Olá meu povo, como estamos? Hoje eu trago mais uma resenha de livro “brazuca”, com o conto Chamado do mar, de Emerson Silva.
Os mares estão revoltos a muito tempo para ser algo natural. Jasmine, uma capitã da Companhia da Tempestade, grupo militar devoto a proteger o oceano, recebe a missão de ir até a Ilha Sagrada e consultar os sacerdotes, para saber o que está deixando o oceano agitado. No entanto, a jornada leva-a para um conflito acirrado, onde a capitã irá testar sua fé. Além disso, Jasmine busca aprovação de sua mãe, Oriana, a comandante da fortaleza da Companhia da Tempestade, a mesma que a deixou responsável pela missão. Muito está em risco, seja pelo seu desejo emocional ou pela causa da Companhia, e a capitã precisa lidar com os perigos dessa breve jornada.
Jasmine é uma capitã respeitada na Companhia da Tempestade. Ela comanda um dos navios mais poderosos da frota, com o objetivo de proteger os mares de potenciais inimigos.
Em seu navio, ela é a mais poderosa e ninguém a tira de seu pedestal. Mas por trás de uma capitã poderosa, existe uma filha que que só queria atenção de sua mãe, Oriana, a comandante da Companhia e de quem todos tem medo.
Disposta a ser sempre a melhor em tudo, Jasmine obedece sua mãe nas missões que recebe, o que não é diferente quando ela recebe uma bem perigosa: a de ir até a Ilha Sagrada, para falar com os sacerdotes e descobrir o que está deixando o mar tão revoltado.
Mas Jasmine vai ter que enfrentar uma agitação ainda maior, já que não é apenas o mar que anda agitado ultimamente…
“Nem a fúria dos mares seria capaz de impedi-la.”
Eu não sabia o que esperar desse conto. Como sempre, Emerson tem uma predileção por protagonistas femininas fortes.
Admiro isso nele, pois é um caminho perigoso para um homem escrever sobre uma mulher forte, sem ficar enviesado.
Mas acho que ele conseguiu criar uma marca, de personagens empoderados e que nos trazem exemplos.
Jasmine é uma capitã bastante respeitada pela sua tripulação, especialmente por Kain, seu fiel escudeiro. Eles são parceiros de longa data e estão sempre juntos, custe o que custar.
A missão principal deles na Companhia da Tempestade é proteger o Oceano, que aqui parece ter vida própria e é tratado como uma pessoa quase.
Nos últimos tempos, os tripulantes estão bem desconfiados, já que o Oceano anda bastante agitado e está bem difícil de navegar.
Uma solução para entender o que está acontecendo seria consultar os sacerdotes que moram na Ilha Sagrada, mas chegar até lá é quase uma missão suicida, levando em conta o próprio perigo de navegar.
Oriana, a comandante da Companhia da Tempestade, confere a Jasmine essa missão, que ela aceita cm muito medo, mas também muito orgulho para recusar.
Todos na Companhia sabem que elas são mãe e filha, mas o que ninguém imagina é a relação que existe entre elas.
Oriana sempre foi durona e nunca demonstrou sentimentos pela filha. Jasmine, por sua vez, sabia que sua mãe apenas se importava com o que acontecia na Companhia.
Assim, fez de tudo para seguir os passos da mãe e ser sempre exemplar em tudo, como uma forma de conseguir atrair a atenção dela.
Acabou conseguindo, já que é a melhor capitã da Companhia. O problema é que a máscara de Jasmine esconde uma mulher frágil, abandonada e magoada por anos de negligência materna.
Mas parece que essa situação virou uma zona de conforto para ela, o que a faz se tornar cada vez mais fechada em seu casulo de infelicidade e falta de fé na vida.
O único que parece se importar com isso é Kain, que sempre ficou ao seu lado. E será seu companheiro também rumo à Ilha Sagrada.
Para chegar até lá, é necessário encarar um Oceano, que está mais agitado do que o normal. Depois de quase morrerem, eles conseguem chegar na Ilha Sagrada.
Mas a missão, que parecia simples e rápida pode mudar a vida de Jasmine para sempre. A Ilha Sagrada não é chamada assim à toa. Ela tem muitos segredos, que podem remexer no mais íntimo do seu ser.
