Olá meu povo, como estamos? Faz um bom tempo que não apareço com resenhas de séries por aqui. Isso porque quase não estou parando para assistir alguma que de fato me chamasse atenção e me fizesse querer assistir até o final.
Mas enfim, um milagre aconteceu e estou aqui para compartilhar minhas impressões acerca de ‘Entrevista com O Vampiro’, uma adaptação do livro homônimo de Anne Rice.
Série: Entrevista com O Vampiro
Temporada: 1°
Ano: 2022
Episódios: 7
Duração média: 50min/episódio
País: Estados Unidos
Onde assistir: Amazon Prime Video
Baseado na obra de Anne Rice, Interview With The Vampire acompanha o vampiro Louis (Jacob Anderson), um vampiro centenário que decide contar sua história de vida para um reporter. Transformado em monstro por Lestat (Sam Reid), Louis é condenado a eternidade como uma criatura imortal com uma vontade incontrolável por sangue humano. Em conflito com sua nova realidade, ele tenta se alimentar apenas de animais, mas sua relação com Lestat o influencia a experimentar humanos e Louis começa a perder resquícios de sua humanidade.
Quem me conhece sabe que ‘Entrevista com O Vampiro’ foi o livro que me fez a leitora que sou hoje. Comecei vendo a adaptação do filme, com o elenco maravilhoso de Tom Cruise como Lestat, Brad Pitt como Louis e Antonio Banderas como Armand.
E descobrir que o livro era apenas o primeiro volume de uma série longa foi um caminho sem volta na minha jornada como leitora.
Embora o estilo da autora não seja mais o que leio hoje em dia, guardo todos os livros com muito carinho na estante, Afinal, são a lembrança da jovem Hanna que entrou sem medo nessa história e se apaixonou pelo Lestat de Lioncourt e seu jeito totalmente fora da caixinha de ser.
Eu já tinha ouvido falar que Anne Rice havia autorizado uma nova adaptação do clássico gótico, mas ainda não tinha me aventurado em assistir a série. Por isso, nem sabia em qual streaming ela estava.
Mas fuxicando o catálogo do Prime Video, tive a grata surpresa de ver, não apenas ‘Entrevista com O Vampiro’, como também ‘Irmãs Mayfair’ disponíveis.
Hoje o foco será apenas no primeiro, que é o meu favorito. E já posso dizer que gostei, porém tenho minhas ressalvas.
Se você já leu o livro e assistiu ao filme icônico de 1994, percebeu que a mídia mais antiga tem bastante semelhança com a obra escrita.
Embora alguns detalhes tenham sido alterados para ser colocada nas telonas num tempo aceitável, foi uma história que gostei em ambos os formatos de mídia. Além disso, apesar da escolha super errada para o Armand, que nada tem a ver com o personagem original, não tenho do que reclamar.
Porém na série, toda a trama foi modificada, o que me fez torcer o nariz logo nos primeiros segundos. Mas tenho que tirar o meu chapéu para uma boa sacada da produção, que se aproveitou da entrevista original dada décadas atrás e agora Louis convoca novamente o repórter, se dizendo arrependido de não ter contado sua versão verdadeira dos fatos.
Assim, Louis de Point du Lac, mais maduro, rico e seguro de si, decide contar o que realmente aconteceu naquelas paredes de Nova Orleans. David (o jornalista) aceita, mas também não perde a oportunidade de confrontar seu entrevistado a todo momento, com fatos do filme e do livro, como uma espécie de provocação sádica.
Porém, achei interessante, por incentivar o leitor a procurar que diacho seria a “versão mentirosa” e ir atrás da obra, que a essas alturas, já é um dos mais vendidos. Afinal, quem mais seria corajoso (ou louco) o suficiente para conversar e anotar tudo o que um vampiro conta duas vezes, e ainda sair vivo depois para publicar?
As alterações são bastante visíveis, a começar por um Louis negro e rico em plena década de 1910. O rapaz tinha uma boa vida, sustentando sua família com o que ganhava em seus bordéis espalhados pela cidade.
Eu confesso que sempre tive curiosidade para saber como seria a relação do personagem com seus parentes. Fato que não é muito comentado nem no livro, nem no filme.
Dessa forma, senti como se Louis nos fornecesse uma resposta, ainda que de uma forma completamente oposta ao relatado na versão original (ambientada ainda no século XVIII, com um fazendeiro colonizador branco, rico e recém viúvo).
E a vida era boa até que um francês surge em sua vida de maneira inesperada, e muda tudo de cabeça para baixo. Meu maior medo era que mudassem a personalidade de Lestat de Lioncourt e estragassem o personagem.
