Olá meu povo, como estamos? Hoje temos mais uma leitura participante do projeto #
12livrospara2022, em parceria com as meninas do
MãeLiteratura e
Pacote Literário. Para o mês de maio, o tema era “
Um Livro Publicado em 2021” e o mais votado por vocês foi ‘Procure nas Cinzas’, de Charlie Donlea.
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Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna |
25/24
Livro: Procure nas Cinzas
Autor: Charlie Donlea
Editora: Faro Editorial
Ano: 2021
Páginas: 356
O ataque terrorista às Torres Gêmeas do World Trade Center chocou o mundo vinte anos atrás, mas, para uma família, esse atentado teve um gosto mais amargo. A destruição dos edifícios deu fim à vida de Victória, a principal suspeita de um crime brutal ― sem que ela tivesse a chance de se defender. E sua irmã, Emma, ainda tinha um assunto pendente: naquele momento extremo, pouco antes de o prédio desabar, Victoria conseguiu realizar uma última ligação pedindo que Emma a ajudasse a provar sua inocência. O caso fica abandonado por duas décadas, até que a evolução das técnicas forenses possibilitou a identificação do DNA de uma das vítimas dos ataques ― justamente da mulher que foi considerada culpada pelo assassinato de um conhecido escritor. Avery Manson, uma famosa apresentadora de TV, vê no caso uma oportunidade de alavancar ainda mais a sua carreira. Seu faro jornalístico a leva até Emma, e ela decide fazer o que for preciso para reabrir o caso, expor as falhas da polícia e descobrir se Victoria era ou não inocente. Avery não imaginava que seria preciso remontar um complexo quebra-cabeça para se chegar à verdade. E ela própria guarda também muitos segredos que, na busca insaciável por conseguir uma ótima história, podem ser expostos e destruir todo o sucesso que conquistou. Para quem ama os clássicos de Agatha Christie ou adora suspenses e personagens misteriosos e envolventes. Procure nas cinzas, lançamento da Faro Editorial, cria um emaranhado de tramas e personagens interessantes, capazes de tudo, e que irão fisgar os leitores até as últimas páginas.
2001 foi um ano marcado nos Estados Unidos. Todos os jornais só falavam sobre o caso Cameron Young, um autor famoso, brutalmente assassinado pela amante, Victoria Ford.
O caso estava prestes a ir para julgamento, ganhando cada vez mais destaque na mídia, especialmente por conta da promotora responsável pelo caso. Porém, tudo foi esquecido, quando o 11 de Setembro marcou a morte de milhares de pessoas, incluindo a acusada.
Agora, 20 anos mais tarde, a equipe de Livia Cutty identificou vestígios de DNA de Victoria, fazendo o caso voltar à tona. Sua irmã, Emma, jura que a irmã é inocente e foi condenada injustamente. E só reafirmou, mesmo passado tanto tempo.
Avery Mason, a jornalista e apresentadora do American Events, resolveu investigar o caso e levar a público a dúvida que ficou esquecida: Victoria Ford realmente matou seu amante? Só interpretando nas entrelinhas para saber.
“Avery não sabia que elas trariam muito mais perguntas do que respostas.”
Nossa, acho que tive uma overdose de Charlie Donlea dessa vez (rsrsrs). Mal li ‘
Nunca Saia Sozinho‘ e já estou aqui com mais uma obra do autor.
Mas foi até bom ter lido em sequência, pois alguns personagens citados de livros anteriores aparecem aqui, e não fiquei perdida com as informações.
Assim, conhecemos a protagonista Avery Mason, a jornalista e apresentadora que ficou famosa após a morte de Mack Carter. Mesmo que ele não esteja mais lá, ela sofre bastante com comparações e parece nunca sair da sombra de Mack. Isso a incomoda profundamente e ela quer ficar conhecida por também ter conteúdos bombásticos na TV. Por isso, não hesita em em levar ao ar os casos mais inusitados, para que o público se choque e não deixe de assistir.
Um desses casos é sobre Victoria Ford, uma das vítimas do 11 de Setembro, que foi identificada recentemente entre os escombros do prédio. Avery queria contar a história da moça, para comover sua audiência, e fazer se lembrar (se é que esqueceram) do dia mais chocante que tiveram no país.
No entanto, ao pesquisar sobre Victoria, Avery descobre que a vítima era acusada de outro caso bastante famoso, mas que foi abafado por motivos óbvios (o ataque terrorista). Como uma profissional que busca a verdade para contar, a jornalista começa a investigar mais a fundo sobre o caso Cameron Young.
