Olá meu povo, como estamos? Hoje temos resenha de ’Joia do Deserto’, um conto nacional de fantasia que promete muitas emoções.
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna |
Obs. Conto lido em parceria com a editora Crônicas Fantásticas
10/24
Livro: Joia do Deserto
Autor: Emerson Silva
Editora: Crônicas Fantásticas
Ano: 2022
Páginas: 210
O fardo da liderança pode ser mais perverso que o pior pesadelo. Lilith, ao lado de outros
mercenários, escolta uma diligência até um posto avançado em meio ao deserto de Yuran.No entanto, a travessia sofre empecilhos ao longo do caminho, e a guerreira se vê diante de um inimigo inusitado: a responsabilidade de garantir a sobrevivência de inúmeras vidas.
Depois de sobreviverem à guerra contra os elfos do sul de Astherum em “Fronteira da Perdição”, Lilith (Olhos de Lua) e seus companheiros precisam atravessar o deserto de Yuran, escoltando uma diligência. A missão estava quase terminada quando, ao chegar à cidade de destino, encontram as histórias de um mercador maluco circulando pelas esquinas.
Se as histórias são fantasiosas ou não, ninguém sabe. Mas sendo uma das poucas pessoas com treinamento para lidar com situações inusitadas, Olhos de Lua e seus companheiros têm uma nova tarefa: defender toda a cidade de um perigo desconhecido.
Estava com saudades das aventuras de Lilith, a guerreira de olhos leitosos. Olhando as resenhas da Confraria, a última vez que tive contato com as aventuras da protagonista foi em agosto de 2021, um tempo considerável.
Então, foi uma alegria ver a mercenária de volta em ‘Joia do Deserto’. E parece que a protagonista nunca consegue tirar férias, coitada, pois mal termina uma missão perigosa, já tem outra que surge do nada e ela não pode recusar.
Nem bem recebeu o pagamento pela escolta, logo foi convocada durante a reunião do Conselho das Gemas, que estava julgando a veracidade dos relatos de Aburame, o mercador que afirmava ser vítima de monstros ferozes e capazes de destruir o que tivesse pela frente.
O relato, embora alarmante, era inacreditável, ainda mais se a própria Lilith veio pelo deserto e não encontrou nada do tipo. Apesar disso, como diz o ditado: “seguro morreu de velho e desconfiado ainda vive”. Olhos de Lua, apesar de não acreditar em tudo o que ouvia do comerciante, não pode duvidar do medo estampado em seus olhos.
Assim, começa uma nova missão colocada nas costas da guerreira, sem nem perguntarem se estava de acordo ou não. Lilith tem agora não apenas seus mercenários, mas praticamente toda uma cidade para comandar contra os perigos do deserto. Olhos de Lua pode ser famosa entre seus empregadores, por se mostrar uma guerreira implacável e destemida.
Mas por trás de toda essa muralha de coragem e determinação, existe uma pessoa que precisa arcar com os fantasmas do passado e as consequências das suas decisões. Aos poucos, conhecemos não apenas uma guerreira, mas a pessoa por trás do escudo e da espada, que tem uma história para contar e feridas que nunca cicatrizam.
Gostei bastante de conhecer mais um pouco de sua trajetória, assim pude me sentir próxima dela e até entender o motivo de algumas atitudes que a levaram até onde estava. No entanto, apesar de ainda manter a narrativa bastante detalhada, dessa vez a experiência de leitura se mostrou mais envolvente e eletrizante do que vi em ‘Fronteira da Perdição’.
Isso porque, apesar de trazer fatos importantes sobre a vida de Lilith, o autor não focou muito nos
sofrimentos da protagonista e deu mais espaço para as cenas de ação. Assim, pude mergulhar de cabeça na leitura e tive uma experiência bastante positiva. Durante a leitura sofri, gritei, vibrei e me vi lutando junto com os personagens, que me conquistaram dessa vez.
sofrimentos da protagonista e deu mais espaço para as cenas de ação. Assim, pude mergulhar de cabeça na leitura e tive uma experiência bastante positiva. Durante a leitura sofri, gritei, vibrei e me vi lutando junto com os personagens, que me conquistaram dessa vez.
Isso porque a leitura se tornou leve e fluida, bem o que eu precisava no momento. Especialmente para escapar de uma ressaca literária, a qual começava a dar os sinais de sua presença por aqui.
Mas nem por isso a narrativa deixou de ser poética, nem de trazer lições sobre a vida e companheirismo, que podem aparecer onde menos se imagina. Em especial sobre a sobrevivência diante de uma guerra, que parece nunca ter fim.
O desfecho, apesar de aberto, é digno. Apesar de ser resistente a finais desse tipo, gostei de ele ser assim, pois dá a entender que os desafios de Lilith estão apenas no início e ainda tem bastante coisa para acontecer.
O que é bom nesse caso, porque dá aquele gostinho de “quero mais”, que o autor soube construir com maestria ao longo dos contos. Com relação ao livro em si, eu sou apaixonada pelas capas da Confraria, sempre simples e objetivas. Dessa vez, a capa traz a cidade que serve de cenário do combate.
O que foi bom, pois me ajudou um bocado a imaginar as cenas conforme lia. Narrada em terceira pessoa, a obra conseguiu ser tão longa quanto Fronteira da Perdição. Porém, aqui senti uma
narrativa mais fluida e sem mudanças bruscas de vocabulário, o que rendeu uma experiência bem melhor do que a encontrada no conto anterior do autor.
narrativa mais fluida e sem mudanças bruscas de vocabulário, o que rendeu uma experiência bem melhor do que a encontrada no conto anterior do autor.
Juntando tudo, acho que, dessa vez, ‘Joia do Deserto’ leva nota máxima, uma vez que foi uma leitura incrível e instigante, que recomendo de olhos fechados.
Aproveitando, é com uma tristeza no coração que anuncio minha última participação na Confraria Crônicas Fantásticas. O projeto, infelizmente, vai parar para balanço e não teremos mais os contos por aqui. Sendo assim, ‘Joia do Deserto’ deixa também um sentimento de saudade.
Cleber Eldridge
Livro novo, autor novo.
Vou anotar essa dica.
https://clebereldridge91.blogspot.com/
Sil
Olá, Hanna.
Você falando que a protagonista não tem sossego já lembrei do Poirot que até nas férias e feriados aparecia algum crime para ele resolver hehe. Que bom que gostou mais desse livro do que do outro e é uma pena que foi o último dessa parceria. Mas quem sabe ela não vem de novo por ai daqui um tempo, pois vocês se dedicou muito. Estou aqui de prova hehe.
Prefácio
Hanna Carolina Lins
Boa! Espero que goste =)
Hanna Carolina Lins
Sabe que pensei exatamente nele! hahaha
Também estou na torcida para o projeto voltar, viu? Mas vamos ver como ficam as coisas.
E sim, você acompanhou boa parte dos contos, aliás obrigada pela companhia! haha