Olá meu povo, como estamos? Hoje trago a resenha de ‘É Fácil Matar’, mais uma trama da “Rainha” Agatha Christie que promete te fazer de trouxa até o último capítulo.
Livro: É Fácil Matar
Autoria: Agatha Christie
Tradução: Erico Assis
Editora: Harper Collins
Páginas: 240
Ano: 2021 (1938)
Formato: Impresso
País: Inglaterra
Nota: 4.5/5
Em um pacato vilarejo inglês, um assassino está prestes a atacar. Mais de uma vez. Mergulhe nesta investigação policial enquanto tentam capturar um serial killer, e seja surpreendido pelas revelações inesperadas em mais um clássico de Agatha Christie.
O policial Luke Fitzwilliam retorna à Grã-Bretanha depois de anos servindo no Oriente Médio para uma longa estadia. Em seu caminho para Londres, ele cruza com uma mulher que afirma ter um serial killer atuando em seu pequeno vilarejo, Wychwood. De início, Fitzwilliam não acredita nas declarações de Miss Pinkerton, mas, quando recebe a notícia de que sua companheira de viagem foi encontrada morta, decide dar uma chance à investigação. Então, o corpo de uma quarta vítima aparece, e todas as mortes parecem um acidente. Mas, como Fitzwilliam descobrirá, em Wychwood, nada é como parece…
Luke Fitzwilliam é um policial de folga que tentava curtir seus momentos de paz no trem. No entanto, se viu rendido aos trejeitos de uma senhorinha simpática que se sentou perto dele e logo puxou assunto.
A princípio, tentava apenas ser educado com ela. Mas o assunto que Lavinia Pinkerton tem é peculiar e assustador demais para ser deixado de lado. A velhinha estava muito preocupada com diversos assassinatos em seu vilarejo, os quais aparentemente foram causados por uma única pessoa.
Com medo de ser desacreditada pelas autoridades locais, Lavinia decidiu levar o caso para a capital londrina, a fim de chamar a Scotland Yard. Luke lhe dá apoio, embora ainda ache fantasioso demais o que ela lhe conta em tantos detalhes.
Porém, ao pegar o jornal alguns dias depois, o rapaz toma um susto ao ver que sua amiga inusitada morreu, vítima de um acidente de trânsito. Embora fosse algo esperado em uma cidade grande, Luke sabe que Lavinia temia pela própria vida e isso não parecia acidente.
Logo, parte para a cidadezinha do interior em busca de respostas e de justiça pela pobre velhinha preocupada. Contudo, pode ser que ele mesmo esteja correndo perigo ao entrar no vilarejo.
“Sabe que sempre pensei que um dos fatos mais desagradáveis a se encarar na vida é que toda morte representa um ganho para alguém.”
Rapaz! Como eu estava com saudades de ler um bom romance da “Rainha”! Esse livro eu ganhei de amigo oculto, no fim do ano passado. Mas sabia que ele não esquentaria a prateleira dos encalhados por muito tempo. Assim, tratei de colocar na lista dos 12 Livros para 2024 e não me aguentei até começar a ler.
A narrativa é em terceira pessoa e os capítulos são curtos. Dessa forma, a leitura foi bem mais rápida do que esperava. Os fatos giram em torno do que acontece com Luke, um detetive que está tentando curtir um descanso após sua temporada fora do país, mas parece que as coisas não serão bem assim.
Para começar, ele tentou ser educado com Lavinia, quando a conheceu no trem, para manter o clima agradável durante a viagem. Ela só queria desabafar e contar o que lhe afligia para se libertar desse fardo. O que a senhorinha fala é perigoso demais e parece até fruto de imaginação num primeiro momento.
Entretanto, Luke percebe que pode ser algo além das fantasias de uma idosa, especialmente quando dias depois dela mesma afirmar que tinha medo de ser a próxima vítima, isso de fato acontece.
Assim, o detetive resolve fazer jus à sua profissão e parte até Wychwood em busca de respostas. E aqui, começamos o trabalho de investigação junto ao protagonista.
A cidade é pequena e tem forte influência de lendas urbanas e histórico de bruxaria, o que confere um ar mais sombrio para o local. Aos poucos, vamos conhecendo os personagens secundários e, também, nossa lista de suspeitos.
