21 de May de 2019

Uma dobra no tempo

Olá meu povo, como estamos? Hoje temos a resenha do último livro que li, e só não li mais rápido porque tinha bastante coisa para fazer nesses dias, se não teria lido de uma tacada só. É um livro leve, bem amorzinho e que tem até filme. Estou falando de ‘Uma dobra o tempo‘, da autora Madeleine L’Engle.

 

Uma dobra no tempo
Foto: Divulgação

13/33

Livro: Uma dobra no tempo

Autora: Madeleine L’Engle

Editora: Harper Collins

Ano: 2017

Páginas: 212

Skoob | Amazon



Um clássico da fantasia e da ficção científica emerge!Era uma noite escura e tempestuosa; a jovem Meg Murry e seu irmão mais novo, Charles Wallace, descem para fazer um lanche tardio quando recebem a visita de uma figura muito peculiar.“Noites loucas são a minha glória”, diz a estranha misteriosa. “Foi só uma lufada que me pegou de jeito e me tirou da rota. Descansarei um pouco e seguirei meu rumo. Por falar em rumos, meu doce, saiba que o tesserato existe, sim.”O que seria um tesserato? O pai de Meg bem andava experimentando com a quinta dimensão quando desapareceu misteriosamente… Agora, com a ajuda de três criaturas muito peculiares, chegou o momento de Meg, seu amigo Calvin e Charles Wallace partirem em uma jornada para resgatá-lo. Uma jornada perigosa pelo tempo e o espaço. Uma dobra no tempo é uma aventura clássica, que serviu de inspiração para os mestres da fantasia e da ficção científica do mundo, agora adaptada para os cinemas pela Disney. Junte-se à família Murray nesta jornada, entre criaturas fantásticas e novos mundos jamais imaginados.

 

Uma dobra no tempo

A família Murry não é tida como uma das mais normais na cidade onde vivem. O casal de cientistas, Sr. e Sra. Murry, são bastante reclusos e fazem suas pesquisas em casa, como uma forma de ficarem mais perto de seus quatro filhos. No entanto, as coisas não saíram muito bem como imaginaram.

Meg é a mais velha e a mais esquisita na escola onde estudam. Todos a chamam de lerda, inclusive os professores, que sempre acham que ela está zombando da cara deles, por resolver problemas matemáticos de forma diferente da que eles ensinam e julgam ser a única forma correta. Por responder os professores a altura toda vez e ser motivo de chacota perante os outros alunos, ela sempre vai parar na sala do diretor, que sempre lhe dá uma bronca e diz que tudo isso é culpa dos pais. Sim, de acordo com todos na cidade, inclusive o diretor, pais muito inteligentes quando tem filhos, estes costumam ser lerdos como Meg. (Sim, é nesse nível que um direto conversa com seus alunos nesse livro).
Denys e Sandy são os gêmeos e os irmãos do meio. São os únicos “normais” na casa. Que sempre fazem tudo o que os professores mandam, como eles mandam, e ainda são os mais descolados da escola. Enquanto Meg toma mais e mais broncas por sua dificuldade na escola, os gêmeos só faltam ser colocados num pedestal. E Charles Wallace é o mais novo, mas também já motivo de chacota na cidade, por ser o “mais lerdo de todos os irmãos Murry”, já que está quase em idade escolar, porém não fala uma única palavra. No entanto, o que os fofoqueiros de plantão não sabem é que Charles Wallace não apenas fala, como fala pelos cotovelos e é mais inteligente que os pais juntos.
Apesar de ter uma vida monótona e sofrida na escola, Meg sofre mais ainda pelo sumiço sem explicação do pai. Assim como seus irmãos, seu pai, o Sr. Murry não foge dos comentários maldosos dos vizinhos, que dizem quem ele ficou doido e sumiu por aí, de tanto estudar e trabalhar para o governo. O próprio governo, que o contratou para um projeto secreto, o enviou em missão para testar sua descoberta, uma suposta forma de viajar pelo espaço de forma rápida, que culminou num sumiço sem explicação até para eles, que preferem manter o sigilo para as demais autoridades sobre o paradeiro do cientista.

 

Uma dobra no tempo
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

 

A Sra. Murry, por sua vez, tenta não transparecer a saudade que sente do marido, sendo boa mãe e cuidando dos seus experimentos enquanto espera que seu marido apareça, já que só ela sabe no que ele se meteu e espera de coração que ele esteja vivo e volte para casa. Tudo corre na mesma rotina por anos, até que Charles Wallace afirma que fez amizade com uma senhorinha estranha, que mora numa casa abandonada no meio do mato.
De uma forma beeeem inusitada, essa senhorinha vai parar na casa dos Murry, e afirma que sabe onde o pai das crianças está e que acha que pode resgatá-lo. Mas para isso, ela escolhe os filhos mais “desajustados” para essa missão: Meg e Charles Wallace. Embora sejam os patinhos feios para a sociedade dita normal, eles são perfeitos para a missão que não apenas a senhorinha amiga de Charles, mas outras duas irmãs dela tem para a Terra, na qual o pai deles está envolvido.

