Olá meu povo, como estamos? Que a “rainha” Agatha Christie deixou um extenso legado com suas obras de mistério, isso é um fato. E eu estou firme e forte na missão de ler todos os livros (que optei por fazer de forma aleatória e não cronológica. Porém, ainda será a longo prazo). Mais uma etapa foi concluída e hoje estou aqui para falar sobre ‘Assassinato no Beco’.
Livro: Assassinato no Beco
Autoria: Agatha Christie
Tradução: Petê Rissatti
Editora: Harper Collins
Ano: 2023 (Original em 1937)
Páginas: 236
País: Inglaterra
Formato: Impresso
Nota: 4.5/5
Nesta coletânea de quatro contos da Rainha do Crime, o amado detetive Hercule Poirot está de volta para investigar casos nada comuns. Em Assassinato no beco, prepare-se para narrativas envolvendo um homicídio disfarçado de suicídio, o roubo de planos militares ultrassecretos, a morte misteriosa de um homem por uma bala que se desviou da trajetória natural e um triângulo amoroso que faz Poirot voltar imediatamente de suas férias.

‘Assassinato no Beco’, diferente dos outros livros que li da autora até então, é dividido em quatro contos. À primeira vista, todos são independentes, a não ser por um único elemento em comum: a presença do detetive Hercule Poirot.
Essas histórias foram publicadas em colunas de jornais e revistas, mais ou menos na década de 1930 e trazem uma visão bem curiosa sobre a época. Mas claro, sem deixar de lado a visão genial da autora.
Os contos desse volume são:
Assassinato no Beco (que dá nome também ao livro) – conta a história da jovem Mrs Allen, encontrada morta em casa. Tudo indica que seja suicídio, mas para os olhos astutos de Poirot, pode ser apenas uma cena muito bem arquitetada por um assassino meticuloso.
O Roubo Inacreditável – planos ultrassecretos foram roubados debaixo do nariz de quem mais deveria cuidar de documentos tão importantes. Agora o país inteiro corre perigo se esses papeis caírem em mãos erradas.

O Espelho do Morto – O patriarca da família Chevenix-Grove foi encontrado morto em seu próprio escritório. A cena seria bem fácil de resolver, se a bala que o matou não tivesse feito uma trajetória, no mínimo, curiosa.
O Triângulo de Rhodes – Poirot estava apenas tentando curtir suas férias. Mas é envolvido indiretamente em um triângulo amoroso que terminou em tragédia.
De todos os quatro contos, o que mais gostei foi exatamente o primeiro. O que me chamou atenção foi o nível de detalhes que a autora forneceu e me vi bancando a detetive junto de Poirot.
“-Acha que minha sugestão é muito parecida com os filmes? Mas a vida, Major Riddle, costuma ser incrivelmente parecida com os filmes.”
Aqui, conhecemos a história de Mrs Allen e sua colega de quarto, Mrs. Plenderleith. Ambas tinham um relacionamento cordial e nada parecia mostrar que a falecida teria motivos para tirar sua vida. Contudo, é isso o que parece ter acontecido quando a polícia é acionada em meio às festividades do Dia de Guy Fawkes.
Poirot assume o caso, especialmente ao perceber diversas discrepâncias na cena do crime que pareciam apontar para um homicídio. A primeira suspeita é a colega de quarto, a qual começa a ficar bastante esquiva diante das perguntas do detetive.
Mais personagens aparecem, a lista de suspeitos cresce e logo o caso começa a ganhar forma. Eu confesso que já suspeitava do que teria acontecido e apenas confirmei. No entanto, nem por isso deixou de ser uma boa leitura. Foi bom acertar uma das minhas teorias para variar, hehe.
“[…] Não acha a coisa mais fascinante do mundo observar as pessoas, Monsieur Poirot, e ver o que consegue descobrir sobre elas apenas olhando?”
O outro que mais gostei foi ‘O Roubo Inacreditável’. Esse eu li com a mente mais aberta, sem tentar focar em quem seria o culpado. E talvez isso tenha feito a experiência ser mais positiva.