Sua investigação acende o alerta do FBI, pois o caso foi marcado para todos os lados da moeda, incluindo o detetive responsável na época. Walt Jenkins era jovem e estava começando a trabalhar pela Polícia de Nova York, quando foi designado para cuidar do caso Cameron Young. Por ser um autor famoso e ter muito destaque na mídia, ele sofreu bastante pressão para encerrar o caso logo.
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Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna |
Mas, com a morte da acusada, o jeito foi encerrar o caso como dava e arquivar. Hoje, morando numa cabana distante na Jamaica, Walt ainda se lembra perfeitamente dos bastidores do caso, que ainda lhe atormentam.
E pensa na sua surpresa ao ser contatado pelo seu chefe do FBI, alegando que o caso tinha voltado à tona e que ele estava sendo escalado para trabalhar como consultor para o American Events. Talvez essa seja sua chance de lutar contra seus demônios do passado e enfim, ter um pouco de paz… ou não.
Na sinopse diz que os fãs de Agatha Christie certamente gostarão de ‘Procure nas Cinzas’, por ser algo parecido. Para falar a verdade, eu gostei bastante da dinâmica desse livro, mas em momento algum achei parecido com algum clássico da rainha do crime.
Acho que sim, o autor está começando a brilhar e está melhorando, mas não tem comparação dos seus livros com os da autora. Aqui vi claramente apenas Charlie Donlea criando seu espaço na literatura. O que é muito bom, por sinal.
O que talvez lembre os mistérios mais clássicos seria a questão do passado dos protagonistas, que se cruzam de uma maneira um tanto clichê, mas que funcionou. Avery e Walt tiveram uma boa química e gostei deles juntos. Cada um, ao seu modo, consegue enxergar nas entrelinhas os furos da investigação de 20 anos atrás e acabam envolvendo o leitor junto.
Me vi criando várias teorias, especialmente sobre o passado de Avery, que também não é nenhuma santa. Conforme vamos lendo, vemos que ela também tem um passado pelo qual não se orgulha, e voltar para Nova York não é apenas doloroso, mas também vergonhoso e um perigo para a nova vida que conseguiu criar.
“Era por isso que era tão difícil conhecer novas pessoas: descobrir o quanto de verdade revelar sobre si mesma e o quanto esconder.”
Ela vê em Victoria talvez uma válvula de escape, seja para seus demônios, seja para fazer justiça por alguém, ainda que décadas depois. Assim, agarra com unhas e dentes o caso, e não descansa até descobrir a verdade. Victoria era uma aspirante a escritora, mas trabalhava em outra área, pois tinha medo de publicar os livros e dar errado.
Mas isso não impedia que ela tivesse contato com outros autores. Casada com um corretor de imóveis, caiu como uma luva terem vendido uma casa exatamente para Cameron Young, um autor que estava se tornando best-seller.
A venda se tornou amizade e, depois, adultério. Cameron e Victoria tinham um caso em segredo, debaixo do nariz de seus respectivos cônjuges. Ao menos, era o que pensavam. Quando Cameron é encontrado morto, numa cena assustadora e, ao mesmo tempo, íntima demais, não dá mais para esconder o óbvio.
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Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna |
Todos se tornam suspeitos, desde a amante até os que foram traídos. Tudo aponta muito facilmente para Victoria, tão na cara, que chega a ser suspeito.
Walt estava em início de carreira e queria mostrar serviço. Por sua vez, o caso caiu na mão de uma promotora que era famosa por resolver casos rápido demais. Sua taxa de condenações era alta, e ter um caso na mão dela era certo de que Victoria seria considerada culpada.
“O amor ou a lei. Os dois únicos problemas do homem nesse mundo.”
O que realmente aconteceu. Enquanto ela tentava recorrer, sua vida foi ceifada e o caso esquecido. Afinal, para que mexer nisso, se já estava resolvido e todo mundo morreu mesmo? Porém, para Avery as coisas não funcionam assim. E, com pitadas da série ‘Arquivo Morto’, ela começa a fazer um trabalho de detetive muito bom, por sinal.
Walt acaba voltando à cena, em parte para ver onde ele possa ter errado, mas também para ficar de olho em Avery e garantir que ela andasse na linha. Mas esses dois acabam descobrindo que tem mais coisas em comum do que imaginam e, sinceramente, nunca imaginei que leria uma obra de Donlea com pitadas de romance.
E ainda ficou bem colocado, sem parecer vulgar ou exagerado. Para quem fez isso pela primeira vez, acertou na mosca. Me senti envolvida tanto pelo casal, quanto pelo caso em si, que a cada página parecia ter mais um nó apertado para ser desatado.
Criei várias teorias, tanto sobre o caso de Cameron, quanto sobre o do passado dos detetives. E fui feita de trouxa em ambos! O autor me surpreendeu dessa vez, com um livro bem amarrado, crível e desfecho digno, com emoção até a última página.
