29 de February de 2020

Anjos e Demônios

Olá meu povo, como estamos? Hoje temos mais uma resenha de um livro que li tem tempos, mas que ficou gravado no meu coração até hoje. Estou falando de ‘Anjos e Demônios’, a primeira aventura do professor Roberto Langdon e segundo livro publicado de Dan Brown.

 

 

Anjos e Demônios
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

Livro: Anjos e Demônios

Autor: Dan Brown

Editora: Sextante (edição atual pela Arqueiro)

Páginas: 464

Ano: 2004

Skoob | Amazon

 

Antes de decifrar ´O Código Da Vinci´, Robert Langdon, o famoso professor de simbologia de Harvard, vive sua primeira aventura em Anjos e Demônios, quando tenta impedir que uma antiga sociedade secreta destrua a Cidade do Vaticano. Às vésperas do conclave que vai eleger o novo Papa, Langdon é chamado às pressas para analisar um misterioso símbolo marcado a fogo no peito de um físico assassinado em um grande centro de pesquisas na Suíça. Em Anjos e Demônios, Dan Brown demonstra novamente sua extraordinária habilidade de entremear suspense com fascinantes informações sobre ciência, religião e história da arte, despertando a curiosidade dos leitores para os significados ocultos deixados em monumentos e documentos históricos.

 

Anjos e Demônios

 

 

Apesar de sermos apresentados ao Professor Robert Langdon pela primeira vem em ‘O código Da Vinci’, sua primeira aventura pela história da arte internacional foi entre a Itália e o Vaticano, que nos é contada em ‘Anjos e Demônios’.
Já pensou que certas coisas que são passadas na religião podem ser provadas cientificamente? Para o físico Leonardo Vetra, padre católico e também pesquisador sênior do CERN (Conseil Európeen pour la Recherche Nucléare), na Suíça, era plenamente possível. Ele estava prestes a ganhar destaque no mundo com uma descoberta de grandes proporções. Eis que ele conseguiu isolar algo até então desconhecido, mas alvo da imaginação de muitos escritores de scifi: antimatéria.

 

“A boa ficção científica tem suas raízes na boa ciência.”

 

 

Alvo do imaginário dos fãs de Star trek como algo bom, a antimatéria também pode causar um grande desastre se estiver em mãos erradas. E, claro que nesse livro ela cairia em mãos erradas. Com uma descoberta desse porte, Leonardo passou a ter um alvo nas costas, o que realmente aconteceu logo no começo do livro, quando ele é brutalmente assassinado e a antimatéria some do laboratório.

 

 

“A antimatéria é a mais poderosa fonte de energia conhecida pelo homem. Libera energia com 100% de eficiência. […] Porém […] Um único grama de antimatéria contém energia igual à de uma bomba nuclear de 20 quilotons – o tamanho da bomba que caiu sobre Hiroshima.”

 

Anjos e Demônios
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna
A pessoa que assassinou Leonardo Vetra e roubou a partícula sabia o que estava fazendo. E mais,  sabia exatamente aonde ela iria explodir. O ladrão fez questão de deixar sua marca, para que todos soubessem quem era seu inimigo: Os Illuminati, uma ordem que por séculos foi inimiga da Igreja e travou inúmeras brigas.
Porém, a ordem estava extinta há séculos, ou era o que se pensava… E é aí que o professor Langdon entra, pois como um grande historiador da arte e melhor especialista em arte religiosa, só ele podia descobrir onde a antimatéria poderia estar.
Embarcamos nessa viagem incrível com o professor, que nos leva até as artes mais antigas de Roma e, também, do Vaticano, já que o alvo da antimatéria é o menor país do mundo, e também sede de uma religião que tem em sua história fatos sombrios, especialmente em relação com os Illuminati, que aparentemente, após séculos, busca vingança contra seus inquisidores.
Mas não basta apenas embarcar para a cidade que mais respira História e achar a bomba. Ela está no Vaticano, isso é fato, mas também o Vaticano está passando por um momento icônico: a escolha do novo Papa, já que  o anterior faleceu. O conclave por si só chama atenção, imagina agora com o Vaticano trazendo milhões de fieis para correrem risco com a explosão de uma bomba poderosa?
O CERN, Langdon e a polícia estão correndo contra o tempo, pois todo segundo é valioso e vidas estão em risco. Além disso, algo muito intrigante aconteceu, pois os quatro candidatos ao papado estão desaparecidos e ninguém pode começar as votações sem os candidatos. As coisas estão cada vez mais complicadas e Langdon precisa ser ainda mais rápido e preciso se quiser salvar a vida dos fieis e também a sua.
O assassino, sendo um suposto Illuminati, deixa pistas que apenas Langdon pode resolver, como desvendar os Caminhos da Iluminação, através do Vaticano e de Roma também. São esses caminhos que os levarão até a bomba. Mas antes precisam achar os cardeais sequestrados, que podem morrer a qualquer momento.
Assim, passamos por igrejas incrivelmente grandes, belíssimas, antigas e cheias de segredos. Afinal, muitos dos artistas e arquitetos que trabalharam nelas eram também cientistas que seguiam e defendiam ideias iluministas na época. Algo bem contraditório, mas que passou despercebido pela história por séculos, menos para os olhares de Langdon, atento a todos os detalhes possíveis.
Não apenas por fatos históricos e curiosidades sobre artes, temos as cenas de “tiro, porrada e bomba”. Afinal, nosso professor não sabe fazer passeios turísticos sem ser convocado para salvar o mundo de forma diplomática apenas (rsrsrs).
É um livro que te prende do início ao fim, por três motivos. O primeiro é que a receitinha de bolo do tio Brown ainda estava bem das pernas nesse livro, então os fatos que levam às cenas são bem detalhados e você viaja junto com os personagens pelas ruas estreitas de Roma, com as fontes e tantas obras de arte, que passam despercebidas por nós se não prestarmos atenção.
O segundo é que logo no começo de sua carreira, o autor gostava de enveredar por fatos polêmicos de nossa sociedade como um todo. Então nesse livro ele dá umas alfinetadas em fatos obscuros que a Igreja sabe que são verdade, mas que não curte comentar. Isso gera muitos debates até entre os leitores.
Além disso, é sabido que algumas coisas que acontecem aqui são baseadas em fatos reais, já que o autor é casado com uma historiadora e tem toda uma pesquisa sobre fatos curiosos e até macabros da Humanidade, mas isso acaba dando gatilho para os fãs da teoria da conspiração. Exatamente o que aconteceu com a suposta volta vingativa dos Illuminati na época do lançamento do livro.
São essas características, mais os cenários que ele usa que acabam tornando os livros verdadeiros guias turísticos diferentões, já que os roteiros são cheios de adrenalina no fim das contas.

