31 de July de 2018

Resenha do livro: Morte no Nilo

Olá meu povo, como estamos? Hoje temos uma resenha da minha primeira participação numa leitura coletiva. O livro escolhido pelo grupo foi Morte no Nilo, da rainha do crime Agatha Christie. Um livro surpreendente. Vem ver! 😉

29/30
Livro: Morte no Nilo
Autora: Agatha Christie
Editora: L & M Pocket
Ano: 2014 (edição recente)
 
Páginas: 231
Adicionar ao Skoob
 
 

Bela, rica e inteligente, a jovem herdeira Linnet Ridgeway parece conseguir tudo o que quer. No entanto, quando rouba o noivo de sua melhor amiga e se casa com ele sem pensar duas vezes, talvez Linnet esteja indo longe demais… Em sua viagem de lua de mel num cruzeiro pelo rio Nilo, no Egito, o casal apaixonado se depara com uma série de antagonistas interessados em sua fortuna e em provocar sua infelicidade. Então Linnet é encontrada morta, com um tiro na cabeça. O detetive Hercule Poirot, que por acaso também estava no navio, entra em ação para tentar montar mais esse quebra-cabeça.

Morte no Nilo
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna
Linnet era uma moça que tinha todas as combinações possíveis: beleza, dinheiro, sucesso nos negócios, um noivo lindo e rico, propriedades onde queria e muitos amigos. Tudo ia bem e, aparentemente, não lhe faltava nada. Joana, sua “amiga mais próxima” assim lhe falava todas as vezes. Que ela teria tudo o que queria, por ser bela e rica… mas será que teria mesmo tudo? Nada lhe faltava?
Ao mesmo tempo, aparece uma amiga distante, e também de classe social mais inferior, Jacqueline de Bellefort. Ela chega tão eufórica quanto Linnet nunca se sentiu. E eis o motivo: estava apaixonada e doida para se casar com Simon Doyle.
Só tinha um problema, ele estava desempregado e uma festa de casamento era cara… Jacqueline poderia pedir uma festa, um vestido, qualquer coisa, mas apenas pediu um emprego para seu noivo. Vendo que a amiga estava realmente apaixonada, resolveu ajudar o casal, e logo tinham marcado uma reunião para acertar os detalhes. Mas aí algumas coisas mudam de figura, pois Linnet, que antes era apenas a amiga rica, logo se tornou a esposa de Simon Doyle, enquanto a pobre Jackeline se via sem noivo, sem rumo, mas com muita raiva.

“Efeito da combinação ‘dinheiro-encanto’. Todos se curvam diante de sua pessoa; aquilo que não pode comprar com dinheiro, consegue você com um sorriso. Resultado: Linnet Ridgeway, a jovem que possui tudo.”

“Claro que isso tudo é uma infantilidade… Jacqueline está fazendo um papel ridículo. Admiro-me que não tenha mais orgulho, mais dignidade.”

Sim, Linnet estava tão disposta a provar para si mesma que seria capaz de conseguir qualquer coisa que quisesse, que não desistiu enquanto não, literalmente, roubou o noivo da amiga. Mas também, quem poderia vencer essa guerra, afinal Linnet tinha todas as cartas certas para um casamento feliz e confortável, enquanto a pobre Jackie era apenas uma pobre moça apaixonada e nada mais.
Tudo isso acontece logo no primeiro capítulo do livro que, diga-se de passagem, é o mais longo e arrastado do livro. Nele somos apresentados não apenas ao casal que se forma de uma maneira bem esquisita, já que num dia Simon é noivo de Jackie e no dia seguinte sai em todos os jornais o casamento do ano entre ele e Linnet, até então noiva de outro cidadão. Nesse primeiro capítulo também, somos apresentados a outros personagens que estão para embarcar numa viagem pelo Nilo, entre eles, Poirot, o mais famoso detetive, que está apenas tentando tirar férias.
Do segundo capítulo em diante, temos o desenrolar da história. Jackeline, magoada por ter sido trocada na cara de pau por Simon, só porque Linnet brilhava mais que ela, não se conforma e quer se vingar a todo custo. Sua raiva é tamanha, que ela quer matá-los, mas sabendo que vai ser presa se fizer isso, ela se contenta em perturbar o casal perseguindo-os a todo canto, independente do meio de transporte. Assim, ela, Linnet e Simon embarcam no mesmo navio que Poirot e muitos outros turistas que aparentemente não se conhecem.
Jackie fala tanto em matar Simon e Linnet, que até Poirot se compadece e pede encarecidamente que ela desista dessa ideia. Mas a mocinha só pensa em vingança, tanto que anda armada com um pequeno revolver de cabo de madrepérola, especialmente para dar um tiro na cabeça de cada um na melhor oportunidade… enquanto isso, apenas segue o casal e os deixa perturbados com sua presença, afinal, vingança é um prato que se come frio.

