14 de April de 2018

Trilhas e Aventuras: Floresta da Tijuca

   Olá meu povo, como estamos? Hoje temos o quadro Trilhas e Aventuras, com o relato de nossa última trilha, desbravando a maior floresta urbana do mundo, a Floresta da Tijuca. Vem ver o que os Trilheiros Urbanos aprontaram! 😉

Trilhas e aventuras

Coberta pela Mata Atlântica no período colonial, a área do Parque foi utilizada primeiramente para a extração de madeira, para lavouras, como a de cana-de-açúcar e, depois, do café. O desmatamento de grandes extensões causou uma forte seca, o que levou o império a desapropriar terras altas próximas às nascentes com o objetivo de conservá-las. A partir de 1861 foi iniciado o plantio de mais de 100 mil mudas de árvores. Esse reflorestamento, aliado à regeneração natural da floresta, deu origem a uma nova cobertura vegetal que integrou remanescentes da mata atlântica e protegeu as terras das encostas e os mananciais de água. Em 1961, as Florestas Protetoras da União foram transformadas no Parque Nacional da Tijuca, e em 2004 após uma ampliação chegou ao seu formato atual.  

    Depois de criado o Trilheiros Urbanos, exploramos vários e vários lugares para fazer trilhas e a Floresta da Tijuca sempre ficava para depois. Isso por sei mais badalada, a mais comum e blá blá blá. Até que finalmente nos organizamos e decidimos conhecer o local.
   Fomos com a ideia inicial de  fazer apenas a trilha do Mirante da Cascatinha e depois o Pico da Tijuca, mas como todas, ou pelo menos a maioria das trilhas é interligada, acabamos conhecendo também a Cachoeira das Almas.
   Então, lá vamos nós:

1. Mirante da Cascatinha


Mirante da Cascatinha
Foto: Carol Melo/Mundinho da Hanna

   Essa é uma trilha intermediária, que temos acesso pela Trilha do Estudante, e levamos cerca de 40 minutos para subir tudo. Como estava num dia nublado (havia chovido no dia anterior), tinha bastante lama e a subida se torna um tanto mais complicada quanto mais alto vamos chegando. No entanto, a vista compensa, pois é maravilhosa. Nossa primeira parada nos deu uma vista panorâmica da Cascata Taunay. Ela tem esse nome por causa do antigo dono da área, o Visconde de Taunay.

Mirante da Cascatinha
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna

Mirante da Cascatinha
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna
Mirante da Cascatinha
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna
Mirante da Cascatinha
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna

Mirante da Cascatinha
Foto: Patrick Ladeia/Mundinho da Hanna
Mirante da Cascatinha
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna

   Exatamente pelo dia ainda estar nublado, a gente conseguiu ver muitas nuvens nos picos das montanhas e ficamos até com medo de pegar chuva pelo caminho de volta. Mas felizmente isso não aconteceu e voltamos sem problemas de lá. Mas uma dica para vocês que gostam de trilhas, levem uma capa de chuva na mochila, pois nunca se sabe quando vai cair uma pancada de chuva e vocês podem ser premiados. Além disso, fica meio complicado abrir um guarda-chuva no meio da mata… (rsrsrs)



2. Cachoeira das Almas


Cachoeira das Almas
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna

   A cachoeira das almas fica no meio do caminho para o Pico da Tijuca, então acabamos passando por lá também. Apesar de ser uma das poucas que podemos tomar banho, ela não é muito alta e o volume é relativamente baixo, mesmo tendo chovido antes. Ela tem 4m de altura e tinha uma família lá quando chegamos, então nem ficamos muito tempo por lá. Mas é uma trilha super tranquila, levamos cerca de 20 minutos para chegar lá, partindo do museu da Floresta da Tijuca.
  Ela tem esse nome meio sombrio, mas o significado nem é tanto assim. Na real, foram os escravos que batizaram o lugar, para cultuar os deuses deles, assim como no Vale das Almas que eles tinham na África.

Cachoeira das Almas
Foto: Erik Lourenço/Mundinho da Hanna
Cachoeira das Almas
Foto: Carol Melo/Mundinho da Hanna
Cachoeira das Almas
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna
Cachoeira das Almas
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna

3. Pico da Tijuca


Pico da Tijuca
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna

   Nossa terceira, mas não menos importante parada, foi o Pico da Tijuca. Para quem não sabe, ele é o segundo maior pico do Estado do Rio de Janeiro, a 685 m acima do nível do mar. E a trilha é cansativa, por ser pura subida, mas com os tempos de parada para descansar, levamos umas 2h para subir o trajeto todo, que tem no total 3,8 Km. Por ser bem alto, mesmo que você esteja no meio da floresta, é possível sentir a diferença na dificuldade, apesar da trilha ser considerada nível moderado. Assim como todas as trilhas que encontramos por lá, ela é bem marcada e contém trechos em recuperação.

