Olá meu povo, como estamos? Hoje estou aqui para fazer a resenha de um livro que li recentemente, em parceria com um autor nacional, o Paulo Mateus.
E o livro é novo, Clickbait. Vem ver o que temos a respeito dele! 😉
Paulo Mateus |
Livro: Clickbait
Autor: Paulo Mateus
Ano: 2017
Independente: 150 páginas
Cristina tem uma vida tranquila e monótona, ela trabalha em uma loja de eletrônicos e usa o dinheiro que ganha para pagar o aluguel de uma velha casa onde mora sozinha, e ainda consegue guardar um pouco para a faculdade que ainda é apenas um sonho distante. Mas tudo muda quando ela vê um estranho pássaro azul que a faz desviar de seu caminho habitual de todas as manhãs, o que inicialmente parecia ser apenas um bueiro se revelou um portal para um lugar que era maluco demais para ser verdade. Depois de perceber que não tinha morrido na queda Cristina acaba encontrando Said, um robô que pretende ajudá-la a voltar para o seu mundo. Mas depois de encontrar o deus Google sua jornada para sair dali vai ficando cada vez mais maluca e complicada.
Cristina era uma jovem que tinha rotina bem tranquila… todos os dias acorda no mesmo horário para ir trabalhar numa loja de artigos eletrônicos, recebe uma cantada de um colega de trabalho, dá um fora nele e assim começa seu expediente, que dura até o final da tarde, na qual ela faz o caminho todo a pé, com fones de ouvido para não ouvir o mundo, até chegar em casa. Uma casa caindo os pedaços, mas é o que ela pode pagar com o que ganha na loja…
E assim vamos até o dia em que seu celular é roubado no caminho de casa… Além de nervosa, ela acaba tendo uma mudança de comportamento, pois agora é obrigada a prestar atenção no mundo a partir de então… E é nessa hora em que ela avista um pássaro pela primeira vez… um pássaro num tom de azul tão lindo e tão exótico, que seria impossível ser dali da cidade.
No dia seguinte ela vai prestando muita atenção em seu caminho… olhando e pensando em como comprar um celular novo… quando dá de cara com o pássaro novamente… Sem muita vontade de chegar no horário no emprego, ela resolve seguir o tal pássaro, que de alguma forma lhe chama atenção, não apenas pela beleza, tem algo mais, que ela ainda não sabe…
Eis que o pássaro entre num bueiro, que misteriosamente começa a brilhar no mesmo tom de azul do pássaro. Em vez de correr de algo estranho, Cristina resolve dar uma chance a sua curiosidade, mas acaba sendo atraída pelo bueiro e cai num túnel que a leva a um outro mundo… Mas ela só vai descobrir quando conhece Said, um robô que mora num deserto, e vive a espera de humanos perdidos…
Clickbait é um livro de escrita bem leve e fluida, com cenas bem engraçadas que mostram começou uma mudança brusca na rotina de Cristina ao cair em outro mundo, onde tudo é comandado por robôs e humanos são a classe mais “ralé”. Assim com robôs são os seres mais inteligentes, tudo nesse mundo é em termos de internet, mas de uma forma beeeem diferente do que estamos acostumados a lidar… No entanto, o Paulo brincou bastante com o significado dos termos e deu um resultado muito legal.
Para começar, Google não é uma rede de sites de buscas, e sim um deus que comanda o mundo todo, por isso todos recorrem a ele quando tem dúvida sobre alguma coisa (alguma diferença do que é hoje em dia? kkk). O mar que cerca o continente em que Cristina cai se chama DeepWeb (o que nossa internet é no fim das contas, se nós navegamos nela?)… e por aí vai. Já que Google é um deus que sabe tudo, Said guia Cristina até ele para saber como a mocinha volta para casa. Mas para isso, eles precisam de um item sagrado, que mostra os caminhos e qualquer outra coisa… o motor de buscas… Mas como nada vem fácil nem nesse mundo nem ou outro, o motor de buscas é capturada e o trio precisa recuperar antes que caia em mãos erradas.
Ele faz buscas a infinitos mundos e realidades, existe uma quantidade inacreditável de informações preciosas que eles poderiam ter acesso com essa ferramenta. É algo poderoso demais para ficar na mão de uma cambada de fazedores de memes.
Além disso, o Paulo brincou com muita coisa, inclusive com os vilões do livro… adivinha que são os vilões?
Para eles não existe nenhum limite que os impeça de fazer alguma coisa, nós os chamamos de brasileiros.
E assim começa a perseguição contra os brasileiros que roubaram o motor de buscas… Por dimensões diferentes, por aventuras diferentes… até finalmente conseguirem de volta o artefato sagrado. Mas até lá damos altas risadas com Said tentando processar informações sobre humanos, Cristina tentando entender como foi parar num mundo louco como esse e qual o motivo pelo qual os brasileiros queriam tanto o bendito do motor de buscas…
É um livro que me surpreendeu muito, pois estou acompanhando o trabalho de nosso autor parceiro tem um tempo. E é bem legal ver o progresso que ele fez durante os livros que escreveu.
Nesse o Paulo brinca tanto, que até então, o livro é narrado em terceira pessoa, mas as dimensões são tantas que, quando você menos espera, o narrador muda e vai passando de personagem em personagem e ele mesmo brinca com o trabalho que deu isso tudo.
– Tem alguma coisa estranha acontecendo aqui, não sei o que é, mas consigo sentir.
– Parece que como este jogo é em primeira pessoa a narração deste livro também mudou para a primeira pessoa.
– Livro? Do que você está falando?
– Não é nada importante, pra gente não muda nada, mas vai dar trabalho para quem está escrevendo isso daqui.
Além disso, ele coloca umas críticas ao governo de uma forma bem direta, mas sem perder o foco do livro.
Robôs, inteligências artificiais, ou qualquer coisa do tipo são proibidas porque são coisas inteligentes demais. […] Para o governo deles, seres muito inteligentes precisam ficar longe para que a população se desenvolva sem questionamentos […]
Se você já leu e está pensando em uma série parecida, sim, Clickbait lembra bastante ‘O guia do mochileiro das galáxias’ e as peripécias de Arthur e seu amigo E.T. disfarçado de ator desempregado aqui na Terra, o Ford Prefect. Uma sátira de várias histórias, com humor mais ácido e críticas aos fatos que aconteciam na sociedade no momento.
Em Clickbait você encontra bastante semelhança, porém em vez de viagens por galáxias distantes, temos dimensões muito doidas. É uma leitura leve e bem divertida, com uma amizade muito louca e um final mais louco ainda.
Você já tinha lido Clickbait? Já conhecia o trabalho do Paulo Mateus?
Aqui no Mundinho temos mais alguns posts falando das obras ao autor:
E essa foi a postagem de hoje. Até mais! 😊