9 de February de 2019

Cult: Museu Vivo de São Bento

   Olá meu povo, como estamos? No Cult de hoje temos uma visita super legal que nosso colaborador Erik Lourenço fez bem pertinho da nossa casa (moramos na Baixada Fluminense), mas que praticamente ninguém conhece… 

Museu Vivo de São Bento
Foto: Erik Lourenço/Mundinho da Hanna

   Assim, apresentamos as vocês o Museu Vivo de São Bento, localizado em Duque de Caxias (RJ).

Museu Vivo de São Bento



     Olarrrrrrrrrr! Tutu bem?! Tutu bom?! Hoje vou falar sobre um museu perto da minha
residência.
     Você sabia da existência do Museu Vivo de São Bento?
Sabe onde fica? Sabe como chega? Sabe por que é vivo? 
Não tem ideia, né? Mas saibam que esse local é de
grande importância histórica para o Brasil

Museu Vivo de São Bento
Foto: Erik Lourenço/Mundinho da Hanna



    O museu começa na mesma rua onde se situa a
FEUDUC (Fundação Educacional Duque de Caxias). O que conhecemos como FEUDUC atualmente era o acesso principal para o Engenho do São Bento, onde se encontrava a casa do administrador
 do Núcleo
Colonial São Bento
, e hoje abriga a a pesquisadora Marlúcia Santos de
Souza
.


Casa da Pesquisadora Marlúcia Santos de Souza
Foto: Erik Lourenço/Mundinho da Hanna


   O Museu Vivo de São Bento (MVSB), surgiu na década de 90. Em 2004, foi colocada na pauta dos professores da rede pública do Município de Duque de Caxias a criação do Centro de Referência Patrimonial e Histórica de Duque de Caxias, missão dada ao museuA criação do centro garantiu a lei municipal, em conjunto com a luta dos professores para incluir a História da Baixada Fluminense nos currículos. 
   Tanto o Centro quanto o MVSB foram criados no âmbito da Secretaria Municipal de Educação com uma direção colegiada e eleita por um conselho deliberativo, formado por seis instituições governamentais e seis instituições da sociedade civil. 


Museu Vivo de São Bento
Foto: Erik Lourenço/Mundinho da Hanna

Museu Vivo de São Bento
Foto: Erik Lourenço/Mundinho da Hanna

   O museu tem o foco na educação patrimonial. É um museu de percursos de território, pois tem com o propósito de pensar e solucionar problemas sociais ao entorno dele e afirmar as identidades locais.
   Além disso, o Museu Vivo do São Bento faz parte da Nova Museologia Social e participa da REMUS (Rede de Museologia Social), com 34 espaços de memória. Esses espaços são comunitários em locais populares, como por exemplo o Museu da Maré.  
   É considerado um museu vivo, pois fica localizado numa APA (Área de Proteção Ambiental) e trabalha com a vegetação viva, como acontece com o Jardim Botânico. No entanto, mesmo chamado de museu vivo, por ser considerado museu de céu aberto, o MVSB trabalha com o conceito de museu de território e utiliza a definição de Milton Santos:

Pensar no uso do território pelo Homem, interferindo, criando problemas ambientais, interesses do capital (logísticas), e abrindo caminhos. Esse território está sendo impactado positivamente e negativamente.



Lentes da Memória
Foto: Erik Lourenço/Mundinho da Hanna

   Tive o privilégio de conversar com uma das fundadoras do Museu Vivo do São bento, a Marlúcia:

Erik: Se você tivesse direito a três pedidos, quais faria?
Marlúcia: Execução do projeto arquitetônico de recuperação de todas as edificações do trajeto principal e da Igreja do Pilar;Ver os sítios arqueológicos preservados, restaurados com funcionalidade, a serviço da população local e da promoção da vida;Sinalização para poder visitar e despertar o interesse no local e mostrar o valor histórico das nossas terras e não só o território da violência.

    O museu carece muito de recursos financeiros, então eles vivem basicamente de doação e parceria. Alguns dos parceiros são: UFRJ, UFRRJ, IPU, ENBA, Grupo de Capoeira do Gramacho, UNIRIO. 

    A Marlúcia Santos de Sousa, além de uma das fundadoras do museu, é a atual coordenadora do Museu Vivo de São Bento e do Centro de Referência Patrimonial Histórica do Município de Duque de Caxias. Ela participou de todas as negociações da construção, onde trabalha até hoje e ama sua profissão. E mesmo com toda falta de recurso e atenção para a cultura, ela não pensa em abandonar o museu.

O museu não consegue fazer mais atividades por falta de recursos financeiros.

    
   O Museu Vivo de São Bento é de extrema importância  na Baixada Fluminense, pois é nesse espaço que a identidade dela é preservada. Mas por estar localizado numa área periférica, o Estado esquece que tem arte, cultura, História e mais ainda um povo sábio. 
   Os moradores da região e os colaboradores do Museu Vivo do São Bento batalham dia após dia para conseguir manter o patrimônio histórico vivo. 

“Não queremos luxo, queremos dignidade.”

