Olá meu povo, como estamos? Mal trouxe a resenha da primeira temporada de Ruptura e já estava maratonando a sequência dessa série. E cá estou eu para trazer mais impressões!
OBS.: Pode conter spoilers da primeira temporada
Série: Ruptura
Temporada: 2 (em andamento)
Ano: 2022
Episódios: 10
Duração média: 54min/episódio
País: Estados Unidos
Onde assistir: Apple TV+
Em Ruptura, cinco funcionários de uma empresa chamada Lumon aceitam participar de um procedimento experimental onde suas memórias pessoais e de trabalho são permanentemente separadas. Quando estão no escritório, só terão as lembranças referentes ao trabalho e em casa, não lembraram das situações profissionais. Mas por trás desse estranho procedimento, se escondem vários segredos obscuros que a empresa quer manter guardados. O funcionário Mark S (Adam Scott) é um dos primeiros a ser cobaia do experimento. Quando seu amigo de escritório, Petey (Yul Vazquez), é demitido, ele começa a perceber a grande conspiração por trás daquela corporação. Mas quando sai de dentro do escritório, Mark esquece completamente dos acontecimentos. Ele acaba sendo abordado por Petey que começa a informar o que há de errado com a empresa e insiste que ele deve investigar o que realmente está por trás do trabalho que fazem lá dentro.

Depois que a equipe de RMD descobriu como se ativar remotamente, uma revolução aconteceu. A Lumon passou por muitas remodelações de equipe e agora é supervisionada pelo Sr. Miltich, que quer fazer um trabalho diferente do legado que Cobel deixou.
Mas isso não será nada fácil, especialmente com tantos questionamentos que os funcionários passaram a fazer sobre o mundo externo. Isso gera demissões em massa e alterações no departamento. No entanto, Mark S parece ser muito importante para a empresa, já que mesmo com tudo o que aconteceu, ele volta a trabalhar com um belo aumento de salário e diversas exigências.
Contudo, nem isso impede que o rapaz procure por respostas e comece a investigar o que aconteceu com a esposa de seu externo. Ainda mais após o processo de reintegração, que une as duas personalidades de Mark, é bem fácil (ou ao menos deveria ser) lidar com os recados que deixam entre si.
Dessa forma, os dois lados do rapaz começam a armar planos de resgate de Gemma, antes que seja tarde. Para isso, ele vai precisar de toda ajuda possível, tanto interna quanto externa. A questão é se vai dar tempo da missão ser concluída.
Essa segunda temporada já começou repleta de reviravoltas. Mantendo os episódios longos e cheios de gatilhos ao estilo Dark, é bem fácil de se perder se não estiver prestando atenção a alguma cena, mesmo que pareça sem nexo.
Mark S está mais curioso para saber qual a finalidade do seu trabalho na empresa, o qual se mantém um segredo, mesmo para ele sendo um interno. Além disso, cada colega seu que teve o interno ativado em hora inoportuna. E eles parecem ter uma história para contar do que estava fazendo nos poucos minutos que tiveram de “liberdade”.
No entanto, parece que a Lumon construiu uma fortaleza de mentiras ainda maior e faz de tudo para que ninguém saiba o que realmente acontece dentro daquelas paredes. Depois que Cobel foi gentilmente convidada a se retirar (sqn), Miltich procura fazer um serviço diferenciado e que deixe um legado.

Embora seja uma ideia ambiciosa em um primeiro momento, ele não tem sucesso e só consegue passar momentos de vergonha alheia, além de ser ridicularizado por todos. Some-se a isso uma série de eventos bizarros que passam a acontecer na empresa (como se ela já não fosse bizarra o suficiente).
Contudo, mesmo que pareçam apenas cenas aleatórias, nada é por acaso. Tudo está ligado de alguma forma e é preciso ficar atento a todos os detalhes. Mesmo assim, não é garantia de que a mensagem seja compreendida logo de cara. Isso foi o que me lembrou bastante Dark, que até hoje me pergunto se realmente entendi o que eles queriam passar.
O clima de suspense e tensão aumentava a cada episódio, me deixando curiosa para saber o que iria acontecer a seguir. Mas acho que o prêmio maior não vai nem para o suspense em si (que é assustador por si só), mas para as diversas críticas construtivas e filosóficas feitas ao ambiente corporativo e nossa saúde mental.
Todos os episódios tem algum comentário a respeito do mercado de trabalho e o quanto ele pode ser tóxico. Porém, são feitos de uma maneira tão sutil e elegante, que precisei pausar os episódios para refletir sobre. E o curioso é que, por mais que tenha sido uma série idealizada e gravada em outro país, é perfeitamente aplicável em qualquer lugar.
Pensar nisso me explodiu a mente e me peguei pensando no quanto o mundo está doente e caminhando por uma estrada sem volta. Além disso, ver como a Lumon trata seus funcionários mais como números numa planilha do que como pessoas é ultrajante, e ao mesmo tempo tão real que assusta. Isso sem contar os diversos insights que vamos tendo e pensando o que faríamos se estivéssemos no lugar dos personagens.
Conforme nos dirigimos para o desfecho, o clima de tensão aumenta e eu só queria saber o que iria acontecer na próxima cena. Muitas pontas são amarradas, outras soltas para deixar o clima ainda mais pesado e eu me recusava a acreditar que tudo terminaria daquela forma.

Felizmente já foi anunciada (embora ainda sem data definida) a continuação. Assim eu sei que em algum momento terei as respostas que tanto procuro.
Em resumo, Ruptura vale o hype e é uma série que indico para quem ama um bom suspense psicológico. Mas também é uma boa forma de repensar sobre o mercado de trabalho e o quanto nos doamos para uma função que nem sempre nos retribui de igual maneira.
Texto revisado por Emerson Silva.
Vanessa
Gostei das suas considerações sobre a série. Fiquei um tanto curiosa para assistir.
Me peguei pensando em como separar por completo a vida que temos quando estamos em diferentes ambientes.
Impossível mas acho que a série vai gerar muitas reflexões importantes.
Beijos.
http://WWW.PARAFRASEANDOCOMVANESSA.COM.BR
Hanna de Paiva
Pois é, Vanessa. Essa série é para fazer muitas críticas e nos levar ás reflexões que normalmente não faríamos