7 de April de 2018

Resenha do livro: Filhos do Éden – Paraíso Perdido

   Olá meu povo, como estamos? Hoje vamos de resenha do livro de um dos meus autores favoritos. Com vocês, o terceiro volume de Filhos do Éden – Paraíso Perdido, de Eduardo Spohr.
   Vem ver (aviso, tem spoilers dos dois primeiros volumes!)! 😉

Filhos do Éden - Paraíso perdido

Divulgação









17/30

Livro: Filhos do Éden – Paraíso Perdido

Autor: Eduardo Spohr

Editora: Verus

Ano: 2015


Páginas: 525

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No princípio, Deus criou a luz, as galáxias e os seres vivos, partindo em seguida para o eterno descanso. Os arcanjos tomaram o controle do céu e os sentinelas, um coro inferior de alados, assumiram a província da terra.Relegados ao paraíso, ordenados a servir, não a governar, os arcanjos invejaram a espécie humana, então Lúcifer, a Estrela da Manhã, convenceu seu irmão – Miguel, o Príncipe dos Anjos – a destruir cada homem e cada mulher no planeta. Os sentinelas se opuseram a eles, foram perseguidos e seu líder, Metatron, arrastado à prisão, para de lá finalmente escapar, agora que o Apocalipse se anuncia. Dos calabouços celestes surgiu o boato de que, enlouquecido, ele traçara um plano secreto, descobrindo um jeito de retomar seu santuário perdido, tornando-se o único e soberano deus sobre o mundo.Antes da Batalha do Armagedon, antes que o sétimo dia encontre seu fim, dois antigos aliados, Lúcifer e Miguel, atuais adversários, se deparam com uma nova ameaça – uma que já consideravam vencida: a perpétua luta entre o sagrado e o profano, entre os arcanjos e os sentinelas, que novamente, e pela última vez, se baterão pelo domínio da terra, agora e para sempre.

   Após a batalha no rio Oceanus, na qual Denyel foi carregado pela correnteza e sumiu, Kaira e Urakin decidem partir em busca de seu parceiro, custe o que custar. A missão para derrotar os sentinelas está cada dia mais próximo do fim, e ela teve seu início desde antes do dilúvio e muitos personagens desde aquela época esperam por séculos e séculos para ter sua vingança contra eles.
   Desde que o mundo foi criado, Deus, também chamado Yahweh, deu aos chamados sentinelas a missão de cuidar dos humanos, sua criação mais amada. Infelizmente isso não deu muito certo, já que cada sentinela se corrompeu de uma forma. Cada um para um lado do planeta, foram se deixando levar pela paixão pelos humanos. Alguns chegaram a constituir família, outros se intitularam deuses, até alguns conhecidos até hoje, como a deusa da morte hindu.

“Deus não criou o universo do nada. Há bilhões de anos, antes da feitura da luz, Yahweh e os cinco arcanjos travaram uma guerra pelo domínio do cosmo.”

“Desde que o homem surgiu na face da Terra, sua mente é um enigma que intriga os alados.”

   Tal atitude não foi bem vista pelas outras castas, que logo se rebelaram contra os sentinelas e, em meio a eterna guerra para destruir a Humanidade, as tropas de Gabriel e Miguel entenderam que para proteger ou destruir a Humanidade era necessário se livras dos sentinelas, os anjos mais próximos de Yahweh e seus maiores obstáculos. Lúcifer fez sua parte, instruindo seu servo para levar o livre-arbítrio a Adão e Eva, ambos cuidados e superprotegidos de Metraton, o principal e mais perigoso dos sentinelas. Metraton levava tão a sério os cuidados com o casal que criou um Jardim do Éden, no qual eles deveriam ser criados como inocentes durante toda a sua vida, e adorar Metraton como seu deus supremo.
   O sucesso na missão causou uma grande raiva em Metraton, que jurou vingança e, após ser preso pelos soldados de Miguel, jura vingança contra os Cinco e promete que vai reconstruir o Éden para si, pois ele afirma que a única salvação dos humanos seria a retirada do livre-arbítrio dado por Lúcifer. Segundo o sentinela, o livre-arbítrio foi a grande causa de guerras e matanças desde o início dos tempos e, o casal que ele tomava conta era livre de tudo isso porque apenas obedecia suas ordens.
  Embora Metraton quisesse salvar a Humanidade e fosse contra a tirania de Miguel, o que desejava destruir todos, ele também agia como um tirano que queria escravizar a Humanidade. Quem estava certo nisso tudo? Uma coisa era certa entre ambos os lados: Metraton não descansaria enquanto não conseguisse seu desejo de volta, ainda mais depois que escapou da prisão onde estava cativo por milênios.

