Olá meu povo, como estamos? Aproveitando que a onda do momento por aqui é de livros nacionais, hoje trago a resenha de ‘Estrelas Cadentes’, do autor Gleydson Martins.
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna |
Obs.: Livro lido em parceria com o autor e com a FS Assessoria Literária. Disponível também no Kindle Unlimited.
27/24
Livro: Estrelas Cadentes
Autor: Gleydson Martins
Editora: Independente (Amazon)
Ano: 2020
Páginas: 209
A perigosa rotina de trabalho para um magnata que desenvolveu uma nova droga e dominou grande parte de São Paulo nunca pareceu algo importante para Ricardo, mas era como ele levava a vida nos últimos anos. Porém, uma convidada na mansão do seu chefe o faz reviver um antigo amor adormecido e descobre sua vida conectada a ela por mais que sentimentos e lembranças do passado. Tudo que parecia certo e real começa a desmoronar, enquanto ambos lutam para manter a própria vida.Na medida que sua história ganha um novo sentido em uma realidade sobrenatural, ele poderá escolher o que manter para si, mas será obrigado a lidar com as consequências.
São Paulo é dominada por Vinicius Marins, um homem muito rico, e agora, poderoso, desde que teve sucesso na fórmula do VV, uma droga que todos usam atualmente, independentemente de onde vem.
Vendida em diversos bares e restaurantes de elite, o magnata tem em sua mansão uma equipe considerável de cobradores, os quais vão regularmente aos locais de venda para recolherem os lucros. Assim vivia Ricardo. Junto ao parceiro Marco, a dupla se conhece há anos e já tem as pessoas certas a quem cobrar.
A vida deles não tinha muita novidade, seguindo sempre a mesma rotina, a não ser quando cruzam com um ou outro usuário, flertando com os efeitos colaterais da droga. Porém, Ricardo vê seu mundo virar de cabeça para baixo quando, ao retornar de uma de suas cobranças, encontra Marília, um amor do passado, que o rapaz nunca pensou que veria novamente.
Não bastasse as antigas emoções surgindo em seu coração, o moço presencia um fenômeno astronômico inusitado: estrelas cadentes enfeitando todas as noites paulistas, as quais parecem estar relacionadas com eventos estranhos recentes em sua vida. Será que Marília também tem a ver com isso? Só lendo para descobrir.
“Meu amigo, às vezes tudo o que precisamos para afundar é apenas um caso isolado.”
Fui selecionada, mais uma vez, pela FS Assessoria Literária para ler alguns livros de fantasia nacional. Até gosto desses sistemas, pois conheço alguns tesouros brasileiros que jamais estariam no meu radar em outra circunstância.
Como primeiro contato com as obras do autor, eu não sabia o que esperar, a não ser a promessa de uma fantasia de tirar o fôlego. Porém, me senti enganada, ao encontrar um livro completamente diferente do que pensei.
O início é lento e por vezes arrastado. Embora seja uma narrativa em terceira pessoa, mostra os acontecimentos pelo ponto de vista de Ricardo em boa parte da trama. Assim, somos apresentados a um jovem que não tem muitos sonhos na vida. Está completamente satisfeito com a rotina que tem, vivendo numa mansão, com tudo de bom e do melhor que seu chefe oferece.
Dirige carros incríveis e pouco se importa com o que Marins produz. No entanto, o autor se aproveitou de Ricardo para fazer a apresentação do cenário, de uma maneira tão detalhada, que me senti lendo um romance daqueles de época, onde vários nadas aconteciam.
A leitura até empacou nesse começo, porque fiquei decepcionada de verdade. Porém, as coisas estão mudando um pouco por aqui, pois antes de abandonar um livro logo de cara, estou fazendo a seguinte tática: parar com o livro por alguns dias e, depois, começar do zero novamente.
“Com o tempo, aprendemos que somos responsáveis por nossas próprias escolhas, mas até lá é mais confortável culpar as circunstâncias adversas por nossas perdas.”
Fiz isso em ‘Estrelas Cadentes’ também. Ao começar de novo e sendo mais paciente com a parte mais arrastada do início, fiquei curiosa sobre alguns detalhes que haviam passado batido da primeira vez, embora apontados em outras resenhas, bastante positivas por sinal, publicadas anteriormente.
E foi uma escolha acertada, pois assim que Marília surge, o livro muda da água para o
vinho. Marília é uma jovem escritora que conseguiu abrigo com Marins para terminar de escrever seu livro em um local tranquilo e silencioso.
vinho. Marília é uma jovem escritora que conseguiu abrigo com Marins para terminar de escrever seu livro em um local tranquilo e silencioso.
Apesar disso, o que dizem pelos corredores é que a mocinha seria mais do que mera hóspede, bastava prestar atenção nas pessoas com quem ela fala. Aos poucos, vemos a confusão de Ricardo, despertando sentimentos adormecidos e vendo o mundo com olhos de um homem apaixonado, porém que brinca com o perigo, já que temos um clima de romance proibido por vários motivos.
Confesso que me perguntava o tempo todo se era mesmo proibido o que eles tinham. Mas em momento algum vi com maus olhos o que faziam. Além disso, Ricardo nem tem tempo de processar direito o que sente por Marília, já que alguns revendedores do VV, especialmente Carlos, anda com conversas bastante estranhas em todo dia de cobrança.
