12 de December de 2020

Em casa para o Natal | Cally Taylor

    Olá meu povo, como estamos? Hoje temos a última resenha do projeto #12livrospara2020, feito em parceria com as meninas do MãeLiteratura e Pacote Literário
    Para finalizar o projeto com chave de ouro, escolhi para dezembro um livro que se passasse no Natal, então li ‘Em casa para o Natal’, da autora Cally Taylor. 
Em casa para o Natal | Cally Taylor
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna

41/12

Livro: Em casa para o Natal

Autora: Cally Taylor

Editora: Bertrand Brasil 

Ano: 2013

Páginas: 350

Skoob | Amazon


Ela tem a vida quase perfeita. Seu único desgosto é nunca ter ouvido as três palavras mágicas: eu amo você. Assim como em seu primeiro livro, O céu vai ter que esperar!, Cally Taylor, no divertido Em casa para o Natal, une com maestria romance e comédia, mas, desta vez, com uma diferença: na época mais especial do ano, o Natal. Quando lançado na Grã-Bretanha, fez enorme sucesso, figurando nas principais listas de mais vendidos.
Beth Prince sempre adorou contos de fadas e acredita que está prestes a viver um final feliz: tem o emprego dos sonhos em um charmoso cinema independente e um namorado maravilhoso chamado Aiden. Ela faz parte de um grupo privilegiado de pessoas que trabalha com o que ama, e o entusiasmo pelos filmes intensifica a busca por seu próprio “felizes para sempre”. Só há um problema: nenhum homem jamais declarou seu amor por ela. E, apesar de acreditar que Aiden é o príncipe encantado, a protagonista desconfia de que ele tem medo de dizer “eu amo você”. Desesperada para escutar essas palavras mágicas pela primeira vez, ela resolve assumir as rédeas do destino — e acaba se arrependendo.
Com Em Casa Para o Natal, Cally Taylor brinda o leitor com uma deliciosa comédia romântica que tem como pano de fundo o espetacular universo do cinema e os tempos festivos do Natal.


Em casa para o Natal | Cally Taylor


   

    Beth Prince é uma menina que tem tudo o que sempre quis, o conto de fadas perfeito: um emprego dos sonhos, um namorado incrível, uma casa maravilhosa… 
   Para completar o conto de fadas dela, só falta mesmo que Aiden, seu namorado, lhe diga as palavrinhas mágicas “eu amo você”, para completar e ela ser feliz para sempre. 
   Mas, quando estava decidida a lutar pelo seu final feliz, eis que tudo vira de pernas para o ar, quando ela decide tomar as rédeas da situação. 
   Além disso, seu emprego, que parecia estável e duraria a vida inteira, está também com os dias contados, já que o cinema independente Picturebox está para ser vendido para a Apollo, a maior rede de cinemas do país. 
   O que mais falta acontecer para que o final feliz de Beth Prince fique mais infeliz?

 
   Bom, eu comprei esse livro numa feirinha do shopping, imaginando que seria uma história de Natal, com canções da época, ceia, presentes e uma história com um quentinho no coração. 
   Separei para o projeto especialmente para isso, inclusive. Mas, para meu espanto, encontrei tudo nesse livro, menos o Natal, que era o que eu procurava… =/ 
   Para começar, Beth Prince é a personificação do conformismo. Tudo para ela parece um conto de fadas, porque é aquilo que tem para hoje e ela não quer fazer outra coisa, está tudo bem, e nada precisa mudar. 

