23 de February de 2021

Princesa da magia | Clara Alves

Olá meu povo, como estamos? Hoje eu trago a resenha da minha mais recente leitura, ainda nas antologias da coleção Femme Fatale. Dessa vez é Princesa da magia, da autora nacional Clara Alves.
Princesa da magia | Clara Alves
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

 

7/24 
Livro: Princesa da magia
Autora: Clara Alves
Editora: Increasy
Ano: 2020
Páginas: 85
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Quando os protetores de Rosália descobrem um desequilíbrio na magia que sustenta o reino, Meg, a princesa de Rosália e espiã da rainha, recebe a importante missão de se infiltrar na casa de um conde como noiva de seu filho e descobrir os planos do homem.
Mas desmascarar o conde não vai ser nada fácil. Especialmente quando Yara, a futura condessa de Baia, se coloca em seu caminho.

 

 
 
 
 
Princesa da magia | Clara Alves

   

Vou tentar fazer uma resenha curtinha hoje, pois se trata de um conto com menos de 100 páginas. Princesa da magia é uma releitura de, pasmem, ‘Hércules’. A princesa dessa história, Meggara, nunca foi princesa de fato, nem nos clássicos da Disney.
Para quem não se lembra, Meggara, ou apenas Meg, era uma humana que vendeu a alma para Ades e acabou sendo obrigada a seduzir Hércules para que ele pudesse perder as forças e deixar Ades dominar o mundo. Mas acabou que o feitiço virou contra o feiticeiro, pois Meg se apaixona por Hércules e acaba ficando como uma agente dupla.
Mesmo assim, Meg sempre foi mais “prafrentex”, com pensamentos mais independentes, e nunca ficou naquela coisa de “ain, achei meu amor verdadeiro na esquina e vou casar e ser feliz para sempre”. Há quem diga que essa ideia começou a ser quebrada em ‘Frozen’, mas na real, em ‘Mulan’ e ‘Hércules’ as princesas já salvavam a si mesmas, eram mais espertas e o amor ficou em segundo plano.
Nessa releitura, Meg ficou beeeem parecida com a Meggara de ‘Hércules’ , o que até gostei num primeiro momento. Ambas tem um corpo perfeito, cabelo bem vermelho e conseguem seduzir qualquer pessoa com uma facilidade incrível.
Princesa da magia | Clara Alves
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna
Porém, a Meg dessa releitura tem uma missão diferente. Aqui, ela é uma princesa de verdade, filha da rainha Ana, que comanda Rosália de uma maneira bem moderna. Para começo de conversa, a rainha Ana é divorciada e casada com uma outra mulher, o que já deixa logo escancarado que teremos bastante representatividade.
Meg é uma espécie de espiã da rainha, que tem como missão se infiltrar pelo reinado imenso e identificar de perto as necessidades do povo, independente da classe social. A ideia parece boa num primeiro momento, já que Meg é mestre dos disfarces. Mas ela tem um desafio enorme pela frente, quando a missão da vez é tentar desarticular um golpe por parte do conde Albani, que quer derrubar Ana do trono.

“A única certeza que tinha é de que havia algo muito errado em Baia.”

Para isso, ela vai parar em Baia, o território que está sob o domínio do conde, com a desculpa que vai aceitar se casar com Hélder, o filho do conde. Hélder é um amor de pessoa, mas não sabe nem da metade do que seu pai está aprontando por trás de corredores obscuros e assustadores do palácio.

“Alguém havia quebrado o pacto sagrado.”

Meg precisa descobrir o quanto antes o que está acontecendo, pois cada minuto conta e o reino está ameaçado. Porém, uma pessoa pode mudar todos os planos de Meg. Yara, a noiva do conde, é o que Meg mais rejeita: uma vítima de casamentos arranjados.
Apesar de serem comuns em reinos antigamente, Rosália fez questão de decretar a proibição de tal prática. Assim, todos devem se casar com quem estiverem felizes. Porém em Baia isso não mudou muito, já que o conde conseguiu sua noiva por métodos escusos. Yara não é feliz, isso está na cara.
Mas Meg tem o instinto de sempre cuidar dos menos favorecidos. Então ela fica bem dividida entre as duas missões, o que parece ser difícil de equilibrar. O conto em princípio tem uma premissa boa, principalmente porque ficou próximo da versão original, com algumas mudanças bem visíveis entre os personagens, já que é uma releitura.
Mas devo dizer que, de todos os contos que já li dessa antologia, estava com muita expectativa, já que era mais numa pegada fantástica, meu gênero favorito. Mas não foi bem assim que aconteceu. Eu fui muito bem surpreendida em vários aspectos com esses contos. E ‘Princesa da magia’ também me surpreendeu com um reinado que eu nunca imaginei, mas que é bem crível no final das contas.
Aqui, homens não tem vez. O conto é girl power do começo ao fim. As mulheres são fortes, decididas, se unem e se ajudam… mas gostaria que não ficasse batendo nessa tecla  tempo inteiro. O conto é bem curtinho, então já sabemos que as coisas acontecem mais rápido mesmo. Mas fiquei um tanto decepcionada com tanta descrição de cenários, de explicação com um tanto de coisa que aconteceu antes do conto em si… que poderiam ter sido resumidos a poucas linhas e ainda assim teriam sentido.
Princesa da magia | Clara Alves
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

 

Como passamos muito tempo lendo descrições, um tanto longas até, dos bastidores dos cenários, fica pouco espaço para o “tiro, porrada e bomba”, que aconteceu de forma corrida e eu fiquei sem entender várias nuances que sim, poderiam ter sido melhor explicadas, mas não foram. Isso acabou me decepcionando um pouco, pois gostaria de saber mais sobre a relação de Meg com o pai, ou mesmo que a parte de ação fosse mais desenvolvida.
Vários personagens acabaram ficando para trás e eu fiquei sem entender como seria o destino deles. Além disso, a própria história acabou ficando com algumas pontas soltas, o que me decepcionou um pouco também.
Falando sobre o obra em si, a história é contada em terceira pessoa, porém senti falta de uma boa revisão no texto. Várias palavras parecem ter sido corrigidas automaticamente no Office e passaram batido no final. Então acabaram aparecendo algumas palavras soltas no meio do texto, que não tinham a ver com  assunto.
Apesar de não ter me agradado num primeiro momento, o que me ajudou a levar a leitura até o fim foi a escrita mais fluida da Clara, que fez com que a parte das descrições não ficasse tão maçante. Com relação à capa, ela é bem no estilo da Meggara da Disney, com a mocinha de vestido roxo, o cabelo vermelho e uma faca na mão, indicando que ela sabe se defender sozinha. Infelizmente, somando tudo isso, o livro acabou ficando com três estrelinhas, mas ainda assim recomendo, até porque é tudo questão de gosto e, o que não funcionou para mim, pode ser incrível para você.

 

 
E aí, o que acharam da resenha? Já leram os outros contos dessa antologia? Qual o seu favorito? Me contem aí! ^^
Postado por:

Hanna de Paiva

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