8 de April de 2025

Ninguém Nunca Vai Saber | Rose Carlyle

Olá meu povo, como estamos? ‘Ninguém Nunca Vai Saber’ é um thriller que chegou recentemente aqui no Brasil e já está bastante hypado. No entanto, não funcionou comigo da forma como eu gostaria e hoje eu direi o motivo.

Livro: Ninguém Nunca Vai Saber

Autoria: Rose Carlyle

Tradução: Carlos César da Silva

Editora: Astral

Ano: 2025

Páginas: 376

Formato: Digital (Disponível no catálogo do Kindle Unlimited até o presente momento)

País: Austrália

Nota: 4/5

Ninguém Nunca Vai Saber | Rose Carlyle
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

Eles são o casal perfeito. Eles têm o esconderijo perfeito. Tudo o que eles precisam é da vítima perfeita.

Eve Sylvester se vê completamente desamparada após perder o namorado em um trágico acidente de carro. Grávida e sem qualquer respaldo financeiro, ela aceita a proposta de ser a babá do filho de um rico casal que vive em uma isolada e paradisíaca ilha na costa da Tasmânia.

A oferta tentadora vem acompanhada de um estranho pedido: não fale com ninguém sobre o trabalho. Julia e Cristopher Hygate são conhecidos por serem bastante discretos, e preferem que os funcionários sigam o mesmo perfil reservado, quase como se não existissem. E é por isso que Eve é a candidata ideal para a função. A jovem não possui nenhum parente vivo e há muito tempo não tem contato com os amigos. E, o mais importante, ela está grávida.

Para a garota, o emprego é bom demais para ser verdade. Porém, ela não pode deixar de se perguntar por qual motivo os Hygate contratariam alguém sem experiência profissional e ainda mais grávida? Mas já é tarde demais para fazer perguntas. Conforme Eve se infiltra na vida do casal, ela percebe que a intenção de Julia e Cristopher esconde muito mais do que aparenta. E que, se alguma coisa acontecer com ela, ninguém nunca vai saber.

Eve Sylvester é uma jovem que sonha em ter seu próprio conto de fadas. Com o namorado perfeito, planos de ser uma estilista famosa e viver viajando o mundo no iate do amado, tudo teria dado muito certo.

Porém, a vida dá uma bela rasteira na moça quando um acidente a deixa desamparada e prestes a ser mãe solo. Ignorada pela família de Xander (o namorado), Eve está numa dúvida constante se tem ou não o bebê. Até porque a coitada não tem onde cair morta após ter largado tudo para rodar o mundo com uma mochila nas costas.

Mas seus problemas parecem ter fim quando ela recebe uma proposta de emprego perfeita: trabalhar de babá na casa dos Hygate, uma família rica e bem excêntrica. A única exigência é que ela não conte a ninguém onde vai morar.

Parece um preço pequeno a se pagar, levando em consideração que seus potenciais novos patrões não se importam com o fato de estarem contratando uma mulher grávida para trabalhar na casa deles, e nem ligam com o fato de que ela poderá ficar com a criança no trabalho. Assim, Eve se muda para a Baía do Paraíso, com esperanças renovadas de uma vida melhor.

Ela só não esperava descobrir o motivo pelo qual os Hygate são extremamente discretos.

Ninguém Nunca Vai Saber | Rose Carlyle
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

Esse livro chegou no Brasil já causando grande alvoroço entre os leitores de suspense, os quais estavam dando muitas opiniões positivas. Embora o hype tenha me deixado com o pé atrás, resolvi ler quando foi o escolhido do mês de março para o Clube Lendo com os morcegos.

A narrativa é em primeira pessoa e vemos os fatos unicamente pelo ponto de vista de Eve. Contudo, há algumas partes em terceira pessoa, quando fatos do passado são revelados. Do ângulo da protagonista, a jovem foi do céu ao inferno em questão de minutos, de uma forma surpreendente.

Dei a ele a coisa mais preciosa da minha vida, e é assim que ele me agradece. Como ousa? Ele não entende o poder que tenho?”

Ela tinha tudo para ter seu final feliz ao lado de Xander, o bom partido dono do iate com o qual estavam desbravando o mundo. O plano era voltar ao continente e oficializar o relacionamento que eles já tinham desde alto mar. Mas a vida dá uma bela de uma rasteira quando, a caminho de um almoço com a família do rapaz, termina em um trágico acidente.

Eve é a única sobrevivente e ainda está tentando entender o que aconteceu, quando descobre que seu amado faleceu e a deixou com um serzinho sendo formado em sua barriga. A coitada não tem família nem amigos, logo só poderia contar com a família do namorado.

