28 de March de 2020

Abraham Lincoln – Caçador de vampiros

Olá meu povo, como estamos? Hoje temos resenha de um livro que li há um tempo, mas não sei por qual motivo eu nunca resenhei aqui no Mundinho (rsrsrs). Então, cá estamos nós com a resenha do livro Abraham Lincoln – Caçador de vampiros, de Seth Grahame-Smith.

Abraham Lincoln - Caçador de vampiros
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

 

Livro: Abarham Lincoln – Caçador de vampiros

Autor: Seth Grahame-Smith

Editora: Intrínseca

Páginas: 336

Ano: 2012

Skoob | Amazon  

 

Indiana, 1818. Em uma pequena cabana na floresta, o jovem Abraham Lincoln, com apenas 9 anos, está ajoelhado ao lado da cama onde sua mãe agoniza, acometida do que os antigos chamavam de “doença do leite”. Anos mais tarde, o magoado Abe descobriria que o mal que vitimou sua mãe foi, na realidade, obra de um vampiro. Ao tomar o Diário Secreto de Abraham Lincoln como guia, Seth Grahame-Smith reconstitui a história “real” do maior presidente norte-americano e desvenda todos os segredos da Guerra de Secessão, além de revelar o papel crucial que os vampiros desempenharam no nascimento, na ascensão e no (quase) declínio dos Estados Unidos.

 

 

 

Abaram Lincoln - Caçador de vampiros


Quem não conhece a história de Abraham Lincoln, ele foi o 16° presidente dos Estados Unidos, que governou entre 1861-1865. O governo dele foi considerado bom por muita gente, o qual ficou marcado por ser a época de abolição da escravatura no país e a guerra civil entre a porção norte e porção sul.
Vindo de uma família pobre, ele se dedicou muito e conseguiu se formar em Direito, entrou para a política e ganhou a atenção de muita gente… e ódio também, e acabou sendo assassinado. Mas o que muita gente não sabe é que o que o fez ascender no cargo político foi um motivo sobrenatural. Não, ele não vendeu a alma, nem é um monstro, mas os vampiros foram grandes responsáveis pelos seus atos.
Hanna, você é maluca? De onde você tirou isso, criatura?! Então, tirei desse livro, onde o autor Seth Grahame-Smith, fez uma biografia de um dos presidentes mais icônicos dos Estados Unidos, com uma abordagem bem diferente.
As coisas nos Estados Unidos estavam bem difíceis, por causa de crises econômicas, questões abolicionistas e trabalho estava cada vez mais difícil, que dirá saúde e educação. Tanto os escravos quanto as pessoas mais pobres morriam de “doenças incuráveis” cada vez mais frequentes, que os médicos não conseguiam entender. 

 

Abraham Lincoln, desde muito novo, perdeu a mãe numa dessas “doenças incuráveis”, que um tempo depois, ele descobriu o que era de fato a causa das mortes. Revoltado, ele cresceu ouvindo que as pessoas tinham medo, que Lincoln ia acabar sendo como todos os outros no vilarejo, também com medo e morreria jovem, que era apenas mais um excluído.
Aquilo o deixava ainda mais revoltado, o que lhe deu coragem para seguir até a raiz dos problema. Quando descobriu, ele fez de tudo para combater o mal que acometia o país. E esse mal é muito mais antigo do que a própria história das colônias.
Muito se fala sobre os segredos da Casa Branca, que sabe mais do que se diz saber, onde apenas os presidentes sabem os segredos mais obscuros do país. Isso dá margem para imaginação de muitos autores e roteiristas, o que não foi diferente nesse livro.
E Abraham Lincoln é também um dos personagens icônicos, ainda mais pelo seu diário secreto, que possivelmente guardaria muitos desses segredos obscuros do país. Aqui, esses segredos nos são revelados pelo próprio presidente, antes mesmo de ser declarado como tal. Ele nos conta os “reais” problemas que o país enfrentava, e que ele ia fazer de tudo para combater.

 

“Não posso falar das coisas que vi nem buscar consolo para a dor que sinto. Se o fizesse, este país cairia em uma espécie mais profunda de insanidade ou pensaria que seu presidente é um louco. A verdade, receio, deve sobreviver como papel e tinta. Oculta e esquecida até que todos os homens aqui citados tenham virado pó.”

