A Mulher Errada | Leanne Kale Sparks

Olá meu povo, como estamos? “A Mulher Errada” foi um lançamento recente da Bookmarks aqui no Brasil e, mal chegou no catálogo do Kindle Unlimited, peguei logo para ler. Hoje trago as considerações finais para vocês.

Livro: A Mulher Errada

Autoria: Leanne Kale Sparks

Tradução: Marília Schuh

Editora: Bookmarks

Ano: 2025

Páginas: 387

País: Estados Unidos

Formato: Digital (Disponível no catálogo do Kindle Unlimited)

Nota: 4/5

Com uma trama intensa e repleta de ação e suspense, A mulher errada é um thriller instigante que promete prender o leitor do início ao fim.

Única sobrevivente dos famosos assassinatos em série do Ceifador, a agente especial do FBI Kendall Beck, lida com os fantasmas do passado buscando justiça para vítimas de abuso. Ela está envolvida em um caso, mas a investigação é interrompida quando sua melhor amiga aparece morta boiando em um lago.

Arrasada pela notícia da morte de Gwen, Kendall se une ao detetive Adam Taylor para encontrar o assassino. Mas a cada nova pista, os segredos de Gwen começam a ser revelados, e Kendall começa a entender a magnitude devastadora de seu assassinato.

O Ceifador voltou a Denver… e ele não vai parar. Agora, Kendall deve confrontar seus medos mais obscuros enquanto ela e o Ceifador se enfrentam mais uma vez.

Kendall Beck é uma agente do FBI especializada em casos de vítimas especiais. A moça faz muito bem o seu trabalho e defende com unhas e dentes aqueles que mais precisam. Talvez por isso seus métodos nada ortodoxos a levem a situações constrangedoras com seu chefe.

Contudo, embora ele não goste dos métodos da agente, acaba relevando e tentando entender os gatilhos que lhe geram. Isso porque, anos atrás, Kendall foi uma vítima do Ceifador, um assassino em série que tocou o terror pelo país, o qual nunca foi detido.

Entretanto, seus medos parecem tomar forma depois que a melhor amiga da policial aparece morta num lago. Pelos padrões encontrados no seu corpo, apenas uma pessoa poderia ter feito aquela brutalidade. Será que o Ceifador estava de volta à cidade? Cabe à Kendall e ao detetive Taylor descobrirem, antes que mais uma pessoa sofra nas mãos do monstro.

“Era um tiro no escuro, sim. Mas Adam iria seguir todas as pistas, não importava o quanto fossem improváveis.”

Esse livro entrou no meu radar logo que a editora anunciou que colocaria o lançamento no catálogo do Kindle Unlimited. Eu gostei da premissa e, vendo que era indicado para os fãs da Lisa Gardner, tratei logo de passar a frente dos outros títulos que estavam na nuvem.

A narrativa é em terceira pessoa e vemos os fatos pelo ponto de vista de Kendall. Ela é uma das melhores agentes do FBI, que trabalha com vítimas de abuso. Apesar de peculiar, sua escolha se deu porque, anos atrás, enquanto ainda era uma estudante universitária, a jovem quase morreu nas mãos do Ceifador.

Mas em vez de viver com medo dos pesadelos, Kendall decidiu transformar isso em força e lutar por outras vítimas que passam por coisas semelhantes. O problema é que, por conta dos gatilhos que a moça tem, seus métodos acabam não sendo bem vistos por Brady, seu chefe, que lhe deu uns dias de suspensão após ter surrado a cara de um suspeito.

Assim, não lhe sobra muito, a não ser ficar em casa e compartilhar o que aconteceu com a melhor amiga Gwen, também sua colega de apartamento. A amiga tem uma vida maravilhosa: está noiva de um chef de cozinha, com quem trabalha (e é sócia) em um dos restaurantes mais caros da cidade.

O negócio vai muito bem e Gwen é super organizada no contexto profissional. Mas quando se trata do pessoal, é outra história. Ela vive esquecendo de cuidar das coisas e é extremamente apegada ao seu carro antigo, que vive dando problemas e foi parar mais uma vez na oficina.

