Olá meu povo, como estamos? Hoje trago a resenha de ‘Crônicas de Asvir’, mais um livro nacional da autora Michelle Marion, que conheci há pouco tempo.
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna |
Obs.: Livro digital cedido gentilmente pela autora e pela F.S. Assessoria Literária
16/24
Livro: Cônicas de Asvir
Autora: Michelle Marion
Editora: Independente (Amazon)
Ano: 2021
Páginas: 291
Tudo começa do outro lado da nossa galáxia, no planeta Asvir, onde o jovem Killian viaja à procura de respostas após receber uma carta enigmática de sua mãe que está desaparecida há anos. Junto ao seu fiel companheiro de quatro patas, Fried, vivem situações inesperadas quando descobrem que uma grande ameaça do passado pode ter retornado.
Killian é um menino diferente, de cabelos azuis e olhos verdes enigmáticos. Sua mãe, Khalissa, o deixou na Terra ainda pequeno, com a promessa de que o buscaria em pouco tempo, porém nunca retornou.
Embora tenha sido criado com muito carinho pelos tios humanos, ele nutre a esperança de encontrar seus pais biológicos novamente. Agora, no auge de seus 20 anos, parte para Asvir, seu planeta natal, em busca de respostas.
Esse livro não estaria no meu radar se não fosse pela F.S. Assessoria Literária. Meu primeiro contato não foi como o esperado, demorei um pouco a me conectar e pensei seriamente em abandonar a leitura, pois criei a ideia de um scifi mais voltado para o público adulto e não encontrei.
Depois de uns dias afastada, dei uma segunda chance e recomecei a leitura. Dessa vez, sem criar expectativas e abrindo a mente para uma leitura mais leve e juvenil. A experiência fluiu de uma maneira impressionante.
Killian veio para a Terra ainda pequeno, com Khalissa. Ela era uma mãe amorosa e sempre dizia que seu pai tinha coisas a resolver em casa, mas logo voltaria para buscá-los. Porém, pouco tempo depois, teve que viajar às pressas, alegando a necessidade de resolver novos problemas, deixando a criança para trás.
“E a partir daquele dia nada mais seria o mesmo para nenhum deles.”
O menino viveu praticamente sozinho em um planeta estranho e hostil que, apesar de lhe conferir certas vantagens em relação aos seus poderes, suas características nada convencionais não o faziam ser bem aceito pelas outras crianças. Mesmo que seus tios tentassem mudar a situação, Killian
ficava isolado em um canto, só esperando o dia acabar para poder ir dormir e sonhar
com o tempo em que seus pais voltariam, de fato, para cumprir a promessa.
ficava isolado em um canto, só esperando o dia acabar para poder ir dormir e sonhar
com o tempo em que seus pais voltariam, de fato, para cumprir a promessa.
A única companhia que lhe alegrava era Fried, um filhote de narkel, o qual poderia ser facilmente confundido com um husky siberiano, a não ser pela capacidade de fala. Achei muito bonitinha a construção desses dois, diga-se de passagem. Primeiro por Fried ser um cachorro bem fofo à primeira vista, já que se comporta feito um.
Ele é leal ao Killian, está ao seu lado em todos os momentos e sempre tenta animar o rapaz, nem que seja com um olhar pidão. O menino, por sua vez, sofre de ansiedade e sabe muito bem o que é ser excluído pelo simples fato de não se encaixar em um padrão.
Agora, já crescidos e cansados de não terem notícias sobre a família biológica de Killian, a dupla parte rumo a Asvir, para saber o que realmente aconteceu e porque ficaram para trás. A única pista que eles têm é uma carta de Khalissa, com um enigma antigo, o qual só poderia ser decifrado em seu planeta natal.
Mas eles logo percebem que desvendar o código não será nada fácil, especialmente se estiverem sozinhos. No meio do caminho, conhecem o androide Sightor e Idessa, uma menina que tem o dom de dominar o gelo.
Apesar de suas habilidades incríveis, eles também são excluídos e hostilizados por onde passam. O que não é muito diferente do que Killian e Fried vivem o tempo todo (ou quase todo).
Logo, esses quatro formam um grupo inimaginável. Eles se unem pelos motivos que a sociedade os afasta. A relação de amizade aqui é semelhante ao descrito em ‘O Mágico de Oz’, onde personagens tidos como fracos eram mais fortes quando estavam unidos.
“O androide, que uma vez ficou solitário na cidade de Vector, ficou sentado vigiando seus companheiros, imaginando o que acontecia quando as pessoas dormiam.”
Apesar da semelhança com o clássico em um primeiro momento, é possível notar a identidade de ‘Crônicas de Asvir’. Isso porque a autora lidou com temas bem pertinentes e atuais, com toques de fofura e leveza na medida certa, sem deixar que a trama perca o foco do tema principal.
