12 de January de 2022

Arsène Lupin e a agulha oca | Maurice Leblanc

Olá meu povo, como estamos? A primeira resenha do ano e, também, o primeiro livro do #12livrospara2022, em parceria com os blogs MãeLiteratura e Pacote Literário. O tema de janeiro era “Um livro recente na estante” e o mais votado foi Arsène Lupin e a Agulha Oca, um clássico do autor francês Maurice Leblanc.
Arsène Lupin e a agulha oca | Maurice Leblanc
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

 

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Livro: Arsène Lupin e a agulha oca
Autor: Maurice Leblanc
Editora: Ciranda Cultural (selo Principis)
Ano: 2021 (original em 1910)
Páginas: 224
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Um incrível roubo em um castelo no interior da França desencadeia uma perseguição aos ladrões.
Logo descobre-se que Arsène Lupin é o líder da quadrilha. Quem comanda a investigação é Isidore Beautrelet, um jovem estudante de Retórica e um brilhante detetive amador, tão inteligente e sagaz quanto Lupin e, por isso, um opositor a temer. Mas o jovem nem desconfia que, ao desbaratar a quadrilha, não vencerá Lupin. Na realidade, estará apenas dando os primeiros passos para desvendar o mistério da Agulha Oca, conhecido apenas pelo cavalheiro-ladrão.

 

Arsène Lupin e a agulha oca | Maurice Leblanc

 

Raymonde vive num castelo no interior da França, local onde seu tio, o conde de Gesvres, expõe uma coleção impressionante de artefatos antigos e raros, que são alvos de muitas visitas por lá. Essa coleção é motivo de admiração, estudo e também de tentativas de roubo, que é exatamente onde a trama começa. 
 
Quem escuta primeiro o barulho à noite é Raymonde, que surpreende os invasores do castelo no ato, tenta impedir o roubo e corre em perseguição deles jardim afora. Aparentemente, a cena de crime apresenta um assalto que deu errado, pois nada sumiu. É o que assume o juiz de instrução, pelo menos, prestes a dar o caso como encerrado, quando Isidore Beautrelet, um jovem estudante de retórica e metido a detetive nas horas vagas, resolve se meter na cena do crime e aponta coisas que ninguém havia notado, como que o líder do assalto não poderia ser outro que não Arsène Lupin, o ladrão de casaca.
 
Mas Lupin nunca comete erros, a não ser que ele queira. Beautrelet, sabendo disso, parte em busca de respostas do que realmente aconteceu no castelo na noite anterior, o que parece estar ligado ao antigo enigma da agulha oca.
 
 
Este é meu terceiro contato com as aventuras de Arsène Lupin e, a cada leitura, fico mais impressionada com o talento que ele tem para enganar todo mundo. Mas parece que seus planos infalíveis estão com os dias contados (ou não?), agora que tem mais uma pessoa na sua cola, que parece ser tão inteligente quanto o cavalheiro-ladrão.
   
Ao lado de Sholmes (Sherlock Holmes) e Ganimard, Beautrelet vai encarar a maior aventura de sua vida, especialmente quando começa a investigar o enigma da agulha oca. Ele é tão antigo que ultrapassa gerações. E, por causa dele, reinados inteiros caíram e outros surgiram em toda a Europa.
 
 

 

“Os reis da França carregam segredos que muitas vezes regem o destino das cidades.”

 

 
 
Narrado em terceira pessoa, com algumas partes em primeira, quando o narrador (que faz as vezes de Watson) resolve dar o ar da graça, somos apresentados às pistas, com o objetivo de levar a outro enigma e mais outro enigma, os quais parecem nunca ter fim. Lupin não veio ao mundo para brincadeiras
   
Ele realmente faz jus ao título de um dos mais procurados do país e continua fazendo muito bem o seu trabalho, especialmente no que se trata de fazer todo mundo de trouxa, seja os detetives ou os leitores.Com seu talento sem igual para disfarces, ele pode ser qualquer pessoa e estar em qualquer lugar. Além disso, o crime, que parecia ter dado errado, se mostra um dos mais perfeitos. 
   
Cada testemunha interrogada pode falar a verdade sobre o caso, ou ser Lupin disfarçado.Ninguém é o que parece ser e todo mundo parece ter segredos antigos e profundos naquele castelo. Fora que a agulha oca, por si só, é um mistério pelo qual, aparentemente, vale a pena tanto risco.
 
 
 

 

“Era uma expressão insignificante, o enigma de um estudante que mancha com tinta o canto da folha? Ou seriam duas palavras mágicas pelas quais toda a grande aventura do aventureiro Lupin adquiria seu verdadeiro significado?”

 

 
 
 Beautrelet, apesar de jovem, é um detetive promissor. Ele é extremamente inteligente e já pode se arriscar a fazer isso como profissão. 
 
