14 de July de 2019

À procura de Audrey

Olá meu povo, como estamos? Hoje temos uma resenha de um livro que pertence a dois projetos aqui do blog: #leiamulheres e #12livrospara2019. Ambos os projetos são em parceria com as meninas do MãeLiteratura e Pacote Literário. O meu livro escolhido para julho foi ‘À procura de Audrey‘, da autora Sophie Kinsella.

 

À procura de Audrey
Foto: Divulgação

17/33

Livro: À procura de Audrey

Autora: Sophie Kinsella

Editora: Galera Record

Ano: 2015

Páginas: 336

Skoob | Amazon


Audrey, 14 anos, leva uma vida relativamente comum, até que começa a sofrer bullying na escola. Aos poucos, a menina perde completamente a vontade de estudar e conhecer novas pessoas. Sem coragem de sair de casa e escondida por um par de óculos escuros, a luz parece ter mesmo sumido de sua vida. Até que ela encontra Linus e aprende uma valiosa lição: mesmo perdida, uma pessoa pode encontrar o amor.

 

À procura de Audrey

 

Audrey é uma menina de 14 anos, que divide a casa com mais dois irmãos, um mais novo Felix, de apenas 4 aninhos e muita energia, e o mais velho Frank, que vive recluso no quarto jogando Land of Conquerors.A princípio falamos de uma família normal, que tem uma vida corrida entre escola e atividades extracurriculares, mas Audrey tem uma personalidade bem reservada. Somos apresentados aqui a uma mocinha que vive de óculos escuros, fica agitada com qualquer pessoa que bate na porta e não vai à escola faz um boooom tempo.
Há uns meses atrás, Audrey sofreu bullying na escola, o que lhe atingiu de uma maneira tão intensa, que ela entrou em depressão e os óculos a protegem de contato direto com outras pessoas. O nível de perseguição contra a garota foi tanto, que ela está em casa desde então, fazendo tratamento psicológico e prestes a entrar numa escola diferente. Os amigos da escola estão afastados, por ordem médica e toda vez que Frank recebe seu amigo em casa, ela tem um ataque de pânico.

 

“Não é o mundo lá fora em si. Não são as árvores, ou o ar, ou o céu. São as pessoas.”

 

Não é mencionado o que as meninas da escola falaram ou fizeram com Audrey, mas o caso foi tão severo que elas foram expulsas do colégio e Audrey treme só de ouvir o nome delas. E com qualquer pessoa de fora da família não é diferente. Mas Linus, o melhor amigo de Frank, vai acabar ajudando a psicóloga de Audrey de uma maneira inusitada e que vai mudar a vida da menina de uma forma que ela nem imaginava.

 

“Está na hora de dar passos maiores.
Precisa superar seus limites, Audrey.
Não vai saber até tentar.
Sei que consegue lidar com isso.”

 

Eu nunca tinha lido os livros da Sophie Kinsella. Mas sempre ouvia e lia relatos bem positivos sobre as obras dela serem incríveis e bem levinhas. Esse foi meu primeiro contato e, devo dizer, todos os comentários estavam corretos. Comecei esse livro para o desafio do #12livrospara2019, pois enrolava bastante para ler a história. Mas agora me pergunto por que demorei tanto para fazer isso.
A escrita da Sophie é super fluida e a leitura andou tão rápido que nem senti as horas passarem. E acho que só demorei mais de dois dias para terminar, pois estou lendo outros livros ao mesmo tempo (a louca das leituras simultâneas, rsrs).

 

À procura de Audrey
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

 

Aqui temos Audrey, uma adolescente linda, inteligente e cheia de vida e sonhos, mas que foram todos abalados desde que ela sofreu um bocado na mão de umas meninas que “apenas queriam se divertir”. Isso lhe causou um medo incrível de olhar na cara das pessoas, por isso ela vive de óculos escuros, mesmo que seja noite ou o dia esteja nublado. Ela morre de medo e fica se tremendo toda, sabendo que tem visita em casa e tem que cruzar eventualmente com ela nos corredores, por isso quando sabem que vai chegar alguém diferente, seu irmão Frank trata logo de avisar a ela, para ela se trancar no quarto até a visita ir para casa.
A Dra. Sarah, sua psicóloga, tenta de toda forma fazer com que Audrey fique sociável novamente. E lança um desafio a ela: gravar um filme sobre sua vida em casa. Vale tudo, a mosca na parede, o irmão jogando no PC, a chuva que cai lá fora, sua mãe se olhando no espelho… E assim temos nosso livro. A história é toda contada pela visão de Audrey, então temos uma visão de como é a relação de sua família com ela e com os irmãos. E os capítulos não tem marcação, então a gente entende que eles são intercalados pelas transcrições dos filmes que Audrey faz de seu cotidiano.
Apesar de reclusa, Audrey é uma menina de bem com sua família. O único ente para quem ela olha sem precisar dos óculos é seu irmãozinho Felix. Nem com seus pais ela tem essa coragem, embora eles sejam super cuidadosos com a menina e façam todas as suas vontades.
Mesmo eles sendo cuidadosos com Audrey, o legal é que os pais da menina não esqueceram dos irmãos, o que mostra que são pais bastante atenciosos (ponto para a autora). A mãe deles, Anne, é uma mulher que já foi uma profissional renomada, mas hoje é dona de casa, cuidando de Audrey e lutando para fazer Frank parar de jogar LoC. Ela fala que o filho é viciado e que vai ficar com o cérebro defeituoso se continuar jogando tanto assim, tudo influência do Daily Mail,  o jornal no qual ela é viciada e acredita em tudo que está escrito sobre filhos.

