Olá meu povo, como estamos? Hoje temos resenha de uma das leituras mais marcantes que já fiz em 2021. A resenha é do livro A Pequena Sereia e o Reino das Ilusões, da autora Louise O’Neill.
Esse livro também é uma das leituras mais votadas por vocês no projeto #12livrospara2021, que faço em parceria com as meninas do MãeLiteratura e Pacote Literário.
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna |
10/24
Livro: A Pequena Sereia e o Reino das Ilusões
Autora: Louis O’Neill
Editora: Darkside (selo Darklove)
Ano: 2019
Páginas: 224
Esqueça as histórias sobre sereias que você conhece. Esta é uma história diferente — e necessária. E tudo começa no fundo do mar. Com uma garota chamada Gaia, que sonha em ser livre de seu pai controlador, fugir de um casamento arranjado e descobrir o que realmente aconteceu à sua mãe desaparecida.
Em seu aniversário de quinze anos, quando finalmente sobe à superfície para conhecer o mundo de cima, Gaia avista um rapaz em um naufrágio e se convence de que precisa conhecê-lo. Mas do que ela precisa abrir mão para transformar seu sonho em realidade? E será que vale a pena?
A Pequena Sereia e o Reino das Ilusões chega para trazer um pouco mais de contos de fadas para a linha DarkLove, da DarkSide® Books. Mas não do jeito que você espera; aqui, a história original de Hans Christian Andersen — e também suas versões coloridas e afáveis em desenhos animados — é reimaginada através de lentes feministas e ambientada em um mundo aquático em que mulheres são silenciadas diariamente — um mundo que não difere tanto assim da sociedade em que vivemos.
No reino de ilusões comandado pelo Rei dos Mares, as sereias não recebem educação, não têm direito de fala, devem se encaixar em um padrão de beleza impossível e sempre sorrir. É neste cenário que a autora irlandesa Louise O’Neill apresenta uma história sobre empoderamento e força feminina. Com narrativa e olhar afiados, a autora ainda desenvolve aspectos do conto original que passaram batido, como o relacionamento de Gaia com as irmãs e as camadas complexas da Bruxa do Mar.
A Pequena Sereia e o Reino das Ilusões, que chega ao mundo acima da superfície da água com o padrão de qualidade que virou marca registrada da DarkSide® Books, mostra como, em um reino comandado pelo patriarcado, ter uma voz é arriscado. Mas também como querer usá-la é uma atitude extremamente poderosa e valiosa. Ainda mais em tempos tão sombrios.
TUDO PARECIA CALMO E COMUM NA SUPERFÍCIE… MAS NO FUNDO ERA O INICIO DE UMA REVOLUÇÃO!
Quem se lembra da Pequena Sereia que a Disney lançou? Um reino tão lindo embaixo d’água, com a princesa Ariel, a sereia ruiva e super curiosa, aprontando todas com seus amigos Linguado e Sebastião?
Ah, e não esqueçamos de Úrsula, a Bruxa do Mar tão malvada, que sempre se dava mal no fim, pois o pai de Ariel era ninguém menos que Tritão, o Rei dos Mares, que governava o reino com o tridente de Poseidon e tinha um imenso poder para defender seus súditos da bruxa má e todos serem felizes para sempre.
Mas, conforme vamos aprendemos quando crescemos, os contos de fadas fofinhos e cheios de músicas animadas e que grudam mais do que chiclete em nossa mente, na verdade são cruéis, sem economizar nas doses de violência, tortura e morte.
E a história da Pequena Sereia não fica atrás. Quem não conhece a versão original, ela foi escrita por Hans Christian Andersen, conhecido por muitos estudiosos como o “mestre da tortura” (só pelo apelido, já imaginava como não seriam seus contos originais).
