11 de December de 2025

Ainda Não Morri | Holly Jackson


Olá meu povo, como estamos? As leituras estão caminhando por aqui e estou até fazendo algumas descobertas nesses últimos tempos. Entre elas, está a escrita de Holly Jackson, com o lançamento ‘Ainda Não Morri’, do qual trago minhas impressões.

Livro: Ainda Não Morri

Autoria: Holly Jackson

Tradução: Lígia Azevedo

Editora: Intrínseca

Ano: 2025

Páginas: 448

País: EUA

Formato: Digital

Nota: 4-5

Jet é de uma das famílias mais ricas de sua cidade. Aos vinte e sete anos, após desistir da faculdade de direito, sair de um emprego promissor e voltar para a casa dos pais, ela ainda está esperando a vida começar.

Até que uma tragédia muda os planos de Jet na noite de Halloween: sua casa é invadida e ela é violentamente atacada. No hospital, é identificada uma lesão gravíssima na cabeça, e os médicos estão certos de que em uma semana o ferimento vai levar à formação de um aneurisma fatal.

Jet nunca pensou que pudesse ter inimigos. Mas, depois do ataque, ela passa a desconfiar de todos ao seu redor: sua família, sua atual cunhada (e ex-melhor amiga), seu ex-namorado…

À medida que seu estado de saúde piora, a única pessoa em quem ela confia para desvendar esse mistério é Billy, seu amigo de infância. Em uma corrida contra o tempo, Jet está determinada a ir até o fim: ela vai descobrir a verdade e solucionar o próprio assassinato. Custe o que custar.

Após o sucesso da série best-seller Manual de assassinato para boas garotas, de Os cinco sobreviventes e de O reaparecimento de Rachel Price, Holly Jackson constrói uma nova trama eletrizante sobre vingança e uma mulher em busca de justiça.

Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

Margaret Jason (mais conhecida como Jet) é uma moça que tem a vida inteira pela frente. Ao menos era o que ela pensava toda vez que seus pais a questionavam sobre emprego e carreira. Contudo, a vida lhe dá uma rasteira quando, na noite de Halloween, sofre um ataque e leva tantas pancadas na cabeça, que é um milagre que tenha sobrevivido.

Pelo menos era isso que sua família estava comemorando até a médica aparecer e contrariar o momento de alegria dos Jason. Isso porque Jet agora corre o sério risco de desenvolver um aneurisma cerebral, que vai dar cabo de sua vida muito em breve.

Sem saber lidar com a enxurrada de informações e o choque de saber que não terá mais tanto tempo disponível de vida, a moça parte em uma busca desenfreada pela verdade. Afinal, Jet não era perfeita, mas será que tinha tantos inimigos dispostos a querer matá-la?

Jet era uma mulher morta. E uma mulher morta não precisava ter medo.”

Eu nunca tinha lido os livros da autora, mas já conhecia sua fama por conta de outros livros que ficaram hypados aqui no Brasil. Quando vi que ‘Ainda Não Morri’ seria um volume único, fiquei de olho e o mantinha em minha lista de desejos. Mas depois que uma amiga me falou o quanto tinha gostado, resolvi que seria a hora de dar uma chance e ver se o livro tinha mesmo a fama que merecia.

A narrativa é em terceira pessoa, porém gira em torno de Jet. A protagonista é uma mulher de 27 anos que ainda está perdida na vida. Ela é filha de um casal que praticamente molda a cidade com uma empresa de construções bem sucedida. Como resultado, Jet sofre uma constante pressão para seguir os passos de sucesso dos Jason.

No entanto, o que parecia um caminho todo certinho muda completamente quando Jet larga uma das melhores faculdades de Direito do país, para fazer algo que realmente goste e faça sentido. Porém, seus pais só a veem como uma fracassada e sempre tem um motivo para alfinetar a moça.

Jet sabe que precisa pagar seus boletos e algum dia vai sair debaixo das asas dos pais. Porém é constrangedor ver como eles fazem de tudo para se lembrar de todos os defeitos que ela tem a cada oportunidade, especialmente o bordão “tenho todo tempo do mundo” que usa para encerrar todas as conversas desconfortáveis com a família. O que pode ser muito libertador, mas também parece um atestado de preguiça e desorganização, dependendo de qual ângulo se olhe.

E a convivência está bem tensa, especialmente quando a festa de Halloweeen se aproxima e a família Jason é o centro das atenções. Algo que vai ficar ainda mais marcado para todos, ainda mais quando, após uma série de discussões, Jet é brutalmente atacada com pancadas na cabeça.

Sua sobrevivência era algo impossível, pois os golpes que sofreu a deixaram em risco de desenvolver um aneurisma cerebral fatal. O clima pesa ainda mais quando a médica lhe dá apenas sete dias de vida. Agora Jet não tem mais tanto tempo como esperava e todo segundo conta para saber a única coisa que importa: quem a odiaria tanto ao ponto de querer vê-la morta?

Tantas perguntas respondidas, e nenhuma que realmente importasse no caso do assassinato dela.”

Mesmo sabendo que tem bons detetives na cidade, Jet coloca a investigação como uma prioridade e não abre mão de estar por dentro de todos os detalhes. Algo que talvez consiga indo ela mesma atrás das próprias pistas. Afinal, a cidade não é tão grande assim e todo mundo se conhece.

Logo, não seria complicado descobrir as respostas que procurava. Ela só não esperava que um ataque em sua casa a levasse a tantos segredos de família, que dão medo até nos mais céticos.

A escrita da autora é bem fluida e imersiva. E não demorou muito para eu me ver dentro das cenas, convivendo com os personagens. Além disso, o clima de cidade pequena, em que todo mundo sabe o que o outro fez no verão passado me deixou mais curiosa ainda.

