3 de June de 2021

Uma noite em Beltane | Emerson Silva

    Olá meu povo, como estamos? Hoje temos mais uma resenha de autor nacional aqui no blog. Com vocês, Uma noite em Beltane, de Emerson Silva. 
Uma noite em Beltane | Emerson Silva
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna

Obs.: Livro lido em parceria com a editora Confraria Crônicas Fantásticas

25/24
Livro: Noite em Beltaine
Autor: Emerson Silva
Editora: Confraria Crônicas Fantásticas
Ano: 2021
Páginas: 180

Após o término de uma guerra no sul do continente, Lilith uma impetuosa mercenária, tem dificuldades em conseguir novos serviços e decide vender sua espada.
O cenário muda inesperadamente quando a mercenária encontra Cassandra, uma misteriosa conjuradora de magia que está em busca de escolta até uma pequena aldeia chamada Beltane.
O que seria um simples serviço de escolta acaba ganhando proporções maiores, quando as duas são atacadas por figuras misteriosas e encapuzadas.

Uma noite em Beltane | Emerson Silva

   Lilith, também conhecida como Olhos de Lua, é uma mercenária que está numa fase ruim. Após uma guerra sangrenta no sul, ela não consegue emprego em canto algum. 
   Para não morrer de fome, e tendo que alimentar seu cavalo, ela decide vender sua espada, para ver se descola ao menos o jantar. 
   Mas parece que o destino quer que Lilith mantenha sua espada mais um tempo, já que Cassandra, uma conjuradora de magia que está rumando para Beltane, e precisa de uma escolta. 
   Apesar de não gostar muito da fama dos conjuradores, Lilith está precisando de dinheiro, logo um serviço de escolta não seria ruim, se lhe renderia alguns trocados no fim do dia. 
   Mas as coisas acabam mudando de figura quando elas são surpreendidas por inimigos estranhos e encapuzados, que parecem querer impedir que elas sigam seu caminho. 
   
   A escrita do Emerson parece que está evoluindo a cada conto. Apesar de ele manter a marca de uma descrição detalhada até demais, o que me incomoda em alguns momentos, é nítida a evolução dele como escritor, pois dá para notar diferenças bem grandes entre o primeiro conto que li e este de agora. 
  Outra marca dele é a protagonista feminina, que aqui não poderia ser diferente. Lilith não foi a minha favorita, mas foi a mais diferente que já li. 
  Ela tem um mistério por si só, a começar pelo apelido de Olhos de Lua, devido a uma peculiaridade, que a impede de passar despercebida pelas cidades. 
   Além disso, achei interessante que o Emerson arriscou na representatividade, já que Lilith é negra. Ele ganhou pontos por isso, pois ele conseguiu levar um assunto que normalmente tende a ser romantizado demais, de uma maneira responsável. 
   Aqui, é mencionada a cor da pele de Olhos de Lua, mas em momento algum isso é um estigma ou alvo de preconceito. 
   Parece que nesse universo fantástico isso é o que menos importa e, cá entre nós, como eu gostaria que fosse assim no mundo real também. 
   Por sua vez, Cassandra é a segunda protagonista, se é que poderia chamar assim. No começo, elas não se dão muito bem. 
   Elas são como água e óleo, mas acabam se unindo profissionalmente. Lilith precisa de grana e Cassandra de uma segurança. 
   E assim elas seguem rumo a Beltane, mas acabam sendo surpreendidas por um bando de malfeitores, que rendem muitas cenas de “tiro, porrada e bomba”. 

“Às vezes, até a mais fraca luz precisa ser valorizada em um mar de escuridão, pois nela reside a faísca que tem potencial para se transformar em uma fogueira.”

   O que mais gostei nesse conto é que as mocinhas salvam a si mesmas. Mesmo com suas diferenças, Lilith e Cassandra se protegem e se defendem como podem, mostrando que pode haver um pouco de sororidade, mesmo em um mundo fantástico. 
   Acho que, de todos os contos que já li em parceria com a Confraria, esse foi o mais longo. Mas ainda assim, é um conto, o que leva a imaginar que as coisas vão se resolver em um curto intervalo de tempo, já que não tem muita página para desenvolver. 
  Narrado em terceira pessoa, o conto tem um final meio aberto, o que nos permite imaginar o que Lilith poderia encontrar após essa missão e o que aprendeu com ela. 
   Isso porque mercenários e conjuradores de magia não se bicam, e a parceria dessas duas é quase que impossível de se pensar num mundo ideal. 
   Tanto Cassandra quanto Lilith tem seus fantasmas, seus segredos e sabem onde seu calo aperta mais. Ninguém é perfeito, muito menos santo 24h por dia. 
   Gostei bastante dessa dupla, assim como gostei da trama em si. Mas não dou nota máxima, por causa dos detalhes que foram, ao meu ver, exagerados e poderiam ter sido resumidos em poucas páginas. 
   Mas ainda assim, não tira o mérito do conto e continuo recomendando. 

   Já conheciam a escrita do autor? E a Confraria? Me contem aí!

   

 

Postado por:

Hanna de Paiva

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