Falando rapidamente, a Pequena Sereia de Andersen não tem um nome oficial. Mas ela é “pequena” por ser a mais nova das filhas do Rei dos Mares, que chama atenção de todos por sua beleza. Um dia, ao fazer 15 anos, ela ganha o direito de ir até a superfície e ver como é o reino dos humanos. Nessa aventura, ela acaba se apaixonando pelo príncipe encantado, que estava se afogando numa tempestade no meio do mar.
A Pequena Sereia salva o rapaz e se apaixona por ele, e pede para a Bruxa do Mar lhe dar um feitiço para que ela possa ser humana e se casar com o cidadão que ela salvou e que estava apaixonado por ela também (mas ela não perguntou se era verídica essa informação, rs). A Bruxa do Mar lhe concede uma poção para que ela ganhe pernas no lugar da cauda e possa ir para a terra firme e “viver feliz para sempre”.
Porém ela acaba sendo enganada e morre na solidão, vendo seu príncipe encantado se aproveitar dela, e depois se casar com outra princesa mais bonita e sendo feliz sem a pobre sereia de coração partido. E o “final feliz” da pobre Pequena Sereia é morrer no mar, virando espuma, como é o destino de toda sereia.
E essa versão original, sombria, agoniante e triste acabou ganhando uma versão bem próxima, escrita pela autora irlandesa Louise O’Neill, que resolveu dar “uma versão mais moderna e revolucionária” para o clássico da literatura mundial.
Não apenas o conto de Andersen foi usado como base fundamental, mas a autora teve todo o cuidado de pesquisar sobre as lendas sobre sereias ao redor do mundo. Então vemos versões nórdicas, ocidentais e orientais misturadas na versão original, com um toque mais feminista e até atual, o que rendeu uma das minhas melhores leituras até o momento.
Aqui, a Pequena Sereia tem um nome… ou dois… Muirgen é o nome pelo qual todos a chamam no reino, mas ela sabe que sua mãe queria lhe dar o nome de Gaia. Seu pai, o Rei dos Mares, odeia esse nome, pois o lembra de terra, humanos e tudo o que representamos para os sirênicos.
Essa ideia de que os humanos são ruins e super malvados é passada de geração em geração no reino, o que desperta curiosidade sobre nossa sociedade entre os sirênicos. Aliás, existe toda uma conturbada história com a mãe de Gaia, Muireann, a sereia que tinha uma paixão tão grande pela vida na terra seca, que acabou dando às suas filhas certo fascínio por tudo o que vinha de navios afundados.
Espelhos, carrancas e talheres de prata que afundaram fazem parte do mundo das filhas do Rei dos Mares, que vivem como bonequinhas.Mas um item em especial chama a atenção de Gaia, uma estátua, que a faz sempre se lembrar de sua mãe e do fascínio que ela tinha pela superfície.
Mas falar de Muireann no reino é expressamente proibido, pois o Rei dos Mares a coloca como a traidora do reino e ninguém pode sequer ousar duvidar disso. Gaia não se conforma com a situação, e precisa saber o que aconteceu com sua mãe, nem que ela precise passar por cima de leis antigas e pagar o preço por isso.
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna |
Quando vi “O Reino das Ilusões” no título, eu imaginei que esse livro teria sim, uma pegada mais sombria, mas também seria uma literatura mais de fantasia. Mas nunca imaginei que teria um tesouro nas mãos.
Muirgen, ou Gaia, é a sereia de cabelos ruivos e mais bela dentre todas as filhas do Rei dos Mares. E ele faz questão de manter suas filhas num pedestal, como bonequinhas de louça que não podem fazer nada na vida, a não ser dar filhos aos maridos, sorrir o tempo inteiro e serem “boas meninas”.
Não apenas ele pensa de forma machista ao extremo, mas todo o reino é criado dessa forma. Tudo que o Rei dos Mares diz é lei, e ai de quem falar o contrário.