“Livre-arbítrio, essa beleza. Sem o livre-arbítrio, o inferno não existiria. Sem o livre-arbítrio, o mundo não existiria. É evidente que luto sob esta bandeira, sempre lutei, desde o começo, desde que enviei o meu braço direito, Samael, disfarçado de serpente ao Jardim do Éden, para esclarecer o primeiro casal.”

    Essa missão é dada a Kaira, a arconte de Gabriel, ainda sem boa parte de suas memórias e sem saber o real motivo da missão ter sido dada a ela. A ruiva obedece seu superior, mas antes ela precisa resgatar Denyel, o anjo da morte por quem acabou se apaixonando e até então era dado como morto por ela. Eis que o exilado estava bem vivo e foi parar em Asgard, junto à viúva de Thor e estava vivendo como guerreiro da rainha. Dispostos a resgatar Denyel, que também caiu nas graças do grandalhão Urakin, a dupla desobedece as ordens de Gabriel de deixar Denyel para trás e parte em busca de Asgard assim que descobrem que ele sobreviveu.

“Ninguém sabe o que pode acontecer em uma guerra. Portanto a maior qualidade de um guerreiro deve ser a coragem. Um guerreiro corajoso e leal é um guerreiro pleno, não importa se ganha ou se perde, se vive ou se morre.” 

“Nada existe general. Eis a verdade inquestionável.”

   Em Asgard temos novas batalhas, onde a arconte e Urakin provam seu valor e acabam sendo nomeados guerreiros da rainha também. Com títulos fortes em ambos os mundos, Kaira fica feliz em provar seu valor, mas precisa voltar à sua missão de encontrar Metraton a todo custo. Urakin a segue, mas Denyel fica dividido, afinal em Asgard ele é tido como um heroi, mas na Haled ele é mais um exilado que deve ser perseguido e exterminado pelos soldados de Miguel.
   Kaira parte mesmo sem o exilado, que depois muda de ideia e acaba seguindo os anjos que foram lhe resgatar. Chegando na Haled (Terra), eles logo descobrem que Metraton não apenas escapou da prisão, como sabe todos os passos do grupo há tempos, desde antes de eles receberem a missão. E é lançado o desafio: eles são capazes de pegar um sentinela tão forte, se nem Gabriel nem Miguel conseguiram fazer isso?

“Meu coração está cheio de mágoa e angústia, e para um soldado esses sentimentos são perigosos. […] A dor se transforma em ódio, e esse ódio leva ao sofrimento. Pelo menos aqui, nos nove reinos, eu sei contra o que estou lutando […].”