Pico da Tijuca
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna

   E, mesmo movimentada, dessa vez quase tivemos um acidente no meio do caminho. Apesar de sabermos que aqui no Rio as trilhas tem uma fauna e que é possível encontrar com ela, normalmente damos de cara com os micos (principalmente os invasores), e tenho uma eterna luta para convencer as pessoas que não se deve alimentar os animais (quero saber quem diz que vida de biólogo é fácil, a gente trabalha até quando se diverte, rs). Mas dessa vez, tivemos um encontro inesperado com uma cobra durante a subida. Apesar de ser um filhote, ainda assim é preciso muito cuidado para não ser picado por ela. Foi uma situação bem complicada, mas no fim conseguimos passar sem grandes problemas. Na volta encontramos a que achamos ser a mamãe, mas felizmente, apesar do susto, não sofremos acidentes e estamos inteiros para contar a história.
  Voltamos cansados, anestesiados pelo susto na ida e na volta, mas foi uma vista incrível, que vence qualquer situação. A parte mais famosa da trilha é exatamente o final, onde tem uma escada e uma história inusitada…

Pico da Tijuca
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna

‘A trilha para o Pico da Tijuca foi aberta pelo biólogo alemão, Hermann Burmeister em 1853, para a realização de estudos sobre a fauna e flora local. Em 1855 o  administrador da floresta, Conde D’Escragmolle, sinalizou a trilha para facilitar o acesso de montanhistas ao local. Por conta da visita do Rei Alberto I da Bélgica, entusiasmado montanhista. Em 1920, o então presidente da República, Eptácio Pessoa,  mandou talhar na rocha, que dá acesso ao pico,  117 degraus e ainda colocou grossas correntes de corrimão para facilitar o acesso do monarca.A caminhada do Rei  aconteceu em 24 de setembro de 1920, um dia chuvoso.  A chuva e a lama fizeram atolar os veículos da comitiva do rei, na altura do local que hoje é conhecido como Largo do Bom Retiro. Nada de mais para um amante da natureza, como o rei, que desceu do carro e seguiu a pé  o restante do caminho e iniciou a subida da trilha com passos largos, deixando para trás a maior parte da comitiva  e jornalistas que cobriam o evento. Ao chegar perto do topo, ficou curioso com a escadaria e ao ser informado que ela foi feita para facilitar o seu acesso ao topo, riu-se e finalizou a caminhada escalando a pedra, dispensando a escada.Por volta das 15:00 o Rei e parte da sua comitiva chegaram ao Pico da Tijuca, onde apesar do dia nublado, ao contemplar a natureza a seu redor disse o monarca em voz alta: “O vosso país tem a  mais sedutora e empolgante natureza do mundo”.’ Fonte

Pico da Tijuca
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna

Pico da Tijuca
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna



4. Pontos extras


   Bom, para podermos passar para os acessos das trilhas, temos que chegar até alguns lugares que são pontos chaves no nosso mapa. Um deles é o Recanto dos Pintores. Lá, apesar do nome, não é um lugar onde fica um monte de pintores com seus tripés e telas. Na verdade é mais um lugar para piquenique e, por incrível que pareça, é permitido fazer churrasco também. Tem também o Lago das fadas, que fica no recanto e é um local bem tranquilo, ótimo para uma leitura ao ar livre e uma sessão de fotos… nem preciso dizer que aproveitamos e fizemos nosso humilde book, né?   😂😂
   E lá vamos nós!

Lago das Fadas
Foto: Erik Lourenço/Mundinho da Hanna

Lago das Fadas
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna

Lago das Fadas
Foto: Erik Lourenço/Mundinho da Hanna

Lago das Fadas
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna

Lago das Fadas
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna

Lago das Fadas
Foto: Carol Melo/Mundinho da Hanna

   Antes de chegarmos na entrada da trilha do Pico da Tijuca, passamos pelo Museu, que conta um pouco da história da reserva e de como foi o processo de reflorestamento. Além disso, tem jogos interativos, nos quais descobrimos as espécies que entraram em extinção a floresta e as que estão em risco. Então, além de ser um passeio saudável e ecológico, temos atividades de conscientização ambiental, o que também é ótimo. Lá também podemos parar para ir no banheiro, beber água e pedir informações.

Museu da Floresta da Tijuca
Foto: Carol Melo/Mundinho da Hanna

Museu da Floresta da Tijuca
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna

Museu da Floresta da Tijuca
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna

Museu da Floresta da Tijuca
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna

Museu da Floresta da Tijuca
Foto: Erik Lourenço/Mundinho da Hanna

Museu da Floresta da Tijuca
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna

Museu da Floresta da Tijuca
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna
Museu da Floresta da Tijuca
Foto: Carol Melo/Mundinho da Hanna

  Passamos também pela Capela Mayrink, que é uma das obras mais antigas e já mudou mais de dono e de padroeiro do que não sei o quê. Apesar de tudo, ela ainda tem missa uma vez por mês e é reservada para casamentos. Ótima pedida para quem quer um casamento fora dos padrões da cidade… 💖

A capelinha cor-de-rosa, no meio do bosque, a 460 metros de altitude, lembra uma casa de história infantil. Foi erguida em 1860 pelo banqueiro português Visconde de Souto dentro da fazenda de sua propriedade, na Floresta da Tijuca. A Capela é uma das atrações do Parque Nacional da Tijuca. Adornam o altar reproduções de painéis com imagens santas de Cândido Portinari. Os jardins, assim como a banheira do pátio, de mármore carrara e azulejos, com bica em carranca, foram idealizados pelo paisagista Roberto Burle Marx.

Capela Mayrink
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna

Capela Mayrink
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna

Capela Mayrink
Foto: Carol Melo/Mundinho da Hanna

   Voltamos já de noite para casa, cansados, mas felizes. Cheios de fotos e histórias para contar. Conseguimos desbravar mais uma trilha da nossa Cidade Maravilhosa, apesar dos pesares.

Mirante da Cascatinha
Foto: Carol Melo/Mundinho da Hanna

   Vocês já tinham ido na Floresta da Tijuca? O que acharam? Me conta aí!
    Até mais!

Postado por:

Hanna de Paiva

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