Mas a decepção toma conta quando eles, além de não a reconhecerem como namorada do filho deles, parecem ignorar solenemente que terão um neto. Honestamente, se eu tivesse sofrido essa perda e uma mulher batesse na minha porta logo em seguida, se dizendo grávida do meu filho, eu também desconfiaria.

Mas exame de DNA está aí para provar qualquer afirmação. No entanto, parece que nem isso é necessário quando decidem enxotar a coitada da menina porta afora. Sem eira nem beira, Eve não tem muito o que fazer, a não ser decidir pelo futuro do bebê. Afinal, ela está pronta para ser mãe nesse momento? E se ela der para adoção ou tirar a criança? O que seria melhor?

É nesse dilema que a jovem conhece Zelde, uma mulher misteriosa que surge com uma proposta de emprego ainda mais estranha: ser babá do filho dos Hygate, numa ilha remota da Austrália. Eve não tem muito o que fazer, dado que são os únicos empregadores dispostos a contratarem uma mulher grávida no momento.

Só que meu bebê é tão pequeno e tão novo. A vida tem muitas tristezas, mas ele não precisa aprender isso ainda.”

Dessa forma, a moça embarca rumo à Baía do Paraíso, com a promessa de um recomeço para ela, e uma vida boa para seu filho. O que acontece até a página dois. Isso porque, logo que chega no local de trabalho, percebe que o paraíso é apenas um eufemismo.

Ao longo de capítulos curtos e uma escrita ágil, somos logo apresentados a um local paradisíaco, que me fez sair da bolha e conhecer mais sobre a Austrália. Não apenas isso, vemos a jornada de Eve ao se recuperar do luto e vendo sua barriga crescendo.

Ninguém Nunca Vai Saber | Rose Carlyle
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

Mas ela não vai ter paz, especialmente quando percebe que seus empregadores lhe dão liberdade disfarçada em uma série de deveres, que mais parecem um código de conduta para trabalhar num cativeiro. Com desculpas esfarrapadas e ameaças de ser mandada embora, Eve acaba ficando em nome de um futuro bom para seu bebê.

Aos poucos, o leitor começa a criar teorias da conspiração e duvidar de tudo o que acontece na Baía do Paraíso. E a proposta é maravilhosa, que me fez ficar imersa na trama e cheia de perguntas. Mas isso só durou até a metade do livro e depois desandou.

A autora trouxe temas muito importantes e atuais, como a relação de tráfico de animais silvestres e de bebês, mas a forma como os personagens lidam com isso foi o que me decepcionou.

Eve começa a desconfiar de certos comportamentos dos Hygate e começa a investigar por conta própria. Levando em consideração que era uma detetive amadora, eu entendo que ela pode deixar passar certas coisas e se atrapalhar com as pistas. Mas eu achei que a autora caprichou bastante em deixar a personagem uma verdadeira porta.

Passei muita raiva com ela descobrindo as coisas e fazendo absolutamente nada. Não por estar com medo ou algo do tipo, mas por fazer nada mesmo, como se as informações fossem irrelevantes.

Por sua vez, os “vilões” da trama são temidos por onde passam e tem praticamente uma placa de perigo iminente na testa. Mas quando chega a hora deles brilharem e mostrarem a que vieram, se tornam personagens caricatos de contos de fadas e se perdem de uma maneira inacreditável. Fiquei bem chateada e me perguntei porque tinha tanta fama e história sobre eles, para depois nada ter sido aproveitado. Acho que se tivessem apontado o Ruivo Hering teria dado mais certo.

Um brinde a Eve, a garota mais esperta da ilha e a primeira pessoa a nos dizer a verdade em muito tempo.”

Eve, por sua vez, tem uma jornada de amadurecimento pessoal muito boa. No entanto, enquanto detetive, ela é uma ótima estilista. Só que do nada a autora colocou como uma salvadora da pátria, de uma forma que não era tão condizente com a trama e eu também fiquei com um imenso “pra quê?” a cada cena que lia. Sem contar personagens secundários que foram esquecidos no churrasco e tive mais perguntas que respostas, o que também me decepcionou um bocado.

Ninguém Nunca Vai Saber | Rose Carlyle
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

Por conta disso, o desfecho tem certa emoção, mas nada arrebatador. Assim, o livro é ok e ainda recomendo se você quiser sair da ressaca literária. Mas não crie expectativas.

Falando sobre o livro em si, li em versão digital e posso afirmar que estava bem diagramado e com uma revisão bem feita. A capa é simples e com poucos elementos. Traz uma parte do cenário que iremos encontrar ao longo da leitura. Entretanto, não é das minhas favoritas.

Você já leu esse livro ou algum outro da autora? Me conta nos comentários.

Texto revisado por Emerson Silva.

Para ver a resenha em outros detalhes, falei dela também em vídeo, basta ver aqui para conferir:

Postado por:

Hanna de Paiva

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