Olá meu povo, como estamos? Durante a semana de Halloween eu indiquei algumas séries para serem assistidas. E obviamente que eu aproveitei minhas próprias sugestões para fazer valer as assinaturas dos streamings, hehe.
E uma que me chamou atenção logo de cara foi ‘A Queda da Casa de Usher’, baseada na obra homônima de Edgar Allan Poe. E hoje estou aqui para deixar minhas impressões após maratonar todos os episódios.
Série: A Queda da Casa de Usher
Temporada: 1 (finalizada)
Ano: 2023
Episódios: 8
Duração média: 1h/episódio
País: Estados Unidos
Onde assistir: Netflix
Baseada na obra de Edgar Allan Poe com o mesmo nome e criada por Mike Flanagan, a minissérie A Queda da Casa de Usher acompanha a história dos irmãos Roderick (Bruce Greenwood) e Madeline Usher (Mary McDonnell), os herdeiros da dinastia Usher. Conhecidos por transformar a Farmacêutica Fortunato em um império de privilégios, luxo e poder, os irmãos agora se encontram isolados e extremamente doentes. Em uma casa que um dia já habitou o sucesso, agora apenas resta um ar de podridão e abandono. Presos nas mãos de uma misteriosa mulher de seu passado, a dinastia Usher terá que enfrentar os segredos que vêm à tona quando uma morte marca o início de uma grande tragédia.

A família Usher é uma das mais poderosas dos últimos tempos desde que assumiu o comando da farmacêutica Fortunato. O que mais chama atenção da mídia é o envolvimento de todos os membros em diversos escândalos, os quais sempre são resolvidos de maneira esdrúxula e logo estão livres para aprontarem novamente.
Contudo, parece que uma das investigações vai terminar mais cedo, pois todos os filhos de Roderick Usher estão passando por maus bocados. O que será que está acontecendo dentro das paredes mais cobiçadas pela mídia atualmente? E ainda vai sobrar alguém para ser julgado depois que tudo isso terminar?
Edgar Allan Poe é um nome muito lembrado na literatura de horror. Seus contos foram traduzidos para diversos idiomas e até adaptados para diversas mídias.
‘A Queda da Casa de Usher’ é um livro que eu ainda não conhecia, mas fiquei curiosa quando ganhei um exemplar durante a Bienal do Livro 2025. Eu pretendia ler durante o Halloween, mas quando vi que tinha uma adaptação na Netflix, resolvi primeiro conferir a série e depois comparar com a mídia escrita.
Pelo pouco que vi da sinopse, percebi que a vermelhinha usou uma licença poética e seguiu a mesma linha de Lupin. Dessa forma, a minissérie traz o mesmo título do livro, com diversos elementos que lembram a história original.

Contudo, são histórias completamente distintas. A temporada é fechada em oito episódios, que parecem mais filmes, por serem longos. E cada episódio é focado em um membro da casa Usher, que tem seu destino selado de modo sombrio, narrado pelo patriarca.
Roderick Usher intercala o destino de seus filhos com sua própria jornada desde a infância, quando ainda era pobre e vivia com sua irmã gêmea (Madeleine), criados por uma mãe solo. A vida deles não era nada fácil. Porém, faziam o que podiam para manter a cordialidade e a comida na mesa.
Contudo, uma doença grave deu cabo da vida da única parente viva dos gêmeos, que precisaram aprender as duras lições de vida da pior forma possível. Ao longo dos anos, eles foram encontrando meios de pagar as contas. E a forma como faziam isso era diferente, dependendo de para qual irmão estávamos olhando.
Roderick era mais submisso e guiado pelas emoções, enquanto Madeleine sempre foi mais racional e ambiciosa. Embora fossem bem diferentes, os irmãos se completavam quando trabalhavam juntos.
O que foi de crucial importância para alcançarem seus objetivos de vida estável e aposentadoria tranquila. Porém, grandes poderes vêm com grandes responsabilidades. E para certas decisões que os Usher tomaram era preciso pagar um preço, que seria cobrado a qualquer momento.

E é essa cobrança que vemos nos tempos atuais. Roderick teve seis filhos, nos quais ele quis investir igualmente para garantir a perpetuidade da família por mais gerações. E quase conseguiu, já que cada irmão seguiu seu próprio caminho e abriu uma empresa no que mais tinha talento.
Relações públicas, medicamentos, medicina experimental… não importava o que seus filhos queriam. Se o pai achasse uma ideia de valor, investia e abria uma empresa. Roderick só não esperava que sua benevolência fosse também sua maior ruína.
Um a um, cada filho começa a sucumbir de uma loucura sem explicação. Será que era alguma herança genética da avó deles? Não se sabe. Mas achei uma boa sacada a Netflix ter colocado os contos mais famosos de Allan Poe em cada episódio.
Assim, um Usher por vez vai sucumbir vivenciando cenas assustadoras de O Retrato Oval, O Corvo, O Gato Preto, entre outros. Quando percebi isso, comecei a ficar mais curiosa para saber qual seria o próximo conto. E no fim, já tinha maratonado a temporada inteira.
Assim como todos os contos do autor, aqui iremos encontrar uma aura sombria que permeia os dias de todo o elenco, incluindo Auguste Dupin, que faz uma participação para lá de especial e é uma singela homenagem a um dos detetives mais antigos da literatura.
Não apenas isso, a vermelhinha caprichou ao deixar cada episódio mais assustador que o anterior. E nem precisou investir em grandes efeitos especiais. Bastava um jogo de câmera aqui, uma falta de luz ali e logo tínhamos cenas macabras e dignas do rei do horror.

Contudo, o que mais gostei foram os trechos de diversos contos colocados entre as conversas dos personagens, como se eles tivessem pensado naquilo de forma natural. Além a série tinha tantas reviravoltas e críticas construtivas sobre nossa vida, que eu ainda estou sentindo os tapas que tomei na cara, sem luva de pelica.
Isso porque, mais do que um grande mistério sobre qual seria a maldição da família Usher, acho que a real mensagem que essa adaptação traz é sobre nós mesmos. O que realmente a gente ama? Será que para ser feliz a gente precisa pisar em cabeças no caminho?
E qual o nosso real objetivo de vida? Será que só estamos iludidos com uma sensação de vida melhor por ter as contas todas pagas? Ou vale se endividar mais para seguir uma modinha que claramente não cabe no seu bolso, mas a gente quer se encaixar porque uma celebridade está usando um acessório caríssimo?

São tantas perguntas feitas ao longo dos episódios, disfarçadas de conversas aleatórias, que minha mente explodiu e eu fiquei refletindo por muito tempo depois. Em resumo, apenas assista essa série e deixe sua mente pensar sobre esses questionamentos e conselhos.

E aproveita para me contar: você já leu algum livro de Allan Poe? E já viu alguma adaptação?
Texto revisado por Emerson Silva.
Moonlight Books
Oi Hanna! Fiquei empolgada com sua empolgação ao comentar sobre a série. Fiquei bem curiosa para conhecer. Tenho também bastante vontade de conhecer a obra de Poe.
Bjos!!
Moonlight Books
@moonlightbooks
Hanna de Paiva
Que bom que alcancei o objetivo, hehe. Espero que consiga assistir também =)