Kendall já ciente disso, acaba emprestando o carro para a amiga ir trabalhar e passar o fim de semana na casa do noivo. Afinal, para onde mais ela iria, se estava suspensa do trabalho? Mas as coisas começam a se complicar quando a agente termina seus dias de “castigo” e precisa voltar à investigação.

Seu carro ainda não está na garagem, muito menos Gwen, que não atende o telefone. Já sabendo onde a amiga poderia estar, a policial procura em todos os locais possíveis, porém sem sucesso.

“Como queria poder fechar os olhos e desejar que tudo acabasse. Acordar de manhã e descobrir que as coisas voltaram ao normal. Mas o ardor no peito a lembrava que isso não aconteceria.”

Temendo o pior, Kendall aciona a polícia e notifica o desaparecimento do carro e da amiga, na esperança que ela apareça de uma hora para outra, com uma cara sem graça. Contudo, conforme os dias passam, uma certeza se torna mais latente: algo de muito ruim aconteceu com Gwen.

Adam Taylor é o detetive encarregado de investigar o desaparecimento de Gwen, e mais de outras mortes suspeitas. Embora tenha pego o caso, ele não dá muita atenção no início, mas as coisas complicam quando as pistas levam até um lago, onde a jovem é encontrada morta, com vários sinais de tortura.

Tentando entender o que ou quem teria causado tudo aquilo na vítima, o detetive percebe que Gwen pode ser apenas mais uma na lista de um caso antigo, que o atormentava no passado. Será que o Ceifador voltou a atacar depois de tantos anos?

É nessa busca implacável que Taylor se junta a Kendall na busca por respostas e justiça por Gwen. Mas a investigação também pode revelar tantos segredos, que nem a agente treinada do FBI estava preparada para a verdade.

A escrita da autora é fluida e os capítulos são curtos, o que dá uma excelente combinação para uma leitura mais rápida. A trama, contudo, é bem articulada e se desenvolve bem até a página dois.

Percebi que a escritora tinha o objetivo de deixar o leitor mais próximo da protagonista, bem como de seus sentimentos. Eu não sei como agiria se estivesse no lugar de Kendall, mas achei que algumas cenas eram longas demais e repetitivas, o que tornaram a leitura arrastada em diversos momentos.

Isso fica mais evidente nas cenas em que Kendall interage com personagens do elenco secundário. A autora se preocupou tanto em afirmar que a protagonista tinha apenas amizade com eles, que eu simplesmente esqueci que ela ainda era uma agente do FBI.

“Era triste ver como muitas vidas e relacionamentos eram afetados quando uma pessoa morria.”

Quem segurou essa parte mesmo foi Adam, e mesmo assim ele se perdia em sentimentos e esqueceu de investigar o que precisava. Toda vez que acontecia isso, eu me perguntava quando eles iam parar de se martirizar e agir feito adolescentes, e de fato trabalhar para honrar o distintivo.

Felizmente isso acontece, ainda que aos 45 do segundo tempo. Embora tenha demorado bem mais do que o esperado, a autora ganhou pontos por ter amarrado bem as pontas e explicou o título do livro de uma forma convincente.

O desfecho também foi convincente e achei o epílogo bem fofo. Dessa forma, mesmo que tenha minhas ressalvas, ainda foi uma boa leitura, que recomendo se estiver em busca de algo mais rápido para ler no final de semana.

Em relação ao livro, li em versão digital e posso dizer que a revisão e diagramação estão bem feitas. A capa é simples e não é uma das minhas favoritas, porém traz elementos que já mostram o que o leitor vai encontrar na obra.

Resumindo, ‘A Mulher Errada’ é uma boa leitura e que recomendo. Mas não crie expectativas, pois vindo dos livros da Lisa Gardner (que é mencionado na propaganda desse), ele ainda precisa de mais feijão com arroz para se comparar.

Agora me conta nos comentários: Você já leu esse livro, ou algum outro da autora?

Texto revisado por Emerson Silva.