 

“Estou dormindo; estou sonhando. É um pesadelo. Eu quero acordar. Me deixem acordar.”

 

Essa senhorinha tem um nome mega complicado e atende apenas por Sra. Quequeé, e suas irmãs são Sra. Qual e Sra. Quem. Elas irão guiar os irmãos, junto com um rapaz, o Calvin, que também é considerado desajustado por ele mesmo. Apesar de não conhecer a família Murry, Calvin sente que precisa fazer parte dessa missão, fato concedido pelas irmãs Sra. Qual e Sra. Quem. Assim, os três entram numa aventura inesquecível, com muita ciência e luta contra o mal.
Bom, eu já sabia da existência desse livro tem um tempo, ainda mais quando ele ficou famoso com a adaptação da Disney para as telonas. Acontece que eu demorei um bocado para ler, com minha lista de leitura sempre enooooorme (rsrsrs). Quando finalmente tive a oportunidade de ler a história, eu já sabia que era voltada para o público infantil, mas isso não me impede de ter minhas ressalvas com relação à história em si.
Bom, para começar, tanto Meg quanto Charles Wallace são chamados de lerdos o tempo quase inteiro. Isso me incomodou um bocado. Principalmente porque a Meg acredita firmemente que é “lerda”, já que todo mundo fala, então ela só pode ser aquilo mesmo.

 

Uma dobra no tempo
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

 

Na realidade, Meg nunca enxergou que é um gênio, assim como seu pai na matemática. Ela nunca se conformou com a forma que os professores passavam a resolução dos exercícios e sempre achava uma forma mais fácil para ela de resolver os problemas do dever de casa. Ao notar isso, era muito mais fácil que os professores a chamassem de lerda, para dar corda à chacota dos alunos de sua turma, do que entenderem que a menina tem um meio de raciocínio diferente e merecia ser estimulada de outra forma., ainda mais sabendo quem são os pais dela. Isso já me incomodou. Mesmo sabendo que a história original foi escrita em 1963, eu me senti incomodada com essa linha de pensamento.
Charles Wallace, por sua vez, tem uma inteligência fora do normal, acho que tem poderes telepáticos, pelo que se fala das capacidades dele, porém nunca foi mencionado o dom que realmente ele tem. No entanto, apenas sua mãe e Meg sabem e estimulam em casa. No entanto, as pessoas das casas  ao redor não ouvem um pio que sai de sua boca, e o chamam de lerdo por não saber falar. Mas na real, na cabeça de Charles Wallace, as pessoas é que são lerdas demais para compreender o que ele tem a trazer ao mundo, e prefere ficar calado a falar para o vento… Na minha opinião, esse menino deu foi um tapa na cara da sociedade da época com a personalidade dele e não se deixa abalar tão facilmente quanto Meg.
As senhorinhas, Sra. Quequeé, Sra. Qual e Sra. Quem, são na realidade seres que estão na forma humana apenas para recrutar seus escolhidos para a missão de recuperar a Terra da Coisa Escura, que faz com que as pessoas sejam más. Elas não tem uma palavra que as definam, mas dá-se a entender que sejam estrelas, já que uma tem a forma de um centauro, que seria a constelação de Sagitário…
De uma forma bem lúdica, a autora colocou os personagens em missão através, literalmente, do tempo e do espaço, já que elas precisam fazer uma dobra no tempo para viajarem e encontrar o pai deles. Essa dobra no tempo, eu achei legal, pois se fala de alguma teorias da Física, onde se alcançaria a quinta dimensão, coisa jamais pensada pelo Homem até então. Isso dá um toque de ficção científica, ainda mais que a autora brinca um bocado com os planetas que são bidimensionais, tridimensionais, e por aí vai. São conceitos bem legais de tratar em filmes e séries sci-fi, como Star Trek por exemplo.

 

Uma dobra no tempo
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

 

Mas eu nunca tinha visto num livro infantil, e isso deu uns pontinhos para o livro, que tratou do assunto, literalmente desenhando, e ficou algo fenomenal até para mim, já adulta, porém sem entender muito sobre esse conceito.
E assim partem os irmãos e o novo amigo Calvin nessa jornada. Eles vão parar em planetas completamente estranhos, porém o que dá a pista sobre seu pai é Camazotz, o planeta dominado por um ser chamado apenas de AQUELE. As crianças precisam enfrentar AQUELE sozinhos, usando sua inteligência, sua pureza e até suas fraquezas, para impedir que AQUELE domine as suas mentes e assim possam salvar o Sr. Murry.

“[…] Eu mesma terei que me salvar. Tenho que resistir ÀQUELE por conta própria. Será isso que eu tenho que AQUELE não tem?”

