Wandinha (Season 1)

Olá meu povo, como estamos? Desde que Wandinha estreou na Netflix, eu estava super curiosa para assistir. E agora eu não apenas consegui, como devorei a primeira temporada em apenas dois dias!

Série: Wandinha

Temporada: 1 (em andamento)

Ano: 2022

Episódios: 8

Duração média: 54min/episódio

País: Estados Unidos

Onde assistir: Netflix

Baseada nos personagens clássicos de A Família Addams, Wandinha (Wednesday no original) acompanha a infame personagem, aqui interpretada por Jenna Ortega, enquanto ela investiga uma série de assassinatos sobrenaturais pela cidade. A trama explora a adolescência de Wandinha estudando na Academia Nevermore, uma escola onde ela aprende a dominar suas habilidades paranormais. Ao longo da série, a personagem passará por um processo de amadurecimento com a ajuda de sua mãe, Morticia Addams (Catherine Zeta-Jones). Conforme Wandinha se aprofunda nos mistérios que circundam a cidade, ela descobre que algo também sobrenatural envolveu seus pais há 25 anos atrás. Ao mesmo tempo, Wandinha precisa equilibrar relações novas e complicadas com sua personalidade sagaz, fria e sarcástica. A série é escrita por Al Gough e Miles Millar e tem direção de Tim Burton.

Wandinha Addams foi expulsa de sua escola após quase ter provocado a morte de alguns atletas do time de polo aquático. Sem muitas opções, dado que estava no meio do semestre, seus pais conseguem com certo custo uma vaga para a primogênita na Academia Nunca Mais, um internato que educou gerações de excluídos.

Essa escola é conhecida por ter abrigado muitos alunos, incluindo a própria família Addams. Por conta disso, Wandinha tem algumas regalias na instituição. Mas nem isso parece segurar tanto a moça nos alojamentos, especialmente quando começa a conviver com seus novos colegas.

Contudo, em uma de suas fugas, Wandinha acaba caindo num mistério impossível de ser ignorado. Prometendo a si mesma que ficará lá apenas pelo tempo que levará para desvendar o caso, ela descobre muito mais do que imaginava sobre seu próprio passado.

Embora esteja descobrindo diversas coisas interessantes nos streamings, confesso que estou mexendo pouco neles (pois estou me dedicando mais aos vídeos do canal e aos livros). Assim, tinha me esquecido da série baseada na história da Wandinha, até que anunciaram a sequência dela.

Como uma fã da Família Addams quando criança, foi nostálgico poder acompanhar os personagens novamente, dessa vez sem tanto toque de comédia e mais o terror gótico. O que faz bastante sentido, dado que tem dedo do Tim Burton na produção.

Dessa forma, a fotografia é toda sombria, com muitos tons escuros e névoas envolvendo a cidade de Jericho e a própria escola em que Wandinha passa a estudar no meio do semestre. Todos que tem poderes sobrenaturais são chamados de excluídos e costumam ser enviados para Nunca Mais (que sobrevive à base de mensalidades caríssimas e doações das famílias fundadoras).

Por sua vez, os outros moradores de Jericho que não tem poderes são chamados de “padrões” e vivem no limite do medo e curiosidade para saber o que tem por trás dos muros da escola. Embora tenham uma certa rixa e façam de tudo para garantir que os excluídos sejam expulsos da cidade, eles nunca conseguem.

Isso porque Jericho só prospera hoje por conta da instituição, que injeta valores bem altos em projetos e garante seu sustento há décadas. Assim, todos são obrigados a conviver de maneira forçada e seguir a política da boa vizinhança.

Porém, está ficando cada vez mais difícil fazer isso depois que uma série de desaparecimentos começaram a acontecer na floresta. Há quem diga que seria um dos excluídos que estudam na Nunca Mais e a escola estaria encobrindo.

A situação piora conforme algumas pistas vão surgindo e a polícia está de mãos atadas. A aluna nova chega na escola bem nessa época e ainda presencia um ataque de um monstro que ela nunca tinha visto.

Sarcástica, apática, com estilo gótico e alérgica a cores, Wandinha Addams é introvertida e gosta de curtir o som do silêncio. Coisa impossível de ter quando ela tem que dividir o alojamento com Enid, uma mulher lobo toda colorida e animada.

Elas não têm nada a ver uma com a outra e só trocam faíscas. Enid é toda certinha e só quer achar o seu lugar na alcateia. Já Wandinha só deseja desafiar a diretora que alega que Nunca Mais é uma escola impossível de fugir.

Mas seus planos acabam sendo adiados quando se vê em meio a uma coisa bem mais interessante na floresta. Os ataques de um monstro desconhecido causaram diversas mortes e a polícia não parece nem perto de saber quem estaria causando todas elas.

O nível de crueldade é visível. Mas alguns detalhes mostram que não poderiam ter sido causados por um padrão. Logo, os holofotes se voltam para a Nunca Mais, que começa a atrair ondas de ódio e ataques por parte dos moradores de Jericho.

Mas Wandinha é uma ótima detetive e está disposta a provar que não foi ninguém da escola que causou os assassinatos. No entanto, não seria ruim se ela estivesse errada, até porque tortura e morte é com ela mesmo.

Os episódios são longos, com quase uma hora de duração. Mas eu não consegui largar depois que comecei. Em apenas um dia, já tinha visto a metade e custei muito para desligar a tv e ir dormir de madrugada.

Jenna Ortega assumiu bem o papel de Wandinha e trouxe tudo o que eu me lembrava dos desenhos e filmes que eu via quando mais nova. Mas ainda não conhecia esse lado investigadora dela, que muito me surpreendeu.

Com o passar dos episódios, vamos conhecendo os outros alunos da escola e entendendo melhor como os laços vão se formando. Por mais que se diga sempre sozinha e independente, a verdade é que Wandinha cria amizades e não quer admitir que gosta de cada um à sua maneira.

E o preço que ela paga por isso é bem alto em diversos momentos. O que se reflete não apenas entre os muros da escola, mas também em sua própria família. Ela e Mortícia não tem uma relação das melhores.

Em parte, podemos interpretar como aquela fase chata da adolescência, em que nos sentimos donos do mundo e achamos que sabemos mais do que todos. Isso Wandinha mostra bem. No entanto, também percebi que Mortícia tem diversos segredos que não quer que a filha saiba.

Assim como percebi seu desespero ao notar o quanto Wandinha se torna mais rebelde ao descobrir cada um deles da pior forma possível. A verdade é que essa família é muito unida e se ama. Porém, ainda falta bastante diálogo, especialmente entre mãe e filha.

Wandinha sempre foi muito curiosa e queria saber sua história. Contudo, Mortícia se dedicou tanto a esconder suas raízes, que agora não pode voltar atrás e precisa lidar com a revolta da filha (e com razão).

Minha única reclamação em relação a isso é que a primeira temporada foca mais na filha e deixa seus pais de lado, fazendo mera participação especial. Embora tenha gostado e maratonado todos os episódios, gostaria de ter mais informações sobre algumas coisas, que acabaram sendo jogadas no final como se fossem coelhos tirados da cartola no último ato.

Isso ficou mais palpável quando percebi que Wandinha não explicava muito como sabia das coisas. Ela apenas deduzia e era aquilo mesmo, o espectador que se conformasse.

No entanto, foi um desfecho com diversos ganchos, que encerraram bem e me deixaram curiosa para a segunda temporada, que veio em partes no catálogo da Netflix.

Agora me conta: você assistiu Wandinha? O que achou da primeira temporada?

Texto revisado por Emerson Silva