Olá meu povo, como estamos? Fazia muito tempo que eu não assistia as adaptações dos livros de Harlan Coben na Netflix. Mas esses dias finalmente matei as saudades e trouxe minhas impressões sobre ‘Apenas Um Olhar’, que estreou esse ano mesmo no catálogo da vermelhinha.
Série: Apenas Um Olhar
Temporada: 1 (finalizada)
Ano: 2025
Episódios: 6
Duração média: 54min/episódio
País: Polônia
Onde assistir: Netflix

Em ‘Apenas Um Olhar’, uma mulher encontra uma foto misteriosa que acaba desenterrando segredos obscuros do marido e traumas de seu próprio passado. A minissérie polonesa é baseada no livro de suspense homônimo de Harlan Coben e conta a história de Greta (Maria Dębska), uma designer de jóias e mãe de dois filhos. Um dia, ela vai buscar fotos que mandou revelar e encontra uma que não fazia parte do filme que enviou, se trata de uma fotografia antiga de um grupo de jovens, um deles com o rosto riscado e outro que se assemelha muito ao seu marido Jacek (Cezary Łukaszewicz). A situação se complica ainda mais quando Jacek desaparece logo em seguida. Para proteger sua família, ela precisará se envolver em um mistério sinistro que envolve não só os segredos obscuros do esposo como também seus próprios traumas que tentou enterrar no passado.
Greta é uma designer de joias que vive com o marido e os filhos na Polônia. A família é feliz e pacata, sem grandes confusões e poderia muito bem aparecer num comercial de margarina.
Esse cenário é perfeito para a moça, que equilibra com a tragédia de 15 anos atrás, mas que ainda lhe rende muitos pesadelos. E sua tortura é maior, especialmente agora, quando os jornais só sabem falar do aniversário da notícia e citar o nome de Greta como a única sobrevivente.
Por mais que tente ignorar este fato, é praticamente impossível fingir que ele nunca existiu. Isso porque todos os anos seu quase sogro lhe envia rosas e um cartão lhe dando uma lembrança pela resiliência e coragem.
Para completar seu sofrimento, Greta recebe uma foto antiga, com um grupo de jovens e um deles está com o rosto marcado. A moça estranha o “presente” anônimo, mas fica com a pulga atrás da orelha ao reparar que um dos jovens da foto é ninguém mais, ninguém menos, que seu próprio marido!

Tentando entender o que está acontecendo, a protagonista questiona Jacek sobre a imagem. Contudo, o rapaz começa a desconversar e simplesmente some do mapa. Agora se vendo sozinha com os filhos, Greta precisa correr contra o tempo e descobrir o que está acontecendo, antes que mais alguém de sua família desapareça.
Fazia muitos anos que não me rendia às tramas de Harlan Coben. Embora não tenha me rendido aos seus livros, maratono todas as adaptações de uma única vez (me julgue!).
Um dos motivos é que as histórias são envolventes e sempre tem um gancho no final de cada episódio, que me deixa curiosa para o próximo e, quando vejo, já finalizei. Outro motivo é que dificilmente as séries são ambientadas na bolha EUA X Reino Unido. Assim tenho a chance de conhecer atores de outros países, bem como seus trabalhos nas telinhas.
Os episódios são relativamente longos. Mesmo assim, consegui maratonar junto com minha mãe em apenas uma noite. A cada episódio tinha tanta reviravolta que eu me recusava a dormir sem uma resposta.
Greta é uma personagem forte e resiliente, que passou por maus bocados nessa vida. Seu corpo ainda carrega as cicatrizes da tragédia de 15 anos atrás (que em muito me lembrou uma que aconteceu aqui na Boate Kiss do RS e até hoje marca famílias inteiras).

