Olá meu povo, como estamos? Hoje temos resenha do livro de uma das sagas que mais amo: Assassin’s Creed. Muitas pessoas conhecem a história pelo jogo, que é onde tudo começou, ou até mesmo pelo filme, que fizeram um tempo atrás e foi sucesso nas bilheterias. Mas o que muita gente não sabe foi que Oliver Bowder escreveu essas histórias em forma de livro e, inclusive, começaram de um jeito diferente do que é contado no jogo…
Foto: Divulgação |
Eu não sou muito talentosa para games, mas para livros eu tenho bastante jeito (rsrsrs). Então li pela primeira vez um livro baseado num game e… simplesmente me apaixonei pela história! Esse é o sétimo livro da saga, onde conhecemos a história de Arno Dorian e Élise De La Serre.
37/30
Livro: Assassin’s Creed – Unity
Autor: Oliver Bowder
Editora: Galera Record
Ano: 2014
Páginas: 369
O dia da glória chegou…O caos toma conta de Paris. A Outrora Cidade Luz está mergulhada numa era de escuridão e terror. Numa época em que a divisão entre ricos e pobres se torna extrema e uma nação inteira cai de joelhos sob os desmandos de seus líderes, dois jovens, irmãos de coração – Arno Dorian e Élise de la Serre – se unem na luta para trazer justiça aos assassinos do pai. Mas justiça pode ser um conceito particular…Enquanto Arno, que se sente culpado pela morte do pai de criação, busca redenção, Élise de deixa dominar pela sede de vingança. No entanto, o que sente um pelo outro é mais forte do que antigos ódios… Ou renovadas alianças.Unidos, assim como o povo que avança sobre seus opressores, logo os dois se veem em meio a uma luta ainda mais sanguinária, a imemorial contenda entre Assassinos e Templários.
Élise De La Serre é uma menina muito amada pelos pais e vive na glória de Paris de 1789. Ela vê na mãe um exemplo de mulher diferente das outras. Enquanto todas as damas da alta sociedade só ficam se abanando e falando mal da vida alheia, esperando que seus maridos voltem para casa e vivam casamento de aparências, Julie De La Serre é uma moça que mostra sem vergonha suas opiniões. Ela participa das reuniões junto ao marido e não o deixa ser influenciado por um grupo de “aliados” a quem Julie chama de Corvos. Élise vê na mãe um exemplo fenomenal de não se deixar levar pelo que a sociedade dita, apenas ser ela mesma.
“De uma coisa eu sabia […]. Como meus pais se eriçavam por coisas não ditas, eu sabia que as damas não se comportavam como minha mãe acabara de fazer. Não as damas normais.”
Mesmo sabendo que sua mãe é diferente de outra mulheres, ela não sabe o que realmente sua mãe é… até o dia em que ambas sofrem um atentado e quase foram mortas por um cara intitulado Assassino. E é nesse dia que Élise descobre o que sua mãe é capaz de fazer… Eis que ela é filha de uma Templária altamente treinada e treina a filha de forma que ela nem perceba que está aprendendo a se defender… o que dá certo no dia do atentado e ambas saem ilesas.
Ao descobrir que sua mãe é Templária, Élise no mesmo dia descobre que, não apenas seu pai também o é, como ela mesma é a herdeira do título de seu pai: a futura Grã-Mestre Templária. O grande problema é que Élise nem tem tempo de processar tanta informação, já que sua mãe fica doente e morre pouco tempo depois, e ela é enviada a um internato, onde vai aprender a se comportar “como uma dama”.
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna |
Élise acaba ficando revoltada com tudo isso. Onde já se viu? Mal soube que será uma Grã-Mestre, uma líder a quem todos obedecerão, mas tem que ficar presa num internato, aprendendo a ser tudo o que sua mãe detestava ser, uma dama da sociedade?! Nem bem se recuperou do luto e seu pai a leva logo ao internato; no entanto, ela tem uma missão, mesmo que de longe…
Élise é filha única, mas ela foi criada junto a um menino que perdeu o pai cedo, Arno Dorian. Aos olhos da menina, ela tinha um amigo adotado pelo pai, mas nunca poderia imaginar que na verdade ele era um tipo de refém nas mãos do pai, já que ele era filho de um Assassino. O pai de Élise acreditava que Arno seria uma arma perfeita nas mãos dos Templários, especialmente pelo sangue Assassino que tinha nas veias, seria uma vitória incrível para eles “converter” alguém da Ordem dos Assassinos a sua causa… E a missão de fazer essa conversão foi dada a Élise, afinal, já seria sua primeira missão como futura líder do legado de seu pai.
