Olá meu povo, como estamos? Hoje eu trago a resenha de ‘Alguém que Você Conhece’, um thriller que conheci muito por acaso, mas que promete tirar o fôlego.
Livro: Alguém que Você Conhece
Autoria: Shari Lapena
Tradução: Diogo Henriques
Editora: Record
Páginas: 304
Ano: 2023
Formato: Digital (Disponível no catálogo do Kindle Unlimited até o momento)
País: EUA
Nota: 4/5
Em um pacato bairro, todos se conhecem. As famílias são simpáticas e prestativas; as mulheres participam do mesmo clube do livro, os maridos estão sempre juntos nos fins de semana e, como pais, todos compartilham das mesmas dificuldades de criar os filhos. É para esse ambiente acolhedor que o jovem casal Amanda e Robert Pierce decide se mudar. Dona de uma beleza avassaladora, Amanda atrai olhares por onde passa. Robert também desperta a fantasia de algumas donas de casa, mas parece completamente devotado à mulher. Então todos ficam chocados quando ele vai à delegacia relatar o desaparecimento da esposa, depois de ela não retornar de uma suposta viagem com uma amiga.
O que muitos não imaginam é que, dentro de cada casa daquela sossegada vizinhança, depois que a porta é fechada, nada é o que parece. Todos têm algo a esconder: Olivia e Paul Sharpe sabem que o filho adolescente anda arrombando a casa dos vizinhos; Beck e Larry Harris não estão sendo mais tão sinceros um com o outro; Glenda e Keith Newell enfrentam dificuldades em lidar com o vício do filho de dezesseis anos; Amanda e Robert não formam nem de longe um casal perfeito. Mas a única pessoa que parece abalada é Carmine Torres, uma nova moradora, que fará de tudo para descobrir quem invadiu sua casa.
Mas a paranoia se instala mesmo no bairro quando o corpo de Amanda é encontrado pela polícia. Ela foi brutalmente assassinada. Quem poderia tê-la matado? Será que alguém entre eles sabe mais do que está contando?
A pacata vizinhança de Aylesford está vivendo tempos sombrios. Amanda Pierce, uma linda e jovem moradora do bairro, desapareceu repentinamente. O marido, Robert, se mostra bastante preocupado e decide notificar o ocorrido para a polícia local.
Os detetives, a princípio, acham que é algo simples e nem se trate de desaparecimento propriamente dito. No entanto, conforme mais evidências surgem, o caso toma proporções maiores e se torna a fofoca da vez entre os vizinhos.
Isso porque o que parecia ser um caso de separação e fuga do lar se transforma em assassinato e todos que conheciam o casal são suspeitos, a começar pelo próprio viúvo. A investigação avança e, conforme as pessoas contam suas versões, é possível perceber que alguém está sempre mentindo muito bem e podem ser verdadeiros lobos em pele de cordeiros.
Eu sempre ouvi falar muito bem das obras da Shari na internet. Mas até então, nunca tinha dado uma chance aos trabalhos da autora. Quando vi que ‘Alguém que Você Conhece’ estava no catálogo do Kindle Unlimited, decidi dar uma chance, até porque vi algumas opiniões e fiquei curiosa.
A narrativa é em terceira pessoa e mostra um ângulo mais geral dos fatos. No entanto, existe uma narrativa paralela, em primeira pessoa, pelo ponto de vista dx assassinx, mostrando o que se passava na sua cabeça antes, durante e após o crime. Com capítulos curtos e uma escrita fluida, fui facilmente fisgada pela trama e já nem queria saber de ler outro livro em paralelo até que este chegasse ao fim.
Tudo começa na vizinhança de Robert Pierce. Ele é um jovem advogado, lindo e bem sucedido, que chama atenção por onde passa. O mesmo se dá com sua esposa, Amanda, conhecida pelas roupas extravagantes e perfume forte.
O casal é relativamente novo no bairro e é bem recebido pelos vizinhos. Por conta disso, a notícia do desaparecimento e assassinato de Amanda choca a todos os moradores.
“Como é possível ensinar aos filhos o que é o certo e o que é errado, quando tanta gente em posição de autoridade se comporta tão mal o tempo todo?”
Robert é um recém-viúvo charmoso, mas que se torna recluso. Assim, quando ele sai na rua, as pessoas o olham com um misto de pena e curiosidade. Até porque a fofoca de que Amanda teria abandonado o lar já está forte demais e divide opiniões. Enquanto uns defendem o marido sofredor e querem levar para terminar de criar em casa, outros querem logo jogar o homem numa fogueira, já que é o principal suspeito de tudo.
Em paralelo a isso, somos apresentados aos demais personagens, como a própria Amanda, que podem fornecer pistas importantes e o leitor deve estar atento a tudo. Entre o elenco secundário, passamos boa parte do livro no núcleo da família Sharper.
Olívia e Paul são um casal já maduro, que lidam com as peripécias do filho adolescente, Raleigh, as quais estão tomando proporções perigosas e podem ter consequências graves. No entanto, mesmo que sejam uma família unida, eles conseguem esconder segredos graves entre si, os quais tem grande chance de serem revelados quando os detetives entram em cena.