Gaia está prestes a completar 15 anos, a idade em que ela é considerada maior de idade e pode ter o direito de ir à superfície, só para constatar que o mundo dos humanos é bonito, mas não é tão bonito quanto o mundo marinho, onde todas as sereias são protegidas pelos tritões, fortes e machos demais para lutar pelo reino, enquanto elas dão filhotes e fazem tudo o que eles mandam sem discutir.
Quem não se adequa a esse pensamento “maravilhoso” (sqn) é banido para Longemar, terra dos “desajustados”. Todos os que não se encaixam no padrão de pensamento, muito menos no de beleza impostos pelo Rei, são convidados a se mudar para Longemar, onde são tratados com toda a “benevolência” do Rei, mas jamais devem pisar no reino novamente, para não ferir os olhos das pessoas lindas.
Essa ideia de padrão de beleza está tão incutida na cabeça das sereias, que principalmente as sereias que tem posição na corte precisam passar por mutilações dolorosas para serem lindas e agradar aos olhos do Rei. Suas dores, suas queixas, suas vontades, nada disso importa. Apenas agradar aos maridos é importante e basta.
Se você não se casa até os 21 anos, é incompetente, se o marido vai embora, a culpa é das sereias que não “souberam agradar aos seus tritões” e, como punição, não podem se casar novamente, para terem suas lições… Notaram alguma semelhança com o mundo dos humanos? Pois é, né? Foi isso o que mais me chamou atenção quando fui procurar resenhas desse livro, antes de ler propriamente dito.
E acabei ficando mais curiosa para saber como tudo se desenrolaria. Muito do que acontece com Gaia é fiel ao conto original, porém com um toque de feminismo da autora, que vamos percebendo no decorrer da leitura. Gaia ganha o direito de ir até a superfície quando completa seus 15 anos, e se apaixona pelo rapaz que está se afogando ao cair de um barco, no meio do mar.
Gaia nunca foi levada a compreender seus sentimentos, já que nada daquilo tinha utilidade quando ela fosse se casar. Mas o seu comportamento me levou a crer que ela estava apaixonada. Mas a sua paixão era tão cega, que para mim, beirava a obsessão.
Enquanto não achou uma forma de ir até a terra e ver o cidadão de novo, ela não descansou. E, para isso, ela recorre à Bruxa do Mar, que aqui se chama Ceto. Ceto é uma bruxa muito poderosa, que todos no reino descrevem como uma mulher feia, vil e sem coração. Que só quer destronar o Rei dos Mares a todo custo, por que é malvada e pronto.
Mas quando Gaia encontra Ceto, vê uma sereia fora dos padrões impostos pelo reino, mas ainda assim linda, poderosa e muito sagaz. Ceto sabe o que Gaia quer e lhe concede, mas magia profunda tem um preço, que a jovem nem sequer pensa duas vezes antes de pagar, já que tem certeza de que encontrou seu amor verdadeiro.
Sinceramente, nessa hora eu tive pena de Gaia, pois ela não sabia no que estava se metendo quando fez um acordo, em nome de um cara que ela nem conhecia. E sabe a Ceto, a bruxa malvada que deveria ser a vilã? Pois ela me pareceu uma sereia empoderada, que veio tentar colocar um pouco de juízo na cabeça de Gaia, e nem assim deu certo, já que ela insistiu em fazer o feitiço.
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna |
Gaia vai para a superfície, com duas pernas a certeza de que seu amor verdadeiro mora na esquina da praia e já está esperando por ela com o casamento marcado. Apesar de saber o que acontece no conto original, eu nunca tive coragem de ler o conto inteiro, pois sabia que iria me revirar o estômago. E aqui não foi diferente.
A autora não economizou palavras ao contar sobre a agonia de Gaia andando em terra firme. Enquanto humanos viam uma mulher espetacular e andando como uma bailarina de elite, Gaia sofria a cada passo que dava, em nome de um amor que ela confiava existir.