Jet, por sua vez, é uma personagem peculiar (para dizer o mínimo). Eu me identifiquei com ela em alguns pontos, especialmente sobre escolhas de carreira e arrependimentos que temos, mas a sociedade nos obriga a seguir adiante, só para nos encaixarmos em algo para dizer que se deu bem na vida.

Ela queria apenas fazer o que gostava e que deixasse uma marca no mundo, mesmo que fosse uma ideia maluca a princípio. Afinal, quem nunca teve um sonho mirabolante na vida e tirou do papel, mesmo ouvindo dos mais próximos que era algo fora da caixa demais?

No entanto, a pressão que seus pais (especialmente seu irmão mais velho) causam na menina chega a ser constrangedor e desanimador em diversos momentos. Seu lema de vida é que a vida está apenas começando e ela tem todo tempo do mundo para fazer o que quiser.

Ainda Não Morri | Holly Jackson
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

Luke, ao contrário, faz questão de seguir toda a lista de felicidade que a sociedade impõe. Casado, com filho pequeno e com a faculdade concluída, tudo o que resta agora é ser um empresário de sucesso, assim que assumir os negócios do pai. Contudo, o rapaz vive frustrado a cada vez que o patriarca anuncia que ainda não está pronto para a aposentadoria.

Em vez de contar carneirinhos, contou as horas que lhe restavam antes de morrer, minuto a minuto.”

O que lhe resta é olhar para a irmã mais nova e apontar todos os defeitos que ela tem. Dessa forma, ele se ilude e acha que ninguém está vendo seu desespero em ser algo inalcançável.

A única pessoa que o apoia no sonho é a esposa, que também adora apontar o quanto Jet é uma desocupada e é a fonte de todo desgosto da família. Isso não afetaria tanto a mocinha, se as ofensas em questão não viessem de sua melhor amiga (ou ao menos era).

O refúgio de Jet fica apenas em Billy, o melhor amigo de infância que nunca mudou de opinião sobre ela e está sempre junto. Algo que será imprescindível quando a família for marcada pela tragédia que se anuncia.

O ataque que Jet sofre é tão brutal que movimenta a cidade inteira. Afinal, não é todo dia que alguém sofre uma tentativa de assassinato e sai desenfreada em busca de seu assassino, com o prazo de sete dias até o crime de homicídio ser oficial.

Achei essa ideia da autora bem fora da caixa e estava curiosa para saber o que Jet faria. Sua personalidade super debochada só aflorou ainda mais depois do diagnóstico pessimista da médica. Embora tivesse uma explicação, dadas as circunstâncias em que se encontrava, eu achei suas atitudes muito inconsequentes e dignas de uma adolescente, não de uma mulher de 27 anos na cara.

Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

Talvez por isso eu tenha revirado tanto os olhos a cada besteira que ela fazia, sob a alegação de “vou morrer mesmo, então f*da-se!”. Até porque isso gerava muitas situações desnecessárias e de vergonha alheia, que teriam sido evitadas se a criatura ouvisse mais as autoridades.

Mas é como dizem, se não tivessem essas confusões, não teríamos história, né? Além disso, mesmo com esse jeito tresloucado da Jet, confesso que ela me surpreendeu bastante ao ir descobrindo as coisas na cara e na coragem. Eu fiquei surpresa com o tanto que a própria família dela escondia de segredos (e fazia de tudo para garantir que continuassem escondidos).

Alguns tinham motivações mais críveis, outros nem tanto. Contudo, percebi que famílias só mudam de endereço, mas sempre vai ter aquele que vai se destacar por algo que desagrada aos parentes que gostam de manter aparências de pessoas normais (como se fosse possível).

E isso se mantém não apenas no círculo familiar de Jet, mas também é perceptível em todos os moradores da cidade. Ninguém é confiável nessa história, muito menos a protagonista, que começa a sentir os efeitos colaterais do trauma e não tem tempo nem de lidar com eles, muito menos de nos contar o que aconteceu.

Que Jet havia tido vinte e sete anos e não fizera nada de significativo com eles. Que diferença uma semana faria? Toda a diferença.”

O tempo todo eu já tinha algumas teorias de quem seria o culpado. O que até acertei em parte, mas não esperava tomar a rasteira que tomei na motivação. A autora me deu uma rasteira tão grande, que tive que recolher meu queixo, caído no meio da revelação.

Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

No entanto, mesmo amarrando as pontas e respondendo tudo o que precisava (ou quase tudo), achei curioso o desfecho ser aberto. Não vi menção da autora sobre alguma continuação, visto que o que aconteceu aqui já dava um fechamento satisfatório. Assim, espero que, caso tenha uma sequência, seja apenas para tampar os buracos que incomodaram nesse volume e tirar a sensação de respostas que faltaram.

Talvez por sentir falta disso e um pouco mais de desenvolvimento em alguns personagens (que eram até importantes para a trama), a obra não leva nota máxima. Mas ainda vale a leitura e recomendo, caso goste de suspenses com detetives amadores e fora da caixa.

Falando sobre o livro em si, eu li em versão digital. Então posso afirmar que gostei da revisão e da diagramação. A capa eu achei digna, porém não fantástica. Gostei que tem poucos elementos, e dá destaque para um exame cerebral, o que tem tudo a ver com o tema central e já nos mostra o que iremos encontrar na trama.

Agora me conta nos comentários: já leu esse livro ou algum outro da autora? Gosta de protagonistas fora da caixa?

Texto revisado por Emerson Silva

Postado por:

Hanna de Paiva

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