16 de March de 2021

A filha ideal | Aione Simões

Olá meu povo, como estamos? Hoje temos mais uma resenha da coleção Femme Fatale, que vocês não aguentam mais ver por aqui (rsrsrs), mas eu gostei dela, que vou ler todos os que puder e trazer a resenha por aqui… me julguem!
O conto da vez é A filha ideal, da autora e também youtuber literária, Aione Simões.
A filha ideal | Aione Simões
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

 

11/24
Livro: A filha ideal
Autora: Aione Simões
Editora: Increasy
Ano: 2020
Páginas: 110
Skoob | Amazon
 
 
Yasmin cresceu não apenas com a fama, mas com uma reputação impecável, a ponto de ser chamada de “A Filha Ideal” por uma revista. Contudo, aos 23 anos, ela passa a questionar se sua imagem, bem como as músicas que canta, realmente a representam. Motivada por um desejo de mudança, ela propõe ao seu pai e empresário, o Sultão do meio musical, começar a compor as próprias músicas e a apresentar um estilo mais seu. Entretanto, após a agência de seu pai quase ter falido, Yasmin se vê presa a um contrato milionário que pode salvar o Sultão — ainda que para isso ela continue prisioneira de uma identidade a qual ela não sente mais pertencer.

 

A filha ideal | Aione Simões

 

Só pelo nome e a capa, já deu para notar que essa é uma releitura de Alladin, né? Mas, ao contrário do desenho, que contava a história do rapaz pobre que se apaixonava por uma princesa, aqui temos uma versão mais pelo ponto de vista da mocinha.
Pelo modo como a autora conduziu o conto, percebi que ela não se preocupou muito em puxar pelo lado do conto original, mas pela versão da Disney, tanto que “A filha ideal” é, na verdade, um trocadilho com a música mais icônica da animação, “Mundo ideal”.
Aqui, nossa princesa se chama Yasmin, e é uma cantora de bastante sucesso no público infantil e adolescente. Desde pequena ela está nos palcos, levantando multidões com suas coreografias animadinhas e músicas dançantes. Além disso, ela é sempre estampa em alguma revista, e assunto de várias colunas de fofoca, tida sempre como, literalmente, “a filha ideal”, aquela que sempre baixa a cabeça para o que lhe dizem, que sempre obedece aos pais sem questionar, que sempre agrada todo mundo.
Para o mundo, era um fenômeno. Mas para Yasmin, era um tormento ser assim. O conto é narrado ora em primeira pessoa, do ponto de vista da protagonista, que nos conta essa história como se estivesse lendo o próprio diário. E em outros momentos, a narrativa fica a cargo dos jornalistas, com as notícias que vão saindo nos sites de fofoca e nos atualizando do decorrer da trama.

“É incrível o quanto os vazios estão entre as coisas mais pesadas que alguém pode carregar.”

Achei bem legal que a Aione se preocupou em colocar os principais personagens, como o tigre de estimação da Jasmine, que aqui se chama Roger e é seu motorista particular, mas é tão fiel quanto o felino.
E Jaffar é Jafé, o sócio espertalhão, que sempre quer derrubar o Sultão, que aqui é conhecido pelo mesmo apelido, mas dessa vez é o grande Sultão da música, por ser dono da Agrah, uma empresa que agencia artistas em potencial.
Depois de um investimento mal sucedido, a empresa não está bem das pernas, e o Sultão só tem mesmo a própria filha para agenciar. Então a pressão em cima da mocinha acaba sendo ainda maior, já que além de empresário, o Sultão é seu pai e fica difícil saber onde começa e termina cada papel.
Todo mundo quer vender Yasmin quase como se ela tivesse vindo direto da Terra do Nunca, pois seria sempre aquela menininha, com lacinho na cabeça e vozinha doce.

“Afinal, que pai não adoraria ter uma filha cujo rosto, voz e comportamento angelicais a tornaram a queridinha do Brasil?”

E tudo corria quase assim mesmo, até o dia em que Yasmin conhece Alain, um rapaz comum, que só queria ganhar a vida como cantor, mas que nunca era reconhecido, a não ser em bares de esquina, onde conseguia se apresentar e ganhar uns trocados.
A relação entre eles é bem de adolescente, com aquela descoberta do primeiro amor, doce e com borboletas no estômago. Acho que foi o conto mais doce que já li dessa coleção, na real, o que me pegou desprevenida.
Depois de tantos contos com mais “tiro, porrada e bomba”, achar um que tinha um romance bem água com açúcar me surpreendeu bastante. Isso acabou me desanimando um pouco, até que a Aione parece que leu meus pensamentos e começou a levar para um outro lado, afinal, não esqueçamos que Yasmin vive num mundo real, onde ela é o centro de todas as notícias e todo mundo sabe o que ela faz.
Então um “final feliz” não se encaixaria muito nesse ritmo. Conforme Yasmin vai prestando mais atenção aos acontecimentos ao seu redor e entendendo seus sentimentos, vamos vendo a mocinha se tornar mais questionadora, mas não diria mais madura.
Na verdade, a mudança dela surpreende não apenas à família e à mídia, mas ao leitor também, que não esperava uma reviravolta como a que ela deu.
O que achei interessante também, foi perceber que o quanto nem sempre os artistas são felizes o tempo inteiro. Suas músicas podem trazer mensagens maravilhosas para muita gente, mas em que circunstância elas foram escritas?
“Cantar algo que só você conhece é estar sozinho em cima do palco.”
Além disso, lendo as matérias dos sites de fofoca, vi o quanto essa vida é estressante. Se eu já acho a minha rotina cansativa e estressante, imagina alguém que, se não posta uma foto no Instagram, vira manchete do dia, porque não está mostrando sua vida, sua intimidade para o público, como se isso fosse sua obrigação?!
  I
sso sem contar várias outras discussões, que se eu contar por aqui, vou acabar dando spoiler, já que é apenas um conto, com pouco mais de 100 páginas. Mas devo dizer que o final não foi muito como eu esperava, talvez por isso não tenha dado a nota máxima, pois esperava um outro final, sinceramente… (rsrsrs)
A escrita da Aione é bem fluida e gostosa de ler, foi uma leitura bem rapidinha, que só demorei para terminar porque estava ocupada com outras coisas da pós. Se não fosse isso, teria lido em um único dia.
A filha ideal | Aione Simões
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

 

Falando sobre o livro em si, a revisão está perfeita, a fonte bem legível, e a capa não sai muito do padrão da coleção, sempre mostrando a princesa da releitura em questão, de costas para nós, mostrando algo que seja referência do tema que será abordado. Nesse caso, ela mostra a Yasmin, vestida como Jasmine, mas segurando um microfone, que representa sua carreira como cantora.
Somando tudo, dou quatro estrelinhas para a obra, que não foi como eu esperava, mas ainda assim, é uma boa leitura e recomendo.

 

Quem quiser adquirir o livro, está disponível junto com toda a coleção Femme Fatale no Kindle Unlimited. O que acharam da resenha? Já leram algum livro da autora? Curtem o canal dela no Youtube? Me contem aí!
Postado por:

Hanna de Paiva

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