Olá meu povo, como estamos? Hoje temos postagem extra, especial com a primeira leitura finalizada do ano. Ela era uma pendência de 2018, por isso mereceu uma postagem extra (rsrsrs).
Com vocês, o que achei de ‘Espada de vidro‘, de Victoria Aveyard.
Atenção, esse é o segundo volume da série e tem spoilers do primeiro!
Foto: Divulgação | Amazon |
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Livro: Espada de Vidro
Autora: Victoria Aveyard
Editora: Seguinte
Ano: 2016
Páginas: 496
Se sou uma espada, sou uma espada de vidro, e já me sinto prestes a estilhaçar. O sangue de Mare Barrow é vermelho, da mesma cor da população comum, mas sua habilidade de controlar a eletricidade a torna tão poderosa quanto os membros da elite de sangue prateado. Depois que essa revelação foi feita em rede nacional, Mare se transformou numa arma perigosa que a corte real quer esconder e controlar.Quando finalmente consegue escapar do palácio e do príncipe Maven, Mare descobre algo surpreendente: ela não era a única vermelha com poderes. Agora, enquanto foge do vingativo Maven, a garota elétrica tenta encontrar e recrutar outros sanguenovos como ela, para formar um exército contra a nobreza opressora. Essa é uma jornada perigosa, e Mare precisará tomar cuidado para não se tornar exatamente o tipo de monstro que ela está tentando deter.
“Todo mundo pode trair todo mundo”. É o que Mare pensa ao ver tudo o que aconteceu. Todos agora sabem que ela nunca foi Mareena, mas Mare Barrow, a vermelha de Palafitas e que nunca foi rica e nem poderia soltar raios das mãos, por não ter sangue prateado.
Ao mesmo tempo, todos sabem que Cal, o comandante de tropas prateadas tão dedicado e futuro rei, na realidade é um assassino. Eis que não apenas as pessoas leram sobre, mas viram ao vivo a cena em que Cal mata o próprio pai para pegar a coroa… Seu meio-irmão mais novo, Maven, está muito desolado com a perda e assume o trono no lugar do irmão assassino, ao lado de sua mãe, a viúva também chorosa Elara.
Mas o que passa na tela dos prateados não tem nada a ver com a realidade, já que foi Elara a responsável pela morte de seu marido e queda do enteado, usando seus poderes de murmuradora e invadindo a mente de Cal para que ele fizesse tudo o que ela mandasse, de forma consciente, mas sem poder se negar a fazer, já que era um mero fantoche. Mas a quem ele poderia contar isso, dizer que foi a pobre e sofrida rainha a responsável por tamanha crueldade? Além de ótima atriz, os poderes de Elara lhe dão grandes vantagens sobre todos, já que ela pode controlar quem quiser.
E Mare não foi apenas traída por Maven contar que ela era vermelha. Foi traída porque Maven se infiltrou na Guarda Escarlate e sabia de todos os planos deles para entrar no palácio. Assim, derrubando com um único golpe, Maven se torna rei, derruba o pai que nunca lhe daria o trono, tira Cal do caminho com a fama de assassino… e de quebra paga de inocente para todo o reino, “fazendo justiça” e anunciando que tudo foi obra da Guarda Escarlate, a tropa de rebeldes que quer derrubar o reinado deles.
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna |
Cal se vê sozinho no meio disso tudo, já que seu tio foi dado como desaparecido e a única pessoa que ele conhece e, ironicamente, pode confiar, é Mare, uma vermelha rebelde. Assim, ele acaba se rendendo à Guarda Escarlate e vai como prisioneiro de guerra junto com eles… é sua única forma de sair vivo do palácio e um dia voltar para pegar o que é seu de direito.
Mare, comovida com a situação e apaixonada (porém sem admitir) por Cal, acaba convencendo Farley de que o “inimigo do meu inimigo é meu amigo”. Assim ela acaba por deixar ele ter algumas funções na tropa… e se torna até bem mais útil do se pensava… afinal, ele sabe por onde as tropas que um dia foram suas andam.