Acho que de todas as atrocidades que encontrei nesse livro, o sofrimento físico de Gaia foi o pior. E a todo momento, Gaia dizia para si mesma que era por um bem maior, pois seu príncipe encantado iria se apaixonar por ela, já que ela era linda e beleza basta.
Talvez seja isso o que Andersen queria passar também no conto original, mas aqui eu vi uma menina iludida, que não sabia lidar com seu primeiro amor e que acredita fielmente em contos de fadas (irônico, não?)! Gaia é uma adolescente impetuosa e esperta, mas o tempo todo foi podada para agira como uma princesinha burra num pedestal.
Ao chegar na terra e ter a chance de fazer diferente, só vi a mesma princesa enganada com suas pernas em vez de uma cauda. O tal príncipe encantado, Oliver, é um playboy, filho da dona de uma companhia de barcos poderosa. Aos poucos, Gaia vai conhecendo Oliver e vendo quem ele é de verdade. Não apenas ele, mas toda a pressão que mulheres também passam na terra seca, mesmo que elas já façam coisas extraordinárias.
Apesar de ser um conto de fadas, Gaia percebe que o real sentido do ditado de que a grama do lado do vizinho é sempre mais verde. Aos poucos, Gaia amadurece e percebe que estava vivendo em um reino de ilusões o tempo inteiro. E esse reino de ilusões nos é imposto o tempo inteiro, seja por meio da moda, da indústria da beleza, e da própria sociedade.
“Você sabe o que é se sentir confortável na própria pele? Sabe como é isso?”
Enquanto homens fracos (mas que acham que tem algum poder) só querem que as mulheres sejam vaidosas e fiquem disputando entre si, pois assim ficamos ocupadas enquanto eles dominam o mundo e nos dizem o que fazer, vamos só definhando, ficando doentes e estressadas, e ainda ouvimos que a culpa é nossa, pois deveríamos ser sempre lindas, não importando o sacrifício.
“Aquilo que consideramos garantido pode facilmente ser tirado de nós se não permanecermos vigilantes.”
Essa é a mensagem real do livro, que vem como um tapa de mão cheia na nossa cara, nos fazendo ver de forma escancarada o lado da mulher e tudo o que sofremos num mundo que se diz igualitário, quando sabemos que não é.
Não apenas o sofrimento de Gaia, lendo esse livro, o tempo todo me peguei pensando em tudo que toda mulher já passou nessa vida, e ainda pode passar, por causa de homens (e mulheres também), que ainda defendem esse tipo de pensamento retrógrado, mesquinho e sem sentido.
No final da sinopse, uma frase diz que esse livro é o início de uma revolução. E é mesmo! Me vi torcendo para que Gaia acordasse para a vida em algum momento e fosse sua própria heroína, que ela salvasse a si mesma. Ceto é uma personagem maravilhosa, inteligente, empoderada e não se deixa ser dominada por homem algum.
“[…] É difícil ser mulher nesse mundo, seja no fundo do mar ou na superfície. […]”
E tem cada frase de efeito que dava para colocar num quadro, para deixar na parede a cada vez que eu me sentisse mal. Cada personagem aqui foi muito bem trabalhado, o pai de Gaia, Oliver, a mãe de Oliver, as própria irmãs de Gaia. Cada um parece ter aprendido sua própria lição nesse livro e eu fiquei simplesmente arrebatada por essa versão.
A história nos é narrada em primeira pessoa, pela visão da própria Gaia. Apesar de ser uma ideia perigosa, aqui se fez necessária. Gaia é uma jovem que está mudando de paradigmas, então ver como ela vai se moldando ao longo do livro é bem interessante. Ela é bem novinha, e sabe que ainda é imatura para muita coisa. Mas algumas atitudes dela me davam nos nervos, especialmente pelo motivo que ela dava.
E não podemos esquecer das Salkas, os monstros marinhos, que na verdade seriam as sereias responsáveis por atrair os homens para morrerem no mar. Mas elas tinham motivo para isso, um motivo que me lembrou bastante a lenda da Iara de nosso folclore, inclusive.
