21 de August de 2025

Pelos Olhos da Máscara | Calebe Fernandes Tiradente


Olá meu povo, como estamos? O ano de 2025 está sendo marcado por diversas descobertas que estou fazendo no terror nacional. E uma delas é ‘Pelos Olhos da Máscara’, publicada pela Editora Skull.

Livro: Pelos Olhos da Máscara

Autoria: Calebe Fernandes Tiradente

Editora: Skull

Ano: 2024

Páginas: 252

País: Brasil

Formato: Impresso

Nota: 3.5/5

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Alexander, uma estudante de enfermagem, recebe a notícia de que é a herdeira de um tio distante de mesmo nome, recebendo uma mansão ancestral que tem passado de geração em geração pela família.

Ao se instalar na nova casa junto do melhor amigo, Eliot, um fardo surge: conviver com um terceiro residente invisível da mansão até o fim de sua vida, tal como diz o testamento. E, ao longos dos dias, as coisas começam a mudar.

Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

Alexander é uma jovem universitária. Embora ela tenha uma rotina de estudos bem pesada no curso de Enfermagem na universidade da cidade, ela tenta dar atenção à família e a Eliot (melhor amigo) sempre que pode. Essa noite, porém, algo muito inesperado vai acontecer no jantar.

Eis que a máxima do “queria tanto ter um tio rico que me deixasse uma herança” se realizou. Alexander é sobrinha de um velho recluso e de mesmo nome que ela. Isso é o suficiente para que ela herdasse a casa do seu tio, que faleceu há pouco tempo.

A notícia é bem vinda, dado que a universitária sempre quis a experiência de morar sozinha e ser mais independente dos pais. Contudo, a residência é uma mansão localizada no meio de uma trilha antiga e deserta. Além disso, existe uma condição que Alexander deve seguir para ter direito ao legado: jamais deve expulsar o morador que já existe na residência, em hipótese alguma.

A jovem acha estranho, porém a ideia de ter uma casa só sua e de graça é tentadora demais. Além disso, Eliot está passando por perrengues em casa e não quer ver os pais tão cedo.

Assim, a dupla resolve tentar a sorte e se mudar para o casarão. Mas quando começam a morar lá, o que era para ser o paraíso pode virar um pesadelo sem fim.

Esse livro foi cedido pela editora Skull, que me deu de forma bem aleatória e eu só sabia que era um suspense com toques de terror. Ao montar a TBR de julho/agosto, decidi colocar uns livros que são minha zona de conforto (thriller e terror) e fiquei curiosa com a premissa da obra.

A escrita do autor é bem fluida e li a história em menos de uma semana. No entanto, os capítulos longos demais me deixaram agoniada, por dar a sensação de que a leitura se arrastava demais, com assuntos aleatórios e que não tinham muito a ver com a trama principal.

Isso tomou um espaço considerável da trama, que perde o brilho em determinado momento e só volta aos eixos um tempo depois. O que me deu a sensação estranha de ler dois livros distintos.

Alexander é uma personagem que me identifiquei logo de cara. Universitária estudando em período integral, com uma pilha de livros técnicos e um sonho, seguia a rotina insana de ir para a faculdade e lidar com diversas provas e trabalhos. Mesmo sabendo que estava indo pelo caminho certo, a sensação de independência parece difícil de alcançar.

Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

Enquanto isso não acontece, ela vive bem na casa dos pais, que entendem seu esforço e dão total apoio. O mesmo se aplica a Eliot, que é mais novo e acha a melhor amiga o máximo pelas conquistas. Contudo, o rapaz vive um pesadelo de pressão em casa, já que seus pais não cansam de falar o quanto o filho desperdiça seu potencial acadêmico trabalhando em coisas menores e mais simples.

“[…] Pessoas continuam ignorando, as almas continuam crescendo e os espíritos continuam vagando, alimentando seja lá o que a casa esteja fazendo.”

Eu até entendo a preocupação dos pais de Eliot, afinal eles só querem que o filho tenha um futuro digno e brilhante. Mas fazer esses comentários o tempo todo pode causar o efeito inverso e soar mais tóxico do que incentivo.

