11 de August de 2018

Resenha do livro: Em águas sombrias

   Olá meu povo, como estamos? Minha meta literária praticamente se completou antes do fim do ano! Nem acredito que consegui ler esses livros todos só no primeiro semestre! 😍 Hoje temos resenha de ‘Em águas sombrias’, da autora Paula Hawkins e trigésima leitura do ano.

Em águas sombrias
Divulgação

30/30

Livro: Em águas sombrias

Autora: Paula Hawkins

Editora: Record


Ano: 2017


Páginas: 364


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Nos dias que antecederam sua morte, Nel ligou para a irmã. Jules não atendeu o telefone e simplesmente ignorou seu apelo por ajuda. Agora Nel está morta. Dizem que ela se suicidou. E Jules foi obrigada a voltar ao único lugar do qual achou que havia escapado para sempre para cuidar da filha adolescente que a irmã deixou para trás.Mas Jules está com medo. Com um medo visceral. De seu passado há muito enterrado, da velha Casa do Moinho, de saber que Nel jamais teria se jogado para a morte. E, acima de tudo, ela está com medo do rio, e do trecho que todos chamam de Poço dos Afogamentos…

   Beckfort é uma cidade pequena, onde todos se conhecem desde jovens. Famílias são amigas de famílias e todos frequentam lugares parecidos por gerações. O grande ponto onde jovens se encontram é o chamado Poço dos Afogamentos. O poço na verdade é um abismo, onde desemboca o rio que cruza a cidade. Todos conhecem o rio, todos vão ao rio, pois é o local mais legal da cidade… Lá os jovens se drogam, transam e fazem outras coisas que não deveriam. Inclusive desovar cadáveres.
   Não era de hoje que os afogamentos aconteciam. No início, a cidade ia para lá assistir o julgamento das bruxas, pois se as moças jogadas lá afundassem eram inocentes, mas se boiassem ou soubessem nadar… eram condenadas…
    A cidade guarda os registros históricos de todas as mulheres que forma mortas ali… inclusive as que se jogaram “por vontade própria”… Sim, está entre aspas porque são circunstâncias suspeitas, afinal comentei lá no início sobre desovas de corpos.

“Há quem diga que essas mulheres deixaram algo de si na água, outros, que a água retém parte do poder de cada uma, pois desde então tem atraído para suas margens as desventuradas, as desesperadas, as infelizes, as perdidas. Elas vem aqui para nadar com suas irmãs.”

    Algumas mulheres importantes morreram naquele poço, e Nel Abot queria fazer memória a elas. Então decidiu escrever um livro… só tinha um problema… o livro não era dos depoimentos das famílias que tiveram a perda, mas o ponto de vista da própria Nel, que colocava um pouco dela em cada personagem do mundo real que descrevia.

Em águas sombrias
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna

    Isso não agradou muito os habitantes da cidade, que logo começaram a boicotar o trabalho da moça… Ela já não era flor que se cheirasse, desobediente desde sempre, libertina como os antigos gostam de chamar, sempre arrumando algum tipo de confusão. Ver as outras meninas da mesma forma que Nel não era o que as famílias queriam como uma homenagem às mulheres.
   E Nel começa a investigar tanto, que acaba morta no mesmo local que tanto lhe fascinava… Ela deixou uma filha, Lena, e uma irmã caçula, Jules. Jules já não vê a irmã há anos, principalmente por tudo que sofreu durante a infância/adolescência. Violentada pelo namorado da irmã, a gostosona da cidade, sofria bullying pela própria irmã e pelos amigos dela, por ser acima do peso… Jules nem quer mais ouvir o que a irmã tem a dizer… Mas as últimas mensagens do seu celular é tudo que lhe resta quando ela chega à cidade para o funeral de Nel. E dá de cara com, não apenas uma sobrinha raivosa, mas com uma investigação policial, afinal tudo parecia suspeito demais para ser um suicídio…

“Muito bem Nel, você conseguiu: aqui estou no lugar para onde eu nunca quis voltar, para cuidar da sua filha, para dar um jeito na confusão que você armou.” 

