13 de August de 2019

Questão de honra

   Olá meu povo, como estamos? Hoje temos resenha participante do projeto #12livrospara2019, em parceria com as meninas do MãeLiteratura e Pacote Literário. Dessa vez é um livro nacional, lido também em parceria com um autor que usa como pseudônimo um nome russo, que tem tudo a ver com o livro (rsrsrs).

Questão de honra
Foto: Divulgação

19/33

Livro: Questão de honra

Autor: Yuri Belov

Editora: Talentos da Literatura Brasileira – Novo Século

Páginas: 476

Ano: 2018

Skoob | Amazon


Tristan Drake, um ex-oficial das forças especiais britânicas que também atuou no MI-6 nos tempos da Guerra Fria, ocupa hoje a posição de diretor de operações de uma empresa de arqueologia marinha instalada na ilha de Malta. Um dos navios da empresa se envolve num terrível e suspeito acidente. A tripulação, ferida e exilada, precisa urgentemente de socorro. Tristan, diretamente responsável por eles e num beco sem saída, recebe a providencial ajuda de um rico indiano radicado em Londres. Em troca, Tristan insiste em auxiliar o milionário a resgatar o filho Khaled, um jovem e talentoso hacker visto pela última vez em um misterioso vale encravado nas montanhas do Paquistão. Começa a partir daí uma extraordinária jornada por lugares exóticos, dos confins da China a uma mina de coltan, um precioso minério, na África, onde a crueldade parece não encontrar limites. Porém, tornou-se questão de honra para o veterano ex-oficial saldar sua dívida, mesmo que para isso acabe por se envolver numa conspiração sem precedentes. “Questão de honra” é um livro eletrizante, com ação ininterrupta, no melhor estilo dos grandes romances de espionagem. Yuri Belov, com riqueza de detalhes e pesquisa profunda, tece uma narrativa a um só tempo empolgante e contundente, com um olhar crítico e audacioso sobre os tempos em que vivemos.

Questão de honra
   Tristan Drake, ou apenas Comodoro, é um militar condecorado e reformado da Marinha britânica. Após várias missões em nome da Coroa, ele decide viver uma vida pacata e longe do continente, vindo apenas alguns dias, para ver sua filha. Sua filha é uma jovem linda, que vive nas ilhas de Malta e é uma aspirante a arqueóloga, profissão essa inspirada no que seu pai resolveu fazer para ganhar a vida depois que saiu da vida de militar. 
   Tristan ganha a vida procurando tesouros naufragados, a bordo do Simbad, um navio já tão velho de guerra quanto Tristan, mas eles se entendem muito bem… até uma tempestade muito forte no meio do oceano, da qual Simbad e Drake não conseguiram escapar. Felizmente boa parte da tripulação viveu para contar a história, porém muito feridos e perdidos e o Simbad ficou seriamente avariado; não fosse por um homem misterioso, Tristan teria  enfrentado problemas sérios para sair do oceano com um navio em frangalhos. 
   Esse homem misterioso, coincidentemente (ou não), estava no lugar certo e hora certa, e um feito desses deixou Tristan em dívida com o tal cara. Assim, como uma dívida de honra a acertar, Tristan se oferece para ajudar o tal homem no que ele precisasse, afinal, lhe devia a vida. E assim conhecemos o Sheik, um indiano milionário, que diz que estava no oceano naquele momento, pensando ter notícias do paradeiro de Khaled, seu filho mais novo. De acordo com ele, o pobre Khaled havia se envolvido com terroristas e precisava resgatá-lo antes que morresse. 
   Assim, Tristan Drake vê sua chance de retribuir o favor e se propõe a salvar a vida do rapaz. Mas o que ele não sabe é que vai se envolver numa teia de aranha, da qual vai ser beeeem difícil se soltar. Khaled está sim envolvido com terrorismo, mas não pelas causas que o Sheik disse ser. Tudo o que acontece no decorrer do livro parecem ser missões isoladas, mas Tristan vai descobrir que na real tudo estava interligado o tempo inteiro, e justamente por quem ele menos imaginava que fosse. 
   Aqui, você vai encontrar “tiro, porrada e bomba” o tempo inteiro, fora inúmeras conspirações, que acontecem desde os tempos de ouro de Tristan no MI-6 até os mais recentes integrantes, todos envolvidos com esquemas de corrupção, tráfico de minério, drogas e pessoas, e muito dinheiro, por vários países do mundo.  
   Recebi esse livro em parceira com o autor, que embora seja brasileiro, atende pelo pseudônimo de Yuri Belvov. Não sabia muito o que esperar da história, mas devo dizer que me surpreendeu bastante. Tristan é um cara bem reservado. Já tem bastante experiência de vida, está pra lá dos seus 50 anos e quer apenas um trabalho tranquilo para curtir sua aposentadoria. 
   Mas uma vez soldado, sempre soldado, e ele não foge a luta quando vê que alguém corre perigo. Para salvar Khaled, Tristan convoca amigos dos tempos de Guerra Fria parra ajudá-lo, nem para que para isso tenha que rodar o mundo. E acaba mesmo rodando o mundo, passando por cada cidade belíssima e cada paisagem de tirar o fôlego. Isso até o nosso fôlego é tirado, já que cada capítulo se passa numa cidade e num país diferente, então somos apresentados a gravuras dos lugares cenário de cada capítulo. Achei os desenhos incríveis, os quais me deram vontade de arrumar as malas e pegar o primeiro vôo para lá. 
Questão de honra
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna
   Mas, nem tudo são flores, né mesmo? Mesmo que passem por locais belíssimos, não tem uma cidade que fique inteira depois que Tristan e sua equipe passam. Não que eles destruam tudo por onde passem, afinal são os mocinhos, se é que nessa história temos mocinhos. Mas Tristan na verdade está é sendo perseguido faz tempo, desde que aceitou a apelo do Sheik para salvar seu filho. Tudo gira em torno de um computador que Khaled carregava consigo, o qual poderia ser capaz de derrubar sistemas de bancos pelo mundo inteiro, gerando caos em todos os bancos e banqueiros e milionários do mundo. 