Jasmine descobre isso assim que pisa na ilha, e vai ser praticamente outra missão sair de lá com vida.
De todos os contos que já li do Emerson, esse foi o que mais gostei. Parece que finalmente ele “acertou no ponto” dos detalhes, que agora ficaram menos cansativos de ler.
Além disso, Jasmine é uma mulher que traz muitos fantasmas consigo, mas ela não pode esconder isso tudo para sempre, ainda mais quando chega numa ilha com magia profunda.
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Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna |
É incrível como ela vai mudando com o passar do conto, aprendendo com seus erros, refletindo sobre sua vida e vendo que nem tudo gira em torno de atrair atenção de quem não quer lhe dar.
A relação entre ela e a mãe é digna de pena. Enquanto a mãe só quer olhar para a filha se ela tiver algo interessante para mostrar, Jasmine parece achar que esse é o único modo de viver, mendigando toda migalha de atenção que conseguir arrancar da mãe.
Apesar de ser um conto de fantasia, é uma situação que existe bastante no mundo real. Então é bem fácil se sentir solidárix com a mocinha em alguns momentos.
A única pessoa que parece gostar e respeitar Jasmine de verdade é Kain, que tem uma cumplicidade gigante com a protagonista.
Esse foi um conto bem rapidinho de ler, com uma escrita bem fluida e detalhes na medida certinha. Gostei bastante das cenas de ação, que foram descritas como se eu estivesse lá junto com os personagens.
Gostei também de ver como a protagonista cresce e começa a enxergar o mundo que a cerca de outra forma. É um conto de fantasia, mas também de lições, de fazer as pazes consigo mesmo e saber que você é bem mais do que imagina.
“E, às vezes, mais difícil do que aceitar o outro, é aceitar a si mesmo.”
A diagramação está espetacular, como sempre. A revisão está bem feita e, seguindo um padrão, os contos do Emerson são sempre em terceira pessoa.
Gostei bastante e recomendo esse conto.
Já tinham lido esse conto? Conhecem a Confraria Crônicas Fantásticas?
Helaina Carvalho
Oi Hanna, tudo bem?
Ainda não conhecia o trabalho do Emerson Silva. Esse conto parece ser bem interessante. Gosto de fantasia, mas das que trazem uma certa profundidade na relação dos personagens e não só aventura sem explorar o lado humano. Parece que essa história tem tudo para me agradar. Dica anotada!
Te indiquei para uma tag no meu blog: https://hipercriativa.blogspot.com/2021/05/tag-minha-rotina.html
Beijos;
Luciano Otaciano
Oi, Hanna. Tudo bem? Parece-me uma obra muito boa. Que bom que gostou da leitura. Ótima resenha. Abraço!
https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Ariane Gisele Reis
Oi Hanna, tudo bem?
Gostei bastante da premissa do livro. Faz um bom tempo que não leio fantasia e o que me chamou a atenção em O Chamado do Mar foi a relação de mãe e filha e o fato de as duas aparentemente serem personagens fortes. Espero ter a oportunidade de ler em breve!
Beijos;***
Ariane Gisele Reis | Blog My Dear Library.
Leyanne
Adoro livros que tem personagens femininas fortes. Não conhecia esse e também gostei por parecer bem rápido.
Bjs
Imersão Literária
Alessandra Salvia
Oi Hanna,
Quando vejo que é a 'Confraria' sei que vai ser uma novidade para mim!
Não estou por dentro desse mundo dos contos, então é sempre uma surpresa conhecer o que você recebeu.
beijos
http://estante-da-ale.blogspot.com/
Hanna Carolina Lins
Recomendo a leitura! S2
Hanna Carolina Lins
Sim, gostei bastante dessa parte também. Uma pena que num conto não tem muito espaço, mas gostaria até de saber mais sobre elas.
Hanna Carolina Lins
Obrigada! =)
Hanna Carolina Lins
Sim, é uma leitura bem rapidinha mesmo. Recomendo! =)
Hanna Carolina Lins
Pois é menina, cada mês é uma surpresa, hehehe.