    A polícia começa a investigar todos na cidade, afinal todos tinham uma reclamação quanto a Nel, a mulher que amava ter romances com homens casados, que nunca contou quem era o pai de Lena, que escrevia mentiras sobre as mulheres mortas no Poço dos Afogamentos…

“Ninguém gostava de pensar que a água daquele rio era infectada com o sangue e a bile de mulheres perseguidas, de mulheres infelizes; eles a bebiam todos os dias.”

   Jules acaba embarcando como uma suspeita, depois passa a agir como investigadora, tentando descobrir quem seria o responsável pela morte de Nel… mas no meio dessa investigação, Não apenas Jules, mas Erin, uma sargento que está na cidade para investigação, acabam esbarrando em coisas que Nel não havia mentido… ela sabia de muitos segredos da cidade… segredos que estariam no livro… e que derrubariam a máscara de muita gente…
   Esse é o segundo livro de Paula Hawkins que leio. Não tive uma boa experiência com ‘A garota no trem’. Achei um livro muito, muito ruim mesmo. Quando vi esse segundo livro, também cogitado para adaptação no cinema, achei que deveria dar uma segunda chance à autora… E dessa vez ela conseguiu dar um ar mais palatável para a história. Dessa vez não fiquei com ranço dos personagens e ela conseguiu me surpreender com a personalidade do assassino.

Em águas sombrias
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna

   Os personagens e a história foram mais aceitáveis… Nel Abot era uma mulher como muitas gostariam de ser: forte, independente, que não liga para o que os outros pensam… mas muita gente tem medo de sr descoberto naquela cidade, afinal todos sabem da vida de todo mundo numa cidade tão pequena… Nel esbarrou  em segredos capazes de ferrar com famílias e queria colocar a verdade, a sua verdade, no livro que escrevia… E isso custou a vida dela…
   Cada personagem é um suspeito, e vemos o quanto as pessoas são capazes de fingir que está tudo bem… E, para complicar, temos um caso mais próximo, da melhor amiga de Lena, a Katie, que se jogou no poço no ano anterior. Ambos os casos estão interligados? Ou isso tudo tem a ver com a mãe de Sean, um dos atuais investigadores do caso de Nel? Todas as três foram encontradas no poço, mas somente Katie se jogou…

“Eu não sou o que penso ser. Eu não era o que pensava ser.”

   Começamos com apenas um caso, mas acabamos com três e todos giram em torno da família Abot… e Townsend… o que esse povo todo tem em comum? Leia e tente descobrir…
    O livro tem quatro partes, e cada capítulo é contado pela visão de um personagem… Só me incomodou um pouco que apenas alguns personagens, os principais, narraram suas versões, enquanto que os outros são contados em terceira pessoa… achei essa organização um tanto confusa… por mim poderia ser cada personagem contando sua visão, ou todos narrados em terceira pessoa… questão de gosto, mas achei chato ter um capítulo de cada jeito… A Jules acaba ajudando Erin na investigação, mas ainda não sei bem como posso defini-la… acho que ela é uma bobalhona que descobre informações e não sabe o que fazer com elas… poderia ter sido melhor trabalhada. Ela mesma se diz ter momentos de coragem, mas no fundo tem medo de muita coisa e se retrai por tudo.
   Lena é outra que ficou meio apagada… no início entendi que estava triste pela morte da melhor amiga e da mãe, mas achei que merecia um papel maior…
    Achei também que alguns personagens ficaram sem final… Henderson foi um assim. Ele era suspeito de ter assassinado Nel por ter descoberto o caso que ele teve com Katie, sua aluna e menor de idade… Um escândalo que merecia ser mais explorado, mas fiquei sem entender quando ele simplesmente some do livro e ninguém mais toca no assunto, a não ser fazendo a mesma pergunta que eu: por onde ele anda?


“[…] Eu não cheguei a ver tudo o que havia para ser visto.” 

    Com relação ax culpadx, eu suspeitava que seria algo previsível… e foi… até certo ponto, pois a Paula deu uma mudada no final que até fez sentido. Eu dou três estrelas, pois é um livro bom, mas poderia melhorar os personagens… e o final, apesar de ser surpreendente, não causou tanto impacto, pois ficou algo jogado… parecia que ela tinha escrito o capítulo, e resolveu encaixar de última hora…

    E aí, já tinham lido esse livro? O que acham da escrita da Paula Hawkins?

BEDA 2018

 

Postado por:

Hanna de Paiva

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