta inteiro ao redor deles, contaminado por algo que eles mesmos criaram. E, quem leu o primeiro livro, fica curioso com a história do sobrevivente do Silo 17, que é contada pela versão da Juliette que o encontra e o descreve. Em ‘Ordem’ conta a história do Silo 17 pela versão do rapaz, uma versão assustadora, triste, mas ao mesmo tempo bem real. A descrição do que ele passa é tão real que a gente se vê lá dentro do silo, sofrendo e tentando se manter vivo como dá… 
    Agora estou doida para saber o que nos aguarda em ‘Legado’. Em ‘Silo’ eu já fiquei chocada, em ‘Ordem’ fiquei mais chocada ainda com a capacidade humana e, agora, lá vou eu descobrir com isso termina…  
   E essa é a dica de livro que tenho para vocês. Espero que tenham gostado e me digam aí, vocês já tinham lido esse livro? Já conheciam a trilogia de ‘Silo’? Gostam de distopias? 
   Bora conversar!
    Até mais!  😊



  

    

Postado por:

Hanna de Paiva

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