“O amor é às vezes uma coisa terrível.”

Poirot fica de olho na moça, mesmo tentando tirar férias. Mas são tantos mistérios acontecendo naquele navio, que fica difícil curtir uns dias de folga. Ainda mais quando seu conhecido de longa data Race aparece numa das paradas do navio e lhe pede ajuda para capturar um fugitivo da polícia, supostamente infiltrado no meio dos passageiros.
Poucos dias depois, começam a acontecer algumas coisas suspeitas e Linnet aparece morta em sua cabine, com um tiro na cabeça, dado pela arma de Jackie. Como Jackie vivia anunciando sua amargura por ter sido trocada pelo atual marido de Linnet, todas as suspeitas caem em cima da mocinha. Afinal, ela tinha uma arma e anunciava aos quatro ventos que daria um tiro na cabeça deles quando tivesse a oportunidade. E ainda me aparece uma letra “J” bem grande na parede da cabine de Linnet, indicando que Linnet teria escrito para entregar quem a matou antes de sucumbir de vez.
Só tem um detalhe, Linnet jamais poderia escrever na parede com o próprio sangue, já que o tiro na cabeça a matou na hora. E a arma de Jackie sumiu na mesma noite, junto com outros pertences de outros passageiros. Todos tinham um comentário a fazer sobre Linnet, a jovem rica e mimada. Todos tinham um passado misterioso e ainda tinha um fugitivo escondido entre os passageiros, que podia ter visto uma oportunidade e aproveitado para roubar alguns pertences da tripulação.
Todos são suspeitos. E cabe a Poirot e Race investigar tudo o que aconteceu no navio rumo ao Nilo. Esse é o quarto livro que leio de Agatha Christie e devo dizer que gostei bastante. A cada vez que leio fico tentando imaginar quem foi o culpado da vez.
Poirot, coitado, sempre é metido nos casos sem querer, já que nos livros que li pelo menos ele está de férias e acontece algo que ele não resiste e acaba investigando. Dessa vez não podia ser diferente. Sempre tem alguém lhe pedindo ajuda para identificar o culpado e, dessa vez, a própria vítima Linnet procurou Poirot desconfiada que Jackie lhe faria algum mal, lhe perseguindo por todo canto. Mas Poirot nada podia fazer, a não ser conversar com a moça e lhe dar conselhos para desistir da vingança.
Quando Linnet é assassinada, não tinha outro suspeito a não ser a própria perseguidora Jacqueline de Bellefort. Afinal ela mostrava a todos a arma com a qual mataria o casal. Na mesma noite, Jackie havia discutido com Simon a respeito de ter sido trocada e, em meio a testemunhas oculares, dá um tiro na perna dele, que fica gravemente ferido. A confusão é tanta, que encontrar Linnet morta apenas aumenta as suspeitas sobre ela. Mas se na hora em que Linnet foi assassinada Jackie dava um tiro em Simon, e eles estavam em lugares diferentes no momento do crime, quem teria dado o tiro em Linnet?
Assim Poirot abandona suas férias pela enésima vez e começa a investigar junto a Race todos os suspeitos do assassinato. Vou dizer que esse livro me lembrou bastante ‘Assassinato no Expresso Oriente’. Muitos detalhes são semelhantes, como uma cabine vazia entre a vítima e os demais passageiros. Alguns personagens com motivos para vingança, um detetive adicional em busca de um fugitivo além do culpado do crime que aconteceu… Em muitos pontos fiquei confusa sobre qual livro estava lendo, a não ser por o outro crime ter acontecido num vagão de trem e esse num navio.
Linnet era dona de muitas e muitas propriedades, além de uma gorda conta bancária. Não precisava fazer muito esforço para ter muitos empresários doidos para fazer negócios com ela e tentar lhe passar a perna. Alguns empresários que inclusive tinham representantes no navio rumo ao Nilo. Além disso, o casamento de Linnet e Simon era um tanto confuso e suspeito, já que ele era noivo de sua melhor amiga e ela estava comprometida com outro rapaz rico na época, o qual também ficou furioso com o término do relacionamento e, consequentemente, negócio do século.
Morte no Nilo
Foto: Hanna de Paiva |Mundinho da Hanna
Isso sem contar a “amiga mais próxima” Joana, cujos parentes estavam no navio. Todos tinham ligações com Linnet de alguma forma, e todos tinham motivos para matá-la. Só restava saber quem teria tanta coragem e tanta raiva, ao ponto de incriminar Jackie também.
