Confesso que não tenho dado muita chance a HQ’s. Quando lia, me rendia a coisas mais infantis, como ‘Mickey’, ‘A Turma da Mônica’ ou ‘Luluzinha’. Depois que cresci, fiquei com a versão mais jovem dos dois últimos que citei. Enquanto isso, os super-heróis eu deixava para ver em desenhos animados ou filmes mesmo. Sendo assim, é a primeira vez que temos resenha de uma HQ por aqui e ainda estou um tanto perdida, sem saber o que dizer (rsrsrs).
Mas como missão dada é missão cumprida, darei minha opinião a respeito da obra, independente de ser conhecedora de quadrinhos ou não.
Provavelmente vocês devem conhecer a história da Mulher Maravilha, uma das personagens mais icônicas das telinhas e telonas, em especial a interpretação pela Gal Gadot na versão mais recente.
Mas antes de ser adaptada para outras mídias, a personagem surgiu nos quadrinhos há muitos anos. Além disso, muito se fala sobre as origens da heroína, a qual permanece um mistério em algumas versões.
Em ‘Sangue’, temos um vislumbre de qual poderia ser sua verdadeira história, pelos traços de Cliff Chiang. Começamos a trama com Zola, uma mulher que vive no interior da Virginia
(EUA), tendo sua casa invadida por um homem assustador, afirmando estar lá para proteger ela e seu filho.
Mas a circunstância na qual ele aparece é suspeita. Primeiro porque não é humano e ainda surge do nada na sua porta. Enquanto a moça tenta entender o que está acontecendo, uma série de acontecimentos a faz cair de paraquedas na casa de Diana (a Mulher Maravilha).
Como já esperado, a amazona ouve o relato da moça e decide ajudá-la. No entanto, o que parecia um caso de invasão domiciliar e “simples” de resolver vira algo muito maior quando se percebe que o homem estranho é, na verdade, Hermes, o mensageiro dos deuses.
Brutalmente machucado, ele precisa ser socorrido com urgência, enquanto a própria Zola ainda corre perigo em casa. As investigações de Diana a levam a uma batalha milenar entre os deuses, buscando poder absoluto. Além disso, tanto a visita de Hermes quanto a humana desconhecida parecem ter algo a ver com essa guerra, a qual parece nunca ter fim.
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Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna |
Para completar, Diana precisa lidar com descobertas sobre si mesma que tais investigações irão revelar. Isso, por si só, seria um desafio para reles mortais, que dirá para a Mulher Maravilha que, além de tudo, ainda precisa “salvar o dia”?
Como foi a primeira impressão que tive do trabalho do Cliff Chiang, posso dizer que gostei bastante dos desenhos. Eles trazem uma vibe mais sombria, com uma paleta de cores bem escura, a qual combinou perfeitamente com o tema.
Além disso, todas as cenas estavam bem feitas e me deram um ótimo panorama sobre o que estava acontecendo. Pude ver a guerra tanto do lado dos humanos quanto dos deuses, de maneira bem equilibrada. Além disso, não sei se isso é comum nos quadrinhos da heroína, mas achei curioso que o elenco é, em maioria, composto por mulheres.
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Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna |
Levando em consideração que são homens por trás do roteiro, eu torci o nariz no primeiro momento. Mas felizmente “destorci” logo depois, pois conseguiram cumprir a missão sem desmerecer a força de nenhuma personagem feminina (ou quase nenhuma).
Conforme vamos lendo, percebemos que a guerra dos deuses ainda está longe de terminar, pois além da batalha em si, cada um tem suas próprias questões internas para serem resolvidas.
Assim, vemos que até mesmo os imortais têm dilemas para cuidar no dia a dia. E talvez seja até pior para quem tem vida eterna e todo o tempo do mundo para lidar com as consequências de seus atos (se tiver um pingo de consciência e amor ao próximo).
Hipólita é uma das poucas humanas a ganharem destaque. Eu sou suspeita para falar, pois sempre gostei dela, na verdade. É uma boa mãe e sempre tentou de tudo para fazer de sua filha o que ela mesma nunca foi. Ainda assim, tem seus dilemas e precisa arcar com algumas decisões do passado, as quais Diana descobre da pior forma possível.