De acordo com o dono do bar, as estrelas cadentes estão caindo muito ultimamente, e isso teria a ver com vários acontecimentos estranhos que saíram nos jornais, noticiados como casos sem solução. Ricardo ouve com paciência, mas não dá muita bola ao que diz um velho viciado na própria droga que vende.
Entretanto, depois que o protagonista vê com os próprios olhos algumas coisas, começa a se questionar o que é verdade e o que é delírio. Não apenas ele, mas o leitor também é levado a esse questionamento quase que o livro inteiro, pois tudo está nas entrelinhas e pode mudar no próximo parágrafo.
Apesar de não ser um livro do estilo “quem é o culpado”, me peguei diversas vezes tentando descobrir quem era o real vilão da trama. Todo mundo tem coisas pelas quais se arrepende em seu passado.
“Você não pode ir tão longe a ponto de não voltar aos meus braços.”
Ninguém é confiável, muito menos Ricardo e Marília, dois jovens apaixonados e com tantas dores, que custei a acreditar que podem ser felizes em algum momento. Tudo na vida deles envolve profecias, fugas e muita magia, também chamada de ether.
Conforme fui avançando na leitura, comecei a entender diversas mensagens, as quais foram apresentadas lá na parte arrastada do início. Mas talvez não tivesse dado tanta bola se lesse com o olhar decepcionado da primeira vez. E a cada descoberta, era “eita” atrás de “eita”, e não queria mais parar de ler.
Os capítulos passam a ser curtos e a escrita mais fluida em determinado momento, o que me deixava mais curiosa, em busca de mais um. Apesar dessa mudança, que é até perigoso por um lado, não deu grandes problemas ao longo da trama.
As pontas foram amarradas quando deveriam ser. Os personagens, aparentemente, esquecidos no churrasco, são lembrados de maneira espetacular, que só mostraram o cuidado que o Gelydson teve ao criar o universo de ‘Estrelas Cadentes’. Além disso, acho que nunca tinha lido um livro de fantasia com cenas mais quentes e detalhadas como vi aqui.
Embora não curta ler cenas desse tipo, o autor ganhou pontos por escrevê-las de maneira bem dosada e não perdeu tempo demais com elas. Isso deixou a obra bem equilibrada e com espaço bem aproveitado para tudo.
Aliás, esse livro tem cenas para todos os gostos: drama, romance, cenas de “tiro, porrada e bomba”, mistério… O que você imaginar, pode encontrar aqui. Isso é surpreendente para uma obra com pouco mais de 200 páginas.
Apesar do clima tenso e do tema que aborda, os personagens são bem desenvolvidos e críveis, bem vida real, na verdade. Não apenas os principais, mas os secundários entram e saem de cena na hora certa, ninguém fica esquecido e tudo que eles falam importa.
Com toques da novela Mutantes e X-Men, ‘Estrelas Cadentes’ foi um verdadeiro achado, com desfecho digno e fechado, embora deixe umas poucas pontas soltas de propósito para a continuação.
Em relação ao livro em si, que eu saiba, está disponível em formato digital apenas. A diagramação é bonita, com fonte confortável e uma revisão bem feita. Além disso, a capa me lembra bastante um mangá, com Ricardo e Marília observando as estrelas.
Em resumo, gostei bastante desse livro. Apesar de ter certas ressalvas em relação a algumas informações ao longo da trama, ainda assim, recomendo a leitura.
Conheciam esse livro? O que acharam da resenha? Me contem aí!
Obs.: Texto revisado por Emerson Silva
Hey I'm With The Band
Gostei da resenha e parece ser um bom livro.
Não é uma história que eu iria ler, mas de modo geral achei interessante 🙂
https://www.heyimwiththeband.com.br/
Camila Faria
Oi Hanna! Nossa, ainda bem que você decidiu dar uma segunda chance ao livro, né? Eu também sou assim, tem vezes que a leitura não está evoluindo muito e então eu prefiro dar um tempo e começar de novo, em um outro momento. O livro parece ser interessante, gostei da resenha. Beijos :*
Luciano Otaciano
Oi, Hanna. Tudo bem? Parece um livro interessante, não é mesmo? Que bom que gostou. Fiquei tentado a conhecer. Abraço!
https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Leslie Leite
Oi Hanna,
Achei interessante essa sua tática em começar a ler o livro desde o início quando ele não está fluindo, confesso que eu não teria essa paciência, haha. Mas foi bom por que no geral você teve uma boa experiência de leitura. Fiquei intrigada com algumas coisas que envolvem a história.
Beijo, Blog Apenas Leite e Pimenta ♥
Hanna Carolina Lins
Que bom que gostou, mesmo assim, haha.
Hanna Carolina Lins
Nossa, que bom que também dá certo com você. Achei que só eu fazia isso, haha.
Hanna Carolina Lins
A tática só dá certo porque eu "abandono" logo no início. Então não dói começar de novo a ler do zero. Se fosse na metade e o livro não me agradar, aí abandono e não volto mais, haha.
Hanna Carolina Lins
Sim, Luciano, gostei bastante e recomendo. =)