9 de January de 2025

A Contadora | Freida McFadden

Olá meu povo, como estamos? Nessas primeiras semanas do ano, trarei as resenhas das leituras que me acompanharam ao longo de dezembro de 2024. Uma delas foi ‘A Contadora’, um suspense psicológico bastante hypado escrito pela Freida McFadden.  

Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

Livro: A Contadora 

Autora: Freida McFadden

Tradução: Irineo Netto

Editora: Record  

Ano: 2024

Páginas: 308 

País: Estados Unidos

Formato: Digital 

Nota: 5-5

Dawn Schiff é uma pessoa estranha. Ou ao menos é o que pensam todos os funcionários da Vixed, a empresa de suplementos alimentares onde Dawn trabalha como contadora. Ela não consegue entender ironia, parece nunca saber a coisa certa a dizer, não tem nenhum amigo e seu dia é perfeitamente cronometrado — ela se senta à mesa às 8h45, vai ao banheiro às 10h15, almoça às 11h45, vai uma segunda vez ao banheiro às 14h30 e encerra o dia às 17h. Por isso, quando Dawn não aparece no escritório certa manhã, sua colega de trabalho Natalie Farrell, uma mulher linda e carismática, a melhor vendedora da Vixed por cinco anos consecutivos, fica surpresa. E essa surpresa se transforma em horror depois que ela atende uma ligação anônima e perturbadora na mesa de Dawn… Isso muda tudo. Ao que parece, Dawn não era só uma pessoa esquisita e sem traquejo social: ela foi alvo de algo terrível causado por alguém próximo. E agora Natalie está irremediavelmente ligada à contadora quando se vê presa em um jogo de gato e rato que a leva a se perguntar: quem é a verdadeira vítima nessa história? Mas uma coisa é certa: alguém odiava Dawn Schiff. O suficiente para matá-la. A contadora é um thriller tenso e viciante da best-seller Freida McFadden, autora de ‘A empregada’, que explora a forma como segredos sombrios do passado podem ecoar no presente, com consequências fatais.

Natalie Farrel trabalha na Vixed há cinco anos. Ela é a melhor vendedora de produtos farmacêuticos do mercado e  faz questão alguma de manter o posto, custe o que custar. Além disso, seu estilo elegante e beleza natural atraem olhares por onde ela passa, o que rende alguns momentos de ego inflado e discórdia pelos corredores da empresa. 

No entanto, nem mesmo todo o seu talento ou beleza lhe prepararam para o que estava prestes a passar na empresa. A contadora da VIxed, Dawn Schiff, está desaparecida e a única a perceber isso é Natalie. A jovem decide investigar o que poderia ter acontecido, mas o que vai descobrir pode ser bem mais do que procurava. 

‘A Contadora’ estava no meu radar desde que foi lançado aqui no Brasil. Quando vi que estava na promoção do kindle, tratei logo de comprar o ebook e aproveitei a oportunidade para ler junto do Clube Lendo com Os Morcegos.  

A narrativa é em primeira pessoa e vemos os fatos pelo ponto de vista de Natalie Farrell. A mulher é aquele modelo padrão que a sociedade adora: loira, branca, de corpo perfeito e cabelo de comercial de shampoo. Além disso, a jovem tem o título de melhor vendedora da Vixed, uma empresa especializada em produtos farmacêuticos. Por conta disso, se aproveita de diversos privilégios dentro do trabalho, incluindo o de chegar na hora que bem deseja. 

No entanto, seus dias de vida perfeita e estável estão contados desde que deu pela falta de Dawn Schiff, a contadora da empresa. Dawn, ao contrário de Natalie, é uma pessoa que poderia ser facilmente rotulada de estranha, ou o patinho feio. Usa roupas 3 vezes mais que o tamanho ideal, mantém unhas e cabelos cortados mais curtos que um militar, tem uma fixação por tartarugas (diria até hiperfoco), nunca falta ao trabalho e preza demais pela pontualidade. 

Exatamente por conta dessa característica, é de se espantar com o dia em que Dawn se atrasa para bater o ponto. Natalie fica incomodada com esse desaparecimento. Afinal, uma pessoa peculiar como Dawn não faltaria sem um motivo muito convincente (ou uma justificativa fora da caixinha). 

Vendo as coisas pelo ponto de vista da detetive amadora, eu tive um conflito muito grande entre querer saber do desenrolar da fofoca e querer bater na Natalie. Isso porque a narrativa começa a intercalar com os emails da contadora para uma suposta melhor amiga e confidente, onde vamos descobrindo diversos podres de seus colegas de trabalho. 

Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

Ao passar dos capítulos, vemos que a Vixed não é uma empresa tão sólida quanto faz questão de anunciar nas redes. Muito pelo contrário, ela esconde diversos segredos, guardados a sete chaves por funcionários nada confiáveis. 

“Aconteça o que acontecer, não se pode deixar que os outros saibam que foi atingida. Porque é assim que vencem.”

Todos ali, desde o diretor até os faxineiros, tem uma versão dos emails que Dawn guarda em seu computador. Dessa forma, o detetive (o profissional) tem um prato cheio ao começar a investigar o que teria acontecido com a contadora, que parece ter sido vítima de um ataque brutal. 

Todos são suspeitos, em especial Natalie, que aparece em cerca de 90% dos arquivos de Dawn. Retratada como uma vilã digna de “Meninas Malvadas”, a vendedora vira alvo de diversos escândalos, e é preciso prestar muita atenção para saber se são verdadeiros ou não. 

Nada é o que parece e eu fui criando diversas teorias. Mas nada me preparou para a reviravolta que a autora preparou. Embora seja uma resolução simples, achei inteligente a forma como a Freida amarrou todas as pontas. O que me fez de trouxa com categoria e eu não conseguia mais parar de ler, pois precisava urgentemente saber o fim da fofoca. 

A escrita fluida e os capítulos curtos ajudaram bastante nesse quesito. E acho que só demorei mais para finalizar a leitura por estar com outros livros ao mesmo tempo. Do contrário, teria levado um dia ou dois para concluir a trama. 

O tempo todo eu ficava me perguntando se era aquilo mesmo que estava lendo, pois me deu medo pensar no que mentes brilhantes podem ser capazes quando tem um propósito. Mudei muitas vezes de opinião em relação às protagonistas, que me deixaram admirada com o requinte de detalhes e frieza que pensavam nas coisas. 

Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

Natalie é uma mulher que não tem medo de se mostrar fútil e materialista. Mas a cada capítulo em que ela alegava que tudo que estava acontecendo com ela só poderia ser inveja de terceiros e nunca era responsabilidade dela me dava nos nervos. Toda vez que ela mandava essa, eu queria que ela sofresse combustão instantânea e desaparecesse da face da Terra.  

“Tartarugas em tanta sorte. Mesmo que eu as ame, às vezes também as invejo.”

Sei que a vida pode dar algumas rasteiras na gente. Mas poxa! Cresce e aparece, Natalie! Você não vai ter essa beleza toda para sempre! Por outro lado, Dawn é uma mulher brilhante e competente, que faz muito bem o seu trabalho. Talvez por isso o seu estilo peculiar chame atenção e um comportamento social que eu diria ser do espectro autista, com hiperfoco em tartarugas.  

Até agora não entendi muito bem o porquê dela gostar tanto desse animal em específico. Mas eu teria uma certa agonia se chegasse na casa dela e encontrasse tantos exemplares de tartarugas amontoados. 

No entanto, vamos entendendo alguns fatos que levavam a contadora a ser tão discriminada na Vixed. Eu tive um misto de sentimentos e ora queria abraçar Dawn e dizer que ficaria tudo bem. Ao mesmo tempo, a contadora se mostra tão confiável quanto Natalie e eu já acreditava até em teorias da conspiração.

“No fim, talvez possamos ser amigas. Afinal de contas, não há nada melhor para unir duas pessoas que um segredo em comum.”

Finalizei a leitura de queixo caído e ainda sem acreditar em tudo que tinha lido. E se posso levar uma mensagem desse livro, é que as aparências enganam e nunca devemos confiar 100% numa pessoa quando dinheiro estiver envolvido. Para minha primeira experiência lendo os trabalhos da Freida, posso falar que comecei com o pé direito e já quero conhecer outros livros dela. 

A Contadora | Freida McFadden
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

Falando sobre o livro em si, eu li em versão digital e achei a revisão e diagramação muito bem feita. A capa também é quase condizente com o que é apresentado na trama. Mas vendo a personalidade da Daw, não entendi porque raios tinha um sapato que ela jamais usaria, ainda mais na cena do crime.   

Mas isso não interferiu na nota final do livro, o qual ainda recomendo, especialmente se estiver em busca de um suspense mais comercial e que seja rápido de concluir. 

Agora me conta nos comentários: já leu esse ou algum outro livro da autora?

Texto revisado por Emerson Silva

Postado por:

Hanna de Paiva

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