   Sua zona de conforto é Aiden, o namorado “culto” e bonitão que ela tem. Sua única reclamação é que Aiden nunca disse “eu te amo” para ela, embora ela tivesse plena convicção de que isso era verdade de ambas as partes. 
  Apesar disso, Beth tem o emprego dos sonhos, trabalhando num cinema independente, com mais de 100 anos de história, chamado Picturebox.  
  O cinema já teve seus dias de glória, com filmes clássicos e artistas famosos pisando nele. Mas hoje é apenas um cinema retrô no meio de uma cidade moderna, que tenta se manter em meio às dívidas. 
  A dona dele é uma senhorinha muito simpática, chamada Sra. Blackstok, que fez de Beth a gerente do cinema, que vive quase vazio…  
   Beth tem o sonho de ver o cinema retornando aos dias de glória, mas esse sonhos tem seus dias contados, já que a Apollo, uma rede de cinemas super famosa e poderosa, decide comprar o Picturebox
  E Beth descobre da pior forma possível, quando é flagrada ensaiando a declaração de “eu te amo” para um cartaz de George Clooney, por ninguém mais, ninguém menos, que Matt Jones, o representante da Apollo.
  Com esse encontro para lá de inusitado… e esquisito, a vida de Beth Prince, vai começar a dar um giro de 360 para onde ela menos imagina. 
  Já não bastava que seu namorado nunca tivesse se declarado para ela, agora também descobriu que está prestes a perder o emprego que ela tanto ama. O que mais poderia dar errado? 
  Ao longo das páginas, vamos descobrindo que muita coisa ainda pode acontecer e Beth Prince vai precisar ser bem forte para encarar a saída de sua zona de conforto, se não quiser se levada pela maré de notícias inesperadas. 
  Olhando assim, o livro é uma história bem agradável, levinha e com um final previsível. Algo que combina bem com o Natal, ainda mais que o título remete a isso. 
  Mas, se ela se passasse em qualquer outra época, também se encaixaria super bem, já que o Natal é uma propaganda enganosa aqui, e não é o centro das atenções da trama. 
  Isso me decepcionou bastante num primeiro momento. Mesmo assim, a escrita fluida e tranquila da autora me fez querer continuar. 
  Mas devo dizer que não foi minha melhor leitura. Como eu já disse, Beth Prince tem um conformismo que dói





Em casa para o Natal | Cally Taylor
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna

  Ela tem uma autoestima muito baixa e, por mais que sua amiga Lizzie tente ajudar, parece que não faz muito efeito.
  O tempo todo temos uma protagonista que acha que tudo na vida dela só se resolve se ela viver num conto de fadas e tiver um príncipe encantado. Se não for assim, ela não pode ter o “final feliz” e a vida não tem sentido. 
  Só que ela bate tanto nessa tecla, que fica chato pro leitor e pra quem convive com ela. Eu já revirava os olhos toda vez que ela vinha com essa ladainha. 
  Por outro lado, Matt Jones, o representante da Apollo, é um rapaz peculiar, completamente o oposto de Beth. 
  Enquanto Beth é frustrada porque nunca ouviu um “eu te amo”, Matt se borra de medo quando ouve as palavrinhas mágicas de suas namoradas. 
  Isso lhe confere a fama de babaca por onde passa, além de gerar situações constrangedoras o tempo todo. 
  A única pessoa que tenta lhe compreender é seu avô, que é, de longe, o melhor de todos os personagens desse livro! 
  A relação desses dois é muito bonita, e chega a ser emocionante em alguns pontos. Quase chorei lendo algumas cenas e é aquele avozinho que sempre vai te lembrar alguém que te dá aquele quentinho no coração, sabe? 
  Quando não está com o avô, Matt está fugindo de suas ex-namoradas ou da Esmagadora de Bolas, também conhecida como sua chefe, Isabel. 
  Isabel é uma chefe parecida com aquela de ‘O diabo veste prada’. O que faz Matt tremer nas bases toda vez que ouve a voz dela. 
  E ela está cada vez mais presente na vida de Matt, já que Matt é o responsável pela compra do Picturebox.  
  Matt no começo só quer comprar logo o cinema e ganhar o bônus de fim de ano. Mas, quando conheceu melhor o cinema e a própria Beth, parece que as prioridades dele mudaram um pouco de posição. 
  Isso rende algumas cenas mais filosóficas e até de descobertas para Matt, que parece que vai amadurecendo um pouco. Se é que posso chamar de amadurecimento as atitudes dele… 
  Já era previsível que ele e Beth teriam algum tipo de relação, mas senti falta de sal nela. A premissa era boa, mas faltou uma liga entre esses dois protagonistas, o que foi decepcionante. 
  