 
Arsène Lupin e a agulha oca | Maurice Leblanc
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

 

 
 
 Ao contrário dos livros anteriores, onde as coisas são contadas somente pelo ponto de vista de Lupin, aqui são mostradas pelo ângulo de Beautrelet, o que me chamou atenção, já que não é ele quem dá nome ao livro e deveria ser mais um coadjuvante.
   
Ao fazer isso, ficou uma proposta interessante num primeiro momento, já que se assemelha aos livros de mistério no geral, onde o detetive é quem fica sob os holofotes e o culpado se dá mal no final (na maioria das vezes). Fiquei bem curiosa para saber como tudo iria acontecer, especialmente sabendo das peculiaridades de Lupin e como ele lidaria com um inimigo à sua altura.
   
Conforme lia, fui tecendo n teorias e sendo feita de trouxa n vezes também. Esse livro me impressionou bastante, já que o autor mostrou que conseguiu criar um detetive tão formidável quanto Herlock Sholmes, a ponto de competir páreo a páreo com o ladrão de casaca.
   
Mas nem tudo são flores. Fiquei incomodada com a forma como Beautrelet foi apresentado aqui. Principalmente porque ele é um jovem que caiu de paraquedas no castelo, passando por baixo do nariz de todos os investigadores e simplesmente é convidado a entrar no caso, como se fosse certo invadir cenas de crime assim. Isso não me pareceu ser um menino inteligente, apenas fofoqueiro e baderneiro mesmo (rsrsrs).
   
Além disso, o menino não apenas é aplaudido por invadir uma cena de crime, como só falta ser colocado num pedestal, só porque chega do nada e fala o nome de Lupin. Mas o efeito não foi de muita surpresa para mim, só me senti vendo os desenhos de Scooby-Doo de novo, onde tudo era culpa do Ruivo Hering.
   
Entendo que ele é bastante inteligente, mas da forma que foi colocado, parece que só ele é assim e os investigadores estão lá de enfeite, já que parecem ficar em segundo plano e cabe apenas ao adolescente enxerido investigar, pois não tem quem faça isso (mas Sholmes, só o maior detetive consultos, está no caso, mas não importa, né?).
Fora que Beautrelet parece ter sido contaminado pela obsessão de Sholmes, pois o tempo todo repete o mantra de como “tem a missão de vida de derrotar Lupin”, sendo que ele é um estudante e está matando aula numa escola caríssima para investigar o fato, mas não ganha uma chamada do diretor, ou mesmo dos pais, por estar desperdiçando dinheiro da mensalidade se metendo onde não devia.
   
Isso acaba deixando a leitura um tanto arrastada e ela acaba perdendo o foco, para dar lugar ao sofrimento do pobre Beautrelet (sqn), que está na fase de “meu mundo caiu”, ao ver que não é fácil lidar com Arsène Lupin. 
 
 

 

“Não basta despertar uma crença., é preciso impor certeza.”

 

 
 
Depois de páginas e mais páginas disso, eu já estava meio que arrependida de ter colocado esse livro na lista para votação, pois a sensação que eu tinha era que o autor se perdeu um pouco e colocou isso só para dar espaço e aumentar o número de páginas.
   
Mas felizmente, essa sensação logo passou, já que o autor parece ter encontrado o fio da meada novamente e nos conduz ao desfecho que, para minha surpresa, se mostrou digno e me fez de trouxa mais uma última vezPorém, fiquei decepcionada, pois vários personagens que poderiam ter mais voz, acabaram desaparecendo com um mero “puf!”, e fiquei sem saber o que aconteceu com eles. Diversas pontas foram amarradas, porém muitas ficaram soltas, exatamente por conta desse sumiço, como se os personagens não existissem.
 
 
Arsène Lupin e a agulha oca | Maurice Leblanc
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

 

 
 
 
Falando sobre o livro em si, a edição é simples e objetiva, como já é o propósito da editora mesmo, até porque são livros bem baratinhos. A capa é bem chamativa, em tons de azul e laranja, com os personagens principais, Arsène Lupin e Beautrelet. 
   
A edição tem uma revisão bem-feita e fonte legível, além das páginas amareladinhas e grossinhas, o que deixa a leitura bem confortável.
 
No entanto, acho que criei muita expectativa com esse livro, vindo de dois volumes anteriores incríveis. Apesar de ser uma ótima e rápida leitura, não vai levar nota máxima dessa vez. Mas ainda assim recomendo, especialmente se você curte casos a la Agatha Christie e Conan Doyle
 
 

 Não esqueçam de passar nos blogs da Claudia e da Karla, para conferir as escolhas delas para o 12 livros para 2022 de janeiro. 

12 livros para 2022 | Janeiro

                                                                                                                                     Texto revisado por Emerson Silva

Postado por:

Hanna de Paiva

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