Mas Élise não quer saber disso. Ela não quer estudar, não quer converter ninguém, quer apenas entender o motivo de seu pai lhe deixar ir tão longe e quase nunca falar com ela. E ela nunca entendeu o motivo de Arno ter que se converter à causa Templária… Élise quer aventura, emoção, igual a que sua mãe vivia quando jovem. E é isso o que a leva a ser uma rebelde, que fazia de tudo para ser expulsa da escola. E sabe como é, água mole e pedra dura… (rsrsrs)
“Muito bem Élise. Você queria se livrar daquela escola afetada, das regras e regulamentos que detestava. Do outro lado desta porta, está o extremo oposto da escola. A pergunta é: você é realmente tão forte como pensa ser?”
Eis que um dia ela consegue sua “liberdade” e vai parar em Londres, onde encontra o seu mentor e amigo de longa data de sua mãe, o Sr. Weatherall. Weatherall é não apenas amigo da família, mas apaixonado perdidamente pela mãe de Élise, e a vê como uma filha. Apesar de saber que Élise é a futura líder, ele não a quer perto dos Templários, pois sabe exatamente o que se passa lá dentro e sabe o que tem de interligado ao atentado que ela sofreu com a mãe no passado.
Tudo está ligado a um golpe, que tem o estopim no auge da Revolução Francesa. O pai de Élise morre e está na hora de ela assumir seu posto, mas não será tão fácil assim. Ela vai ter que aprender que ser Grã-Mestre tem muito mais a ver com apenas dar ordens. Vai ter que lidar com lobos em pele de cordeiro, com punhaladas de “aliados” e ainda vai descobrir verdadeiros amigos onde menos espera.
E onde está Arno em tudo isso? Bem, ele sempre foi um Assassino, estava no sangue. Então depois de adulto, acaba assumindo seu cargo na Ordem dos Assassinos. E cumpre muito bem seu dever, sendo um dos melhores… Mas a Grã-Mestre dos Templários e um membro da Ordem dos Assassinos, ambas forças inimigas de longa data, podem ser amigos? Podem se aliar contra um mal maior?
“[…] inocência não é o escudo que você deseja, não quando se trata da batalha eterna entre Templários e Assassinos. Inocentes morrem nesta batalha à qual você parece tão ansiosa para se unir, Élise De La Serre.”
É aí que está toda a questão. Os Templários vieram como membros que lutavam em nome da Igreja, mas se rebelaram e ganharam força. Os Assassinos tinham o dever de impedir que Templários tomassem tanta força assim e destruíssem o mundo. E essa luta dura séculos sem fim. Como que inimigos literalmente mortais podem se unir?! Isso é inconcebível!
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna |
Talvez sim, talvez não… muito tempo atrás, um exímio Assassino, Edward Kenway, que já havia pensado nisso. Até escreveu cartas que poderiam sugerir tal união… mas o que ela causou foi apenas mais discórdia e mortes… até chegarem ao tempo de Élise e Arno… Ambos concordam que podem trabalhar juntos, mas como convencer duas ordens inteiras disso? E mais, por mais que concordem, Élise e Arno são capazes de manter essa união por muito tempo?
Élise está revoltada… sua mãe morreu, sofreu um atentado antes que foi, num primeiro momento, mandado pelos Assassinos. Mas depois que ela assume o cargo de seu pai, que morreu em circunstâncias duvidosas também, Élise começa a duvidar dessa origem, pois ela mesma sofre um atentado no dia em que assume o cargo… vindo de pessoas que jamais poderia imaginar… Ela é movida por pura vingança… Mas até que ponto isso é exemplo de uma boa Grã-Mestre?
A Revolução Francesa acontece junto com uma revolução dentro dos Templários e Élise só tem poucas pessoas em quem confiar… Ninguém concorda com sua ideia de vingança doentia disfarçada de justiça, mas ninguém pode mandar nela também, afinal, já é adulta… a questão é onde toda essa sede de vingança vai levá-la…
“E eu falei sério, querido diário. Enquanto estou sentada e escrevo isso, remoendo as palavras furiosas que trocamos, ainda estou certa de que fui sincera naquele momento, e estou sendo agora.”