Vou dizer que fiquei incomodada com a demora para acontecer o assassinato. Não que não gostasse de Linnet, mas achei que a autora enrolou um bocado até matar a personagem que todos já sabíamos que morreria desde a sinopse. Mas em momento algum desmereceu o desfecho dos outros personagens. Todos eram pessoas muito boas, mas quando investigados, tinham feito coisas bem estranhas e até à margem da lei. E Linnet, que parecia ser tão esperta, na verdade era uma mocinha linda e mimada, muito inocente e que acreditava em todos em sua volta, o alvo mais fácil do universo para se pegar a fortuna.
E, cá entre nós, todos tinham a ganhar. Jacqueline ganhou a confiança de Simon novamente quando este lhe deu o perdão por ter atirado nele e a queria proteger a todo custo. Além disso, Simon era o único herdeiro de Linnet, mas jamais poderia dar um tiro na esposa que tanto amava, até porque ele mesmo tinha sido atingido na hora… O agente de Linnet era caçado por fraude e poderia perder sua carreira a qualquer momento que Linnet descobrisse que estava desviando grana dela.
Várias famílias naquele navio haviam sido prejudicadas pelas obras do pai de Linnet, que a moça levou adiante, achando que tava certo e sem se preocupar com quem seria levado à falência nos negócios. Isso sem contar o tal fugitivo que poderia ter visto uma oportunidade. Foi preciso muita calma e esperteza por parte de Poirot para identificar o culpado que, cá entre nós, foi alguém que eu não esperava mesmo.
Confesso que fiquei chocada ao ler quem foi o culpado, e tamanha frieza pelo motivo do assassinato. Não direi quem é, apenas digo que, se não leu o livro, vocês terão uma baita surpresa e de queixo no chão.
Morte no Nilo
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna
Com relação ao livro em si, eu li a versão digital, então posso falar da diagramação. A capa foi a da L&M Pocket, que achei bem legal, por parecer um oásis. A história é toda narrada em terceira pessoa, mas fiquei perdida nas palavras ao constatar que era Português de Portugal; apesar de falarmos o mesmo idioma, tem muitas palavras com significados diferentes e às vezes eu ficava sem entender as expressões.
Mas fiquei bem incomodada mesmo foi com uns erros de digitação tão grosseiros que pensei duas vezes se comprava o livro físico para terminar a leitura, pois incomodavam bastante. Passar uma palavra outra, tudo bem, acontece. Mas várias e várias frases eu me perdia tentando entender o que tava escrito, já que muitas palavras estavam emendadas. Além disso, não sabia onde começavam os diálogos e acabava voltando as frases n vezes para tentar compreender a ideia, já que não tinha marcações que eles iriam começar. Já não sabia onde era a parte do narrador ou dos personagens, exatamente pela falta de revisão no texto, algo que me incomodou um bocado também. 😔
Eu comecei a ler livros digitais por serem uma opção mais em conta. Afinal, é bem mais fácil baixar livros, muito disponibilizados gratuitamente, o que é uma economia já que livros físicos são caros. Mas às vezes acontece de eu pegar versões sem revisão alguma e me incomoda pacas.
Com relação aos personagens e a história em si, apesar de parecer bastante com ‘Assassinato no Expresso Oriente‘, também já resenhado no antigo Geração Touch, eu gostei bastante do desenrolar do livro. Acabou que são semelhantes com relação aos primeiros detalhes, mas o final é um tanto diferente. Assim a rainha do crime acabou continuando a rainha para mim, mostrando sua criatividade mais uma vez. Só não dou nota máxima, porque me decepcionei com a diagramação do livro, então vou colocar em quatro estrelas, por ser da Agatha Christie.
Já tinham lido esse livro? E leitura coletiva, já participaram alguma vez? Como foi a experiência? Me contem aí! Até mais!
BEDA 2018

 

Postado por:

Hanna de Paiva

Gostou? Leia esses outros:

Livros para o Natal

Livros para entrar no clima de Natal

Olá meu povo, como estamos? O Natal está chegando […]

Melhores leituras de 2024

Melhores Leituras de 2024

Olá meu povo, como estamos? Continuando com a retrospectiva […]

Tags:

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *

Classificação de resenhas

Péssimo
Ruim
Regular
Bom
Ótimo

anuncie aqui