Se fosse só isso, não seria tanto um problema. A questão é que a moça é atormentada todas as noites pelas cicatrizes de sua mente. Ela afirma veementemente que não se lembra de nada daquele dia fatídico, a não ser pelos flashes que compõem seus pesadelos de todas as noites.
E são esses pedaços de memória que vão formando um imenso quebra cabeças ao longo dos episódios. Com uma narrativa não linear, Greta vai juntando as peças junto com o espectador, enquanto tenta sobreviver ao presente.
Aos poucos, vamos remontando os cenários e entendendo o que está acontecendo. Nesse tempo, conhecemos também os personagens secundários, que são tão confiáveis quanto a memória de Greta.
O tempo é curto e é preciso ser muito sangue frio e esperto para juntar todos os detalhes, antes que seja tarde. O clima de tensão está presente em todo momento e não dá para perder detalhe algum.
No entanto, por mais que tenha gostado da trama, preciso falar os pontos que me incomodaram. O primeiro é que eu me irrito facilmente com detetives bananas. Nessa série, parece que o responsável pelo caso passou umas 10x a fila para ser um bobão e ainda achou pouco!
Eu já assisti muitas séries europeias e sei que elas refletem a forma como a polícia local trabalha por lá, já que a taxa de criminalidade é bem menor do que no Novo Mundo. Mesmo assim, eu esperava que um detetive velho de guerra tivesse pelo menos um pouco mais de experiência ao conduzir as investigações e não ficasse apenas esperando as pistas caírem no seu colo!

Acho que todo mundo naquele elenco, mesmo sendo amador, conseguiu achar muito mais pistas do que ele. Enquanto o velhinho simpático ficava sentadinho no conforto de sua sala, com a algema para prender o culpado que passasse pela sua porta e confessasse!
Desculpa, mas não me convenceu.
Além disso, por mais que o desfecho seja eletrizante e responda muitas coisas, achei que foi meio jogado. Por mais que a produção tivesse um prazo a cumprir para a finalização das filmagens, algumas coisas devem fazer sentido para ter um fechamento decente. Coisa que não deu tão certo aqui.
Alguns personagens apareceram no final da temporada, para não ficarem esquecidos no churrasco. Mas nem isso compensou as pontas que ficaram soltas no meio do caminho. Se fosse um elenco maior, nem falava nada. Mas uma equipe pequena chamou bastante atenção nesse quesito e senti falta de alguns fechamentos.
Sempre me falaram que as adaptações dos livros do autor na Netflix são inferiores quando comparadas aos seus livros. Eu, como uma pessoa que nunca se rendeu aos seus trabalhos escritos, confesso que não tinha sentido falta desses detalhes.
Mas agora eu vi que preciso ler a obra original e conferir se realmente as coisas terminam dessa forma ou se foram falhas da produção.

Em resumo, ‘Apenas Um Olhar’ é uma boa opção de série para maratonar num final de semana. Tem muitas reviravoltas e acontecimentos que te deixarão de queixo caído. Mas não crie expectativas.

Agora me conta nos comentários: Você já leu esse livro ou algum outro do autor? Gosta das adaptações de seus trabalhos na vermelhinha?
Texto revisado por Emerson Silva
Lídia M S Rodrigues
Oi, HANNA. Achei ótimo como você apontou os pontos fortes da trama e também as falhas — especialmente o detetive banana, ri demais! 😂 Agora fiquei ainda mais curiosa pra assistir e, quem sabe, finalmente dar uma chance aos livros dele!
aTÉ MAIS!
http://www.relatosdalih.com.br/
Hanna de Paiva
Se assistir, depois me conta o que achou? Pois é menina, não achei termo melhor para ele, haha.
Moonlight Books
Oi Hanna! Eu amo os livros do Harlan, mas adaptações eu vi bem poucas. Espero que estejam trazendo as boas reviravoltas que ele garante nos livros. Bjos!!
Moonlight Books
@moonlightbooks
Hanna de Paiva
Esse foi o que eu menos gostei, na verdade. Mas vale a pena assistir para tirar suas próprias conclusões ^^
Emerson
Fiquei com vontade de assistir essa produção. Adorei a resenha.
Boa semana!
O JOVEM JORNALISTA está no ar cheio de posts novos e novidades! Não deixe de conferir!
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Até mais, Emerson Garcia
Hanna de Paiva
Que bom que gostou! =)