Museu Vivo de São Bento
Foto: Erik Lourenço/Mundinho da Hanna

Museu Vivo de São Bento
Foto: Erik Lourenço/Mundinho da Hanna
Museu Vivo de São Bento
Foto: Erik Lourenço/Mundinho da Hanna

Museu Vivo de São Bento
Foto: Erik Lourenço/Mundinho da Hanna

Museu Vivo de São Bento
Foto: Erik Lourenço/Mundinho da Hanna

Museu Vivo de São Bento
Foto: Erik Lourenço/Mundinho da Hanna

   O Museu Vivo de São Bento conta ainda com um sítio arqueológico, o Sítio Escola Sambaqui do São Bento, onde são encontrados Sambaquis. A palavra “Sambaqui” em Tupi significa, literalmente, “montanha de conchas”. Foram achadas duas ossadas,
uma de adulto e outra de criança no sítio. Os Sambaquis caçavam alimentos próximos à Baía de Guanabara e levavam para casa os resíduos, como conchas de moluscos, carapaças
de crustáceos, ossos de peixes, aves e pequenos mamíferos, os quais utilizavam para
marcar território e como recurso para enterrar os cadáveres da sua
população.




Sítio Escola Sambaqui do São Bento
Foto: Erik Lourenço/Mundinho da Hanna






Sítio Escola Sambaqui do São Bento
Foto: Erik Lourenço/Mundinho da Hanna

Sítio Escola Sambaqui do São Bento
Foto: Erik Lourenço/Mundinho da Hanna

Sítio Escola Sambaqui do São Bento
Foto: Erik Lourenço/Mundinho da Hanna



   Além do sítio arqueológico, o museu disponibiliza outros trajetos, que infelizmente estão sem recursos para levar os visitantes até lá. No entanto, caso o visitante queira, pode ir por conta própria até os locais, o museu disponibiliza um professor para mediar essa
visita, SEM COBRAR NADA PELOS SERVIÇOS.



Museu Vivo de São Bento
Foto: Erik Lourenço/Mundinho da Hanna



E os passeios oferecidos no MVSB são: 


Toxic Tour:
Percurso que visita as injustiças ambientais. Na APA do São Bento, destruição do Morro do Céu, Bota Fora, REDUC e Lixão
do Jardim Gramacho.


Grande São Bento:
Antiga fazenda do Iguaçú, a primeira fazenda de ocupação portuguesa (abrange os municípios
de Duque de Caxias e Belford Roxo
).


Diáspora Africana:
Guardam vestígios da cultura afro-brasileira, restaurante nordestino, Hidra do
Iguaçu, terreiro e capoeira do mestre GeGê.


Caminhos da fé:
São quatro percursos, por igrejas com estrutura colonial e imperial, escravidão, irmandades religiosas barroca, logística
da ocupação humana na Baixada Fluminense.


Caminhos do pano:
Indústria têxtil na Baixada e Caminho do Ouro.


Caminhos das águas:
Vestígios da ocupação humana com por causa da água em Duque de Caxias e Magé,
Praia de Mauá, Mangues, Balneário.


Xerém lugar de memória e trabalho: Igreja colonial Santa Rita, Fábrica Nacional de
Motores, Fazenda de Café.


Apesar de
toda dificuldade que o Museu tem, eles promovem eventos de extrema importância
para a população local:


Mulheres
artesãs:
 É um espaço
comunitário onde as mulheres podem se encontrar e produzir sua arte. Elas se reúnem todas as quintas e têm autonomia
para se organizar. O mais legal é que no final do ano marcam uma data para
fazer uma feira de artesanato. O dinheiro arrecadado com as vendas fica com
elas.


Jovens agentes do
patrimônio
: Reúne jovens da
comunidade, para formar medidores e pensar a cidade e a sociedade que vive.
Eles se reúnem as quintas e é um evento gratuito.


Jovens agentes do patrimônio
Foto: Erik Lourenço/Mundinho da Hanna

Informações essenciais:


1. Entrada Franca.


2. Horário de
funcionamento: Segunda-feira à sexta-feira, de 08h00 as 17h00.


3. Para chegar lá: 

   Pegue um trem até
Gramacho e depois um ônibus via Lote XV (algumas linhas 500, 499, 502).  Desça no ponto em frente à FEUDUC e caminhe por cerca de 10 minutos na rua vizinha.

Atenção:
infelizmente não tem placas de sinalização, mas não tem erro.

Para mais informações:

Contato: (21) 2653-7681
Endereço: Rua Benjamin da
Rocha Junior, s/n, São
Bento, Duque de Caxias,
RJ

   Além disso, estão presentes na redes sociais: 
Site

Facebook 

Instagram

Youtube

  É muita história, e isso é só um breve resumo.  Agora sinto tanto orgulho de morar na Baixada Fluminense. Ah! Só um adendo, o Engenho do São Bento fazia parte do Mosteiro de São Bento, já comentados aqui no Mundinho!  


Museu Vivo de São Bento
Foto: Erik Lourenço/Mundinho da Hanna




  Espero encarecidamente que tenham gostado e que vão visitar o museu.

  Um grande abraço e até a próxima!

Postado por:

Hanna de Paiva

Gostou? Leia esses outros:

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *

Classificação de resenhas

Péssimo
Ruim
Regular
Bom
Ótimo

anuncie aqui