Olá meu povo, como estamos? E hoje estou aqui para falar (bem atrasada, para variar, rsrs) sobre minha participação de maio no I Dare You. O tema do mês foi: O gênero que menos gosto e o livro escolhido foi A garota que você deixou para trás, de Jojo Moyes.
Vem ver! 😉
Livro: A garota que você deixou para trás
Autora: Jojo Moyes
Editora: Intrínseca
Ano: 2014
Páginas: 384
Sinopse:
“Durante a Primeira Guerra Mundial, o jovem pintor francês Édouard Lefèvre é obrigado a se separar de sua esposa, Sophie, para lutar no front. Vivendo com os irmãos e os sobrinhos em sua pequena cidade natal, agora ocupada pelos soldados alemães, Sophie apega-se às lembranças do marido admirando um retrato seu pintado por Édouard. Quando o quadro chama a atenção do novo comandante alemão, Sophie arrisca tudo a família, a reputação e a vida na esperança de rever Édouard, agora prisioneiro de guerra. Quase um século depois, na Londres dos anos 2000, a jovem viúva Liv Halston mora sozinha numa moderna casa com paredes de vidro. Ocupando lugar de destaque, um retrato de uma bela jovem, presente do seu marido pouco antes de sua morte prematura, a mantém ligada ao passado. Quando Liv finalmente parece disposta a voltar à vida, um encontro inesperado vai revelar o verdadeiro valor daquela pintura e sua tumultuada trajetória. Ao mergulhar na história da garota do quadro, Liv vê, mais uma vez, sua própria vida virar de cabeça para baixo.”
É 1917, Primeira Guerra Mundial… E os franceses são dominados pelos alemães… A família Lefèvre está vivendo num hotel, o Le Coq Rouge. A família, que vivia em Paris, foi obrigada a se refugiar por lá, enquanto os homens foram convocados a atuar no front e defender o país.
E assim conhecemos Sophie Lefrève, a dona e musa inspiradora do quadro que tanto chama atenção das poucas pessoas que ainda vivem nos arredores do hotel. Pouca gente sabe, mas Sophie tem uma profunda paixão pela garota que está pintada no retrato, pois foi um dos poucos momentos em que ela foi obstinada o bastante para representar aquela cena. Apesar de apaixonada pela personalidade da garota do quadro, e sendo ela mesma, Sophie sabe que não consegue mais ser daquele jeito, desde que seu marido, o pintor excêntrico Édouard foi enviado para a guerra e lhe deixou o quadro como única lembrança do seu amor.
“Fiquei ali olhando para a garota e, por alguns segundos, me lembrei de como era ser ela, sem sentir fome nem medo, interessada apenas nos momentos que eu poderia ficar a sós com Édouard. Ela me fazia lembrar de que o mundo era capaz de beleza e que já havia existido coisas – arte, alegria, amor – que enchiam o meu mundo, em vez de medo, sopa de urtiga e toque de recolher. Vi Édouard na minha expressão. E então percebi o que eu acabara de fazer. Ele me lembrava minha própria força, que ainda restara dentro de mim para lutar.”
Enquanto sofria com saudades do marido, Sophie vivia no hotel com sua irmã Hélène (cujo marido também foi convocado para a guerra) e seus filhos. Tudo corria “nos conformes”, com a rotina de pessoas que vivem em locais de guerra… rotina com toque de recolher, comida racionada e ter que lidar com os soldados alemães, que chegaram dominando todo o vilarejo.
