30 de September de 2021

Moriarty | Anthony Horowitz

    Olá meu povo, como estamos? Hoje eu trouxe a resenha de um livro que achei muito por acaso no Kindle Unlimited, mas que prometia ser minha zona de conforto, por falar de dois personagens que gosto muito, Sherlock Holmes e Professor Moriarty
Moriarty | Anthony Horowitz
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna

 55/24
Livro: Moriarty 
Autor: Anthony Horowitz 
Editora: Record 
Ano: 2015
Páginas: 350
Skoob | Amazon 


Sherlock Holmes e Moriarty estão mortos, e as únicas testemunhas são as cataratas de Reichenbach. Como forma de agradecimento pelos serviços que o maior detetive do mundo prestou à instituição, a Scotland Yard envia Athelney Jones, inspetor e grande admirador das técnicas de Holmes, à cidadezinha suíça de Meiringen. O que ele não esperava encontrar lá era o detetive norte-americano Frederick Chase, que traz um novo caso à tona.
Antes do confronto com o rival, Moriarty estava prestes a se encontrar com um gênio do crime do outro lado do Atlântico, uma figura tão misteriosa quanto o próprio professor. Porém, agora que o arqui-inimigo de Sherlock Holmes está morto, o caminho fica livre para esse criminoso ampliar seus negócios, e resta a Jones e Chase desvendar sua identidade e seus planos antes que seja tarde demais.

Moriarty | Anthony Horowitz

    Londres nunca mais foi a mesma desde que aconteceu o terrível acidente que matou o Professor Moriarty, um dos criminosos mais misteriosos e mais procurados… e também o detetive consultor, Sherlock Holmes. 
   Mas algumas pistas do que aconteceu com eles parecem estar ligados ao desaparecimento de Jonantham Pilgrim, um detetive da Agência de Detetives Pinkerton, dos Estados Unidos, num clube privado chamado Mayfair, em Londres. 
   O que ele estava investigando tão longe de sua jurisdição? O que isso tinha a ver com Sherlock Holmes e Moriarty, que aparentemente, nunca estenderam tanto assim seus tentáculos pelo mundo? 
   O caso parece mais sombrio e misterioso a cada pista, e cabe aos detetives Altheney Jones, da Scotland Yard, e Frederik Chase, da Agência de Detetives Pinkerton, desvendarem esse caso, antes que mais pessoas desapareçam. 

“Uma maré maligna atravessou nosso caminho. Devemos combatê-la antes que nos esmague.”

   Descobri esse livro muito por acaso, no catálogo do Kindle Unlimited. Quando vi que teria uma relação com Holmes e Moriarty, fiquei logo curiosa e, como fã que sou, tratei logo de pegar o livro e até passei na frente de muitos outros da fila. 
   Narrada em primeira pessoa, vemos os acontecimentos pelos olhos de Chase, que chega em terras desconhecidas, atrás de seu colega de trabalho, desaparecido há um tempo. 
   O caso, que até então só deveria ser de jurisdição da Pinkerton, acabou tomando uma proporção maior, quando os fatos que levaram ao desaparecimento de Pilgrim parecem ter a ver com o famoso e sombrio acidente que deu cabo da vida de Moriarty e Holmes recentemente. 
   Com Holmes supostamente morto, Chase só poderia contar com o detetive Altheney Jones, representante da Scotland Yard, para lhe ajudar. 
   Juntos, eles acabam formando uma bela dupla de parceiros, que vão investigando todas as pitas e sem perder o objetivo. 
Moriarty | Anthony Horowitz
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna

   A leitura é relativamente leve, fluida, ao mesmo tempo que movimentada, já que temos um caso a la Sherlock Holmes, ainda que ele tenha sido dado como morto. 
   Mas ainda não sei se usar personagens tão marcantes foi uma boa ideia do autor. 

“Esbarramos em algo realmente extraordinário aqui, meu amigo. O próprio Holmes teria se divertido com isto […].”

