Olá meu povo, como estamos? Hoje estamos aqui com mais uma resenha, dessa vez de um dos livros dos meus autores favoritos dos últimos tempos: Douglas Adams. O livro se chama ‘O salmão da dúvida’, e é o último livro publicado do autor. Chega mais!
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna |
Douglas Adams mudou a cara da ficção científica com a série interplanetária O Mochileiro das Galáxias. Infelizmente, ele fez sua própria viagem para além da Terra cedo demais, deixando milhares de fãs órfãos. Agora mais uma vez os leitores vão poder se deleitar com a sagacidade desse grande autor.Reunindo textos encontrados no computador de Adams após sua morte, este livro traz uma coletânea de histórias, resenhas, artigos e ensaios inéditos, além de oferecer um retrato raro da personalidade do homem por trás da obra: a devoção aos Beatles, o ateísmo radical, o entusiasmo pela tecnologia, a luta obstinada pelos animais em vias de extinção.Mistura de homenagem póstuma ao autor com último presente a seus fãs, O salmão da dúvida é profundo, excêntrico, provocante e divertido. Entre arraias-jamantas, alienígenas de duas cabeças, teorias quânticas e sinfonias de Bach, você vai encontrar:
1. Dez capítulos do livro em que ele trabalhava quando morreu.2. Um ensaio filosófico questionando a existência de Deus.3. Comentários sobre a constante evolução da tecnologia.4. Um conto protagonizado por Zaphod Beeblebrox.5. Relatos sobre sua infância, seus traumas e seu nariz.
“O Macintosh foi lançado cinco anos atrás e parece que faz mais ou menos o mesmo tempo que os pedreiros estão trabalhando na minha casa. Outro dia alguém me perguntou o que eles estavam fazendo e eu expliquei que vinha tentando reunir coragem para lhes perguntar a mesma coisa.”
“Mas quero deixar uma coisa bem clara. Eu adoro meu Macintosh, ou melhor, minha família de sei lá quantos Macs que acumulei impulsivamente ao longo dos anos. Adoro-os desde a primeira vez em que vi um deles no escritório da Infocom em Boston, em 1983.”
“[…] Se tivesse vivido em qualquer outro período da História, sinceridade, que eu não seria capaz disso. Mozart, Bach e Shakespeare estão sempre conosco, mas eu cresci com os Beatles e não sei se eciste algo que tenha me afetado mais do que isso.”
“‘Por quê?’ é uma pergunta que incomoda tanto as pessoas que uma letra do alfabeto em língua inglesa foi inteiramente dedicada a ela. […] ‘Por quê?’ introduz as perguntas mais difíceis de serem respondidas. Você não fica todo enrolado quando alguém lhe pergunta: ‘que horas são?’, ‘Quando começou a batalha de 1606’ ou ‘Como o cinto de segurança funciona quando você pisa no freio, papai?’. […] Mas quando você ouve ‘Por quê?’ já sabe que está com algumas das perguntas mais irrespondíveis da vida nas mãos […].”
“Por mais que me ignorassem por completo sempre que íamos caminhas juntos, eram incapazes de ir sem mim. Isso revelava que aquelas cadelas que nem eram minhas tinham uma forte inclinação para a filosofia, pois haviam percebido que eu precisava estar lá para que elas pudessem me ignorar devidamente.” Você não pode ignorar alguém que não está por perto, porque não é isso que ‘ignorar’ significa.”
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna |
“[…] Parece haver uma ótima explicação para nunca conseguirmos cumprir nossas promessas de Ano-Novo, além da óbvia e desprezível ausência de força de vontade. É a seguinte: nós não conseguimos nos lembras delas. Simples assim. E se por acaso chegarmos a anotá-las, provavelmente também não nos lembraremos de onde deixamos o papel. Por estranho que pareça, esse mesmo papel costuma aparecer exatamente um ano depois, quando estamos procurando algum lugar para escrever nossas inúteis tentativas de colocar a vida em ordem no ano seguinte. Isso, ao que tudo indica, não é uma coincidência.”
“Os americanos nunca conseguem entender por que os ingleses dão tanta importância ao chá porque a maioria deles NUNCA TOMOU UMA XÍCARA DE CHÁ DECENTE.”
“Nós ficamos presos à tecnologia quando tudo o que queremos são coisas que funcionem. Como saber se algo ainda é tecnologia? Você consegue uma boa pista checando se a coisa em questão vem com um manual.”
Sou suspeita para falar, pois amo Douglas Adams desde que li ‘O guia do mochileiro das galáxias’ pela primeira vez. Não é de se admirar que eu fale tanto dessa série aqui, é porque são os cinco livros de uma única série que deixaram Douglas Adams mais famoso que sabe-se lá o quê no mundo. Além dos textos que ele era convidado a escrever, como introduções em alguns livros, críticas e outros textos em colunas de jornais/revistas. E, mesmo depois de anos, seus livros ainda são amados e deitados em n versões. ‘O salmão da dúvida’, nos deixou no clima de despedida, bem ao estilo do autor, sem lágrimas, apenas risadas de seu jeito todo especial de revolucionar seja lá qual o tema que aborde.
Já haviam lido Douglas Adams?