Logo que chegaram, os boches (soldados) começaram a tomar conta de tudo: levavam talheres, roupas, confiscavam cobertores e comida… tudo para o bem estar da tropa e o povo que ficasse com frio e com fome, ou seriam presos e punidos… Por causa disso, chegou aos ouvidos do novo Kommandant que chegou para tomar conta da tropa, que no hotel Le Coq Rouge tinha um porco escondido… porco esse que deveria ir para a tropa, e não para os moradores do hotel…
Sophie, com uma esperteza só dela, conseguiu fazer com o que o Kommandant fingisse não ter visto o porco e deixado para lá… não somente fez isso, como “confiscou” o hotel para servir comida aos soldados. No início Sophie não gostou da ideia, nem sua irmã, pois quem dava abrigo ou comida aos alemães com certeza era colaborador da guerra, e não era bem visto pelos vizinhos… Mas, sem escolha, já que o que o Kommandant falava era lei, não lhes restou muita alternativa a não ser abrir as portas e deixar que os soldados comessem no hotel toda noite. A tortura nem seria receber os soldados, mas ter que preparar comidas tão deliciosas, em época de fome, e não poder comer…
Mas, desde o primeiro contato entre o Kommandant e Sophie, coisas começaram a acontecer… principalmente quando ele percebeu que ela era a garota do quadro no hall de entrada… Logo foram autorizadas (Sophie e sua família) a comer das sobras dos soldados, a ter certo conforto…
“Acho que eu passara a considerar todos os alemães uns bárbaros e era difícil imaginá-los com mães, bebês. Mas lá estava ele, comendo na minha frente, noite após noite, conversando, discutindo cores e formas e a técnica de outros artistas como meu marido.[…]E eu rezava para que ninguém notar que nada fora confiscado da nossa casa desde que os alemães haviam entrado lá.”
O tempo passava e logo Sophie notava que o Kommandant estava era se aproximando demais dela, com paixão doentia pelo quadro. Ao mesmo tempo que começaram a aparecer cartas de seu marido, entregues de forma misteriosa durante a noite. Como chegaram notícias (ainda que antigas)? De onde vieram? Minhas cartas vão chegar até ele? Era o que ela pensava… até que coisas aconteceram e Sophie descobriu como fazer isso…
Sophie sabia que o Kommandant estava tão absorto pelo quadro que faria de tudo para ter em suas mãos aquelas cores. Então ela foi até ele, contra a vontade de sua irmã, que tanto lhe aconselhou a não fazer tal coisa. Mas Sophie queria estar perto do seu marido, trazê-lo para casa e viver seus dias ao lado de seu grande amor. Ela só queria ser a garota do quadro novamente. No entanto, ao conversar com o Kommandant, Sophie percebe que ele quer mais que o quadro para fazer o que ela pede… O que fazer, quando o único homem que lhe tocou era Édouard? E para encontrar com ele novamente, valia tudo mesmo? Logo depois… Sophie Lèfreve desaparece… e nunca mais se tem notícias dela…
Quase 100 anos depois, em Londres, Liv Halston, uma viúva ainda sofrendo pela perda de seu marido, apenas vive sozinha em sua casa de vidro super moderna, em meio a dívidas e tentando não perder a casa por hipotecas atrasadas. Mas a única coisa que lhe resta e importa de valor é o quadro intitulado misteriosamente de “a garota que você deixou para trás”. Esse quadro foi o último presente que seu marido lhe deu, em uma viagem super romântica pela Espanha.
“Sei que parece bobagem, mas depois que ele morreu, eu simplesmente não queria participar de nada. Passei semanas sentada aqui Eu… eu não queria ver outros seres humanos. E mesmo quando a situação estava muito ruim, havia algo na expressão dela… o rosto dela era o único que eu suportava. Ela era um lembrete de que eu sobreviveria.”
