3 de May de 2025

Amantes do Cinema | Paraíso


Olá meu povo, como estamos? Estou imensamente feliz em ter voltado a ter acesso aos streamings. Nesses últimos tempos, tenho feito algumas descobertas interessantes e hoje trago minha opinião sobre Paraíso, um filme que promete te deixar desconfiado de tudo e de todos.

Filme: Paraíso

Classificação: +16

Ano: 2023

Duração: 1h50mn

País: Alemanha

Gênero: Drama, Suspense, Ficção Científica

Onde assistir: Netflix

Foto: Divulgação | Netflix

Em um futuro não muito distante, um método de transferir tempo de vida de uma pessoa para outra mudou o mundo para sempre e transformou a startup de biotecnologia Aeon em uma empresa bilionária. Quando o casal Max e Elena precisam de dinheiro para quitar uma dívida inesperada, Elena (Marlene Tanczik) abre mão de 40 anos de vida. Impedidos de ter um futuro juntos, o casal decide reagir. Max (Kostja Ullmann), que trabalha na Aeon, faz o que pode tentando recuperar o tempo “vendido” por Elena.

Em um futuro não muito distante, a Aeon se torna uma referência ao concretizar a frase “tempo é dinheiro”. A empresa é dona de uma patente inovadora (e também assustadora), que está ganhando o mundo com a transferência de tempo de vida dos clientes.

Assim, por uma quantia generosa de dinheiro, você pode ceder alguns anos de sua juventude para a empresa, responsável por encontrar uma pessoa compatível e disposta a ficar mais nova (e que pode pagar bastante por isso). Max é um funcionário exemplar na Aeon e sempre ganha bônus de melhor vendedor do mês.

Ele é encarregado de encontrar doadores e convencê-los a ceder sua juventude para empresários ricos. Com seu salário alto, pode bancar um bom apartamento na capital e viver uma vida estável com sua esposa Elena.

A moça é médica plantonista e está bem feliz com o casamento. Jovem, linda, dedicada e com um bom marido, nada poderia abalar a sua alegria de acordar todo dia ao lado do homem que ama.

Mas a felicidade do casal está para acabar quando um acidente horrível acontece e eles se veem sem eira nem beira, com uma dívida enorme cobrada pelo banco. O problema é que eles gastaram tanto dinheiro bancando uma vida boa na cidade, que não sobrou nada na poupança.

Porém, o banco nunca perde e cobra a dívida toda de uma vez, ainda mais por não ter sobrado garantias de que as parcelas serão pagas. A conta é de 2 milhões de euros e, ou se paga com dinheiro (que eles não tem), ou cobrando a cláusula das letras miúdas do contrato.

Nem Max ou Elena tem um tostão furado. Logo, não sobra alternativa a não ser aceitar que a moça ceda 40 anos de sua vida. Embora seja um procedimento possível, a verdade é que não é aconselhável envelhecer tanto de uma vez.

O marido tenta de tudo para reverter a sentença, mas não é ouvido e passamos a acompanhar o drama do casal. Assim, vemos de perto a tristeza da moça vendo sua vida indo embora de uma hora para outra, sem poder impedir.

Foto: Divulgação | Netflix

Ao mesmo tempo, é complicado ver Max tentando deixar a esposa confortável, porém sem sucesso. No entanto, enquanto Elena se conforma com a velhice antes da hora, Max não está disposto a ver a mulher definhar sem fazer nada para resolver.

E não descansa enquanto não descobre uma forma de reverter o processo. O problema é se a esposa vai aceitar de bom grado ser submetida a esse procedimento mais uma vez.

A premissa do filme é bem interessante e logo me chamou atenção quando vi passando o cartaz na Netflix. E se manteve assim por um bom tempo.

Max e Elena formam um casal feliz e tranquilo. São jovens e tem a vida toda pela frente. A condição financeira deles também ajuda bastante, permitindo que vivam com conforto em um bom apartamento em Berlim.