   Ao longo da leitura, percebi partes de ‘Um estudo em Vermelho’ e ‘O signo dos quatro’. Aliás, para quem não sabe, Altheney Jones é o detetive super atrapalhado que Holmes e Watson conhecem ao investigarem o mistério em ‘O signo dos quatro’.  
   No original, temos um Jones super atrapalhado que ainda não sei como descolou o emprego que tinha. 
Moriarty | Anthony Horowitz
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna

   Já em Moriarty, Jones parece ter tido umas aulas de dedução com Holmes após o incidente e ficou um tanto mais esperto. 
   Mas o que poderia ser uma espécie de redenção para o personagem acabou ficando um tanto forçado, a cada hora que eu via Jones se sentindo o herdeiro de Holmes, sendo que eu não vi nenhum testamento, nem memorando, alegando que ele teria passado o cargo dele para um sucessor. 😒
   Mas o comportamento de Jones era tão repetitivo com relação a isso, que chegava a beirar obsessão de um fã por uma celebridade. 
   E era tanto, que deixou de ter o ar de mistério que eu via em Holmes, para ver um comportamento obsessivo, compulsivo e até caricato, sem necessidade. 
   Além disso, o tempo todo o leitor é lembrado que Sherlock Holmes morreu… sendo que logo na capa somos avisados disso. 

“[…] É como ler um livro em que os capítulos foram publicados na ordem errada ou cujo autor se esforçou deliberadamente para confundir os leitores.”

   Mas parece que somos testados pela nossa memória com a informação tantas vezes, que se tornou cansativo depois de um tempo.
   Fora que Jones perdia tanto tempo se dizendo herdeiro de um cargo que ninguém lhe ofereceu, que qualquer pessoa o fazia de besta e ele nem via, assim como Lestrade… o que mostra que ele não deve ter prestado muita atenção nos talentos de Sherlock Holmes como pensava. 
   Quem salva a dupla é Chase, que aqui parece fazer as vezes de Watson, como o narrador e espectador dos acontecimentos. 
Moriarty | Anthony Horowitz
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna
   A ideia teria sido boa, se não passassem quase o livro inteiro falando o quanto Watson era isso ou aquilo, como uma espécie de alfinetada nos livros originais. 
   Confesso que me senti incomodada com isso, pois a personalidade de Holmes e Watson é criação de outro autor, completamente diferente, em uma época completamente diferente. 
   Ainda assim, foi uma combinação que fez sucesso por um motivo. Se vem outro livro querendo se inspirar nos personagens, dar uma nova roupagem a eles através de uma releitura, ok. 
   Mas o que eu vi aqui foi uma oportunidade de alfinetar os personagens, como se fosse uma fofoca de esquina, já que os personagens não estavam lá para se defender. 
   A leitura até fluiu bem, mas se tornou arrastada quando percebi esses detalhes ao longo da trama, que me incomodaram. 
   Apesar da decepção ao longo da leitura, o mistério tinha um certo charme e acabei lendo até o final, o que valeu a pena. 
   O desfecho é digno e satisfatório em relação ao mistério que vinha se formando ao longo do livro. Assim como nos livros de Holmes, ninguém é o que parece ser e todos são suspeitos. 
   Vim teorizando várias coisas ao longo da trama e acabei acertando com minhas suspeitas, apesar de que não esperava pela reviravolta como aconteceu, então ainda teve uma certa emoção aos 45 do segundo tempo. 
   Mesmo sendo incômoda por causa da sensação de fofoquinha literária, a leitura de Moriarty foi legal em partes. 
   Vi mistério, um plot maneiro (embora meio óbvio) e todas as pontas foram amarradas, deixando um final fechado, porém com aquele clima de “e se…” que pode dar gancho para uma continuação. 
   Achei curioso também que, ao final, temos uma espécie de homenagem aos personagens de Conan Doyle, com um conto original do autor, onde podemos ter um gostinho de Holmes e Watson em seus momentos de glória. Mas confesso que não vi muita conexão com o que a trama trouxe… 
   Com relação ao livro em si, eu achei a capa simples, porém objetiva, com o nome do título logo em evidência e uma parte do mistério logo revelada, para chamar atenção do leitor. 
    A diagramação também está bem legal, com uma revisão bem feita. 
    Porém, apesar de ter sido uma leitura bem dentro da minha zona de conforto, não foi como eu esperava, então não vai levar nota máxima dessa vez, infelizmente. 

  Mas, se você curte um mistério, ainda pode ser um bom livro para você, com uma escrita fluida e ágil. Tanto o exemplar físico quanto digital estão disponíveis no link abaixo. 
   



   E aí, já tinham lido esse livro? Já começaram um livro com expectativas, e depois viram que não era nada daquilo que esperavam? Me contem aí. ^^ 







Postado por:

Hanna de Paiva

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