 

Por ser uma história infantil, é de se esperar que as coisas aconteçam de forma rápida. No entanto, acho que mesmo sendo com uma pegada infantil, as cenas poderiam ter sido melhor amarradas. Nas cenas onde tem mais ação, pensei “nossa, vamos ter um movimento aqui agora”. Aí terminava tão rápido, que eu nem entendia direito como as coisas foram jogadas ali no final do capítulo.
Por várias vezes fiquei meio perdida na história, já que as coisas davam uns saltos sem muita explicação, simplesmente aconteciam e pronto. Senti falta também de saber o que acontece com AQUELE no final, já que toda atenção se volta para os Murry e se vão ou não vencer o mal. Mas ninguém menciona como eles fazem isso, e nem o que acontece com o desfecho do vilão.

Mesmo sabendo que tem mais alguns livros na série, acho que faltou um ganchinho ali, pelo menos para deixar a gente curioso… Mas o personagem simplesmente some. Assim como a família Murry simplesmente aparece, de uma forma inexplicada, ilógica, e sem sci-fi algum.

Apenas aparece e “oba, felizes para sempre, fim!”. Fora que não explica o motivo de Calvin sentir tanto que merecia estar ali e nem o que acontece com ele no final… Simplesmente some, assim como AQUELE… Puf! Acabou a história. 😐

 

Uma dobra no tempo
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

 

“Mas Hanna, é um livro infantil, você mesma disse. Não seja exigente.” Ok, ok, é um livro infantil, super bem feito e achei genial a ideia de colocar conceitos científicos bem lúdicos para crianças de 8 a 80 anos entenderem. mas esperava mais (me julguem). Além disso, são misturados alguns conceitos científicos e religião juntos, já que fala sobre Jesus em alguns pontos, mas só para dizer que Ele lutou contra a Coisa Escura quando veio à Terra. E depois não tem mais explicação a respeito da Coisa Escura, nem se as crianças venceram o mal.
Com relação ao livro, a Harper Collins está de parabéns, pois a edição está incrível. Um livro de capa dura, com uma edição toda fofinha e com um preço acessível. Foi a combinação perfeita e ganhou meu coração. 💓
Na capa, não tem muitos detalhes, apenas o título e uma menção ao espaço sideral. Mas as letras do título estão em alto relevo, o que dá um charme todo especial ao livro. Além disso, achei lindo que todo capítulo é separado por uma folha escura, representando não sei se a Coisa Escura, mas a ideia ficou bem maneira.

A história é toda narrada em terceira pessoa, e como é um livro mais infantil, os capítulos são bem curtinhos e com bastante diálogo. Apesar das cenas não serem bem amarradas, a mencionadas no texto são bem detalhadas, então a gente se sente junto com a Meg nos lugares.
A edição, apesar de ter capa dura, ficou super levinha. Então carreguei comigo na mochila sem problema algum. O que é ótimo, já que sou a mestre em carregar “tijolinhos” por aí. (rsrsrs) A revisão do texto está perfeita, a fonte do texto é bem legível, as folhas são de fácil passada e em papel pólen, o que é uma maravilha na hora de ler, sem refletir muito a luz do ambiente na minha vista.

 

Uma dobra no tempo
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

 

Uma dobra no tempo
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

 

Apesar de não me agradar muito como eu gostaria, foi uma leitura leve, divertida em alguns pontos, em especial nas confusões entre as Sras. Quem, Qual e Quequeé (ainda gostaria de saber o motivo desses nomes, rsrs). Além disso, a edição está linda e vai ficar uma graça na minha estante. Fora que é um livro infantil, já anunciado logo de cara, quando lemos a sinopse. Então darei 4 estrelinhas, afinal, se eu fosse criança, estaria agora esperando a Sra. Quem ou Quequeé aparecer e me enviar numa missão pelos planetas afora, admito.

 

 

Agora falta conferir o filme, para ter uma opinião mais completa depois. Se por acaso vocês não viram o filme também, aqui está o trailler, para vocês terem o gostinho, embora eu já tenha notado um monte de coisa diferente do livro, só por essas cenas (rsrsrs):

 

 

Para quem não conhece a autora:

Madeleine L'Engle
Foto: Divulgação

 

Madeleine L’Engle nasceu em Nova Iorque. Com o livro A Wrinkle in Time (1962), com muita sensibilidade e maestria, criou uma saga multidimensional, que ultrapassa todas as barreiras da realidade, numa aventura épica e mitológica. Madeleine faleceu em 2007 deixando mais de sessenta títulos. 

 

Ah, esse livro faz parte de dois projetos: #leiamulheres e #desencalhandodaestante, em parceria com as meninas do MãeLiteratura e Pacote Literário. E, para quem quiser adquirir não apenas ‘Uma dobra no tempo’, mas os demais livros da série, estão disponíveis nos links abaixo. Lembrando que comprando por eles, vocês ajudam o blog a ganhar comissão, sem alterar em nada o valor da compra de vocês. 😉

 

Uma dobra no tempoUm vento à porta | Um planeta em seu giro veloz |
Muitas águas | Um tempo aceitável 

 

Já leram esse livro? E o filme, já conferiram também? Bora conversar!

 

Postado por:

Hanna de Paiva

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