 

De acordo com esse diário, o real problema no país é por conta de vampiros, que teriam aproveitado os navios de colonos, e vieram da Europa para se infiltrar nos Estados Unidos em mais variados cargos. Logo, eles se multiplicaram e ganharam poder, de todas as formas que você possa imaginar.
Com o poder de persuasão de dar inveja, muitas coisas que aconteciam no país, tinha o dedo dos vampiros. Quando Lincoln descobriu que até a morte de sua mãe tem a ver com isso, torna essa calamidade uma vingança pessoal e vai fazer de tudo até descobrir quem foi o vampiro responsável pela morte de sua mãe.

 

Abraham Lincoln - Caçador de vampiros
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

 

Para isso, o caminho não será nada fácil, já que ele está ocupando um cargo de alto prestígio. E, sabe aquele lance de “mantenha seus amigos perto, e seus inimigos mais perto ainda”? Pois bem, foi usando esse ditado, que Abraham Lincoln usou seu único recurso disponível, a inteligência, para estudar, investigar e caçar os vampiros.
Como uma boa fã histórias de vampiros, eu fiquei curiosa quando vi esse livro, que estava também prestes a sair nas telonas, com a produção de Tim Burton. Primeiro eu li o livro e depois eu vi o filme, e gente, que livro… e que filme… Claro, ambos tem lá suas diferenças aqui e ali, mas um não tira o mérito do outro, pois ambos são muito bons.
Abraham Lincoln perdeu a mãe ainda novo, quando sua mãe foi diagnosticada com uma “doença do leite”, que deixava a pessoa cada vez mais fraca, até que morria no leito. A relação entre ele e o pai nunca foi das melhores, já que Lincoln era acusado de ter causado a morte da mãe.
Isso o deixava cada vez mais distante, principalmente por que, apesar de forte, não fazia questão de seguir a profissão de lenhador do pai. Conforme crescia, ele via como as pessoas do vilarejo o tratavam, sempre com distância, sempre com medo uns dos outros. E cada vez mais as pessoas o deixavam revoltado. Assim, ele fez de tudo para sair da cidade e procurar uma vida melhor, distante do seu passado.
Mas seu passado volta a tona quando ele descobre que a tal doença incurável tinha um fundo sobrenatural, já que um vampiro rondava seu vilarejo há décadas, e que estaria ligado a morte de sua mãe.

Abraham Lincoln - Caçador de vampiros
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

 

Só que isso são apenas histórias, lendas urbanas vindas de pessoas que não tinham mais o que apontar como causa das mortes de pessoas pobres. Quem ia acreditar que vampiros de verdade existiam no mundo?!

Mas Lincoln descobre da pior maneira possível e, sabendo que o causador da morte de sua mãe ainda rondava o Estado, ele decide fazer disso sua missão de vida, vingança. Para essa vingança, ele precisa ser muito inteligente e forte, afinal, ele se tornaria um caçador de vampiros. Então, preparem-se para páginas sangrentas, cheias de violência e cenas de terror.
Sou suspeita para falar, já que sou fã de histórias de vampiros, especialmente quando estão ligadas a terror. E aqui, o autor soube encaixar com maestria todos os fatos que antecederam a Guerra Civil, abolição de escravatura e fatos que levaram Abraham Lincoln até a presidência com um fundo sobrenatural.
Com uma linguagem pesada e cheia de rancor, porém fluida, o próprio Lincoln nos conta através de seu diário como se sentia, o que fazia para combater esse mal antigo do país. Afinal, pensando por esse lado, a questão escravocrata era dos próprios humanos, que eram escravos de vampiros, mesmo que não soubessem, já que eram tratados, literalmente, como gado.
Isso porque os vampiros estavam onde menos se esperava, controlando tudo o que acontecia, de forma que ficavam cada vez mais escondidos em fama, grana e poder público. Mas aos poucos, Lincoln vai aprendendo a identificá-los, e nós também, através das fotos que ele mesmo procura colocar em seus diários.   

“A maioria dos homens não tem outro propósito senão simplesmente existir, Abraham; passam calmamente pela história com personagens secundários sobre um palco que não chegam sequer a ver. São joguetes nas mãos de tiranos. Mas você… você nasceu para combater a tirania. É o seu propósito, Abraham.”

 

Conforme ele vai crescendo, se tornando mais forte e ganhando experiência como caçador de vampiros, vemos as coisas pela mente dele. Então notamos a raiva nítida, que cresce com a idade, o que torna a leitura ainda mais pesada. 