Assim, o rapaz vive se desentendendo com os pais e por fim resolve sair de casa. Sem ter para onde ir, ele busca abrigo na casa de Alexander, que não sabe bem o que vai fazer com mais uma cabeça morando numa casa que já era pequena. Logo, a notícia da herança vem bem a calhar, já que os amigos terão seus desejos atendidos.

Contudo, quando a esmola é demais, o santo desconfia. Mesmo feliz de saber que tinha um parente que pensou nela, Alex fica com o pé atrás ao saber da cláusula peculiar que seu tio impõe. Mas também não quer tomar nenhuma decisão precipitada e se arrepender depois.

A dupla se muda na mesma semana para a casa. Escondida no meio do mato, o local é uma visão privilegiada da cidade, e também um refúgio silencioso para refletir sobre o futuro.

Além disso, a residência é bem grande e vai levar um tempo até que Alex e Eliot consigam explorar todos os cômodos e saber como irão usar cada um deles (se é que vão dar conta de usar). Contudo, não terão tanto tempo para apreciar a quietude, já que toda vez que anoitece, coisas estranhas acontecem nos corredores.

Portas que se abrem, sons estranhos, chamados no meio da madrugada. E ainda tem o tal hóspede misterioso, que parece não ter pressa em ser apresentado aos novos donos da propriedade, mas deixa pistas de sua presença por onde passa.

Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

Isso por si só seria um alerta para qualquer pessoa em sã consciência arrumar as trouxas e se mandar. Mas Alex e Eliot associam tudo a explicações racionais e vão levando como podem.

Só que essa racionalidade vai dando lugar a outros sentimentos e confusões, que até o leitor fica sem saber em que acreditar. Embora seja em terceira pessoa, a narrativa traz uma visão pelo ângulo de cada um dos amigos.

“Como pode você ter medo de algo que te acompanha todos os dias?”

Alex é a mais racional e tenta encontrar lógica científica em tudo (o que eu entendo bem, por ser cientista como ela). Mas ver todas as opções se esgotando em pouco tempo logo começa a lhe assustar e a moça ainda não sabe se tomou uma boa decisão ao aceitar o presente de grego de seu tio.

Já Eliot é mais emoção. Os dias na casa fazem o rapaz refletir sobre tanta coisa ao mesmo tempo, que talvez nem anos de terapia possam resolver. Mas é tudo efeito da casa? Ou ele precisava apenas ouvir mais as vozes de sua cabeça, constantemente caladas pelas vozes externas lhe dizendo o que fazer?

No decorrer dos capítulos, fui criando diversas teorias do que poderia estar acontecendo. E mesmo tendo já finalizado, ainda não sei dizer se elas estavam certas ou se fiquei tão confusa quanto os personagens. Isso porque eu defini essa leitura como “uma narrativa doida, com gente doida”, e eu estava ficando doida também tentando arrumar lógica onde talvez nunca tenha.

“O ar começou a faltar nos pulmões de Alexander, não fazia ideia de como explicar a quantidade de loucura que estava acontecendo naquela mansão.”

Os capítulos mais longos e diálogo nonsense completam esse ar de confusão. Se o objetivo do autor era causar essa estranheza no leitor, posso dizer que ele acertou em cheio, pois nada aqui fez sentido e eu fiquei com diversos nós na cabeça.

O final, assim como o começo, dá várias reviravoltas e a gente não sabe o que é real ou pura ilusão de uma mente quebrada. O que é bom por um lado, já que conversa com toda a vibe do livro. Contudo, eu não gosto de ficar perdida numa leitura que não sei qual caminho está seguindo. Talvez por isso eu tenha dado uma nota não muito alta.

Contudo, eu ainda convido você a ler e tirar suas próprias conclusões. Especialmente se gosta de livros com diversos caminhos a seguir e personagens não confiáveis.

Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

Falando sobre o livro em si, eu li a versão impressa, que está muito bem diagramada. A capa é simples, porém traz elementos que explicam muito bem o título e a trama (que é explicada ao longo da leitura e é uma das poucas coisas que fazem sentido, hehe). A fonte legível e as páginas mais amareladinhas e grossinhas ajudaram bastante na experiência de leitura.

Postado por:

Hanna de Paiva

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