   Só tem um jeito de descobrir, indo até a fortaleza de Metraton no centro da Terra (ou inferno etéreo) e lutando com ele. Mesmo sabendo que não são capazes de chegar até lá sozinhos, eles tentam e recebem ajuda de onde menos se espera.
   Traições, verdades reveladas, segredos de milênios… tem de tudo um pouco nesse último volume de Filhos do Éden, tudo dando o prelúdio da verdadeira batalha, a do Apocalipse que se aproxima. Tudo o que acontece em Filhos do Éden vem explicando o passo a passo das tropas dos arcanjos Gabriel e Miguel nessa guerra. Cada um tem seus motivos para mandar seus peões para a batalha, embora só sejam revelados séculos depois.
   Metraton é uma peça importante no jogo, mas ele deve ser eliminado. Se era para isso, por que não fizeram isso logo no começo? E Kaira, o que ela tem de tão importante para ter sido a escolhida de Gabriel, ainda mais tendo boa parte da memória apagada? Aliás, quem apagou sua memória? Todos os sentinelas devem mesmo morrer?
   São perguntas respondidas ao longo do livro, que é dividido em três partes: antes do dilúvio, onde Metraton é perseguido e perde o Éden quando é preso; o tempo presente; e o final, onde ambas primeiras partes explicam como ele foi preso e como será o desfecho de Metraton.
   Durante esse meio tempo, vemos os anjos como uma forma completamente diferente do que geralmente imaginamos. Por mais que vejamos os anjos adultos, é bem raro imaginá-los como guerreiros ferozes e que entendem bem de estratégia. Mas eles são capazes de tudo para vencer o que acreditam. Desde que foram criadas, as castas tem suas finalidades, como promover a paz, proteger os humanos dos perigos, expurgar os pecados, enfim. E para tudo isso eles tem poderes próprios de sua casta, que os fazem ser ríspidos, ferozes, e até um tanto malvados quando necessários.
   O que realmente fez Lúcifer se rebelar? Todos os arcanjos lutam juntos pelas mesmas causas? E a Humanidade, onde fica nessa história? Desde o início dos tempos Miguel se rebelou e não queria que os humanos vivessem muito, principalmente quando viram as primeiras civilizações e do que eram capazes. Gabriel se dispõe a proteger e cuida de apoiar os sentinelas, até que descobre que eles se renderam a paixões humanas e constituíram família.
   Grandes catástrofes acontecem desde então, seja para destruir as famílias dos anjos, ou para completas a destruição da Humanidade. E sempre que vemos marcas do tempo nos lugares mais inóspitos do planeta, pode crer que aquilo foi uma marca deixada pelas batalhas dessa grande guerra angélica, a qual está bem longe do fim.
   Céus e inferno batalham contra si e em ideias semelhantes, afinal na guerra vale tudo…
    Assim é o cenário que Eduardo Spohr criou para os anjos. Eu super amo literatura fantástica e ver os anjos com uma outra visão, mais guerreira, foi algo que me surpreendeu bastante. Logo fiquei apaixonada pela Kaira e torcendo para que ela ficasse logo com o Denyel. Eles, apesar de serem de castas e tropas diferentes, até que tinham tudo a ver. Nunca tinha imaginado anjos se apaixonando uns pelos outros, mas se eles se apaixonam por humanos, por que não se apaixonarem entre si? Afinal tudo é possível nesse mundo.
   Confesso que se já tinha simpatizado com a Kaira desde o primeiro livro, simpatizei mais ainda com ela, pois se mostrou leal a seus amigos, independente de onde eles sejam. Só fiquei um tanto decepcionada com o desfecho de Urakin, pois ele queria uma coisa, e aceitou a oferta alternativa de uma forma tão simples, tão fácil… achei um pouco fraco demais da parte dele, ainda mais sendo um anjo de personalidade tão forte quanto era… mas é tudo questão de gosto, né?
   Enfim, é uma ótima opção se você procura uma leitura nacional, fantástica e curte um calhamaço, afinal o livro é um pequeno tijolo de mais de 500 páginas. Mas que li tudo de uma forma tão fluida que nem senti passarem tantas páginas assim…
   Dou 5 estrelas para esse livro e continua sendo um de meus favoritos. Já conheciam a trilogia de Filhos do Éden? Conta aí! 😉 
   Até mais!

   

Postado por:

Hanna de Paiva

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