Olá meu povo, como estamos? A temporada de maratonas de séries está aberta por aqui e hoje trago minhas impressões sobre Dia Zero, uma produção novinha do catálogo da Netflix.
Série: Dia Zero
Temporada: 1 (finalizada)
Ano: 2025
Episódios: 6
Duração média: 54min/episódio
País: Estados Unidos
Onde assistir: Netflix
Dia Zero é uma série limitada que mistura política, suspense e teorias da conspiração em um cenário de crise global. Estrelada por Robert De Niro e Angela Bassett, a trama explora o caos que emerge quando um ataque terrorista ao estilo do 11 de Setembro ameaça a segurança mundial. No centro da história está um ex-presidente dos Estados Unidos (Robert De Niro), encarregado de liderar uma investigação federal enquanto enfrenta os primeiros sinais de declínio cognitivo — um segredo que pode comprometer não apenas sua missão, mas o futuro do país. Com um elenco de peso, incluindo Lizzy Caplan como uma congressista determinada, Dan Stevens como um provocador midiático e Angela Bassett como uma presidente habilidosa e inspiradora, a série desafia as percepções sobre verdade e paranoia. Em meio a forças incontroláveis que parecem conspirar contra a ordem mundial, Zero Day questiona até que ponto as teorias da conspiração são fruto da imaginação coletiva ou estratégias deliberadas de manipulação.
Descobri ‘Dia Zero’ muito por acaso, quando estava zapeando pelo catálogo da Netflix e fiquei muito curiosa, especialmente quando vi que Robert De Niro estaria no elenco. Aqui, conhecemos uma realidade alternativa em que os Estados Unidos sofrem um ataque ciberterrorista que dá certo e o país sofre um apagão de cinco minutos.
Embora tenha sido coisa muito rápida, foi o suficiente para espalhar o caos entre as pessoas e o medo passou a reinar sem limites. Com a ameaça de um novo ataque, cabe aos maiores nomes da Inteligência Americana descobrir os responsáveis por esse ato antes que seja tarde e mais mortes aconteçam.
Para isso, a Casa Branca decide recorrer a um ex-presidente, que mesmo estando “aposentado”, ainda tem forte influência sobre a população e será de grande valia nessa corrida contra o tempo. A grande questão é: será que ele está pronto para voltar à ativa, ainda que por apenas alguns dias?
Robert De Niro representa o ex-presidente George Mullen que, mesmo sendo amado pelo povo, renunciou nas últimas eleições e deixou a vitória a cargo de sua vice, a presidente Mitchell. Se você pensou que isso parecia o que aconteceu com a campanha de Biden e Kamala Harris, acertou. Os personagens são inspirados na dupla em uma realidade na qual eles teriam vencido a corrida eleitoral.
E aqui, acompanhamos os fatos pelo ponto de vista de George, que tenta seguir com sua aposentadoria da política, mas parece que ela não o deixa em paz. Isso porque, após um ataque cibernético que simplesmente deixou o país todo às escuras por cinco minutos, o caos começou a reinar.
Acidentes, quedas de avião, atropelamentos. Os hospitais estão lotados e os paramédicos não estão dando conta de tantos chamados de emergência. Mas parece que o trabalho não vai terminar tão cedo, já que os terroristas já anunciaram que vão atacar novamente, caso as exigências não sejam cumpridas.
Uma força tarefa se forma, mas para terem credibilidade, precisam que o presidente seja o líder da missão. Contudo, Mitchell não aceita o papel, já que, de acordo com ela, George seria o melhor nome para essa posição.
O problema é que o ex-presidente está com um grande dilema na mão. Em parte, assumir a tarefa vai lhe fazer voltar à ativa e ter um gostinho de seu antigo trabalho. Mas sua esposa está muito preocupada, por conta das condições nas quais ele desistiu da carreira.
Mesmo sob os protestos, George aceita o cargo e começa a trabalhar na alta cúpula. O problema é se ele vai conseguir cumprir o que precisa para deter os criminosos.
A série é curta, com apenas 6 episódios. Porém, tem a duração de quase um filme, o que leva um tempo considerável se quiser maratonar. Eu assisti dois episódios por dia e fui tentando conectar os fatos com minhas teorias.
Conforme fui conhecendo o elenco, vi o quanto cada detalhe realmente conta, pois muitas coisas que aconteceram lá no início e pareciam sem utilidade foram explicadas mais para frente e fiquei de queixo caído.
O clima de suspense dura toda a temporada, onde todos são suspeitos, desde o núcleo principal (Casa Branca), até o secundário, mostrando que todo mundo tem rabo preso e está disposto a tudo para manter seus segredos bem guardados.
Mas além da investigação, podemos acompanhar um pouco da vida pessoal de George, bem como a relação que ele tinha com o trabalho e o quanto isso afetou seu casamento. Vendo sua relação com a esposa e a filha, percebemos que a família tem muitas mágoas e feridas abertas, que preferem não mexer, para não doer mais do que já doem.
No entanto, em alguns momentos isso se faz necessário e rendem cenas emocionantes e doloridas. Fiquei me perguntando se aquilo era apenas para dar sentido na trama, ou se os personagens também pegaram essa parte mais pessoal na inspiração dos políticos reais.
Em relação ao mistério, eu já tinha as minhas teorias de quem seria o responsável pelos ataques. Porém, confesso que não estava preparada para a forma como o desfecho aconteceria.
Percebi que a produção tentou resgatar uma ideia dos filmes de espionagem à la James Bond, com respostas mirabolantes e sem sentido. Mas na franquia dava certo, por conta de todas as cenas de ação que ganhavam os holofotes e a história ficava em segundo plano.
O que não se encaixava em Dia Zero, dado que o tempo todo era focado em drama e tocava em assuntos sérios, como etarismo e até machismo (dado que a própria presidente mal existia na série, de tão pouco que foi mencionada e agiam como se ela não existisse ou não pudesse resolver nada além de só assinar papéis). Mesmo assim, tentaram colocar uns elementos mais fantasiosos na trama, que só me deixaram com um imenso “pra quê?” na cabeça quando vi o que tinha acontecido.
Além disso, pelo fato de ter uma espécie de drama, eu esperava que algumas coisas fossem melhor explicadas em relação ao aspecto pessoal da vida dos personagens. Mas as respostas foram praticamente jogadas no colo do espectador, como se fossem tão óbvias que não fazia sentido explicar.
Isso me deixou com aquele gosto de “ok, série finalizada”, mas não deixou um gosto bom. O que é uma pena, pois eu tinha grandes expectativas em relação à nova aposta da vermelhinha. Mesmo assim recomendo que veja para que tire suas próprias conclusões.
Você já viu essa série? Já criou muita expectativa sobre uma obra audiovisual e depois se decepcionou? Me conta nos comentários!
Texto revisado por Emerson Silva.
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