 

Abraham Lincoln - Caçador de vampiros
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

 

Além disso, apesar do que dizem, a política acabou vindo como fato de consequência nessa luta, já que ele teve que manter uma espécie de “identidade secreta” enquanto fazia suas investigações. Assim, vemos dois lados dele: o caçador impiedoso, que respira vingança, e o político, que vê que os vampiros não precisam beber sangue literalmente. Eles também sugavam a saúde e energia do povo a cada imposto, a cada injustiça contra os pobres, de onde ele mesmo tinha total noção de como era a realidade.

Cada vez mais revoltado e disposto a limpar o país, de tanto de vampiros literais, quanto de vampiros políticos, ele ganhou muitos seguidores. Sua força se fez notada dentro do cenário político e do sobrenatural. O que deixou muitos felizes… e com raiva.
Então, esse livro não é apenas sobrenatural. É um misto de romance sobrenatural, com histórico e político, onde vemos partes reais da história dele, contada por uma vertente que jamais teria imaginado.
O filme, produzido por Tim Burton, conseguiu transparecer isso também na adaptação. O filme é de terror, com toques de política e história, o que deu um quê de diferente e ficou uma combinação bem interessante, por sinal.
Aqui temos boa parte de efeitos especiais, que eu imaginei durante a leitura e não me decepcionaram. A fotografia está incrível e as cenas de “tiro, porrada e bomba”, ficaram muito boas, ainda mais para um filme de terror em primeiro momento.

Falando do livro em si tem capa comum, impresso em papel cartão supremo de alta alvura, com 250g/m²; a minha edição é com a capa do filme, então temos o próprio Abraham Lincoln usando o instrumento que mais odeia, mas faz dele também símbolo de ódio e medo pelos vampiros que caça.
Isso me lembrou uma versão de ‘Batman, O cavaleiro das trevas‘, que faz de seu maior medo de morcegos, ser o símbolo de medo de seus inimigos também. Apesar de não ser algo inédito, encaixou bem aqui também.
O miolo é impresso em papel pólen, de 70g/m². Ele contém um texto bem revisado, por sinal, com o texto descrito de fato como um diário. Aqui, apesar do diário ter sido escrito pelo presidente, quem nos apresenta é seu mais fiel amigo, que aparece quando e onde Lincoln menos espera. Vemos aqui uma amizade profunda, capaz de ultrapassar décadas, e ainda se manter forte.
   

Esse amigo, Henry, que nos apresenta seu amigo apenas como Abe, nos conta com saudosismo, se é que isso é possível, a história que, caso os teóricos da conspiração estejam certos, seria um dos fatos mais obscuros de todos os tempos.

 

Abraham Lincoln - Caçador de vampiros
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

 

Isso porque o autor traz não apenas o diário, mas também imagens de Abraham Lincoln, enquanto caçava seus inimigos, seja literalmente com machado, ou na política. Além de fotos, que nosso narrador jura serem verdadeiras, já que ele mesmo teria tirado, temos vários bilhetes, trocados entre as pessoas mais importantes da vida de Abe.

A escrita de Abe nos transmite raiva e rancor. E acabamos ficando com raiva e rancorosos por tabela, por ser algo contagiante, se posso assim dizer. Vendo Abraham Lincoln desse viés mais sombrio, é impossível também não ter medo dele, principalmente quando ele fica mais experiente. Até o momento de sua morte, Lincoln foi valente e fez de tudo para livrar o mundo de sugadores de sangue, mesmo que o mundo não saiba disso, a não ser que invada a Casa Branca e leia seus diários.
Todo mundo pode ser um vampiro, mesmo que fale com você todos os dias, e te mostre ser uma pessoa doce e gentil. Mesmo sabendo que se trata de uma obra de ficção, confesso que eu, Hanna, tive meus momentos de teórica da conspiração e quase acreditei em tudo o que estava no livro.     
Principalmente pela forma como é abordado o assunto e pelas fotografias, que te dão aquele toque de curiosidade e se perguntar “e se…”.

 

“Durante muito tempo, rumores a respeito da existência desse diário foram um dos temas prediletos dos historiadores e biógrafos de Lincoln. A maioria deles considera tudo isso um mito.”

 

 Apesar de ter lido há um tempo esse livro, até hoje ele ficou marcado na minha mente. Dei na época e hoje darei novamente a nota máxima a ele. E recomendo também, caso curtam essas misturas sobrenaturais com fatos históricos. Caso não saibam, Seth Grahame-Smith também é autor de ‘Orgulho e preconceito e zumbis’.

 

Já leram esse livro? E o filme, já assistiram? Curtem essas versões mais sombrias de histórias de vampiros, ou preferem os mais romantizados? Me contem aí, bora conversar!

 

Postado por:

Hanna de Paiva

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