A começar por Ellsworth e Lorde Whitfield, dois homens muito peculiares, cada um à sua maneira. O primeiro é mais afetado e ligado em assuntos esotéricos, o que lhe confere uma fama de “o esquisito” da cidade.
Por sua vez, Lorde Whitfield é um homem já bem vivido e com muitas histórias para contar, mesmo que ninguém queira ouvir. Tudo gira em torno de seu umbigo e chega a ser até chato o seu narcisismo. Bastava ele entrar em cena que não apenas Luke, mas eu também revirava os olhos.
“[…] É aí que o senhor se engana. É fácil matar… desde que ninguém suspeite da sua pessoa. E veja que a pessoa em questão é justamente a última que alguém suspeitaria!”
Ele está noivo de Bridget, que até alguns meses atrás era sua secretária. A forma como a moça “subiu de posto” é, no mínimo, estranha. Está bem claro que eles não tem sentimentos um pelo outro, ao menos não da parte da ex-funcionária, que só vê o noivo como um fundo de investimento em médio prazo e nada mais.
Além disso, Bridget é uma mulher jovem e cheia de ideias, mas também de opiniões fortes. Ela vai acompanhar Luke pela cidade, a fim de apresentá-lo aos demais moradores. Aos poucos, vamos conhecendo um pouco da personalidade de cada um e colhendo pistas de quem poderia ser o responsável pelos crimes brutais.
Confesso que desconfiei dela logo de cara, assim como de cada personagem que aparecia e apresentava um comportamento diferente. Mas já comecei logo a reclamar quando vi que Luke estava começando a se perder na própria investigação.
O rapaz começou com muita boa vontade, cheio de planos e eu tive esperança no rapaz… para me decepcionar logo em seguida. Passou tempo demais querendo bancar o macho alfa protetor e esqueceu o que realmente ele foi fazer lá na cidade. Me deu nos nervos e eu queria entrar no livro para esfregar na cara dele as pistas que estavam até bem óbvias.
Mas ele ficava tanto tempo sofrendo pelas pessoas que queria salvar (sem necessidade, porque ninguém pediu), que já estava de saco cheio e xingando a quinta geração dele.
Contudo, mesmo sendo óbvio em diversos momentos, a autora sabe enrolar o leitor ao ponto de eu me sentir confiável e ser feita de trouxa aos 45 do segundo tempo. Isso porque parece que em algum momento Luke acorda e resolve fazer seu trabalho, mas o crédito mesmo vem de outro personagem, que surge correndo pela tangente quando menos se espera.
“Luke, meu garoto, cabe só a você descobrir se é o otário mais crédulo desse mundo ou se seu faro de policial captou captou alguma coisa.”
Com isso, o desfecho é crível, interessante e me enganou. Mas não é algo que me abale as estruturas. Acho que fiquei decepcionada demais com a enrolação do Luke, ainda mais vindo da criadora de personagens icônicos, como o próprio Poirot.
Mesmo assim, é um livro que gostei bastante, marquei diversas passagens e releria em algum momento. Também recomendo caso não tenha lido nenhum da autora, para conhecer seu estilo.
Falando sobre o livro, ‘É Fácil Matar’ tem uma capa vermelha bem bonita, com elementos que tem a ver com a trama, mas podem ser um spoiler. A diagramação e revisão estão bem feitas, com páginas amareladas e grossinhas, facilitando a experiência de leitura.
Agora me conta: você já leu esse ou algum outro livro de Agatha Christie? Gosta de mistérios para saber quem é culpado no final? Me conta nos comentários!
Texto revisado por Emerson Silva
Cida
oi hanna! estou participando de um desafio de leitura dos livros da Agatha e esse mês quase escolhi este, mas acabei optando por morte da mesopotâmia. Os livros delas são empolgantes e alguns eu já li várias vezes. que bom que curtiu essa leitura. Bjos!!
Moonlight Books
Hanna de Paiva
Oi Cida, é aquele #readagathachristie? Sou muito curiosa para participar desse desafio, hehe. Eu gostei bastante de Morte na Mesopotâmia, também. =)
Luciano Otaciano
Oi, Hanna! Que bom que você curtiu este livro. Esse aí eu não li, mas parece ser muito bom, né? Abraço!
https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Hanna de Paiva
Olá Luciano, esse me surpreendeu um bocado mesmo. Gostei muito e ainda quero conhecer outras obras da autora.