Olá meu povo, como estamos? Hoje temos a resenha de Enders, como participação nos projetos #12livrospra2019 e #leiamulheres, em parceria com as meninas do MãeLiteratura e Pacote Literário.
Ah, essa é a continuação do que começou em Starters. Então fiquem atentos, pois há spoilers do primeiro livro nessa resenha! 😉
Foto: Divulgação |
Livro: Enders
Autora: Lissa Price
Editora: Novo Conceito
Ano: 2014
Páginas: 283
Depois que a Prime Destinations foi demolida, Callie pensou que teria paz para viver ao lado do irmão, Tyler, e do amigo, Michael. O banco de corpos foi destruído para sempre, e Callie nunca mais terá de alugar-se para os abomináveis Enders. No entanto, ela e Michael têm o chip implantado no cérebro e podem ser controlados. Além disso, o Velho ainda se comunica com Callie. O pesadelo não terminou.Agora, Callie procura uma maneira de remover o chip – isso pode custar sua vida, mas vai silenciar a voz que fala em sua mente. Se continuar sob o domínio dos Enders, Callie estará constantemente sujeita a fazer o que não quer, inclusive contra as pessoas que mais ama.Callie tem pouco tempo. Obstinada por descobrir quem é de fato o Velho e desejando, mais que tudo, uma vida normal para si e para o irmão, ela vai lutar pela verdade. Custe o que custar.
Apesar de a Prime Destinations oferecer divertimento ilimitado aos Enders que alugassem os corpos dos Starters, havia apenas uma regra: não pode matar ninguém. Os chips implantados nas cabeças dos Starters tinham uma programação específica, a qual meio que travava essa opção.
O Ender poderia pensar e poderia até fazer algo perigoso que causasse a morte do Starter em uso, como um salto mal-sucedido, um esporte que não deu certo. Mas jamais poderia pegar numa arma e matar outra pessoa, mesmo que tivesse no corpo de outro Starter.
Porém, Helena, a hospedeira que alugou o corpo de Callie, sabia de algo bem interessante: o chip de Callie tinha um “defeito”, que impedia o travamento do corpo da garota caso ela pensasse em matar outra pessoa. E, sabendo disso, fez questão de alugar o corpo dela. Assim, Callie se vê numa situação de risco, onde ela acaba por tentar assassinar o senador, responsável por tais contratos por meios escusos, que permitiam o lucro da Prime Destinations e o sumiço de Emma, a neta de Helena e vítima dos contratos mesquinhos da empresa.
Com essa tentativa de assassinato, a Prime Destinations acabou sendo desmascarada e condenada. O prédio foi demolido e os Starters estavam livres. Infelizmente nessa tentativa de assassinato, quem acabou morrendo foi Helena. Mas ela gostava tanto de Callie, que deixou parte de sua fortuna para a garota.
Assim, começamos ‘Enders’, com Callie vivendo numa mansão, com tudo do bom e do melhor, com seu irmãozinho Tyler e seu amigo Michael perto dela.
Apesar de estar numa época de paz, para Callie só vai haver paz mesmo quando ela completar a missão de Helena: descobrir o paradeiro de Emma, a neta e real herdeira de metade de todo aquele patrimônio. A única coisa que Callie sabe é que Emma possuía um chip, já que fazia parte do programa de aluguel da Prime. No entanto, com o fim da empresa, como ela poderia rastrear a garota?
Com o fim da Prime Destinations, muitos outros Starters com chips, agora chamados Metais, estavam desaparecidos. Callie não sabia se os amigos que conheceu durante a experiência estavam vivos ou mortos, ou se conseguiram retirar o chip também, assim como não sabia o paradeiro de Emma. Isso lhe trazia certa insegurança, além de coisas das quais ela, literalmente, não deveria lembrar, já que não eram suas memórias, mas de Helena.
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna |
Além disso, já que todo aquele episódio acabou, por que não tirar o seu próprio chip? Apesar de morar agora numa mansão e ter bastante grana, o chip em sua cabeça só lhe trouxe pesadelos, literalmente. Tirando o chip, aquele pesadelo acabaria de vez. Mas as coisas não poderiam ser tão fáceis assim.