No entanto, a felicidade não vai durar muito, quando sofrem um acidente e perdem o apartamento de forma irreversível. Como não estava quitado, o banco cobra a dívida de uma forma bem cruel: tomando 40 anos de vida de Elena, a única a ceder um bem de valor para firmar o contrato de compra e venda.

Mesmo sendo jovem, a moça sabe que envelhecer nunca é bem vindo para a sociedade em que vivemos, especialmente no que condiz às mulheres. Logo, perder 40 anos de um dia para o outro não é uma ideia bem vista.

Foto: Divulgação | Netflix

Mas o governo pouco se importa com isso e cobra a dívida sem dó. Max tem peso na consciência por ver a esposa passando por tudo sozinha e tenta ajudar, até porque a forma como isso aconteceu não foi nada justa.

Para completar, ele está revoltado com a Aeon, que além de não ouvir seus apelos para reconsiderar a cobrança de dívida, achou que poderia compensar com um bônus gordinho. Vendo que não ia conseguir muita coisa por meios legais, sua saída é procurar outros meios pelos quais recuperar a felicidade de Elena, nem que perdesse os escrúpulos no caminho.

E, apesar de seus objetivos serem dignos, não gostei muito da forma como tudo se desenrolou. A trama seguia interessante, pois traz à tona questões tristes e sombrias da sociedade alemã, que até hoje é uma mancha inesquecível.

Além disso, a proposta da Aeon pode ser nobre, mas nobre para quem? Deixar pessoas ricas mais jovens e com mais tempo de vida às custas dos mais pobres é algo desumano e impensável.

Talvez por isso o movimento intitulado Adão surge, para defender a vida dos mais vulneráveis e se torna uma pedra no sapato da empresa. Porém, suas escolhas nesse combate dividem opiniões entre as pessoas, que vivem com medo constante de estarem em uma guerra sem fim.

Foto: Divulgação | Netflix

Max só conhecia o lado fofo que a Aeon prega. Mas ver o que acontece com Elena o deixa impactado e revoltado. Logo, ele começa a se perguntar quem estaria certo nessa história. O mesmo é mostrado para o espectador, que passa a criar teorias e refletir sobre o que faria se essa fosse uma realidade possível.

Some-se a isso, existe um mistério sobre quem poderia ter pego a juventude de Elena. Max quer encontrar a pessoa e fazer com que ela reverta o processo, nem que seja à força. Mas o modo como faz isso é perigoso e beira à loucura desenfreada.

Ele está tão obcecado com isso que se esquece do principal: a vontade da esposa. Sei que o objetivo era mostrar um marido atencioso e apaixonado, mas só me pareceu um mentiroso com atitudes contraditórias.

Minhas expectativas estavam no suspense, porém também não ajudou muito. O mistério sobre quem teria pego a juventude de Elena é revelado de uma forma não muito convincente. Acho que se preocuparam demais em manter o segredo de quem seria o culpado, que não souberam aproveitar os ganchos que isso poderia gerar. O que me decepcionou bastante.

Talvez por conta da forma como os fatos foram apresentados, não fez muito sentido e o mistério se tornou desnecessário. A sensação ficou mais latente quando as respostas foram jogadas de qualquer jeito, como se fossem tão óbvias que não precisassem de maiores explicações.

Foto: Divulgação | Netflix

Isso gerou uma sensação de estar assistindo uma série de fatos desconexos, que não faziam sentido e não iam para lugar algum. O desfecho vai pelo mesmo caminho e terminei com mais perguntas do que respostas. O que é uma pena, já que o filme não tem continuação.

Em resumo, Paraíso tem uma fotografia bonita e retrata um lado podre do ser humano. Porém, não desenvolve a premissa de modo satisfatório e entrega uma história com muitas pontas soltas.

Não é um filme que veria novamente, mas recomendo que assista e tire suas próprias conclusões.

Texto revisado por Emerson Silva.

Postado por:

Hanna de Paiva

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