Além disso, o conto é construído em uma vibe noir, com um pé nos romances de espionagem. Isso porque traz à tona os perigos que planos ultrassecretos podem causar se caírem em mãos erradas.
Poirot, como sempre, chega na cena colocando sua massa cinzenta para funcionar e desvenda o caso surpreendendo a todos. Eu gostei da premissa dele, da forma como o detetive conduziu a investigação (daquele modo mais clássico) e achei que o arco foi fechado de maneira condizente com a trama.
No entanto, achei que a explicação não foi tão convincente assim. Qualquer personagem seria um culpado convincente, isso é um fato. Mas achei que a forma como Poirot resolveu soou mais como um coelho tirado da cartola do que uma resolução prática.
O mesmo posso falar sobre o último conto. ‘O Triângulo de Rhodes’ tem como elemento principal a boa e velha fofoca. Eis que Poirot só queria curtir suas férias no paraíso em paz. mas obviamente que não vai conseguir, depois que um caso de assassinato cai em suas mãos.
Aos poucos, vamos conhecendo outras partes envolvidas na história. Contudo, achei que ficou meio corrido. Até entendo que contos tem pouco espaço e as coisas precisam ser resolvidas rapidamente.
Porém, do jeito que foi apresentado, parecia que tinha prazo para terminar a história é a solução veio rápida demais, ainda que de forma provisória. Por conta disso, fiquei com um gostinho amargo no final e tirei alguns pontos da leitura no saldo total.
“-Mesmo assim, mademoiselle, são os homens mais cuidadosos que cometem os assassinatos mais astutos.”
No entanto, Agatha Christie continua sendo uma de minhas autoras de mistério favoritas. E sigo recomendando suas obras para quem quiser se aventurar para conhecer o gênero. Ela também é uma ótima opção para sair de uma ressaca literária. Motivo pelo qual está sempre presente em minhas listas de leitura.
Falando sobre a obra em si, paguei pela minha língua com essas edições novas da Harper. De todas as que tive acesso até o momento, a capa de ‘Assassinato no Beco’ é a minha favorita: simples, minimalista e objetiva.

Além disso, preciso destacar o quanto o processo de revisão e diagramação melhoraram bastante desde as edições antigas. A fonte está bem legível, agradável à leitura e as páginas mais grossinhas e amareladinhas ajudam no processo.
Agora me conta nos comentários: Já leu algum livro da autora? Gosta do estilo dela de criar mistérios?
Texto revisado por Emerson Silva.
Helaina
Oi Hanna, tudo bem?
Eu também meio que assumi esse compromisso de ler todos os livros da Agatha e como acabei me encantando pelo Poirot, decidi ler todos com ele primeiro respeitando mais ou menos a ordem cronológica. A regra principal é se está na minha estante ou não.
Ainda não tenho esse livro, mas como conta com a presença do detetive, com certeza está na minha lista. Os quatro contos parecem interessantes e esse com o Poirot tentando tirar férias acho que é quase uma marca registrada do personagem. Ele nunca consegue! Hahahaha…
Tenha uma boa semana;
Mente Hipercriativa & Universo Invisível
Hanna de Paiva
O coitado nunca consegue tirar férias, né? Sempre tem um caso entre os casos oficiais que ele precisa resolver, haha. Eu ia ler em ordem cronológica, mas como sigo a mesma regra de ter na estante, acaba não sendo possível manter a ordem das datas.
Moonlight Books
OI hanna! Estou relendo toda a obra dela que li faz muitos anos e alguns livros eu não lembro quase nada. esse ainda não entrou na meta, mas em breve pretendo reler. Bjos!!
Moonlight Books
@moonlightbooks
Hanna de Paiva
Ah, espero que consiga reler em breve, Cida. Eu gostei muito ^^
Vanessa
Oii
Amei ver que está na saga de ler todos os livros dela. Depois podia fazer um post com uma lista de todos os livros e nos temas deixar o link para viajarmos em todas as resenhas.
Amei saber que está curtindo as leituras. Em breve quero muito ler todos os livros de alguns escritores que gosto. Acho isso o máximo ♡
Beijos.
http://www.parafraseandocomvanessa.com.br
Hanna de Paiva
Olha, gostei da ideia, viu? A lista é bem longa e eu estou longe de ter lido todos, hehe. Mas vale fazer para servir como guia ^^
Emerson
Parece ser um livro genial e marcante. Adorei a resenha.
Boa semana!
O JOVEM JORNALISTA está no ar cheio de posts novos e novidades! Não deixe de conferir!
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Até mais, Emerson Garcia
Hanna de Paiva
Que bom que gostou! =)