Amantes das Séries | As Bruxas de Mayfair (Season I)

Olá meu povo, como estamos? Que Anne Rice tem um legado na literatura é inegável, mas já viu as adaptações mais recentes de seus livros nas telinhas? Eu vi e hoje estou aqui para compartilhar minhas impressões sobre As Bruxas de Mayfair.

OBS.: Essa série eu ainda não tive o prazer de ler. Então estou aqui apenas para dar minha opinião sobre a mídia visual da história.

Série: As Bruxas de Mayfair

Temporada: 1

Ano: 2023

Episódios: 8

Duração média: 54min/episódio

País: Estados Unidos

Onde assistir: Amazon Prime Video

Baseada na aclamada obra de Anne Rice, Mayfair Witches acompanha a Dra. Rowan Fielding, uma brilhante neurocirurgiã que descobre segredos obscuros sobre seu passado. Quando sua mãe biológica, com a quem ela não falava há anos, morre, ela descobre que herdou um casarão em Nova Orleans e faz parte de uma extensa dinastia de mulheres da família Mayfair. Mas quando viaja até a cidade para conhecer a casa, perceber que os Mayfair guardavam um sinistro segredo: as mulheres da família possuem poderes sobrenaturais.

Rowan Fielding é uma neurocientista muito boa, especialmente por conta de uma intuição forte que a faz sempre acertar o diagnóstico de seus pacientes. No entanto, ela sabe que não pode comentar isso com ninguém, ainda mais dentro de um hospital.

A moça sabe que é loucura levar isso tão a sério e tudo não passa de uma coincidência, ainda mais sendo uma médica inteligente e que duvida de religiões. A única pessoa com quem Rowan conversa sobre isso é sua mãe adotiva, e pode compartilhar suas questões sem medo. Contudo, a recíproca não é verdadeira, já que toda vez que a médica pergunta sobre suas origens recebe respostas evasivas em troca.

Para completar, seu mundo está virado de cabeça para baixo, já que a única pessoa com quem conviveu a vida inteira não resiste ao tratamento contra o câncer e morre. Sem saber o que fazer, Rowan parte em busca das respostas que sempre quis, mas será que ela estará preparada para o que vai descobrir?

Eu tive pouco contato com a série das Mayfair, conhecendo apenas alguns personagens que tinham papel importante na trajetória da ordem da Talamasca e interagiam com os vampiros (como a Merrick, por exemplo). Mas agora assistindo a série, pude ter o vislumbre do motivo pelo qual a própria ordem teme e quer manter as bruxas tão perto.

Se você seguir a ordem das publicações, podemos dizer que a primeira temporada traz o resumo de ‘A Hora das Bruxas’ e passa por ‘Lasher’. Assim, conhecemos os fatos pelo ponto de vista de dois personagens bem interessantes.

Rowan é uma Mayfair poderosa, que nasceu sob circunstâncias escusas e traz um grande poder dentro de si. No entanto, suas tias temiam tanto o que o destino reservava à criança, que a mandaram para bem longe, sendo criada até com outro sobrenome a fim de nunca saber de seu passado.

Porém, uma Mayfair nunca nega suas origens. E mesmo sem saber o motivo, Rowan não se torna uma boa médica à toa. Seus dons a fazem enxergar o que seus colegas só conseguiram ver com as tecnologias atuais ajudando. E isso a faz estar anos luz à frente de todos.

Some-se a isso uma cultura machista e que a poda o tempo inteiro, lhe dando momentos de raiva e pensamentos ruins do que faria com as pessoas se tivesse a chance mais remota. O que não seria um problema se Rowan fosse uma mera mortal, mas sendo uma Mayfair com sangue poderoso, causa situações bem conflitantes e até perigosas.

Sem saber o que está acontecendo com ela, a moça percebe que sua única saída é partir em busca de seu histórico de adoção e saber o que raios sua família biológica tem de diferente. Uma doença? Uma anomalia? Algo teria que explicar o que se passa na cabeça da jovem.

Sua busca a leva até Nova Orleans, onde Rowan descobre que é apenas mais uma entre gerações de mulheres com dons misteriosos, além de ser herdeira de um casarão antigo e ainda de um demônio de estimação, Lasher.

Os episódios são longos e rendem quase um filme. Assim, é possível acompanhar todos os acontecimentos com calma e em detalhes. Eu não sei o que faria no lugar da moça, mas acho que ela reagiu até muito bem para quem descobriu que tinha uma herança em bens e dons mágicos.

Talvez o seu olhar de cientista a tenha feito encarar as coisas com mais lucidez do que se esperava. Isso contrasta com as bruxas mais experientes dos Mayfair que não souberam lidar com a mesma inteligência e sagacidade diante de situações que desafiam a sanidade humana.

Ainda, parece que a mãe adotiva de Rowan tinha motivos bem fortes para evitar que a moça tivesse contato com seus parentes de sangue, dado que a família tem tantos segredos sombrios e esquemas de politicagem, que me admira nunca terem ido parar na cadeia.

Conforme vamos conhecendo (e nos revoltando) com o que os Mayfair fazem em Nova Orleans, acompanhamos Lasher e sua ânsia em se relacionar com as bruxas que herdam o casarão.

Existe uma ligação muito forte entre o demônio e a chamada “bruxa designada”, que nem mesmo ele é capaz de explicar, sem deixar as parceiras loucas. Confesso que isso me deixou curiosa, mas também assustada, pois ainda não sei se quero tanto descobrir o que leva uma entidade antiga e poderosa a querer ter um caso com uma humana. Especialmente alguém como Lasher, sedutor e persistente (mais do que qualquer ser humano).

Rowan não demora a ceder aos seus encantos, em parte porque o charme de Lasher fala mais alto. Além disso, a bruxa sabia que o demônio só poderia responder o que suas tias tanto temiam que ela descobrisse sobre seu próprio passado.

A entidade nos leva também a uma volta no tempo, quando conhecemos suas origens e explica diversas pontas soltas que são deixadas ao longo dos episódios. Assim, é bom ficar de olho em cada ação e cada diálogo que ele tem com as bruxas, para não perder nada.

O desfecho é impactante e traz cenas sem respostas que são gancho para a segunda temporada (a qual já estou assistindo e em breve venho com minha opinião sobre ela também).

Gostei bastante da fotografia sombria da série, que mostra bem como é o impacto que as bruxas têm sobre o local, dominando as esquinas por séculos sem fim (sem contar com os vampiros, que estão tocando o terror por lá há bastante tempo também, mesmo que não sejam mencionados na série).

Em resumo, As Bruxas de Mayfair é uma história muito boa para quem gosta de terror, com bastante suspense e fofocas cabeludas de família. Recomendo que assista, mas que também prepare seu estômago para algumas cenas que podem garantir pesadelos aos mais sensíveis a gatilhos.

Agora me conta nos comentários: Já viu essa série ou leu os livros das Mayfair?

Texto revisado por Emerson Silva