Ela tentava viver tempos de paz, fingindo que estava tudo bem com seu irmão mais novo e seu amigo. Só que essa paz está com os dias contados, já que ela começa a ouvir uma voz que não desejava e não esperava: a voz do Velho. O que aparentemente era uma lembrança maldita, se revela real, quando o Velho começa a conversar e ameaçar a vida de Callie e a família que lhe restou. Se toda a tecnologia usada nos Metais havia sido destruída na demolição da Prime Destinations, como que o Velho teria a capacidade de encontrá-la tão fácil? E é aí que o pesadelo recomeça na vida da garota.
“Quero ter sua atenção completa e irrestrita. E você vai querer que eu a tenha.”
Ela quer mais do que tudo retirar aquele chip. Desde o ocorrido com a Prime, os Metais vivem entre outros Starters, porém são estigmatizados, conhecidos como o robôs que não deram certo e não tem muita aceitação na sociedade. Enders não admitem que os usavam para se divertir; outros Starters sentem desprezo por eles terem vendido seus corpos para velhos usarem. E, além dessa situação, a pessoa que ela mais temia volta para lhe assombrar, com algumas revelações que a fazem temer mais ainda por suas vidas. Para começar, o Velho anuncia que pode não apenas encontrar todos os Metais desaparecidos, como controlá-los como seus fantoches, sem precisar fazer transferência de mente. Se isso era verdade ou não, Callie não queria descobrir, e para isso, retirar aquele maldito chip de sua cabeça se tornou uma missão de vida ou morte, literalmente.
“Você destruiu a Prime, mas isso não significa que me destruiu.”
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna |
Bom, eu li ‘Starters’ e conheci Callie como uma adolescente com deveres de adulto. Desde a morte dos pais, por conta da guerra dos esporos, ela tem a responsabilidade de tomar conta de seu irmão mais novo, o Tyler. Além disso, se sente responsável por Michael, seu melhor amigo desde que fugiram da Instituição 37. Vi essa menina lutar contra coisas que, literalmente, ela não podia controlar, já que Helena ocupava seu corpo.
O chip de Callie a princípio tinha um defeito, o que permitia que estivesse consciente enquanto outra pessoa ocupasse seu corpo. A única e mais importante coisa que ela não poderia fazer era controlar seu próprio corpo, porém seria a única testemunha de algo que seu corpo fazia, por obra de outra pessoa.
O que era um “defeito” se mostrou uma vantagem, que tornava o chip de Callie único e cobiçado, já que permitia o avanço da tecnologia de uma forma até então impossível. Imagina mandar uma pessoa fazer tudo o que você quiser, você estava lá, mas não são suas digitais, não é seu DNA, mas foi você que fez, controlando uma pessoa como um robô de controle remoto.
Callie só quer retirar aquele chip e ter uma vida normal, coisa que ela nunca teria enquanto o Velho continuasse se aproximando dela pelo seu cérebro. Não importava onde ele estivesse, ele poderia fazer o que quisesse com a garota, apenas com a força do pensamento e apertando um botão para que ela perdesse o controle do seu próprio corpo.
Além disso, ela nunca tinha visto o Velho, já que ele poderia controlar qualquer Metal, poderia entrar em qualquer corpo e se apresentar como tal. O disfarce perfeito, para o crime perfeito. Ele poderia ser qualquer pessoa, inclusive estar bem próximo dela esse tempo todo. Isso deixa a menina cada vez mais desesperada. Além disso, há rumores de que os chips tem um sistema de defesa contra retirada. Isso era mesmo verdade? Ou apenas uma mentira inventada para os Metais não venderem seus chips para concorrentes da Prime?
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna |
Callie acaba se enredando cada vez mais em situações que julgava nunca mais estar. Ninguém é o que parece nessa história, já que a Prime pode não ter mais um prédio bonito na vista de todos, mas a tecnologia ainda existe escondida em algum canto do mundo.