Mas gostei de ver que ele continua sendo um bon vivant, com muita grana no bolso e um poder de sedução irresistível. A relação dos dois não demora muito para acontecer e logo Louis descobre como é o outro lado desse poder todo.
Os episódios são longos, com quase 1h de duração. Além disso, as cenas não economizam em sangue, violência e cenas sensuais, algo bastante retratado nos livros originais, mas nunca senti a profundidade nas adaptações.
Embora tenha gostado de ver essa liberdade, confesso que precisei assistir bem devagar a primeira temporada, com calma e preparando meu espírito para o que viria, sem cortes ou censura.
Ainda, se nos livros a autora deixou no ar várias mensagens, que faziam o leitor ficar com a pulga atrás da orelha, os episódios resolveram trazer todas elas e jogar na cara de quem assiste.
Por serem episódios longos, a história tem bastante espaço para contar a trama, sem perder a essência, mas também sem perder a oportunidade de lacrar e quebrar alguns tabus no meio do caminho. Isso muito me surpreendeu, principalmente quando a Claudia entra em cena.
Originalmente uma criança de oito anos, aqui temos uma adolescente de 15, que além de conviver com as descobertas da imortalidade, está condenada a ser um eterno poço de hormônios em desenvolvimento. Quem lê a versão original, entende o motivo de a criança vampiro ter a idade que tem.
Contudo, achei uma escolha acertada terem colocado uma adolescente na série. A atriz soube captar bem a essência da personagem e me convenceu até o último minuto. É uma menina que tenta se encaixar no mundo como parte da sociedade, mas agora também como uma bebedora de sangue.
Por isso, ela convive muito bem com Louis, que mesmo estando nesta vida há mais tempo, ainda parece não ter grandes respostas. A interação da dupla é fantástica e eu gostei muito da visão de mundo que eles tem.
Por serem dois negros numa sociedade extremamente machista e racista do início do século XX, eles mostram bem que muita coisa não mudou a esse respeito, mesmo com tantos movimentos em favor de igualdade. Isso incomoda o tempo todo, pois vendo os fatos pelo ângulo deles, era como se eu pudesse ver através de seus olhos e a situação não é nada bonita.
Sei que não sou negra e nunca poderei dizer com certeza como é viver a vida de uma pessoa de pele escura. Mas se só de imaginar pelos olhos de um personagem eu já fiquei revoltada com uma série de coisas, imagina quem vive isso todos os dias?
Por outro lado, Lestat é um personagem que me cativa a todo momento. Sei que estou torcendo pelo “vilão”. Mas isso acontece desde que li pela primeira vez a história e aqui não seria diferente.
O ator conseguiu assumir o manto do “James Bond dos Vampiros” de uma forma espetacular. Ele foi o que ficou mais próximo da personalidade que eu via nos livros e fiquei encantada. Lestat é um fanfarrão, sedutor e só quer saber da próxima vítima.
Também sabe ser vingativo e faz isso com requintes de crueldade quando quer. No entanto, se você olhar nos pequenos detalhes, escondidos entre uma cena e outra, vai perceber um vampiro solitário e que morre de medo de ser abandonado.
Porém, isso não o impede de ser um babaca, muito menos de desenvolver um relacionamento extremamente tóxico com Louis e Claudia. Entretanto, perceber que alguém pode confrontá-lo o deixa louco, e leva a diversas cenas de tensão e curiosidade pelo que vem no próximo episódio.
O final da temporada é sangrento, sombrio e cheio de nuances que remetem ao livro e ao filme. Confesso que estou curiosa para saber o que virá nos próximos episódios, que são de 2024 e já estão disponíveis no catálogo.
Agora me conta: você já leu os livros das Crônicas Vampirescas? Já assistiu ao filme ou à série? Se já, o que achou?
Texto revisado por Emerson Silva
Luciano Otaciano
Oi, Hanna! Que bom que gostou, apesar das ressalvas. Parece ser bastante envolvente,né? O livro é muito bom inclusive. Abraço!
https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Hanna de Paiva
Sim, Luciano, a série é muito envolvente e eu estou curiosa para assistir as próximas temporadas. =)
Cida
Oi Hanna! Eu vi o filme faz muitos anos e tenho muita vontade de ler os livros, mas como por enquanto não os tenho ainda, acho que vou conferir essa série. Bjos!!
Moonlight Books
Hanna de Paiva
Eu sou suspeita para falar, afinal, foram esses livros que me tornaram leitora, hehe. Mas recomendo bastante e espero que goste da série também, amiga.