 

“Os oito sinais de que minha mãe é viciada no Daily Mail:
1.Lê o jornal todos os dias.
2. Acredita em tudo o que este diz.
3. Se tentar tirá-lo dela, ela o puxa de volta com força e diz ‘solte!’, como se você estivesse tentando sequestrar seu bebê precioso.
4. Quando lê uma matéria assustadora a respeito de vitamina D, ela nos faz tirar as camisetas e ‘tomar banho de sol’ (está mais para banho de frio).
5. Quando lê uma matéria assustadora sobre melanoma, ela nos enche de filtro solar.
6. Quando ela lê uma matéria a respeito de ‘O creme facial que REALMENTE funciona’, ela o encomenda imediatamente. Tipo, saca o iPad no mesmo instante, onde stiver.
7. Se não o puder ler durante as férias de fim de ano, tem sintomas de abstinência severos. Sério, aquilo, sim, é irritabilidade e mau humor.
8. Uma vez tentou se abster durante a Quaresma. Não durou nem a manhã inteira.”

 

E tudo, mas tudo mesmo, ela tenta com eles. Se lá diz que os filhos jogando no computador ficam bobos, ela acredita tanto, que foi capaz de cometer umas loucuras bem engraçadas, para fazer o filho largar do jogo. O que gera algumas instabilidades na família, pois ela toma umas atitudes que, na minha opinião, são bem radicais.
Linus é parceiro de Frank em LoC, e num desses dias de confusão entre Frank e a mãe, acaba encontrando com Audrey no corredor do andar de cima por acidente. Audrey tem um ataque de pânico e Linus, ao contrário de todos que acham a menina é doida, tem uma reação tão diferente, que espanta Audrey. Em vez de se afastar, ele tem um jeito todo especial de falar com a menina, ao ponto de ir na casa do amigo, não para visitá-lo, mas para ver Audrey e conversar com ela de um jeito bem inusitado, por bilhetinhos. E assim temos algo que já era esperado desde a sinopse: um romancezinho adolescente.
Mas, ao contrário do que poderia ser em qualquer outro romance adolescente, o casal não é meloso. Linus sabe da doença de Audrey e faz de tudo para que ela obedeça as ordens médicas. Lhe dá apoio em suas missões e lhe ajuda a dar mais passos rumo à recuperação. Se isso realmente dá certo, só lendo para saber, mas devo dizer que gostei da química entre eles.
Além disso, os pais de Audrey são um amor. Eles são cuidadosos e sabem o que a filha passou, mas nem por isso a tratam como um animal enjaulado ou numa bolha. Eles querem a melhora dela, e a paciência deles é fenomenal. Achei muito legal que os irmãos também respeitam a situação da menina e a ajudam da forma que podem.
E Audrey está em processo de recuperação. Então claro que ela tem seus momentos de melhora e os momentos de recaída. Mas em momento algum a autora deixou de citar detalhes, e também em momento algum deixou a história ficar chata e lamuriosa. Pelo contrário, ela manteve o andamento de uma forma que me surpreendeu.

 

À procura de Audrey
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

 

Aqui temos a mente de uma menina que está tentando sair da depressão, mas não consegue sozinha. E temos uma visão de como funciona a cabeça de uma pessoa que sofre dessa doença, de uma maneira tão próxima da gente, que impressiona. Temos também lições sobre amizade, já que Audrey viu quem era realmente seu amigo e quem não era quando sofreu o bullying na escola. Mesmo sabendo que está doente, ela não se faz de vítima. Pode ter bastante medo e entra em crise, mas ela não perde a lucidez e nem fica dizendo que é coitadinha. Ela tenta lutar do jeito dela, sem se aproveitar de ninguém para isso.
Como li a versão digital, posso dizer que o ebbok é bem revisado, tem uma fonte legível e está bem organizado, embora eu tenha sentido falta de saber em qual capítulo estava. Como eu falei, temos partes intercaladas do filme que Audrey faz e com a história, também narrada por ela. Mas a ideia que tinha era de um único capítulo imenso, já que não tinha marcações. No entanto, não atrapalhou tanto a leitura e ela fluiu bem, com ou sem capítulos marcadinhos.
Os diálogos são diretos e as partes mais hilárias ficam a cargo dos pais de Audrey, que só querem ser bons pais, embora tenham uns tropeços no meio do caminho. Mas afinal, quem tem pais perfeitos, né mesmo? Sempre fazem uma coisinha aqui e ali tentando acertar, mas sabemos que tem boas intenções, afinal só querem nosso bem. E com eles não é diferente.

 

À procura de Audrey
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

 

 

E o que dizer de Felix, o irmãozinho mais fofo da face da Terra?! Ele age como cupido do casal Linus e Audrey. E é um cupido muito fofo gente. Sério! Fiquei encantada com ele no meio da história alegrando dos dias de Audrey.
Frank é o adolescente viciado em jogos, mas que não admite. Ele tem suas rusgas com sua mãe, mas no fundo é um bom filho e eles tem amor um pelo outro. Já Linus é o namorado mais legal que já conheci nos livros. Ele é um menino super gente boa, amigo e realmente gosta da Audrey, sem arranjar desculpas para se afastar da garota. O final desse livro é super amorzinho e eu dou nota máxima!

 

Já leram esse livro? Ou algum outro da autora? Me contem aí! Até mais!

Postado por:

Hanna de Paiva

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