27 de August de 2024

Amor em Roma | Sarah Adams

Olá meu povo, como estamos? Alguns livros tem o poder de dar um quentinho no nosso coração e nos fazer suspirar a cada capítulo, não é mesmo? Foi exatamente o que aconteceu comigo quando tive o prazer de ler ‘Amor em Roma’, um romance de Sarah Adams.

Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

Livro: Amor em Roma

Autoria: Sarah Adams

Tradução: Luara França

Editora: Intrínseca

Ano: 2023

Páginas: 332

Formato: Impresso

País: EUA

Nota: 4/5

Depois de anos alimentando sua imagem de “princesa do pop”, Amelia Rose, conhecida por sua legião de fãs como Rae Rose, está completamente esgotada. No auge do desespero, ela decide se inspirar na única pessoa que nunca a decepcionou: Audrey Hepburn. Seguindo os passos de A Princesa e o Plebeu, um de seus filmes favoritos protagonizados pela atriz, Amelia foge no meio da noite a caminho de Roma… no caso, a opção mais próxima ― uma cidadezinha chamada Roma no Kentucky.

Quando seu carro quebra na frente da casa de Noah Walker, o sujeito ranzinza e musculoso deixa claro que não tem tempo nem paciência para lidar com celebridades. Afinal, Noah tem que cuidar da loja de tortas que a avó deixou para ele, e ainda precisa ficar lembrando a seus vizinhos intrometidos, embora adoráveis, que cuidem da própria vida. Sem muita escolha, porém, ele acaba deixando que a cantora fique em seu quarto de hóspedes ― mas apenas até que consertem o carro dela, nem um dia a mais.

Só que, aos poucos, Noah começa a ver um lado doce, divertido e vulnerável de Amelia que não costuma estampar as manchetes, e vai cedendo ao instinto de compartilhar cada vez mais do seu mundo com ela. Enquanto ele e os outros moradores mostram à estrela do pop todo o charme que uma cidade pequena tem a oferecer, fica cada vez mais difícil para ela controlar seus sentimentos por aquele lugar aconchegante e seu anfitrião mal-humorado. O problema é que, no fim, até Audrey teve que ir embora de Roma em algum momento, e Amelia precisa enfrentar um dilema: seria possível escapar do próprio destino?

Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

Amelia, mais conhecida como Rae Rose, é a atual princesinha do pop. Sempre na lista das músicas mais tocadas nas rádios, com seu carisma e shows cheios de arte e danças de coreografias contagiantes, a moça tem uma conta bancária bem gorda e tudo ao seu dispor. Ou pelo menos é isso que todos pensam quando olham (e desejam) estar em seu lugar.

Porém, pelo ângulo de Rae, as coisas não são bem assim. Ela está sempre com uma sensação de que falta alguma coisa e se sente cada vez mais incomodada com isso. Contudo, quase não consegue tempo para pensar a respeito, pois sua agenda apertada de compromissos não lhe permite.

Tentando arranjar um tempo para si e para seus próprios dilemas entre uma turnê e outra, a jovem decide dar uma escapada de tudo e vai seguir os passos de seu grande ídolo da infância: Audrey Hepburn, do filme ‘A Princesa e O Plebeu’. Assim, parte rumo à mesma cidade que a atriz esteve décadas atrás em busca de respostas para sua própria vida.

No entanto, assim como no filme clássico, o destino pode guardar muitas surpresas para a cantora. Será que ela vai estar com o coração aberto e será capaz de seguir os mesmos passos que sua heroína?

“Talvez… essa aventura não tenha sido um erro afinal de contas.”

‘Amor em Roma’ me foi uma grande surpresa literária, pois eu nem estava esperando ler até ganhar num sorteio, hehe. Mas fiquei bem curiosa por ver que muitos de vocês fizeram elogios quando mostrei ele no perfil do @mundinhodahanna.

Assim, não pensei duas vezes: passei a obra na frente de muitas outras que estavam aqui na estante. E gente, que leitura gostosa! A narrativa é muito fluida e tem capítulos curtinhos, o que me facilitou bastante no andamento dela. Acho que só demorei mais para finalizar por ter o hábito de ler muitos livros ao mesmo tempo. Não fosse por isso, já teria terminado ele em menos de uma semana, de tanto que me apaixonei.

A história é narrada em primeira pessoa, com o ponto de vista alternando entre Amelia (a protagonista) e Noah, o bonitão rabugento do interior. A moça é uma linda e talentosa cantora, que desde cedo foi descoberta pelo show business e alcançou o topo de todas as paradas musicais que existem.

Suas músicas são dançantes e tocam em todas as rádios que se possa imaginar. Logo, sua agenda de shows é sempre lotada e Rae Rose é um dos nomes mais cotados em cada evento. Por conta disso, sua vida é corrida, cansativa e mal lhe dá espaço para cuidar de todos os setores, inclusive o pessoal.

Talvez por isso, a cantora sinta um vazio que cresce a cada dia, por sentir falta das coisas mais simples, como um abraço de mãe, por exemplo. Contudo, cada tentativa que Amelia faz de tirar férias é barrada pela sua agente, que está sempre cobrando uma música nova, uma entrevista num local importante e um anúncio de turnê megalomaníaca.

Apesar de seguir os passos de sua grande heroína da infância, Audrey Hepburn, um dia Amelia cansa de ser “educada, educada e educada” e parte rumo ao que sempre quis: um tempo de descanso em Roma. Confesso que fui completamente enganada por essa informação, pois eu pensei que se trataria da capital italiana, uma das cidades mais românticas do mundo.

Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

Mas aprendi um pouco de geografia e descobri que nos Estados Unidos também tem uma Roma, bem no interior e completamente oposta ao destino turístico badalado (rsrsrs). Eis que nossa protagonista vai parar no interior do país, com um carro velho e um sonho: ter uns dias de paz consigo mesma.

“Tem um número muito pequeno de pessoas na minha vida por quem sinto isso, e parece que acabei de acrescentar mais um nome à lista.”

Sinceramente, eu gostei muito desse recurso que a autora criou, pois mostra um lado bem diferente do que era retratado nos filmes de comédia romântica dos anos 2000 (e talvez hoje ainda seja assim). Ao contrário da rotina insana e romantizada de trabalho, temos uma pessoa que quer distância disso e procura um tempo de tranquilidade.

O que Amelia encontra, mas de uma maneira bastante inusitada (o que já era de se esperar em uma comédia romântica). Eis que seu carro dá problema logo que a moça chega na cidade e ela esbarra com o rapaz mais lindo, charmoso e turrão de Roma.

Noah é o homem mais vivido, com jeito de lenhador sexy e uma personalidade bem introvertida. Dessa forma, dar de cara logo com a personalidade mais queridinha dos últimos tempos não é uma boa combinação. Ainda mais quando ele se vê destinado a ajudar a mocinha a se virar na cidade pequena e lidar com diversas pessoas curiosas.

A química entre esses dois é impensável, mas ao mesmo tempo, contagiante. Com a narrativa pelo ponto de vista alternado, é bem fácil entender o que se passava na cabeça de cada um e ver os motivos pelos quais ficavam no clima de “Deus me livre, mas quem me dera”.

Embora saiba que tem toda uma emoção e eles precisavam resolver seus próprios dilemas, esses dois ficavam tanto no clima de “e se”, que minha vontade era entrar na história e mandar eles sentarem e conversarem logo de uma vez! Pois isso teria resolvido o livro na metade, haha.

No entanto, a enrolação deles foi o espaço que a autora usou para nos apresentar o elenco secundário, bem típico de cidade pequena. Todos se conhecem desde pequenos e formam uma comunidade tão pacata e solidária que me deu vontade de arrumar as malas e me mudar para Roma também.

Os moradores são muito unidos e formam quase que uma grande família. O que é lindo, por sinal. Mas talvez por isso, dê brecha para muitas situações constrangedoras e de vergonha alheia, mas que também dão um alívio cômico em certas ocasiões. De modo especial, eu adorei conhecer as irmãs mais novas de Noah e Mabel, uma espécie de segunda mãe do rapaz.

As primeiras são o completo oposto do irmão: parece que nasceram com uma pilha Duracell infinita instalada e nunca param de falar. O que encanta Amelia logo de cara, e assusta Noah, que não quer nada disso e só deseja que ela vá embora de uma vez.

Mas não consegue, uma vez que Mabel, a mulher já vivida e doida para bancar o cupido, só espalha fogo pelo parquinho e deixa o rapaz em situações bem difíceis de sair. E é aqui que eu entendi o motivo de Noah ser como é. Eu sei que ela só queria o bem do quase neto, porém a forma como faz isso é invasiva e eu não gostaria de ter a minha vida exposta do jeito que a dele era.

“Eu não deveria ter beijado esse homem. Eu não deveria ter deixado que ele me apresentasse a essa parte importante de sua vida. Vai ser muito doloroso quando eu for embora.”

Isso gera diversos momentos de tensão desnecessários na trama, que teria achado bem engraçado tempos atrás. Mas com a cabeça que tenho hoje, vejo que não é tão bom assim.

Além disso, me chamou atenção que a autora conseguiu incluir muitos assuntos sérios na trama, como laços familiares, vida pública, saúde mental e relação consigo mesmo. Algo que gostei bastante, por ter sido abordado de uma forma leve, como a história pedia.

Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

Contudo, eu gostaria que Amelia não tivesse demorado tanto para entender certas coisas. Mas é aquilo, né? Se as coisas fossem resolvidas bem rápido, os romances não existiriam, hehe.

O desfecho é tão apaixonante quanto a própria narrativa. Finalizei com vontade de conhecer a cidade e até de ver o bendito filme que Amelia tanto cita. Foi de fato uma grata surpresa e entrou na lista dos melhores do ano.

“Como ele pode fazer uma frase dessas parecer um sonho? Sinto como se estivesse de volta ao banho de espuma imaginário.”

Falando sobre o livro em si, é um exemplar muito bem diagramado e revisado. A fonte é bem legível, as páginas são grossinhas e amareladinhas, o que me ajudou muito durante a leitura.

A capa tem tons em azul e laranja, uma combinação possível, porém não esperava em livros de romance, o que gostei muito. Além disso, traz a tendência atual de artes desenhadas, com uma cena do próprio livro, que já dá uma ideia do que está para acontecer.

Em resumo, ‘Amor em Roma’ não é apenas uma história de amor romântico, mas também de superação, amor próprio e saúde mental. Recomendo demais, especialmente se quiser sair de uma ressaca literária ou queira uma opção mais rapidinha para um final de semana.

Agora me conta nos comentários: já leu esse ou algum outro livro da autora?

Texto revisado por Emerson Silva

Postado por:

Hanna de Paiva

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