Acho que ver as coisas por esse lado me deixou mais defensora das Salkas e ai de quem falar mal delas!
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna |
O livro está uma lindeza. Só ele já confere uma obra de arte. A edição é em capa dura, com a Gaia na parte de baixo, sonhando com tudo o que aprendeu nessa aventura.
Além da princesa, temos vários elementos, que num primeiro momento podem parecer exagerados, mas acabaram se encaixando muito bem e ficou uma moldura linda. O livro é impresso em papel pólen, com um corte colorido em azul, para combinar com a capa.
Por dentro, temos detalhes das escamas da Gaia, além dos capítulos, que começam sempre com um detalhe em conchas e estrelas do mar, conferindo mais um charme. Nem preciso dizer o quando me apaixonei por esse livro e quero guardar para minhas gerações futuras também conhecerem a história de Gaia, uma sereia que veio para quebrar tabus e mostrar que podemos ser quem quisermos.
Vocês já tinham lido esse livro? O que acharam dele? Me contem aí!
Leslie Leite
Triste a história da Pequena Sereia original né?! Mas também… vamos combinar que ela foi bem burra, haha. Mas, quanto a esse livro da Louise O'Neill, achei maravilhosa a metáfora e as críticas sociais que essa versão do clássico traz, mesmo que aqui a protagonista também seja iludida. E o livro é realmente lindo, a capa é pura obra de arte. Coloquei o título na minha lista para conferir a leitura futuramente.
Beijo, Blog Apenas Leite e Pimenta ♥
Alessandra Salvia
Oi Hanna,
Eu acho essa edição maravilhosa, linda linda! Mas uma amiga leu e odiou a história, ai eu desanimei TOTALMENTE. Sua resenha até trouxe uma esperança, talvez eu tenha que ler para tirar minhas próprias conclusões mesmo…
beijos
http://estante-da-ale.blogspot.com/
Luciano Otaciano
Oi, Hanna. Tudo bem? O livro parece-me excelente, não é mesmo! Que bom que gostou da leitura. Abraço!
https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Cida
Oi Hanna! A edição deste livro faz os olhos brilharem, é linda demais. Eu li muitas opiniões negativas sobre a obra e acabei não lendo, mas a sua empolgação me fez reconsiderar. Acho que preciso mesmo conferir. Bjos!! Cida
Moonlight Books
Hanna Carolina Lins
Concordo que o livro é uma obra de arte. E a Pequena Sereia é iludida seja no original ou nessa versão, vou te contar… =/ Apesar disso, acho que vale a pena ler, mesmo assim.
Hanna Carolina Lins
Que bom que gostou da resenha. ^^
Hanna Carolina Lins
Eu acho que antes de ler esse livro, as pessoas teriam que diminuir um pouco as expectativas e levar em consideração que ela usou o conto original como base. E a versão original não é bonitinha… rs E eu acho que ela só retratou o mundo como ele é realmente, ou seja, nada bonito… Espero que você possa ler e me diga o que achou depois. 😉
Hanna Carolina Lins
Leia e depois me conte o que achou? ^^
Sil
Olá, Hanna.
Eu amei a edição do livro, só isso. Achei um desserviço a causa feminista porque o livro foi vendido como feminista e encontrei uma protagonista totalmente submissa aos homens. O único personagem que gostei foi a Ceto.
Prefácio
Hanna Carolina Lins
Eu concordo plenamente com você, eles venderam um livro com uma propaganda bem enganosa. Acho que se fosse para vender como uma releitura sombria, teria valido mais a pena, pois a história é muito semelhante ao conto original. Por isso eu gostei, já sabia que a protagonista saía de uma prisão e ficava em outra. Olhando por esse lado, o livro foi ótimo, mas olhando pela causa feminista, fez nada… rs