1 de August de 2024

O Casal que Mora ao Lado | Shari Lapena

Olá meu povo, como estamos? Hoje eu trago a resenha de ‘O Casal que Mora ao Lado’, o thriller psicológico que marcou presença de Shari Lapena aqui no Brasil.

Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

Livro: O Casal que Mora ao Lado

Autoria: Shari Lapena

Tradução: Márcio El Jaick

Editora: Record

Ano: 2017

Páginas: 294

País: EUA

Nota: 3/5

Formato: Digital (Disponível no catálogo do Kindle Unlimited até o momento)

É o aniversário de Graham, e sua esposa, Cynthia, convida os vizinhos, Anne e Marco Conti, para um jantar. Marco acha que isso será bom para a esposa; afinal, ela quase nunca sai de casa desde o nascimento de Cora, há seis meses, e da depressão pós-parto. Porém, no último minuto, a babá telefona avisando que não poderá ficar com a bebê. E Cynthia havia pedido que não levassem a filha. Nada pessoal; ela simplesmente não suporta crianças chorando.

Marco garante que Cora vai ficar bem dormindo em seu berço. Afinal, eles moram na casa ao lado. Podem levar a babá eletrônica e se revezar para dar uma olhada na filha a cada meia hora. Tudo vai dar certo. Anne acha que não é uma boa ideia e, quando vê Marco flertando com Cynthia a noite inteira, tem certeza de que não deveria ter deixado a filha sozinha.

Ao finalmente voltarem para a casa, os dois se deparam com a porta aberta. Quando sobem as escadas, sabem que seu pior medo se tornou realidade: Cora desapareceu. E, ao enfrentarem a pressão da opinião pública e as suspeitas do detetive Rasbach, Anne e Marco se veem em uma teia de mentiras, que traz à tona segredos aterradores.

Em O casal que mora ao lado, quarto livro de Shari Lapena , o leitor descobrirá que as pessoas são capazes de qualquer coisa quando estão sob pressão. E que nunca se sabe o que acontece na casa ao lado.

Anne e Marco Conti saíram para ir numa festa de aniversário na casa dos vizinhos e deixaram sua filha pequena em casa. Apesar de ser ao lado da casa onde moram, sua relativa proximidade não impediu que a bebê desaparecesse.

Agora precisam lidar não apenas com as intermináveis perguntas dos detetives, mas com o desespero de não saber do paradeiro de Cora e diversos jornalistas rondam sua casa em busca das respostas que nem eles mesmos sabem. Contudo, o casal está prestes a descobrir que existem diversos segredos, os quais deveriam permanecer enterrados.

Após a leitura de Alguém que Você Conhece, pedi indicações de outros livros da autora nas redes. E um que foi muito falado foi “O Casal que Mora ao Lado”, um suspense de tirar o fôlego. Assim, fui cheia de expectativas e peguei emprestado no catálogo do Kindle Unlimited. Mas a experiência não foi tão boa quanto eu pensava e vou dizer o porquê.

A narrativa fluida e os capítulos curtos ajudaram a leitura a ser bem rápida, o que conferiu pontos positivos. A narrativa em terceira pessoa também veio bem a calhar, para termos uma visão mais ampla de todos os fatos.

Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

Entretanto, conforme avançava com esse livro, pensei mil vezes em ter ido ver o filme do Pelé (entendedores entenderão). Tudo começa com os jovens papais indo numa reunião social com seus vizinhos.

Cynthia (a vizinha) pediu que não levassem crianças. Logo, Cora deveria ficar em casa. Porém, faltando poucos minutos para a festa começar, a babá liga avisando que não pode ir. Pais centrados e com um pouco de responsabilidade teriam deixado de ir na festa ou mesmo combinado de ir apenas um representante da família, para o outro tomar conta da bebê.

“A verdade está por aí. Sempre está. Basta encontrá-la.”

Eis que Marco tem a brilhante ideia de convencer a esposa a ir no evento e largar a menininha em casa sozinha. Por que, afinal, o que poderia acontecer com um bebê de seis meses literalmente só em casa? Ela nem sairia do berço e eles teriam um acordo de ir a cada meia hora, monitorar a pequena e tudo ficaria bem.

Mas quando voltam de madrugada em casa e percebem que Cora não está mais no berço, percebem que a ideia era uma furada (meio óbvio). Sem saber o que fazer, ligam para a polícia e denunciam o desaparecimento. E esse é apenas o começo de seus pesadelos. 