Enquanto isso, Mare descobre que não é a única vermelha com poderes no reino, já que seu irmão Shade, até então também dado como morto, aparece e mostra que é tão mutante quando a irmã. Mas isso não é apenas coisa de uma família. Na realidade os ditos “sanguenovos” estão no reino há bastante tempo, porém vivem escondidos, já que são mais fortes que prateados e vermelhos juntos. E é com essa força superior que Mare planeja atacar o reino prateado e fazer justiça. Mas existe uma linha tênue entre justiça e vingança. A grande questão é se tanto Mare quanto Cal saberão o limite entre elas…
Mare era uma adolescente que só não queria ir para a guerra. Queria ter o talento para costura da irmã e ser uma pessoa de vida normal. Mas a vida dela mudou desde que descobriu que era a “menininha elétrica”. Mudou mais ainda por saber que vermelhos não poderiam saber de sua existência e prateados morriam de medo dessa possibilidade. Só que Mare descobre também que os prateados sempre souberam da existência de vermelhos com poderes, os quais são chamados “sanguenovos”, mas faziam de tudo para deixá-los nas sombras. Enquanto não descobrissem o que causava essa mutação, o medo de serem derrotados e perderem seu poder político é grande. E quanto menos gente souber do poder que os vermelhos tem, melhor.
“Acho que você está sozinha, Mare […]. Seus amigos foram embora. Você perdeu. E você é uma abominação, a única de sua espécie maldita. Será um gesto de misericórdia tirá-la desse mundo.”
“Mas eu sou a garota elétrica, e ele não faz ideia do que é o verdadeiro poder.”
Revoltada por descobrir esse segredo, Mare vai atrás de outros como ela e descobre que tem muitos vermelhos mutantes escondidos por aí, com poderes inimagináveis e capazes de derrubar um exército de prateados num piscar de olhos. Parte de Mare quer salvar os seus iguais. Outra parte está doida para voltar e encarar Maven, que tanto lhe iludiu e traiu no fim das contas. Tudo em nome da coroa que nunca seria sua.
Aqui, temos uma Mare que, apesar de seus 17 anos, já viu muito mais atrocidades e teve que lutar, literalmente, muito para sobreviver. Assim, ela amadurece super rápido e tem atitudes que impressionam até seus pais. Ao mesmo tempo que ela amadurece, seu coração está endurecido, com tanta coisa que passou, ouviu e teve que engolir. Então ela acaba tendo certas atitudes que assustam a todos… inclusive as que ela mais confiava.
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna |
Sabe aquela história, de que grandes poderes acompanham grandes responsabilidades? Pois bem, a mocinha está lidando com grandes poderes, mas as responsabilidades que vem por tabela estão pesando demais nas suas costas e, no fundo, ela tem medo de ficar sozinha para encarar tudo isso. Mas suas ações acabam por lhe deixar cada vez mais sozinha e ela entra num ciclo vicioso de fazer besteira atrás de besteira, mesmo que tente acertar.
Enquanto isso, Cal, que nunca se imaginou fora de seu círculo prateado, está agora encontrando aliados onde menos imaginava. Treinando “sanguenovos” e fazendo parte da Guarda Escarlate. O que começou como cumprimento de pena, deu a ele chance de provar seu valor e lealdade, o que foi muito importante para Farley e os amigos de Mare. Além disso, Mare e Cal estão cada vez mais próximos e está se tornando impossível controlar o que existe entre eles. Mare não quer se envolver, pois sabe que um dia o conto de fadas vai acabar… mas até quando será que vale a pena resistir por esse sentimento mútuo e forte?
Ambos tem seus fantasmas do passado. Ambos querem lutar por um mundo melhor, onde tanto vermelhos quanto prateados tenham direitos iguais e possam conviver juntos, independente da cor do sangue. No entanto alguns vermelhos não pensam assim. Há quem queira derrubar o reinado prateado para instalar um igual, só que vermelho, onde os prateados sejam os pobres que vivem em casas de palafitas. Mas até que ponto isso é justiça? Até que ponto há igualdade nisso tudo? Mare percebe que tem que deixar alguns sentimentos egoístas de lado e pensar mais em questões políticas, para garantir que não aconteça uma inversão de poderes tão brusca…
“A esta altura, eu deveria ter aprendido a não mentir. Mas é de uma mentira que eles precisam para seguir em frente, e se essa mentira salvar ao menos um deles, já terá valido o custo para minha alma.”
