Olá meu povo, como estamos? Depois de um longo hiato, é muito bom poder estar de volta e fazer o que tanto amo na internet: escrever e compartilhar minhas impressões sobre livros com vocês do jeito mais clássico.
O blog ganhou não apenas uma “roupa nova”, mas também um novo lar (sim, agora somos “profissa” e temos até domínio próprio, hehe). Esse novo layout reflete a fase atual do projeto: mais adulto, maduro e ciente dos objetivos e ideais, os quais foram modelados com a experiência adquirida ao longo desses nove anos dedicados a falar de literatura.
Como podem ver, a casa ainda está sendo arrumada. Muitos botões e páginas ainda estão sendo conectados, pois o processo de migração de plataforma modificou a configuração dos posts e preciso arrumar um por um (o que não é nada fácil, já que a rotina cada vez mais corrida me exige escolher entre consertar posts mais antigos ou matar logo a saudade e produzir novos conteúdos).
Mas, se tudo tem um lado bom, ver o que produzi, desde o surgimento do blog até a decisão do hiato, foi bastante nostálgico. É gritante como mudei enquanto pessoa e, consequentemente, como leitora também.
Aprendi muito sobre como me portar, como esboçar uma opinião sem medo de dizer que não gostei de algo, ou que tive gatilho por conta de algum assunto. Exatamente por isso, me tornei mais criteriosa em relação às minhas escolhas literárias e sei em que eu vou ou não me aventurar.
Aprendi que não tem problema algum em abandonar uma leitura que me incomode ou me traga um sentimento desagradável. Além disso, não é porque todo mundo gostou de uma leitura que eu também tenho que dizer que foi perfeita para mim, quando a mesma não funciona da forma como eu imaginava. Isso se chama sinceridade e maturidade (comigo mesma e com vocês que me acompanham), as quais percebi que deixam mais leve e tranquila.
O mesmo se aplica aos meus gostos pessoais. Se antes eu adorava ler séries bem longas de alta fantasia, com verdadeiros “tijolinhos” compondo minha estante, hoje prefiro leituras em volume único e mais curtas. Sem contar que minha atual zona de conforto reside em suspense psicológico e romances de época (um gênero que jamais achei que iria gostar na vida, mas que hoje é um dos meus favoritos para sair de uma ressaca).
As narrativas mais detalhadas e profundas deram lugar a escritas mais fluidas e objetivas (sem deixarem de ser imersivas). Não apenas isso, o formato dos livros que consumo também mudou um bocado, já que por passar mais tempo fora de casa e aproveitando para ler no trem/metrô, me adaptei bem rápido ao e-book e não me vejo sem o kindle na bolsa (me sinto pelada quando esqueço meu fiel companheiro em casa, hehe).
Isso se refletiu na forma como eu faço minhas compras. Se antes eu separava uma parte do meu salário para adquirir livros físicos e ficava toda feliz folheando e cheirando as páginas (mania clássica de leitor, hehe), hoje eu penso bastante se vale a pena ter mais um volume na estante abarrotada. Nesse sentido, sebos e plataformas de trocas de livros foram um grande acerto na minha vida (algo impensável uns anos atrás, pois tinha preconceito com livros usados, que hoje vejo ser infundado).
Acho que isso ficou mais concreto quando passei a frequentar mais feiras e eventos literários, mediados por autores independentes ou editoras pequenas (e acho até que namorar atualmente um escritor ajudou nesse processo). Eles me fizeram ver o outro lado da moeda do mercado editorial e que nem tudo são flores para que uma obra chegue às livrarias. Pelo contrário, na maioria das vezes esse caminho é tortuoso, seguido de muito choro, ranger de dentes e até golpistas querendo se dar bem às custas da ingenuidade de quem está chegando agora no ramo.
Tudo isso me fez valorizar o trabalho dos autores independentes e o meu também. Afinal, de dois anos para cá, algumas coisas mudaram no MH, que deixou de ser um hobby para virar algo mais profissional e disposto a ter seu lugar como uma fonte de renda extra para mim. Muitos me apoiaram durante o processo (aos quais agradeço bastante por terem me incentivado a seguir por esse caminho) e estou feliz com os resultados que estão chegando, no tempo que devem chegar.
Sei que ainda não estou consolidada nesse sentido, pois tenho muito a aprender. Afinal, é um mundo bem novo para mim e preciso ter paciência comigo mesma, sem me cobrar para ter resultados miraculosos e ilusórios. Mas tudo o que aconteceu nesses tempos me fez ver que estou no caminho certo e estou feliz pelas minhas pequenas vitórias.
Aliás, boa parte dessa nova visão veio depois que comecei a valorizar os cuidados com minha saúde mental. Percebi que me afundo mais em leituras quando não estou bem, então elas me servem como refúgio. O que não é ruim, pois me traz calma. Mas também se reflete no meu estado de espírito e vejo que leio menos quando estou em paz.
Então, se tornou irrelevante organizar TBR’s e contar quantos livros eu li no mês. O que me libertou daquela cobrança comigo mesma de “preciso ler mais”, ou “estou lendo muito pouco, preciso melhorar essa marca”, como se alguém fosse se incomodar e me dizer que sou menos leitora por ter lido apenas uma obra em 30 dias. Quando na verdade, isso é muito relativo e um livro por mês pode ser um resultado maravilhoso para alguns (isso me inclui), contanto que seja uma experiência prazerosa.
Tudo isso foi apenas para dizer que o MH cresceu junto comigo e também amadureceu. Assim, a forma de trazer conteúdo mudou um pouco, mas se tem algo que não vai mudar é meu amor pelos livros e o prazer que tenho em comentar sobre eles aqui na blogsfera.
Se você chegou até aqui, muito obrigada por ler meu desabafo e seja muito bem vindx ao novo Mundinho da Hanna. Tenho certeza de que faremos muitas descobertas interessantes, com livros conhecidos e outros fora da caixinha, que te façam ver o mundo com novos olhos. Tudo isso de uma forma mais leve e simples, como a vida deve ser.