Por sua vez, Becky e Larry vivem um casamento em decadência, sobrevivendo mais de aparências do que de verdades. Além disso, como o marido passa muito tempo longe de casa, sua mulher passa o tempo livre que tem (bastante por sinal) bancando a advogada do diabo e se metendo em todas as fofocas possíveis, semeando a discórdia por onde passa.
Carmine é uma viúva que, apesar da idade mais avançada, é uma das moradoras mais novas do bairro e está tentando se “enturmar”. Entretanto, todas suas tentativas são frustradas e só levam a personagem a situações constrangedoras e inconvenientes, a deixando ainda mais solitária.
Já Glenda e Keith são grandes amigos de Olívia e Paul. São aqueles típicos casais que querem que os filhos também mantenham os laços fraternos entre si, para manter a tradição das famílias. Embora os homens não levem tão a fundo a amizade, as mulheres cumprem bem o papel de aliadas.
Gostei bastante de ver a relação delas, que parece ser a única saudável desse livro todo. São companheiras, compreensivas e estão sempre segurando a mão uma da outra. Isso acaba sendo um ponto bastante positivo na trama, dando um ponto de equilíbrio diante de tudo que está acontecendo.
“Essa é a pior parte de ser mãe. Não saber se estamos fazendo a coisa certa, se devemos intervir ou dar um passo atrás.”
O assassinato de Amanda mexeu com todos no bairro, ao ponto de fazer com que os próprios suspeitos tentem agir como detetives amadores, o que complementa o trabalho dos profissionais.
Aliás, preciso tirar o meu chapéu para os investigadores Webb e Moen. São uma dupla com diferenças gritantes de idade e personalidade, mas mandam muito bem quando estão juntos. Nada passa batido por eles e me senti lendo um episódio das séries de investigação que gosto de acompanhar.
Webb é mais velho e casca grossa. Seus anos de prática o tornam praticamente uma águia, que não deixa nenhuma pista de fora. Por outro lado, Moen é uma novata, com olhar perspicaz e capaz de convencer qualquer um a confessar, sem esforço algum. Quando eles começam a marcar presença pelo bairro, todos ficam com medo e estão dispostos a apontar o dedo para o vizinho mais próximo.
Aos poucos, todas as fofocas vão sendo reveladas, as quais possuem pistas importantes e causando consequências. O mesmo se aplica à Amanda, que todo mundo parece ter uma relação de amor e ódio a cada capítulo. O que mostra que nunca conhecemos de verdade as pessoas com quem convivemos.
Comecei com pena de Amanda, depois fiquei com muito ranço e mudei de ideia novamente. Já Robert nunca me convenceu e eu só queria que ele sofresse combustão instantânea, que faria um bem para a humanidade.
Com o passar das páginas, percebi que queria queimar todo o elenco. Ninguém ali é 100% mocinho ou 100% bandido, mas as relações tóxicas às quais se submetiam só pelas aparências me dava nos nervos e eu queria era dar uns sacodes para eles acordarem para a vida.
Isso me fez ter uma lista de possíveis suspeitos, os quais eu fui criando teorias conforme as pistas apareciam. No entanto, a autora conseguiu me enganar direitinho e fui feita de trouxa com categoria.
Porém, mesmo sendo um desfecho eletrizante, não me emocionou como eu gostaria. Tive a impressão de que a autora queria causar demais e trazer um suspense com cara de Agatha Christie. O que ela conseguiu até certo ponto, mas a forma como ela lidou depois que o plot foi dado é o que decepcionou.
“Tinha sido uma noite boa, como nos velhos tempos. Se ao menos fosse possível voltar no tempo…”
Embora seja algo condizente com a leitura, a motivação dx culpadx não me convenceu o bastante. Eu acho que se outro personagem tivesse confessado, teria dado mais emoção e embasamento que a trama pedia. Além disso, senti que muitas peguntas foram dadas, mas as respostas não foram na mesma proporção, o que deu uma sensação de fofoca contada pela metade. Mas isso é questão de gosto e não desmerece a obra, a qual ainda recomendo.
Falando sobre o livro em si, eu li em versão digital e está bem diagramada. A revisão também é digna e deu uma experiência de leitura positiva. A capa é simples, porém objetiva, dando uma cara de poster de filme, que gostei.
Agora me conta, você já leu esse ou algum outro livro da autora? Já teve algum livro que te conquistou absurdamente, mas o final deixou a desejar? Me conta nos comentários.
Texto revisado por Emerson Silva
Fernanda rodrigues
Oi, Hanna!
Amei a resenha, mas confesso que tenho medinho de ler esse tipo de narrativa hahahaha
é sempre legal quando a gente encontra livros que nos levam nessa montanha-russa de amo-odeio-amo os personagens hehehehe
Mas uma pena que o final não foi convincente. Isso me deixa meio brava! hehehehe
Ah, qdo vier a SP, avisa! quem sabe a gente se vê!
Um beijo,
Fernanda Rodrigues | contato@algumasobservacoes.com
Algumas Observações
Projeto Escrita Criativa
Hanna de Paiva
Oi Fernanda, super te entendo em relação ao medo, viu? Eu também adoro quando fico nesse misto de emoções com os personagens, mas o final deixou bem a desejar, hehe.
Aviso sim, claro, =)