Mas é o jeito como mãe e filha lidam com isso que faz a diferença. Diana, por sua vez, tem senso de honra e hierarquia, é uma semideusa poderosa, mas ainda assim, é uma filha amorosa.
Apesar de todo o cenário de guerra e conspirações, ainda teve espaço para cenas mais tocantes e emocionantes. Gostei bastante disso, por sinal.
Entre os deuses, o destaque vai para Hera e Discórdia. A primeira é sempre retratada como uma deusa ciumenta e vingativa. E não era para menos. Se pararmos para pensar, ela seria uma das mulheres mais traídas da história e sofre um bocado por isso.
Mas sinceramente, às vezes eu acho também que ela sofre porque quer. Zeus nunca foi fiel a ela, independente da versão da mitologia.
E ela poderia muito bem ir embora do Olimpo, ou mesmo se vingar do marido, o real culpado pelas “puladas de cerca”. Contudo, prefere se vingar das mortais que o deus do trovão engravida por aí, como se fossem culpadas por serem seduzidas (se conhece a mitologia dos deuses gregos, vai saber a que me refiro).
Assim, vemos o poder de uma mulher eternamente magoada, mas que “não larga o osso” e vive querendo se vingar da pessoa errada. É agoniante ver as coisas pelo ponto de vista dela também e gostaria de abraçá-la, embora ainda ache que a deusa vê nisso um “motivo de vida”.
Mas quem merece um destaque também é Discórdia. Só pelo nome, já imaginam o que essa criatura ama fazer o dia todo, né? Confesso que até lembro desse nome nos desenhos de Hércules, mas era interpretado por uma espécie de diabinho e morava com Hades, como se fosse uma “criação” dele no submundo.
No entanto, aqui é retratado como uma deusa que se comporta feito uma adolescente mimada e com grana. Ela e Diana não se bicam, ao mesmo tempo que se entendem. É no mínimo curiosa a relação das duas e me deixou com expectativas para o que virá nos próximos volumes.
Aliás, ‘Sangue’ é o primeiro de uma série de seis HQ’s sobre a Mulher Maravilha. No momento, possuo os três primeiros volumes, então posso acompanhar a trama na ordem e ver o desenrolar dessa guerra.
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Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna |
Para quem nunca tinha lido os quadrinhos da heroína, posso dizer que gostei bastante da experiência e estou curiosa pelos próximos capítulos. Em relação à edição, a Panini arrasou na versão de capa dura, trazendo a personagem principal “em ação”.
A leitura como um todo foi interessante e prazerosa, com a fonte em tamanho confortável e páginas bem impressas. Assim, caso esteja procurando um título para começar a ler HQ’s, recomendo as da Mulher Maravilha.
Em relação ao projeto, este é o andamento até o momento:
Miss Biblioteca
Eu adorei que as cores da hq são as cores da mulher maravilha! Lindo trabalho!
Cleber Eldridge
Eu nunca parei pra ler um HQ!
Shame on me! hahah
https://clebereldridge91.blogspot.com/
Pacote Literário
Amiga, que linda postagem para nossa tag, arrasou! Eu não tenho maturidade para lidar com esse funko!!! Amei! Também não tenho o hábito de ler HQ com frequência e esse mês me fez ficar mais animada para ler outras. Gostei de conhecer um pouco dessa que retrata a Mulher Maravilha! Vou colocar na lista aqui! Beijos!
Hanna Carolina Lins
Sim, eu também reparei nisso, sensacional! =)
Hanna Carolina Lins
Não te julgo, haha
Hanna Carolina Lins
Oi Karlinha, que bom que gostou! =) Esse funko é muito lindo mesmo, né? Meu xodó, ^^.
Sil
Olá, Hanna.
Eu confesso que leio zero HQs hoje em dia, só se recebo de alguma parceria porque por vontade não tenho. Nem de quem sou mega fã. Comprei a HQ de O assassinato no Expresso do Oriente faz anos e até hoje não li hehe. E acredito que não leria essa até porque heróis é um tema que não me interessa tanto. Mas achei as cores lindas.
Prefácio
Hanna Carolina Lins
Te entendo, é questão de gosto mesmo, né? Eu mesma só lembrei desse por conta do desafio, se não, ainda estaria pegando poeira na estante, haha.