Eu li quase todos os livros dessa saga. Não tem resenha de todos aqui, mas isso é algo que pretendo corrigir a partir do ano que vem. Agora falando da saga em si… Eu já falei no início o quanto sou apaixonada pela saga, desde que conheci o primeiro Assassino principal, Ezio Auditore. Depois dele, corri atrás dos outros livros. Alguns são mais enjoados, outros tem mais ação… e em Unity, tem um pouco dos dois…
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna |
Ele é contado em versão de diário. A maior parte é escrita por Élise, que conta toda sua infância ao lado de pais misteriosos e o Sr. Weatherall que sempre aparece… Arno chegou de para-quedas em sua vida, a recém órfão de pai, que morreu em missão, mas ninguém lhe diz qual missão. Para ela, todos são aliados na causa de seu pai, que é bem influente…
Ela cresce com sede de aventuras após saber de seu destino e você pensa que a personagem vai ficar madura, vai ser uma mulher como sua mãe foi e blablabla… mas não é bem assim que acontece. Élise pode ter crescido em idade, mas continua imatura. Acha que apenas ter o título de Grã-Mestre vai fazer todos se curvarem perante ela.
Mas não é bem assim. Seu pai morreu por confiar demais em pessoas erradas, e Élise é a próxima vítima se der mole… Ela não está nem aí para a causa do seu pai, só que matar todo mundo que matou seus pais… está cega e ela fala tanto em vingança que irrita. E irrita anda mais que ela associe isso a justiça… Ela está tão focada nisso, que nem tem um depois, sabe? Tipo, depois que matar todo mundo, ela nem tem mais o que fazer, já que seu mundo gira em torno de perseguir os algozes de sua família.
De vez em quando, temos os trechos do diário de Arno, que conta o que achou ao ler o diário de Élise. Ele sim é mais centrado, mais maduro e doido por Élise, mas ela está tão louca por morte e vingança, que nem dá muita atenção a isso. Confesso que torcia pelo casal… mas Élise sanguinária ninguém aguenta, sério… 😖
“Mas havia segredos por trás daqueles olhos. Segredos que eu estava prestes a descobrir. Pego o diário mais uma vez, desejando colocar a palma e a ponta dos dedos na página, acariciar as palavras, sentindo que tal pedaço de papel guarda grande parte da própria alma dela.”
Eu li a versão em pdf, então posso falar da fonte, que é bem legível. Os trechos dos diários são separados por letras bem grandes e cada diário é narrado pelo seu dono. Eu achei sinceramente que faltou um pouco de sal em Élise… tinha momentos que eu achava que ela ia crescer, mas continuava estacada naquele mesmo ponto, pensando pequeno.
Para uma líder, ela precisava crescer e aparecer muito ainda… Arno, por outro lado, é um Assassino talentoso, que pensa mais com a cabeça e amadureceu muito no decorrer do livro. Estou encantada com ele. O Sr. Weatherall é um amor de pessoa, um verdadeiro paizão para Élise, apesar dos pesares, e cuida sempre dela como se fosse de fato sua filha.
Apesar da super sem sal Élise ser uma chata de carteirinha, podemos ter algumas risadas com umas cenas dela aprendendo a lutar. Além disso, Oliver Bowder sabe escrever bem as cenas de ação. Então o livro é bom sim, especialmente se você curte “tiro, porrada e bomba”. Ele sabe também encaixar perfeitamente os eventos históricos em seus livros, então acaba ficando tudo bem legal e é tudo tão detalhado, que você vê de fato as coisas acontecendo.
Sempre leio os livros dessa saga rápido, pois são livros de linguagem fluida e a ação não demora muito para acontecer. Os diálogos são bem espertos e tem muito jogo político no meio, afinal, estamos falando de líderes de duas ordens arqui-inimigas. É tudo tática de guerra, um jogo de xadrez, onde o xeque-mate é a morte e não se pode confiar em todos os peões. É assim em todos os livros e Unity não seria diferente. Li super rápido esse livro e recomendo a leitura, especialmente se gostam de toques de História no meio do enredo.
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna |
Além disso, acho que a leitura se torna mais fluida por ser baseado em um video game. Todos os personagens citados nos livros (ou a maioria deles) está presente nos jogos também. E a combinação deu tão certo que, a medida que são lançados novos jogos, é também escrito um livro referente a edição de cada um. Então tem para todos os gostos e a lista de livros é bem grande para essa saga (rsrsrs). Com Assassin’s Creed eu tive minha primeira experiência de ler livros baseados em games. Foi uma experiência incrível e, se lá tem tanta emoção quanto tem nos livros, entendo perfeitamente o motivo do jogo ser um sucesso. Por conta disso, dou nota máxima!
Já conheciam os livros de Assassin’s Creed? E tem o hábito de ler livros baseados em games? Me contem aí!