Nem preciso dizer que eu já comecei querendo dar uns tapas na fuça desses dois, por serem tão irresponsáveis. Anne nem tanto, pois ela sempre foi imensamente preocupada com Cora. E fica nítido seu sofrimento por ver seu rebento fora de alcance ao longo dos capítulos.

Já Marco merecia uma surra, por ter bolado esse plano brilhante e cheio de furos que estava na cara que daria errado. Não sei nem como que a polícia não os prendeu por abandono de menor incapaz, pois mereciam, para deixarem de serem bestas.

Os detetives atuam numa linha bem pequena de investigação. Até porque o elenco se resume aos casais vizinhos e os pais de Anne, que se tornam mais presentes e solidários com o sumiço da neta. Dessa forma, todos são suspeitos e teriam algum motivo para terem medo da polícia.

Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

Anne é uma mãe amorosa e zela pelo bem-estar da filha. Mas tem que lidar com a depressão pós-parto e as consequências disso no cotidiano. É angustiante acompanhar seu desespero, sem saber onde está Cora. Confesso que queria abraçar a coitada a cada capítulo e dar um pouco de paz a ela, se é que isso é possível. Acho que só quem perde alguém da forma como aconteceu no livro vai entender o que a moça está passando.

Por sua vez, Marco é o típico pai de comercial de margarina. De perto é todo sorridente e bom pai, mas quando viramos as costas, joga toda a responsabilidade em cima da esposa e o “príncipe” não pode fazer nada em casa, porque trabalha muito (ah vá!). Era só ele aparecer que eu já revirava os olhos e desejava que sofresse combustão instantânea!

Já na casa ao lado, Cynthia e Graham são o casal perfeito. Ela é uma bela mulher, que faz questão de ser o centro das atenções por onde passa. O marido, ao contrário, é mais reservado e não gosta de ser notado.

“Só quando o sonho termina é que percebemos como tudo era estranho e que, na verdade, ele não fazia sentido algum”

Conforme os capítulos passam, vamos conhecendo um pouco mais de cada um e formando nossas próprias teorias, já que a polícia quase não trabalha. Não entendi muito bem a ideia da autora, que parece fazer os investigadores mal trabalharem e deixar tudo a cargo dos próprios personagens. A impressão que tive foi que ela queria jogar os dados e deixar os suspeitos se engalfinhando, para ver se alguém se entrega.

Isso me decepcionou um bocado, pois esperava mais ação por parte dos policiais. Mas só vi um detetive que entrava apontando o Ruivo Hering e saía correndo depois da discórdia semeada.

Além disso, notei que a autora focou muito em Anne e Marco, mas esqueceu dos demais personagens no churrasco. Todos parecem suspeitos no começo, porém a trama vai esfriando e vira um eterno Caso de Família, deixando o mistério em segundo plano.

Além disso, o grande plot twist é jogado na cara do leitor em poucos minutos de jogo, o que me espantou. Nada contra a resposta ser dada logo de cara, mas o que dá pontos na leitura é saber como a autora lida com isso e se vai ter algo mais. O que aqui não teve.

“Mas ela precisa saber. Pelo resto da vida, ideias terríveis vão surgir em sua mente atormentada e talvez sejam até pior do que a verdade.”

O desfecho é jogado no colo do leitor como se fosse algo banal e depois não tem mais nada para amarrar as pontas. Me perguntava se era esse mesmo o rumo que a leitura estava tomando e não consegui acreditar quando confirmei que seria só isso e fim.

Além disso, notei que ela tentou dar um pouco de desenvolvimento para alguns personagens aos 45 do segundo tempo. Até encaixou com o que vinha sendo apresentado na trama, porém era desnecessário, já que parecia ter tido um fechamento.

Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

Acho que “para quê?” resume minha sensação com esse livro, pois era a pergunta que eu me fazia a cada capítulo e continuei assim depois de finalizar a leitura. E agora entendo o motivo de ter uma relação de ame x odeie com “O Casal que Mora ao Lado”. No meu caso, fico com o segundo time e não leria novamente.

Contudo, talvez a minha experiência negativa pode ter sido devido à grande expectativa que criei logo que peguei ele no kindle. Se tivesse lido sem saber nada a respeito dele, minha opinião poderia ser diferente. Dessa forma, deixo aqui a recomendação, pois pode ser que funcione para você.

Falando sobre o livro em si, a diagramação está bem-feita, assim como a revisão. Entretanto, a capa não é a das mais bonitas, embora tenha elementos condizentes com a trama.

Agora me conta, você já leu esse ou algum outro livro da autora? Já se decepcionou com alguma leitura por ter criado muita expectativa?

Texto revisado por Emerson Silva

Postado por:

Hanna de Paiva

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