A vida “corre bem”, com sua rotina e amigos querendo lhe apresentar partidões para que ela saia do sofrimento da solteirice… Nada fora do comum, até que Liv conhece Paul, um sujeito que parece ser bem diferente dos outros caras com quem saiu até o momento… Mas o que ela não sabe é que, coincidentemente, todos os quadros de Édouard Lèfreve estão sendo vendidos por milhões de libras. Além disso, muitas famílias estão em busca de bens que foram roubados durante as grandes guerras. E… mais ainda… Paul é um grande investigador de obras de arte roubadas…
Tudo caminha muito bem, até que Paul descobre que Liv não apenas é o amor de sua vida, como é sua inimiga em um caso jurídico… Eis que a família Lèfreve está em busca de um quadro chamado “a garota que você deixou para trás”, herança de Sophie Lèfreve, desaparecida durante a I Guerra Mundial. Paul não sabe como agir… ainda mais porque ninguém sabia onde estava aquele quadro e seria o trabalho mais difícil dele… e de repente estava ali, na sua frente, na casa da mulher que roubou também seu coração…
Como dizer a Liv que o quadro que ela tinha há anos, como lembrança de seu marido e de enorme valor sentimental, também tinha um enorme valor monetário e não podia ficar com ela, já que “foi roubado” há 100 anos?!
Logo começa o jogo de interesses. A família Lèfreve de um lado, se julgando vítimas de roubo, Liv do outro, jurando a honestidade de seu marido, que comprou o quadro legalmente anos atrás e o deu a sua esposa de presente… E Paul, querendo o caso, mas também de coração partido por ter que enfrentar judicialmente a mulher mais linda que já conheceu…
O processo começa e Liv começa a investigar coisas a seu favor. Logo se descobrem coisas sobre Sophie que nunca haviam sido reveladas… Por que ninguém nunca mais tocou em seu nome depois que ela desapareceu? Ela realmente encontrou seu marido? O quadro foi de fato roubado?
Esse livro me surpreendeu bastante. Primeiro porque pensei que ia gostar tanto dele assim, afinal o desafio do mês foi “um gênero que menos gosto”. Ms acabei me enganando, porque gostei e muito do livro! Ele é dividido em duas partes: a primeira é narrada pela própria Sophie Lèfreve e temos o ponto de vista de uma pessoa que sofreu com a guerra. E como Jojo Moyes não teve pena ao falar dos detalhes, confesso que quase chorei ao ler os relatos dela das cenas… Era como se eu estivesse lá e é muito triste pensar que um dia as pessoas foram obrigadas a viverem desse jeito… desejando a morte a viver assim…
Na segunda parte temos a vida de Liv, uma viúva que sofre pela perda do marido e vê o apoio numa mulher que viveu caso parecido anos atrás, sem saber absolutamente nada a respeito… apenas por empatia e pela imagem em um quadro…
Liv, ao entrar na ação contra os Lèfreve por conta de um mero quadro, descobre que a família de Sophie não a amava tanto quanto falavam e o quadro representava mais financeiramente que sentimentalmente… Logo Liv descobre que o que a ligava ao quadro era mais que uma imagem… “a garota que você deixou para trás” era mais que uma imagem numa tela, era um sinal de esperança, de sobrevivência, de resistência…
O final me marcou bastante… Pois nunca achei que ia gostar desse tipo de livro… Acho que me identifiquei por ter umas cenas de guerra no meio, não sei ao certo (ou talvez eu esteja ficando melosa e não admiti)… Mas a autora soube conduzir bem os personagens, até quem eu pensei que ela tinha deixado para trás, depois vi que ela deixou de propósito mesmo (rsrsrs). E a Sophie, que eu pensei que era uma apaixonada sofredora, se mostrou mais corajosa que muita gente naquele vilarejo. Eu sinceramente me colocava na pele dela e não saberia dizer se teria a coragem que ela teve de ir encarar o Kommandant… Não apenas para Liv, mas Sophie é um exemplo de que podemos ter coragem, mesmo quando tudo te manda ter o oposto.
Para quem não conhece Jojo Moyes, ela é londrina e também autora de ‘Como eu era antes de você’ (que virou filme ano passado) e ‘A última carta de amor’.
E essa foi a postagem de hoje. O que acharam? Já leram esse livro? Já conheciam a autora? Falem para mim! Bora conversar! 😉