Perseguições, assassinatos, revelações bombásticas. Um livro de apenas 283 páginas carrega tudo isso e muito mais. A linguagem fluida de Lissa continua nesse livro, assim como no primeiro, mostrando o lado mais sombrio que uma pessoa pode ter. Se o Velho vai ser revelado? Ele se revela sim e eu quase caí para trás quando li quem era. Além disso, o motivo pelo qual escolheu logo a Callie para ser a “dona” do chip mais cobiçado do mundo no momento não é uma escolha aleatória. Na verdade, Callie foi alvo de vingança por algo que seu pai fez, que Callie só vai descobrir no decorrer do livro e que me deixou de queixo caído também. Foram muitas revelações e o que eu achava que não poderia mais ter de surpresa, a autora vem e “Puft!”, mostra é possível ainda ter muitas surpresas nesse livro.
Apesar de ter tantas surpresas no livro e ter explicações de tantas coisas mencionadas no primeiro livro, confesso que o livro não me prendeu tanto quando achei que prenderia. “Mas Hanna, tu acabou de elogiar o livro, falou que tem o tal ‘tiro, porrada e bomba’ que tu tanto gosta, como que tu me fala que o livro não te prendeu?! ” Pois é, antes de ter o “tiro, porrada e bomba”, temos umas cenas que mostram a Callie em busca de pessoas para retirar o chip e de respostas para o passado da família dela que o Velho diz saber. Acontece que essa busca se torna maçante em parte do livro, com diálogos um tanto longos e que me deixaram de saco cheio em certos momentos. O que era para ser mais movimentado acabou se tornando descritivo demais e me incomodou um bocado. A não ser isso, o livro realmente é bom e tem um final espetacular, com algumas surpresas guardadas na manga ainda.
Mesmo com a parte maçante, Callie mostrou que pode ter força de onde menos se imagina que possa retirar quando a situação aperta. Ela já era uma personagem que me agradou no começo da história, e agora ainda continua agradando, amadurecendo mais um pouco e lutando para que o mundo seja melhor. Ela sente falta dos pais, mas não faz disso um motivo de sofrimento. Pelo contrário, tira da dor sua força para lutar. Ao entrar nesse esquema dos chips e com esperança de retirá-lo de sua cabeça, ela acaba esbarrando em algo de seu passado que não sabia, o que poderia fazê-la desmoronar. Mas ela age de uma forma espetacular e não se deixa abalar. Entrou para o hall de personagens favoritas da Hanna. 😊
Tyler não tem um papel muito grande, por conta da idade principalmente. Mas Michael se mostra um amigo leal, mesmo sabendo do passado de Callie, junto com ela. Ele aparece nos momentos certos e sempre ajuda a menina a se safar. Além disso, temos alguns personagens novos, que vieram para abalar o emocional de Callie e fazer parte do cenário caótico planejado pelo Velho. Principalmente porque nesse livro, ninguém é o que parece ser e amigos novos podem não ser uma boa escolha. Todo cuidado é pouco e Callie fica desconfiada até da própria sombra.
Falando do livro em si, é uma edição bem levinha, com páginas de fácil passada, impressas em papel pólen. A fonte do texto é bem legível e os capítulos são bem demarcados. Com relação a capa, assim como a de ‘Starters’ mostra nossa Callie, em ‘Enders’ temos ninguém mais, ninguém menos que o responsável por tudo isso: o Velho! Cá entre nós, se encaixou direitinho, a editora teve uma bela sacada ao colocar ele na capa do livro, cuja tradução literal do inglês é o codinome que o personagem adota.
Como podem reparar em alguns detalhes, a carinha dele parece um papel saindo mostrando o que tem por baixo. Isso é realmente para mostrar que ninguém é o que parece nessa história. Não falo isso porque não tenho outra coisa para escrever, isso é um lema repetido várias e várias vezes no decorrer dessa distopia. E como o Velho pode ser qualquer pessoa, fica aquela pergunta, quem é a mente por trás de tudo isso?! E mais, por que ele pensou em criar uma tecnologia desse tipo?!
Tudo é explicado no livro, leiam e tirem suas próprias conclusões. Eu achei que foi egoísta demais. Mas se tiverem lido, me contem se concordam ou não comigo?
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna |
No mais, indico a leitura, mesmo que não tenha a nota máxima.
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O que acharam de ‘Enders’? Já leram esse livro? Me contem aí!
Até mais!