Além disso, Asvir não está em seus melhores dias. O planeta está passando por momentos de conflito e tudo parece girar em torno de uma conspiração envolvendo a família de Killian. Aos poucos, vamos conhecendo seus parentes, assim como alguns segredos do passado, que só vão entrelaçando novos enigmas mais sombrios. Pontas são amarradas à medida que surgem novas dúvidas.
E Killian percebe que mal conhece a própria história. Quem lhe ajuda em um primeiro momento é o tio Will, uma pessoa bem complicada de lidar. Ele é orgulhoso, metido a sabichão e não leva
desaforo para casa.
desaforo para casa.
Logo, os primeiros contatos não são muito amigáveis. A única pessoa que parece lhe entender é Hanari, uma mulher bastante enigmática e de cultura semelhante à japonesa.
Não sei porque, mas ao ler sobre ela, me lembrei logo da lenda da raposa de nove caudas. Não sei se a inspiração foi mesmo essa, mas gostei. Will e Hanari tem a missão de cuidar dos jovens recém-chegados e protegê-los, até que seja possível encontrar os pais de Killian, supondo que estejam mesmo vivos, o que permanece um grande mistério. Em todo caso, devem estar preparados para qualquer ameaça que surgir no caminho.
Killian e Idessa precisam treinar e descobrir até onde vão suas habilidades. Além disso, estão aprendendo sobre coisas da vida, como o poder do respeito, compreensão e amizade, que nunca tiveram o prazer de desfrutar antes.
Sightor e Fried, por sua vez, mantêm o clima de leveza no ar, com momentos cômicos, fofos e acendendo a luzinha no fim do túnel em diversos momentos. Assim, todos vão aprendendo e amadurecendo juntos, conforme descobrem seus pontos fortes e lidam com suas fraquezas.
Ainda, dá espaço para um assunto interessante, em especial sobre o que é ser família. Aqui, vemos que ela não precisa ser perfeita, nem de laços sanguíneos, mas de amor. Com cenas bem descritas, detalhadas na medida certa e uma escrita bastante fluida, fui facilmente levada para Asvir e me senti perto dos personagens, aprendendo as lições e desvendando segredos junto com eles.
Também, as peculiaridades deles, especial no contexto sociológico, é bastante semelhante ao que ocorre na Terra em dias atuais. Então, dá bastante brecha para reflexão, além de uns tapas na cara com luva de pelica, pois mostra que preconceito só muda de endereço e estará presente em qualquer planeta que tenha uma sociedade formada, infelizmente.
O desfecho é aberto e digno. Apesar de amarrar algumas pontas, várias dúvidas ficaram no ar, dando a entender que teremos continuação. Nem preciso dizer que estou curiosa e quero saber mais sobre Asvir e o papel de Killian em tudo isso.
Falando sobre o livro em si, ele só existe em formato digital. A versão que peguei tem alguns probleminhas de revisão, mas creio que as mais recentes já tenham isso resolvido. A fonte é legível e a diagramação bem simples.
Os capítulos são curtos, com uma narrativa em terceira pessoa. Assim, a leitura se mostrou bem levinha e rápida, dando um contexto mais geral ao longo dos acontecimentos. Além disso, quando olhei para a obra pela segunda vez, sem expectativas e tendo em mente que era para um público mais juvenil, a experiência foi bastante positiva, em especial pela forma como
algumas questões foram respondidas.
algumas questões foram respondidas.
Assim, ‘Crônicas de Asvir’ é uma leitura que trata de assuntos pertinentes com bastante delicadeza, porém sem perder a seriedade e nem o foco. E é, também, uma alternativa interessante, especialmente se acabou de sair de uma leitura mais pesada e precisa de algo mais levinho para alternar.
Já conheciam as obras da autora? E deram uma segunda chance para alguma leitura que não alcançou as expectativas na primeira vez? Me contem aí!
Texto revisado por Emerson Silva
Leyanne
Oie, já aconteceu comigo de dar uma segunda chance e acabar amando, assim como já me ocorreu o contrário. Gostei da proposta do livro e saber mais da sua opinião.
Bjs
Imersão Literária
Camila Faria
Oi Hanna, bom saber que a leitura é mais voltada para um público juvenil ~ nada pior do que começar uma leitura e perceber que não era o que você esperava, né? Um abraço!
Luciano Otaciano
Oi, Hanna. Como vai? Parece uma leitura ideal de ser realizada depois de um livro mais denso, não é mesmo? Que bom que gostou. Abraço!
https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Hanna Carolina Lins
Pois é, nada como dar uma segunda olhada para as obras, né?
Hanna Carolina Lins
Sim, isso acaba total com a experiência da leitura.
Hanna Carolina Lins
É bem isso, Luciano! =)
Sil
Olá, Hanna.
Eu já prefiro os livros que são voltados para o publico mais jovem. Mas esse em especial não chamou tanto a minha atenção. Eu não sou muito de ler esse gênero, e quando leio é porque o livro me interessou muito mesmo hehe.
Prefácio
Hanna Carolina Lins
Super te entendo, Sil. =)