“[…] Se o que ele diz é verdade, esse material tem o valor de uma bomba atômica […].”

   O que levou Khaled a desenvolver um programa que fizesse isso? Por que ele não usou logo? E onde ele está? São perguntas que giram na cabeça de Tristan o tempo inteiro, e as coisas começam a se complicar mais ainda quando os seus perseguidores mostram a cara. 
   Ninguém é o que parece ser na sua frente. Todos são capazes de tudo em nome de dinheiro, e um sistema capaz de roubar todos os bancos do mundo… é capaz de fazer muita gente matar para ter em suas mãos. Tristan, que até então só precisava resgatar um rapaz, agora precisa resgatar o rapaz, entender tudo o que está acontecendo e tentar evitar um colapso mundial. 
   Nessa missão, que se tornam várias missões, uma mais perigosa que a outra, Tristan vai descobrir que até quem lhe fez esse pedido tem um passado obscuro e é melhor ter medo dele. Aqui não tem apenas um “culpado”. Todos tem culpa em algum momento, até o Tristan fez suas besteiras no passado e foge de seus fantasmas, que o assombram conforme ele passa por vários lugares de seu passado como oficial das forças armadas. 
   Esse livro é para quem realmente curte histórias de alta espionagem. Você tem que prestar muita atenção aos diálogos, aos personagens e em todas as missões de Tristan. Pois em algum momento os mistérios serão solucionados. A revisão está muito bem feita, a capa então, está incrível com o esquema de cores que chamam atenção na medida certa. 
    Olhando logo de cara para a capa, a cena de pessoas armadas montadas a cavalo parece assustadora, mas na real ela é melhor explicada numa das missões de Drake (só posso dizer isso). Assim como a bandeira de pirata também é explicada. Nada, nenhum desenho, nenhum personagem fica sem explicação nesse livro, o que muito me admirou, pois são muitos lugares, muitos personagens e todos são mencionados e tem um final. 
   Isso rendeu pontos ao autor, que teve total atenção em cuidar dos mínimos detalhes. A escrita do Yuri é bem fluida, ainda mais com tantas cenas de ação, a qual já somos apresentados desde o primeiro capítulo. 
   Aqui vocês também irão encontrar muitas cenas familiares, seja no mundo da política, da moda, dos jornais… O autor teve todo o cuidado de pesquisar cada detalhe, cada notícia da época em que a história vai sendo contada, desde 10 anos atrás até hoje. Muita coisa que inclusive aconteceu aqui no Brasil, como escândalos da Petrobrás, estão de certa forma envolvidos nas missões em que Tristan se mete, dessa vez, para salvar sua vida quando descobre o que tem no fundo de tudo isso e o motivo pelo qual querem tanto o computador de Khaled. 
   O rapaz tinha muito mais que um vírus de computador potente. Ele não poderia derrubar apenas bancos, mas pessoas e governos. E quem tem tanto poder na mão assim ou é muito perigoso ou é um alvo do mundo inteiro. No caso de Tristan, ele sem querer virou um alvo para o mundo inteiro, que tentam se livrar dele a todo custo.  
Questão de honra
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna 
   A história é narrada em terceira pessoa e a revisão está impecável. Amei a organização do livro e os capítulos estão bem marcadinhos, com uma fonte diferente, porém simples. Aqui temos a história de Tristan, que é nosso herói, mas não tão herói assim. Apesar de ele ter seu passado, que aos poucos vamos sendo apresentados, até para entender a relação dele com vários outros personagens, Tristan me pareceu muito inocente em certos momentos, mas em outros era bem sagaz. Isso me incomodou um pouco, pois parece que ele não tem uma personalidade muito bem definida. Mesmo assim, Tristan me surpreende com a coisa toda dele com honra. Ele descobriu toda a podridão que tinha por trás do desaparecimento do Khaled e mesmo sendo perseguido ele não desistiu de levar o caso até o fim. Era realmente uma ‘Questão de honra’, como o próprio título já diz. Só me pergunto se no mundo e que vivemos ainda existem pessoas como o Comodoro por aí, com esse senso de honra tão forte assim. 
   Além disso, Tristan parece ter caído de paraquedas numa situação, na qual todos querem matá-lo. Isso me lembrou bastante os filmes da série ‘Duro de matar‘. E que homem forte é esse gente. O cara é taxado de velho, mas dá tanta porrada nos jovenzinhos que o perseguem, que é de se surpreender. Me senti realmente vendo um dos filmes de Bruce Willis. Arrasou! Falando em porradas, a cenas de ação estão muito bem descritas, daquelas em que você se sente na cena junto com o Tristan. 
   Super recomendo a leitura atenciosa desse livro, pois se perder um parágrafo que for, vai se perder no restante da história. Literalmente tudo está interligado e qualquer detalhe conta. 
   Vocês gostam de ler livros de espionagem assim? Qual vocês mais gostaram? Já tinham lido ‘Questão de honra’? Me contem aí!


    Ah, para ver o que as meninas escolheram para o mês de agosto nesse projeto, passem lá nos blogs delas. Os links estão no início do post. Quem quiser participar, basta usar a #12livrospara2019.
12 livros para 2019
     
Postado por:

Hanna de Paiva

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