Tem pitadas de romance, ação e mistério do início ao fim. O próprio caso de Victoria não é confiável. O tempo todo me vi questionando se ela tinha mesmo assassinado o amante ou se foi acusada injustamente.
E, independente do que fosse, era um crime perfeito, pois ficou tão bem amarrado, que mesmo depois de 20 anos e tecnologia mais avançada, ainda tinham dúvidas pairando no ar a respeito. A minha ressalva é sobre a Livia Cutty, que brilhou tanto em livros anteriores, mas aqui não passou de mera coadjuvante.
Sei que o foco deveria ficar mais em Avery e Walt, mas gostaria que Livia tivesse aparecido um pouco mais, especialmente por ela também ser uma excelente detetive amadora. Além disso, tem um ponto interessante nesse livro, que talvez tivesse passado batido por muitos leitores.
Mas lendo com olhos mais maduros sobre isso, percebi que Donlea deu uma alfinetada no mercado de trabalho, no quesito salário das mulheres. Isso porque Avery quer sair da sombra do Mack, um dos apresentadores mais bem pagos da emissora. Porém, mesmo que ela fizesse um trabalho espetacular e ainda tivesse uma audiência maior, os executivos só queriam lhe pagar a metade do que ofereciam ao antigo apresentador.
Isso é um assunto delicado, especialmente por ser um homem escrevendo. E, não sei até que ponto ele pesquisou sobre isso, se conversou realmente com mulheres, mas ele conseguiu desenhar bem o retrato da revolta da personagem ao receber a proposta absurda. Mas gostei de ver que ela batia o pé e não aceitava menos do que tinha pedido. E ainda falava que era subvalorizada, mesmo assim.
Mesmo vendo o quanto ela tinha conseguido negociar, eu concordo com a Avery, pois esse é o retrato de muitas outras mulheres, independente da área. E achei interessante que um autor apontou isso, talvez não de modo aprofundado, pois não fazia parte do escopo da trama, mas deu umas alfinetadas interessantes, que dão margem para muitas discussões depois.
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Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna |
Juntando tudo isso, foi uma leitura muito boa, que gostei bastante e recomendo. Falando sobre o livro, eu não gostei muito foi da edição que comprei. Ela não é econômica, mas foi tratada como se fosse. A capa segue o padrão de todas as outras, sempre com uma mulher na capa e as letras em alto relevo.
As páginas são grossinhas e amareladas, que deixam a leitura mais confortável. A revisão está bem feita, mas a diagramação deixou muito a desejar. Lá pela parte mais interessante do livro, me senti mais incomodada com as páginas fora de ângulo e sem margem, o que me incomodou bastante e deixei de prestar atenção na trama, para ficar reparando no livro mal impresso. Apesar de não ter afetado a nota final do livro, pois eu avaliei mais a trama, achei um deslize muito feio da editora ter deixado esses detalhes passarem assim, especialmente vindo de um autor que está se tornando dos mais vendidos no país.
Esse é o resultado parcial do projeto, com as leituras feitas até o momento.
E aí, já tinham lido alguma obra do autor? Conhecem esse livro? E gostam de livros que falam de casos envolvendo livros? Me contem aí!
Leyanne
Oie, eu também prefiro ler um atrás do outro quando há referências haha. Esse tem uma proposta muito boa, preciso começar a ler os livros do autor.
Bjs
Imersão Literária
Alessandra Salvia
Oi Hanna,
Nossa, você é a primeira pessoa que vejo falando mal da edição da Faro, porque geralmente eles são bem atenciosos e cuidadosos, mas este especificamente como não li ainda, não posso comentar nada!
Está na minha lista, porque gosto bastante do Charlie.
beeeijos
http://estante-da-ale.blogspot.com/
Hanna Carolina Lins
Faz bastante diferença ler os livros seguidos. Agora vejo isso, hehe. E recomendo a leitura, depois me conta o que achou?
Hanna Carolina Lins
Pois é Ale, eu também gosto bastante das edições deles, mas esse estava assustador. Espero, de coração, que tenha sido apenas um problema de tiragem e que os outros tenham vindo com a edição certinha.
Sil
Olá, Hanna.
Você comprou o livro novo? Porque minha edição está perfeita. Fiquei aqui pensando se não comprou a prova do livro que algum parceiro recebeu. Porque teve 50 parceiros que recebeu antes, mas não era o livro finalizado ainda. Quanto ao livro, eu descobri uma das coisas, o resto fui enganada pelo autor hehe.
Prefácio
Hanna Carolina Lins
Oi Sil, era o livro novo sim, comprei na Black Friday até. Fiquei bem chateada, por sinal, mas deu para ler o livro de boas.