 

  
  Isso porque não me convenceu a forma como tudo aconteceu “fácil demais”. Não vi sentimento, não teve explicação e eu fiquei perdida no meio dos acontecimentos. Você vira a página e “puf!”, conto de fadas mode on.  
  Mas quem ganha o prêmio de personagem pé no saco desse livro é Carl, o colega de escola/trabalho de Beth. 
   Desde o começo vemos que Carl é um parasita uqe se sente feliz vendo a infelicidade dos outros. Ele não descansa enquanto não tira o sorriso da cara das pessoas e faz isso com maestria quando se trata de Beth. 
  A autoestima baixa de Beth, mais o bullying que sofre por parte de Carl não é uma combinação muito boa, mas o que mais me incomoda é que parece que ninguém vê isso… 
  Carl é aquela pessoa que não conseguiu fazer mais nada da vida, não tem coragem pra nada e morre de inveja de quem consegue. 
  Então ficar o tempo todo perturbando Beth é seu passatempo predileto, o que rende cenas nojentas e constrangedoras, especialmente quando Beth se lembra de seu passado na escola. 
  E ler isso o tempo todos só me fez ficar com nó no estômago, o que me fez questionar várias vezes se estava lendo mesmo uma comédia romântica. 
  E a forma como Beth milagrosamente resolve as coisas veio tão fantasticamente rápido, que me perguntei onde estava aquela personagem o tempo todo. 
  Levei mais de 300 páginas para ver uma transformação repentina, sem explicação e que poderia ter sido melhor trabalhada, mas só foi jogada de qualquer jeito, porque a história tinha que terminar em algum momento e a heroína tinha que ter um “final feliz”, se não não valia. 
  Me senti enganada, pois era melhor ter lido logo um conto de fadas açucarado, que em menos páginas eu tinha o mesmo resultado…  
  Salvo a mãe de Beth e Lizzie, parece que todas as mulheres nesse livro só podem ser felizes se tiverem um namorado a tiracolo. 
  O que achei mais interessante foi a forma como a autora lidou com o assunto e saiu pela tangente, com algumas discussões sobre isso.  


Em casa para o Natal | Cally Taylor
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna

  Em resumo, quem salvou o livro mesmo foram os personagens secundários. Se dependesse só dos protagonistas eu já teria abandonado a leitura faz tempo…
  O que é uma pena, pois queria encerrar o projeto com um livro maravilhoso, e consegui uma leitura mediana e, infelizmente, não leria esse livro novamente… =/
   A edição do livro está bem bonitinha e simples, com a “propaganda enganosa” de uma casa com tema natalino, e o título bem discreto, mas em alto relevo, o que dá um certo charme. 
  A história está com uma revisão bem feita, a escrita é bem fluida, com algumas cenas mais cômicas confesso, e narrada em primeira pessoa, alternando os pontos de vista de Matt e Beth. 
  A impressão o miolo é em papel pólen, com uma gramatura bem grossinha, então a leitura foi bem tranquila, o que também ajudou com a fonte bem legível. 
  Minha decepção foi com a história em si, que era o principal. Então, ficarei apenas com três estrelinhas dessa vez. 
  Mas, ainda assim, recomendo que leiam e tirem suas conclusões. Afinal, o que não foi bom para mim, pode ser fantástico para você… 😉
  
  

  E assim, encerramos o projeto #12livrospara2020, com sucesso e muita felicidade! 
12 livros para 2020

  E aí, o que acharam do livro? Já leram alguma obra da autora? Me contem aí! 

Postado por:

Hanna de Paiva

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25 Comments

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