28 de September de 2021

Mar de sangue | Emerson Silva

    Olá meu povo, como estamos? Hoje vou falar minhas impressões sobre Mar de sangue, o conto de fantasia do autor Emerson Silva. 
Mar de sangue | Emerson Silva
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna
Obs. Conto lido em parceria com a Confraria Crônicas Fantásticas 

54/24
Livro: Mar de sangue
Autor: Emerson Silva 
Editora: Crônicas Fantásticas 
Ano: 2021
Páginas: 146

Muitos mistérios estão além dos nossos olhos. Consolidada como uma corsária, Elizabeth lidera a Caçadora Negra, um navio pirata que realiza saques pelos mares de Astherum. Um dia, os contatos da capitã indicam um novo serviço: abordar um navio mercante que, possivelmente, carrega mercadorias valiosas. No entanto, o que seria uma pilhagem rotineira acaba por ganhar proporções maiores, levando Elizabeth a enfrentar o pior pesadelo para uma capitã.

Mar de sangue | Emerson Silva

 

     Depois de quase morrer na ilha de Xôtun, como prisioneira dos elfos piratas, Elizabeth ressurgiu como uma fênix e agora realizou seu sonho de viver aventuras pelo mar como seu pai. 
     Agora, como capitã do navio Caçadora Negra, ela é o verdadeiro terror dos mares, uma pirata sem igual e nenhum navio passa despercebido de seu radar sempre atento ao que acontece nos portos de Astherum. 
     Tanto ela faz “serviços” de saque por conta própria, quanto por contratos. Dessa vez, um de seus contatos nos portos lhe faz uma proposta irrecusável, saquear um navio mercante, com mercadorias tão valiosas, que ninguém sabe o que é. 
     O mistério diante da carga deixa muitos curiosos, e também temerosos, e só Elizabeth seria a mais cotada para saber o que é a carga da forma mais eficiente. 
     Mas a capitão mal sabe o que lhe espera nessa missão. 
    Eu fiquei bem animada quando vi que o autor decidiu trazer algumas de suas protagonistas de volta em seus contos. 
    Para quem não conferiu os contos anteriores, Elizabeth foi a protagonista de A marca de Xôtun, um dos contos do autor que mais gostei, embora ainda tivesse minhas ressalvas. 
    Elizabeth, assim como no conto anterior, se mantém forte e destemida, especialmente por agora ter deixado de ser uma reles maruja, recebendo ordens de homens metidos a besta, para ser a líder deles na Caçadora Negra.   
    Gostei de ver também que sua amizade e lealdade com Zaru se mantiveram, o que é ainda mais importante agora que ela é capitã. 
    Algo que me chamou bastante atenção num primeiro momento foi que Elizabeth lidera uma companhia composta 100% de homens, o que por si só, poderia gerar eventos constrangedores, levando-se em consideração diversas superstições que se tem sobre mulheres em navios piratas e sinal de mau agouro.
   Mas Elizabeth teve um ótimo mestre, seu pai, que a ensinou a ser uma grande líder, respeitada e temida por muitos. 
   Quando recebem a proposta de saquear o misterioso navio mercante, Elizabeth não pensa duas vezes sobre o que fazer. 
    Afinal, era “só mais um dia de trabalho nos mares de Astherum”. Mas ela não sabia que iria enfrentar seu pior pesadelo. 
    Ao encontrarem o tal navio e descobrirem o que é a carga, Elizabeth tem uma faca de dois gumes na mão e qualquer decisão vai lhe trazer sérias consequências. 
    Fora isso, a situação já está cada vez mais instável com sua própria tripulação, quando os seus subordinados decidem que “é hora de colocar Elizabeth em seu devido lugar”. 
    Confesso que fiquei bastante incomodada com essa parte, principalmente por saber que é algo que acontece hoje em dia, com mais frequência do que poderíamos imaginar. 
    E ver Elizabeth lidando com isso me deixou, ao mesmo tempo, incomodada e temerosa, já que era um homem escrevendo como uma mulher se sentiria a respeito disso. 
    Porém, das duas uma: ou o autor fez muito bem a lição de casa antes de escrever o conto, ou se aproveitou que era apenas um conto, com espaço curto para desenvolver as cenas e não correu o risco de escrever besteiras. 
   Então acabou levando mais para o lado da aventura e da fantasia do que da filosofia, diferente do que normalmente acontece em seus contos.
   E foi aqui que eu me surpreendi, pois ele conseguiu contornar a situação, com o típico conto de piratas, com duelos, ação, mistérios em cima de mistérios e uma reviravolta que me conquistou! 

“Qualquer idiota pode gritar um comando e esperar ser atendido. O difícil é fazê-lo e saber que será correspondido.”

   Foram poucas páginas, eu reconheço, mas depois de um certo tempo convivendo com a escrita do autor e sabendo como é seu estilo, foi o primeiro conto em que os detalhes não me incomodaram, muito pelo contrário. 
Mar de sangue | Emerson Silva
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna

   Eles foram bem vindos nas cenas de ação, de aventura pura e simples, onde eu consegui ter as emoções de leitora junto com a protagonista. 
   Então, eu vibrei, sorri, torci, comemorei, fiz caras e bocas conforme lia e terminei o conto querendo respostas.  
   De todas as protagonistas girlpower do Emerson, Elizabeth é minha favorita, pois parece ser a única que ele tem mais afinco ao desenvolver as aventuras, sem medo de arriscar e dá certo no final. 
   E aqui, eu fiquei muito feliz quando vi que existem pontas amarradinhas com o primeiro conto onde ela aparece, o que deu aquela sensação de continuidade, como se fosse mais um capítulo de um livro. 
   Elizabeth cresceu e conseguiu ficar ainda mais legal do que quando a conheci pela primeira vez, o que me deixa bastante curiosa para saber o que vai acontecer nos próximos contos, já que o final de Mar de sangue é aberto e nos dá algumas pistas do que Elizabeth vai querer aprontar. 
   Foi uma leitura bastante agradável, rápida e que terminei com aquele “caramba, que história!”, do qual estava sentindo falta. 
Mar de sangue | Emerson Silva
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna
   Com relação à diagramação e capa, eu achei lindíssima, como sempre, embora minha única reclamação seja que falta um pouco de contraste para aparecer mais nítido na tela do kindle
  Mesmo com o aparelho novo, ainda sinto dificuldade de perceber alguns detalhes. 
  Mas nem por isso eu tiro pontos da leitura, que continua sendo 5 estrelas para mim. 
   E vocês, já conheciam a Confraria Crônicas Fantásticas? E já se surpreenderam com uma história assim? Me contem aí! 😉 

   
     

Postado por:

Hanna de Paiva

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