“Robert Langdon não duvidava que o caos e a histeria que se alastraram pela Praça de São Pedro naquela ocasião tivessem suplantado tudo o que o Vaticano já vira.”

 

Anjos e Demônios
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

  
 

Claro que notícias como essas não iam ficar escondidas por muito tempo. Além disso, o fato dos Illuminati voltarem traz de volta segredos que a própria igreja estava guardando, que tem a ver inclusive com a morte do Papa anterior e o impedimento do conclave. São esses mistérios que trazem toda uma ação no livro, quando você pensava que já tinha lido tudo o que podia saber a respeito e tentar saber quem é “o culpado”.
E, cá estamos num terreno bem perigoso de andar, já que os Illuminati eram não eram guerreiros, como se poderia pensar, ou trariam a tal da “Nova Ordem Mundial”, como os teóricos da conspiração gostam de anunciar. Os Illuminati eram na verdade uma sociedade de cientistas, que só queriam mostrar suas descobertas ao mundo e trazer a luz do conhecimento ao povo.
Ciência e Religião debatem desde que o mundo é mundo e isso traz consequências bem grandes, especialmente agora. Imagine um padre e também cientista, como Leonardo Vetra, que traz ao mundo uma descoberta que pode causar a ruína da Igreja?

 

“Langdon passara sua carreira estudando história religiosa e, se havia um tema recorrente, era o que afirmava que ciência e religião haviam sido desde sempre como óleo e água, arqui-inimigas, nunca se misturavam.”

 

Não apenas o mistério e toda a corrida contra o tempo, mas há aqui um grande debate sobre o tema Ciência x Religião. Serão sempre contraditórias? Até que ponto você se torna um fanático religioso,  chegando a desejar a destruição de tudo o que contradiz o que outras pessoas defendem, porque você acha que é pecado? Até onde as pessoas são amigas ao ponto de respeitar crenças, sem envolver mortes? Até que ponto você tem que defender sua religião, caso tenha uma? E por que não aceitar fatos cientificamente comprovados? Por que não olhar as situações de ambos os lados, antes de tirar suas conclusões e achar que apenas o seu lado é o certo?
São situações como essas que facilmente vemos nos jornais ainda hoje, como guerras religiosas, onde pessoas se matam para provar que apenas a religião delas é a certa. Onde cientistas são caçados por exporem suas descobertas e são alvos de desmonte promovido por uma política que não concorda com pesquisas e ainda os chamam de mentirosos.
Logo, Langdon ganha uma fama que até então não pensava em ter. Mas foi essa fama que o levou para outras aventuras, já que ele é sempre lembrado como o historiador da arte que desvendou o mistério da bomba e encerrou o caso de terrorismo no Vaticano. E, mais do que isso, Langdon levanta muitos dos questionamentos que coloquei anteriormente.
Afinal, muitas coisas que acontecem hoje, aconteceram em tempos antigos também, basta olhar nos livros de História que muitos pensamentos da sociedade não mudou, especialmente com relação à pesquisa científica e religião. Isso também nos faz questionar que, mesmo tendo passado séculos, certas coisas nunca mudam, talvez por nossa própria culpa.
Eu tenho há algum tempo o exemplar físico, que tem até um valor sentimental, já que foi um presente do meu pai. 💓 Ainda tenho o exemplar publicado pela Sextante, então posso falar que é uma edição com a capa antiga, porém muito bonita. A capa é simples, em tons de vermelho, com um pouco da arte religiosa do Vaticano e de Roma.
A revisão é bem feita, com capítulos bem marcadinhos, de uma forma simples e objetiva. O livro é impresso em papel Chamois Fine Dunas, de 80g/m². É levemente amarelado e de leitura agradável, assim como a fonte do texto.
Dou nota máxima para a leitura, assim como para o filme, que ficou quase fiel ao livro dessa vez. Faltaram alguns detalhes serem explicados, mas nada é perfeito, né?

 

E, quem não viu o filme, mas ficou curiosx, segue o trailer abaixo também:

 

 

 

 

Vocês já leram esse livro? Gostam do filme? Me contem aí! 😉

 

Postado por:

Hanna de Paiva

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