Não tenho um único sentimento para definir o que senti lendo esse livro. Senti um pouco de raiva, compaixão, medo… Esse livro mostra uma Mare mais adulta, apesar da idade… acho que exatamente por isso ela não sabe lidar muito bem com as responsabilidades, que caíram todas juntas no seu colo, e acaba fazendo besteiras no decorrer do livro. Cal sempre foi mas centrado, e aprende a ser mais ainda, pensando mais com a cabeça fria e tentando buscar soluções para as coisas que ninguém enxerga.
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna |
É praticamente um jogo de xadrez, onde um passo em falso pode decretar a morte de todos. Farley ganha um papel maior e mostra que tem mais importância do que se imaginava no primeiro livro. Assim como Kilorn, o amigo de infância de Mare, que se torna um exímio soldado e estrategista, junto a Cal.
E Maven está cada vez mais forte, conquistando aliados a força e derrubando os que são contra a tomada inesperada de poder. Todos os que sabem que Cal é inocente são silenciados e desaparecem misteriosamente, o que faz do rapaz tão fofo e legal um rei cruel e sem coração (bem que diz que as aparências enganam).
‘Espada de vidro’ tem a continuação do que vemos em ‘Rainha vermelha’, porém com mais ação por parte da Guarda Escarlate. Aqui vemos que eles não são apenas um bando de rebeldes com uma causa utópica. São muito bem informados e são um exército com teias espalhadas por todo canto, alcançando até outros reinos, para derrubar o governo injusto dos prateados mais com política do que com força. Mas se for preciso, a força eles tem de sobra, principalmente com a chegada de mais “sanguenovos” na tropa.
“Eles não são um bando simplório e desorganizado de fanáticos que imaginei. São uma máquina, grande e bem lubrificada, funcionando por mais tempo do que qualquer pessoa julgava possível. Onde foi que me meti?”
Apesar de ser uma continuação e uma boa história… confesso que o primeiro livro me prendeu mais do que o segundo. Assim como no primeiro, esse livro tem a história contada pela visão de Mare. Então ficamos mais sensibilizados com as fraquezas dela, que tem que esconder por trás de umas máscara de mulher guerreira e forte… mas que na realidade só queria ter um cantinho para chamar de seu e não queria que ninguém lhe olhasse com pena. Mas parece que a cada dia que passa ela se isola mais e mais… de sua família, de seus amigos… até de Cal…
E a cada “sanguenovo” que ela conquista, a fama de rainha vermelha ganha força, já que ela recruta e intima as pessoas de sua lista a fazerem parte da tropa. Com todas as aulas que teve durante o tempo em que viveu no palácio, Mare sabe como articular e convencer as pessoas a fazer o que ela quer… nem que isso cause mortes indesejáveis…
“Se sou uma espada, sou uma espada de vidro, e já me sinto prestes a estilhaçar.”
Apesar de não ter me prendido tanto quanto o primeiro livro, darei quatro estrelas, pois essa é uma boa leitura e recomendo. Como li a versão em pdf, posso falar que a fonte é bem legível e a leitura é de certa forma fluida. A Victoria consegue passar bem os sentimentos da Mare e acabamos sentindo junto com ela o sofrimento no decorrer do livro. Os capítulos estão bem divididos e temos bastante personagem novo dessa vez. Além disso, o final foi surpreendente, que dá um gancho para o terceiro livro da série, o qual já está na lista de leitura de 2019. 😉
Sobre a autora:
Foto: Divulgação |
Victoria Aveyard cresceu numa cidadezinha em Massachusetts e frequentou a Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles. Ela se formou em roteirista e tenta combinar na sua escrita seu amor por história, explosões e heroínas fortes. Seus hobbies incluem a tarefa impossível de prever o que vai acontecer em ‘As cônicas de gelo e fogo’, viajar e assistir Netflix.
Já conheciam a série da Rainha vermelha? Leram o segundo livro? Me contem aí!
Hanna Carolina Lins
Ah, com certeza! Prepare bem seu fôlego! kkk
Bjks e obrigada pela visita!